Mundo Guertena escrita por Tsukki


Capítulo 3
Episódio 3




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Ib e Garry estavam andando de mãos dadas. Garry estava cantarolando, Ib, porém, olhava para outro lugar, pois não queria que Garry a visse corando. Eles foram e passaram por um quadro que estava com a língua balançando, este cuspiu e Garry se assustou tanto, que caiu no chão.

– Você está bem? – perguntara Ib ao outro.

– S-sim... Vamos continuar. – Garry respondeu dando a volta na pequena poça de cuspe.

Passaram por outro corredor, chegando ao outro lado tinha uma porta, mas a mesma estava bloqueada por uma estátua sem cabeça.

– Parece que essa estátua está bloqueando a passagem, para traz, Ib, eu vou tira-la da frente.

Garry arregaçou as mangas e empurrou a estatua para fora da passagem.

– Ta-dah. – cantarolou Garry.

Novamente, a sala mudou. Onde tudo era vermelho, foi para um cinza. Ib sentiu um calafrio atravessar sua espinha, mas o ignorou.

Naquela parte do salão, tinha duas mãos: uma direita e uma esquerda. Em frente a elas estavam às pinturas de uma noiva infeliz e de um noivo infeliz. Caminharam mais para dentro e foram procurar portas.

– Ib, eu acho que não tem uma porta aqui. – disse Garry com desgosto.

Ib suspirou e apontou para uma das salas. Dentro dela era tipo um labirinto. Ib teve todo cuidado para memorizar a entrada, caso se perdesse. Então viu uma estátua sem cabeça ir à sua direção. Garry se pôs na frente, como sinal de que Ib estava protegida. Andaram um pouco e viu alguma coisa vermelha no chão, que estava escorrendo desde o outro lado.

Ib e Garry deram a volta e achara uma alavanca, Ib tentou puxa-la, mas estava emperrada. Garry tentou e quando a alavanca caiu, houve um barulho do lado de fora. Ib estava prestes para sair quando Garry avistou uma estatua vindo à direção deles. Rapidamente, foram para fora e fecharam a porta.

– Essa foi por pouco – dira Garry quando saíram.

Ib olhou para o corredor ao seu lado. De repente ela ficou pálida. Garry foi ver o que ela estava olhando e quase caiu.

– Por que diabos têm olhos no chão? – perguntara o rapaz.

Ib foi andando, cuidadosamente para não pisar nos olhos, Garry, relutante, seguiu-a. Ib parou em frente a um olho congestionado, estava lacrimejando e vermelho.

– Garry, eu acho que esse olho está congestionado. – disse Ib para Garry.

– É, a menos que você trouxe um colírio para por nele, ele irá ficar assim por um tempo.

Ib encarou o olho, que a encarou de volta. Alguns segundos se passaram e eles ainda estavam se encarando.

– Hum, Ib? O que você está fazendo?

– Oh, desculpa... – disse Ib olhando para as unhas – Vamos sair daqui.

Ela foi para o outro lado do corredor, onde tinha outras pinturas. Uma chamou sua atenção, era uma cobra, e ela estava com um buraco onde deveria ser um olho. Garry estava em algum lugar, pois sua voz estava meio distante. Ib foi à procura e achou uma porta entre aberta.

– Ib, eu achei um colírio. – ele disse sem jeito.

– Ótimo, agora vai dar para curar aquele olho! – exclamou Ib pegando o pequeno frasco azul.

Chegando perto do olho, Ib pingou duas gotas. O olho se fechou e abriu brilhando. Ele se fechou de novo e foi para outro lugar. Ib o seguiu e viu que ele estava olhando a parede. Ib olhou para a parede e viu que era de cores diferentes.

– Garry, me ajuda, por favor? – pediu Ib.

– Claro. – Garry deu um chute na parede e abriu um pequeno buraco – não acho que vou conseguir passar por aí. Acho melhor você ir, cuidado, Ib.

– Tudo bem.

Ib entrou e de longe viu uma pecinha vermelha de vidro. Pegou-a e saiu rapidamente.

Foi para a cobra e o colocou no lugar do buraco que era do tamanho da pecinha. Assim que colocou um quadro caiu.

– Tem algo escrito aqui. “Atrás da grande árvore”. O que isso significa? – disse Garry – e não vejo nenhuma árvore...

– Vamos procurar então. – Ib pegou a mão de Garry e o puxou.

Ela estava voltando para a parte dos noivos infelizes quando viu uma nova porta.

– Garry, olha. – Ib apontou para a porta – Vamos ver ali.

Quando entraram, a luz estava falha. Viram um “sofá” em forma de taça, que Garry disse que não parecia confortável. Um busto assustador chamado “Melancolia” que Garry não pôde explicar o que era. Um esqueleto pintado de várias cores chamado “Quebra-cabeça” e uma árvore em um formato estranho.

– “Atrás da grande árvore”... Garry é esta! – exclamou Ib indo para trás da árvore e pegando um objeto brilhante.

– O que é... Isso é um anel de casamento? – Garry parecia chocado.

– Acho que é para colocarmos no dedo da noiva, não? – perguntou Ib examinando o anel.

– Acho que sim, Ib. Vamos. – falou Garry levando-a para fora e pegando o anel de Ib.

Chegando naquela parte. Ib ficou confusa em que mão por o anel.

– Garry... Onde coloca o anel? – perguntou a menina.

– No dedo anelar, da mão esquerda. – disse o rapaz colocando o anel no dedo esquelético da noiva.

O rosto triste da noiva e do noivo começou a mudar. Os rostos deles ficaram tão felizes que a noiva jogou o buque.

– Acho... Acho melhor pega-lo. – disse Garry para Ib.

Ib pegou o buque e ficou segurando. Não havia portas. Ib seguiu para um corredor onde tinha um quadro com um sorriso macabro.

– Flores... Você têm flores? – disse o quadro rindo – Me dê as flores, criança, me dê essas flores.

Ib jogou o buque para a boca aberta do quadro.

– Delicioso. Podem passar por mim.

Garry e Ib passaram por ele e deram a uma parte com dois quadrinhos. Nenhum dos dois conseguiu distinguir o que era. Foram para um corredor e saindo dele, viram muitas cabeças de manequins. Eles seguiram até uma porta que se abriu sozinha. Entraram e tinha muros. Ib e Garry caminharam para o lado direito, aonde chegando ao final, encontrou estátuas sem cabeça. Tinha um quartinho, mas estava trancado. Tinha outro ao lado, porém o mesmo estava também trancado.

Viram duas portas com senha. A primeira dizia: “Quantas Damas há nesse lugar?”. Ib pediu para Garry conta-las. Alguns minutos depois ele volta correndo e ofegante.

– São... Catorze Damas... – Garry estava ofegando, vendo a expressão confusa de Ib – Elas criaram vida e começaram a correr atrás de mim.

– Entendo. – Ib disse.

Ela colocou o número no lugar e entrou. Vira um vaso e um cartaz atrás. Uma pequena estante de livros e só. O vaso estava com água. Ib e Garry colocaram suas rosas juntas. Depois as pegaram e voltaram.

A segunda porta tinha uma senha com quatro dígitos, mas não havia pergunta nela. Ib viu Garry fazer uma expressão que tinha que lembrar algo.

– Ah! O Homem Pendurado! Tinha dele quatro números, talvez de certo. Mas agora a ordem eu não sei. – disse o rapaz.

– Fala os números, Garry. – pediu Ib.

– 6295... É isso. – disse ele.

Ib colocou os números e a porta de abriu. Dentro tinha uma tela e um banquinho, com a paleta de cores e um pincel parado em direção da tela. Não havia nada o segurando.

A menina procurou alguma coisa e encontrou quatro pequenos furinhos do tamanho de uma mesinha com um vaso vazio.

– Garry, pode empurrar essa mesinha, por favor? – Ib disse a Garry.

– Para onde, Ib? – perguntou Garry arregaçando as mangas.

– Aqui. – apontou Ib para o local.

– Assim?

– Isso.

Do lado de fora, ouviram um barulho de porta se abrindo. Garry sabia onde era então a guiou para lá. Quando estava saindo do quarto, viram a cabeça de um manequim.

– Eu tenho quase certeza de que isso não estava ai antes. – falou Garry enquanto tirava Ib de perto da cabeça.

Assim seguiram até chegar numa porta entreaberta. Nesse quarto só tinha um espelho. Chegaram perto do espelho e viram seus próprios reflexos.

Garry tinha o cabelo arroxeado com uns fios escuros em cima. Sua roupa constituía em um sobretudo rasgado, uma regada verde e uma calça de linho de um marrom claro. Além de ser ridiculamente alto perto de Ib.

Ib usava uma blusa de seda com um lencinho vermelho no pescoço, junto com a saia meio comprida vermelha e uma meia que ia até os joelhos, com uma sapatilha de couro preto.

– Garry, quantos você mede? – perguntou Ib olhando para Garry, que agora, havia agachado para ficar perto da altura de Ib.

– Hum... Acho que 1,90 metros. Por ai. – ele sorriu para Ib – E você deve ter 1,40, não?

– Por aí. – Ib também sorriu, primeira vez desde que se conheceram.

– Você fica fofa rindo, Ib. – ele apertou as bochechas da menina, fazendo-a corar.

Aquela cena acabou quando Garry viu uma cabeça de manequim perto na saída.

– Não me lembro disso estar ai.

Ele se levantou e os dois olharam para o espelho. Agora, a cabeça do manequim estava na altura da cabeça de Garry, olhando-o desafiadoramente.

– O que... – ele levou um susto e caiu.

Quando se levantou estava tão apavorado que ia chutar a cabeça. Ib teve um mau pressentimento e foi em direção a ele.

– Não, Garry, não faça isso. – advertiu Ib.

– Tem razão, Ib, isso é muito imaturo da minha parte. Vamos sair daqui.

Garry pegou a mão de Ib de novo e saíram. A maioria das Damas não estava na parede. Garry avistou uma chave cinza, e colocando Ib em suas costas, seguiu até a chave. Uma Dama de Verde estava perto, mas Garry foi mais rápido. Pegou a cave e correu para o quarto trancado. Assim que ele fechou a porta, desceu Ib em um sofá e sentou-se também. Parecia exausto.

– Eu não... Sou tão pesada assim, não é? – perguntou Ib se levantando.

– Claro que não, Ib. – ele deu um risinho – As coisas estavam feias lá fora.

Ib parou de ouvir quando chegou a um enorme quadro. Ela estava apavorada.

– Ib... Está tudo bem? – disse Garry colocando a mão no ombro da menina.

Ele notou que Ib estava quase chorando, ao olhar aquela pintura.

– Você os conhece, Ib? Será que eles... Não pode ser! São seus pais? – perguntou surpreso o rapaz.

Ib concordou com a cabeça.

– Vamos sair daqui, Ib. – concluiu.

Quando Ib estava abrindo a porta, ela não conseguiu. O que aumentou mais o seu desespero.

– Garry! A porta! – choramingou ela.

– O que tem ela, Ib? – Garry estava sentado no sofá.

– Não quer abrir! Pensei que você não estivesse trancado! – Ib chorou mais alto.

– Eu não a tranquei, deixe me ver.

Garry pegou a maçaneta e a girou. Nada. Tentou de novo. E mais uma vez, nada.

Alguém estava batendo na porta, e imediatamente começaram a bater na janela. Garry foi em direção a estante de livros e a colocou no caminho.

Ib estava com o rosto entre os joelhos, chorando. Garry a pegou e se escondeu atrás da estante. Houve um barulho ensurdecedor e a parede caiu. Garry viu uma chance de sair por aquele buraco antes que entrasse mais monstros.

Pegou Ib nos braços e correu para o buraco. As estátuas, as pinturas, e mais as cabeças de manequins estavam andando, em busca deles.

Garry correu e viu que a porta de uma salinha estava aberta. Entrou dentro e a fechou, correndo mais e mais com Ib nos braços. Até que ela o soltou e ele a deixou deslizar para o chão.

– Acho que estamos longe o suficiente. Você está bem, Ib? – disse ele se virando para a menina.

Ela estava agachada com as mãos na cabeça. Garry chegou perto dela e perguntou novamente:

– Ib, você está bem?

Ela apenas caiu em seus braços e desmaiou.

– Ib? IB! – gritou Garry quando ela caiu.

Ele a pegou, novamente nos braços e procurou um lugar seguro. Achou uma pequena sala com alguns livros. Ib não estava morta, apenas desmaiou de cansaço, supôs o rapaz. Ele colocou livros como travesseiros e seu sobretudo como cobertor. Sentou-se ao lado da menina e ficou a observa-la.

Eu vou te proteger, Ib, não importa o que aconteça, eu vou te proteger. – jurou Garry para si mesmo. Depois, caiu no sono.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem. Bom, eu não postar mais fics até chegar n minha casa... mas ainda estarei online pelo tablet ou celular. ^_^
Quem tiver twitter, me segue lá é: /kusuridesu, ou o facebook, que é /manu.stay.here
Bjs



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