Ryuugamine no Densetsu! escrita por Devilish


Capítulo 5
O Passado do Homem com Olhos de Besta!


Notas iniciais do capítulo

Well. Primeiramente: Perdão! Demorei a postar o capitulo 5 por um simples motivo, eu fiquei sem internet. Mas agora a internet voltou então, aqui está! Espero que gostem deste capítulo por que eu realmente me empenhei nele, além disso, um bônus para vocês leitores! A Marcela, namorada de um amigo meu, desenhou a Aya e o Ryuu! Então, aqui está o link do desenho dela, que ficou muito bacana!

Desenho: https://dl.dropboxusercontent.com/u/185687535/Ryuugamine%20no%20Densetsu.png



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Era um dia de chuva, o céu estava cinza e as nuvens carregadas. Os trovões ecoavam pelos céus, como rugidos selvagens enquanto os ventos fortes uivavam. Um círculo de dez pessoas, trajando quimonos negros, estavam ao redor de um pequeno garoto com cerca de seus dez anos de idade. O garoto trajava um quimono branco, com detalhes em dourado e ao lado do garoto havia um pedestal de pedra com um jarro de ouro repleto de imagens decorando-o.

Todos curvaram-se ao redor do garoto, ficando de joelhos e logo após ficaram a reverencia-lo, erguendo os seus braços para cima e logo após, levando-os ao chão, repetindo isto incontáveis vezes. O rapaz então, retirou a tampa do jarro dourado e segurou-o com ambas as suas mãos, erguendo-o aos céus e logo após, virando-o de ponta cabeça, derrubando cinzas sobre sua cabeça. Os cabelos vermelhos do rapaz, agora mudavam de cor graças as cinzas sobre sua cabeça. Porém, a chuva logo foi lavando aquele tom de cinza dos cabelos ruivos do garoto.

Aquele rapaz, chamava-se Souen e acabara de encerrar o ritual de despedida do líder do clã, ao mesmo tempo em que havia terminado de realizar o ritual que tornava-o agora oficialmente o líder de seu clã. Um rapaz jovem, para um peso tão grande. O garoto fitou o céu cinza, que era refletido em seus olhos de um tom azul puro e então, esboçou um sorriso de canto. A sensação do garoto era a de que seu pai agora estava descansando em paz onde quer que estivesse.

Quatro anos se passaram e aquele rapaz agora havia crescido. Ele trajava uma armadura tradicional de cor vermelha, com adornos em dourado. Sua face era coberta por uma máscara negra que cobria quase toda a sua face, com exceção de seus olhos. Junto a Souen haviam centenas de Samurais sendo liderados pelo rapaz, todos trajando armaduras negras, com adornos em vermelho em suas armaduras. Eles eram conhecidos como o exército demoníaco Kasagima. Um exército composto por mi demônios, liderados pelo pior de todos, a besta de olhos azuis, Souen. Aqueles que decidiam tornar-se um obstáculo para os Kasagima, eram fatiados como porcos no abate, sem a menor piedade.

Souen junto de seu exército, encontrava-se em um campo aberto, totalmente deserto. O vento soprava, arrastando a poeira do chão de terra, todos empunhando suas espadas em mãos, frente a frente com o seu maior inimigo desde o começo dos tempos, o clã Kusanagi. Trez mil homens formavam o exército dos Kusanagi, conhecidos como Serpentes Brancas.

O rapaz desembainhou sua espada e então, ergueu-a para os céus, enquanto exclamava para seu exército de mil homens. – Homens! Não tenham medo! Hoje, iremos ter nossa vingança contra o clã Kusanagi, responsável pela morte de meu amado pai e também, o amado líder de todos nós! – Logo após falar isto, com tom determinado Souen apontou sua espada na direção do exército inimigo e avançou a toda velocidade em direção ao mesmo, empunhando sua espada com ambas as mãos, seguido por seus mil demônios.

Foram incansáveis horas de batalha, o sangue jorrava a cada instante. A desvantagem para os Kasagima era clara, porém eles lutaram com garra, dando tudo de si no combate. O exército dos Kuasanagi caiu, perante o poder dos 1000 demônios de Souen, que agora, eram apenas doze. Souen cravou sua espada no chão e então, retirou o sua máscara, jogando-a no chão e logo após, retirou seu elmo, colocando-o pendurado no cabo da espada. Sentou-se então próximo a espada, encostando-se na mesma.

O vento soprava no campo de batalha, trazendo consigo o cheiro do sangue de seus companheiros e inimigos, mortos na batalha. Os demais sobreviventes retiraram seus elmos e máscaras, fazendo o mesmo que Souen e assim, sentando-se. Entre eles, um destacava-se, um homem de cabelos prateados e expressão serena, que sentava-se ao lado de Souen. Aquele era o melhor amigo de Souen, ou melhor dizendo, praticamente um irmão para o rapaz.

– E então, Souen... Acabou? Finalmente nós conseguimos a vingança? – Dizia o garoto de cabelos prateados, com um tom de voz tranquilo enquanto retirava de sua cintura uma garrafa de argila, contendo Saquê e então, tomou um gole da bebida contida na mesma, logo após passando a mesma para Souen.

– Sim, Haizaki. Finalmente, chegamos ao fim dessa batalha. – Souen então esboçou um sorriso gentil e pegou a garrafa que Haizaki lhe passou, tomando um gole do saquê. – Fará o quê agora? Vai retornar para o seu lugar de direito como líder do clã Kirigakure?

– Sim, agora que cumpri minha tarefa em dar apoio a você em sua vingança, como um aliado do clã Kasagima, eu devo retornar a minha responsabilidade de líder do clã Kirigakure. Ainda tenho um longo caminho para a frente e preciso aprimorar minhas habilidades como Samurai. Não sou como você, um monstro com poder natural absurdo. Eu tenho que me esforçar. – Dizia Haizaki em tom sério, enquanto levantava-se, olhando ao seu redor. Os cadáveres caídos na terra, enquanto o céu tornava-se laranja quando o sol começava a se pôr. – O que pretende fazer agora, Souen? O clã Kasagima conseguiu uma fama negativa graças a guerra contra o clã Kusanagi e seus clãs aliados, vocês são mal vistos pelos outros clãs e também pelas pessoas.

– Sinceramente... Eu não sei. Acho que vou recomeçar tudo do zero. Na verdade, essa é a única opção que sobra, já que todo o meu clã foi exterminado, com exceção de mim e meus outros nove companheiros. – Dizia Souen, olhando para o céu. Corvos começavam a sobrevoar o local, alguns começavam a pousar sobre os cadáveres começando a alimentar-se das entranhas dos mesmos. – Acho melhor empilharmos logo estes corpos e queimá-los. Não podemos deixar que os corvos alimentem-se dos nossos companheiros.

Seis anos se passaram desde então, o clã Kasagima conseguiu restaurar parte de sua imagem, recomeçando tudo das cinzas. Uma nova casa, em um novo povoado. Todos casaram-se, incluindo Souen, que agora possuía um filho de dois anos de idade. Haizaki, havia assumido a liderança de seu clã e de tempos em tempos, encontrava-se com Souen para conversar e tomar saquê. Tudo estava em paz, os clãs estavam em harmonia, Souen tinha uma bela esposa e filha e cuidava de ambos, assim como também cuidava de todo o seu clã, agora significativamente maior.

Além disto, Souen sempre foi um gênio quando o assunto se tratava de manejar espadas, seu talento sempre foi naturalmente assustador. Agora com vinte anos de idade, Souen havia elevado-se a um nível superior, a espada para ele não era mais somente uma arma e seu estilo não era mais brutal como no passado. Porém não havia mais a necessidade de lutar e Souen muitas vezes chegava a considerar até mesmo inútil os dias em que ficava horas praticando.

Mas tudo que é bom dura pouco e essa regra aplicou-se a paz entre os clãs. Quando o clã Muramasa declarou guerra a todos os clãs, o caos espalhou-se. Houve uma reunião entre os demais líderes de clãs, para chegarem a um acordo e unirem-se contra o clã Muramasa, mas no fim das contas saíram todos de lá como inimigos. Os líderes acabaram pondo seu orgulho acima de tudo e todos acabaram discutindo. Agora todos os clãs haviam prometido lutar entre si para provar quem era o mais forte entre todos, é claro, haviam membros que não estavam dispostos a lutar. Souen e Haizaki eram parte destes e decidiram não lutar entre si e sim, aliarem-se.

Novamente os clãs Kasagima e Kirigakure estavam juntos em mais uma batalha, porém esta era de escala muito maior, seria uma guerra entre clãs, desencadeada por um ato tolo de apenas um único clã, o que fazia Souen refletir sobre suas ações no passado, pois ele também poderia ter desencadeado uma guerra na época em que enfrentou o clã Kusanagi. Dias se passaram e então ambos os clãs aliados já estavam preparados para a batalha. Trajando suas armaduras e armados com suas espadas, os homens despediam-se de suas esposas e filhos e marchavam para a batalha. Com a determinação de viverem para mais uma vez poderem ver o sorriso de seus entes queridos, eles estavam prontos para dar tudo de si na batalha.

Na saída de sua casa, para ir de encontro ao exército que o aguardava, Souen deparou-se com sua esposa e filha aguardando-o na saída. A pequena criança, chorava um tanto assustada e com medo de que seu pai jamais retornasse. A esposa de Souen no entanto, apesar de preocupada, mantinha um sorriso em sua face. Souen aproximou-se de sua esposa, que segurava a pequena menina em seus braços e então, aproximou sua face da testa de sua filha, beijando-a de forma carinhosa. A criança, aos poucos parou de chorar, porém ficou com seus olhos cheios de lágrima e soluçando, Souen então esboçou um sorriso amável e levou a mão esquerda até a cabeça da pequenina, afagando-a, enquanto olhava nos olhos da pequenina. – Não se preocupe, Yume. O papai voltará são e salvo e quando ele voltar, vai querer ver seu belo sorriso novamente... Mas, antes de ir eu também gostaria de vê-lo mais uma vez. – Dizia Souen e então, não demorou para que a garota esboçasse um sorriso alegre e inocente em sua face. Por um momento, os olhos de Souen brilharam ao ver aquela imagem. Ele então, aproximou sua face dos lábios de sua esposa, beijando-a de forma apaixonada e logo após, afastando a sua face da de sua mulher, ele despediu-se. – Eu irei retornar, Kana. Eu prometo. – E então, Souen colocou seu elmo e logo após, sua máscara. Montando em seu cavalo negro e partindo de encontro a seu exército.

Meses se passaram, dia após dia os clãs combatiam-se entre si em batalhas ferozes e todas as vezes em que derrotava o líder de algum clã, Souen dava a eles uma opção: Unir-se a ele ou morrer. Os homens eram orgulhosos e preferiam morrer pela lâmina da espada de Souen ao aliarem-se a ele. Os meses tornaram-se um ano, um ano sem ver esposa e filhos, os homens estavam já em seu limite, assim como a guerra que chegavam ao seu fim. Os clãs Kasagima e Kirigakure, finalmente chegavam ao fim da batalha, um último clã remanescente, o clã Muramasa. Um exército gigantesco, cinco mil homens ou mais, a maioria nem mesmo ao clã pertenciam, eram apenas mercenários ou bandidos.

O exército dos Kasagima e Kirigakure, mesmo juntos, não ultrapassava a quantia de mil homens ou menos, a desvantagem na batalha era evidente mas mesmo assim não recuaram, eles enfrentaram seus oponentes de frente com toda sua determinação e coragem, cada um daqueles homens possuía um grande motivo para não morrer, a vontade de ver seus entes queridos mais uma vez ao fim de um pesadelo, ver seus sorriso e suas faces alegres, aquilo manteve-os em pé por um ano inteiro, manteve-os firmes em sua causa. Se perdessem ali, seus entes queridos não mais estariam em segurança.

Menos de mil homens, unidos, superaram a força de um exército de cinco mil homens, sem qualquer motivação, sem qualquer propósito se não apenas o caos. Sem sofrer nem uma baixa, o exército da aliança dos clãs Kasagima e Kirigakure derrotaram o exército do clã Muramasa, onde apenas três restavam. Muramasa Saiga, o atual líder do clã Muramasa e seus dois fiéis servos, Muramasa Masato e Muramasa Noboru. Masato e Noboru avançaram contra Haizaki e Souen, confrontado-os em um intenso combate. Ambos, mesmo não sendo líderes de clã, tinham habilidades de mesmo nível, conseguindo pressionar Haizaki e Souen, até o momento em que ambos mostraram suas reais habilidades.

Haizaki fatiou Noboru sem ter a necessidade de sequer encostá-lo com sua lâmina, era como se o próprio vento fosse a sua espada. Já Souen, matou seu oponente sem causá-lo um único corte, era como se sua lâmina cortasse algo além da carne. Ambos os líderes possuíam poderes assombrosos, revelados a todos agora. Foi então que Saiga ergueu-se do lugar em que estava sentado, rindo. Ele então, abriu seus braços, enquanto mantinha um sorriso debochado em sua face. – Ora, ora... Vocês são assustadoramente fortes, hein? Hahahaha! Eu gostaria de saber o que aconteceria se vocês enfrentassem-se entre si. Vejo que vocês dois são grandes amigos, não é? Vamos, lutem para mim.

– Ora, seu...! Quem você pensa que nós somos?! Jamais lutaríamos entre nós para a sua diversão! – Dizia Haizaki, claramente irritado com Saiga, empunhando sua espada com ambas as mãos. – Darei um fim a você!

– Áh, que medo. – Dizia Saiga, ainda com um sorriso debochado, enquanto estalava os dedos de sua mão direita. Foi então, que um homem apareceu com a filha e esposa de Haizaki amarradas por uma corda. – Bem... Nós capturamos sua esposa e filha... Você bem descuidado, viu? Deixou seguranças tão fracos cuidando do seu clã... Deveria ser esperto como os Kasagima, os guardas deles aniquilaram meus mercenários sem problema.

– Seu bastardo, como pôde ser tão sujo, Saiga?! – Dizia Souji, tão irritado quanto Haizaki. Ele empunhava sua espada com sua mão esquerda, sua expressão facial era a de pura raiva naquele momento, não somente Haizaki e Souen, mas o exército inteiro atrás dele, todos emanavam a pura raiva.

– Muramasa! Eu vou arrancar fatiar seu corpo em mil pedaços se fizer qualquer coisa a minha esposa e filha! – Dizia Haizaki, liberando uma intensa aura prateada ao redor de seu corpo, enquanto os ventos começavam a rodeá-lo.

– Eu não vou fazer nada... A menos que enfrente Kasagima Souen em uma batalha até a morte. – Dizia Saiga, com um sorriso sádico estampado em sua face, enquanto dava gargalhadas de prazer com a situação.

– É claro que Haizaki não fará isso! Nós somos praticamente irmãos! – Dizia Souen, crente de que seu amado amigo jamais faria algo assim. Ele então, virou-se na direção de Haizaki. – Não é mesmo, Haizaki?! – Dizia Souen para seu amigo, um tanto nervoso com a situação. – Nós vamos dar um jeito, certo?

Haizaki no entanto, virou-se na direção de Souen e encarou-o com um olhar vazio e um rosto inexpressivo. Colocando-se então em posição de batalha, Haizaki começou a concentrar sua energia em sua lâmina. – Me perdoe, Souen. Não há opção.

– C-Como assim, Haizaki?! Sempre há uma opção! Nós vamos conseguir contornar essa situação, podemos arrumar outra alternativa para salvar sua esposa e sua filha! – Dizia Souen, tentando evitar um combate com o seu melhor amigo, ter de enfrentar até a morte a pessoa que considerava um irmão, aquilo era a pior coisa do mundo.

– Chega de sentimentalismo, Souen! – Foi o que disse Haizaki, com sua cabeça baixa, enquanto rangia seus dentes em fúria. Lágrimas escorriam por sua face, enquanto empunhava firmemente a lâmina de sua espada. – Lute! Se não lutar, eu não hesitarei! Eu não hesitarei em matar você! – Dizia Haizaki, sua voz estava tremula e rouca, obviamente não queria fazer aquilo tanto quando Souen, mas sabia, sabia que não havia uma outra opção. Avançou em direção a Souen a toda velocidade, pronto para desferir um golpe fatal.

Lágrimas escorriam da face de Souen também, ele não queria ter de enfrentar Haizaki, mas não haviam opções. Mesmo ele querendo contornar a situação ele sabia que não haviam opções. Souen também não podia simplesmente entregar sua vida a Haizaki, afinal, tinha uma esposa e filha e havia feito uma promessa a ambas. Segurou firmemente em sua espada com ambas as mãos e avançou em direção a Haizaki, contra-atacando o golpe do mesmo.

As lâminas de ambos chocaram-se, o impacto foi tão forte que fez com que o braço de ambos ricocheteasse para trás, como se algo repelisse-os. Naquele exato momento, o elmo e máscara que ambos utilizavam partiu-se em dois, revelando suas faces cobertas por lágrimas. Mesmo assim, eles continuaram, novamente trocando golpes com suas lâminas, cada golpe carregando sua determinação e seus sentimentos. Haizaki desferia uma veloz estocada com sua espada e por pouco, Souen desviava por pouco, sofrendo apenas um corte superficial em sua bochecha esquerda, porém a estocada de Haizaki também abriu uma abertura, que Souen aproveitou para desferir um golpe fatal que atravessou o coração de Haizaki. O sangue jorrou do peito de seu melhor amigo, manchando sua face em vermelho... Apenas seus olhos azuis podiam ser vistos em meio ao vermelho escarlate que cobria sua face. Souen baixou sua cabeça, rangendo seus dentes enquanto retirava a espada do corpo de Haizaki, que caia de joelhos, dizendo suas últimas palavras.

– Souen... Cuide delas... P... Por fa-... – Naquele momento a vida nos olhos de Haizaki se esvaiu. O corpo do líder do clã Kirigakure caia no chão, formando uma poça de sangue abaixo de si. Souen manteve sua cabeça baixa, o tempo todo. As nuvems começaram a juntar-se e tornarem-se negras e então, quando um trovão rugiu a chuva começou a cair no local.

Uma risada sádica e cruel havia começado a ecoar pelo local, era Saiga, com uma expressão de prazer e satisfação estampada em sua face. – Hahahahaha! Que belo, que belo! Um amigo ter de matar o outro... Mais do que isso, vocês eram irmãos! Hahahaha! Que lindo! Deixe-me ver s-... – Foi então que Saiga ouviu o som de algo caindo no chão, seguido pelo som de um esguicho. Quando olhou na direção, pode ver seu mercenário caindo com sua cabeça decepada e o sangue jorrando sobre Saiga. A menina e a esposa de Haizaki estavam desacordadas, então haviam sido poupadas de ver tudo aquilo. A expressão de Saiga, logo tornou-se uma expressão de pavor ao ver aquilo... Como podia, Souen ter aparecido ali daquela forma? Ele recordava-se de ter visto ele ao lado do corpo de Haizaki naquele exato momento.

Souen então, ergueu sua face e então, abriu os seus olhos, não era mais aqueles belos olhos azuis... Agora eram olhos selvagens, olhos de uma besta sedenta por sangue, que penetravam o fundo da alma de Saiga, aquele olhar, fazia-o ouvir uma voz ecoar pela sua cabeça dizendo “Eu vou devorar a sua alma!”, repetidamente. O corpo de Saiga ficou paralizado, enquanto Souen caminhava em direção ao mesmo com passos lentos e com um único movimento de sua lâmina, partiu Saiga ao meio. Sacudindo a sua espada logo após, fazendo o sangue sair da lâmina e cair no chão, agora molhado pela chuva. Souen então caminhou em direção ao exército dos Kirigakure e embainhou sua lâmina, olhando nos olhos de todos aqueles homens, enquanto falava com um tom de voz sério. – A partir de hoje, o clã Kirigakure deverá odiar o clã Kasagima. Nós, desonramos o nome do clã Kirigakure. Proporcionem um enterro digno ao seu líder. Ele lutou até o fim. – Souen então baixou sua cabeça e retirou-se, seguido pelos membros de seu clã.

Cerca de dez meses depois, Souen acabou morrendo por causas naturais, adquiriu uma doença que na época, era incurável, um morte que para um homem como ele podia ser considerada boa. Mas havia algo além, quando seu espírito deixou seu corpo. Souen despertou em um palácio, sentado em um trono e então, pode ver três luzes intensas surgirem a sua frente e então em perfeita sincronia três vozes ecoaram pelo local. – Kasagima Souen, você assim como as outras almas daqueles que envolveram-se na grande guerra entre os clãs agora estão castigados. Quando todos os clãs possuírem apenas um último descendente irão retornar ao plano mortal e novamente terão de encontrar-se em batalha mais uma vez e com isto, devem aprender uma lição. Vocês foram tolos e lutaram por orgulho, seus clãs irão cair com o passar dos anos e todo o sangue derramado terá sido em vão. Se vocês falharem em aprender a lição deste castigo, um destino cruel irá aguardar seus descendentes. – Aquela havia sido a primeira e única vez, durante muitos e muitos séculos que alguém havia falado com Souen.

Foi então, que após muito tempo, um rapaz medroso entrou em seu palácio. Naquele momento, Souji sabia que o momento havia chegado.

Todas estas memórias, passaram-se na cabeça de Ryuugamine como se fossem um filme, como se ele tivesse vivido todos aqueles momentos. Souen então retirou sua mão esquerda da testa do garoto e então, “sentou-se” no ar, flutuando. O garoto, que estava em pé, sentou-se na cadeira próxima ao computador e então ficou algum tempo olhando para o chão. A vida de Souen havia sido realmente difícil, embora houvessem momento felizes na mesma, havia realmente sido uma vida realmente difícil. Ter de assumir uma grande responsabilidade tão cedo, ter de matar o melhor amigo... Mas se fosse mesmo ajudar Souen neste conflito, Ryuugamine tinha certeza absoluta de uma coisa: Iria trilhar um caminho diferente do de seu antepassado.


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