Ryuugamine no Densetsu! escrita por Devilish


Capítulo 2
O Homem com Olhos de Besta!


Notas iniciais do capítulo

Corrigi o capítulo anterior, possuía vários erros. A partir deste capitulo, você caro leitor, pode realmente considerar que a história começou. Tenha uma boa leitura!



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Ryuu estava com um problema e tanto naquele momento, seu nervosismo diante da situação o fazia suar frio. “O que diabos é essa garota!? Um youkai?!”, era o que se passava na sua cabeça no momento em que a mesma rasgou sem uniforme com um único movimento da shinai. Ryuu havia deixado a garota claramente furiosa e agora deveria pensar em um modo de contornar a situação. O garoto deu alguns passos para trás, tomando mais distância. Ela era extremamente rápida, correr não iria adiantar muito.

Para a sorte do rapaz, um garoto passava de bicicleta bem ao seu lado, pedalando de forma despreocupada... Quebrando totalmente o clima tenso e pesado que o ataque de Aya criou. O garoto olhou com um olhar indiferente para Aya e Ryuu, rindo baixinho logo após passar pelos dois – Esses otakus... Não tem vergonha de encenar essas porcarias nem mesmo na rua... – Naquele momento, tanto Ryuu quanto Aya sentiram uma facada em seu peito (Ser um otaku no Japão não é algo bacana, muito menos ser confundido com um).

O rapaz então dobrou a esquina sobre sua bicicleta, sumindo da vista de ambos e quando Ryuu foi voltar seu olhar para Aya, ela simplesmente havia desaparecido de sua vista. Instantes depois ele pode ouvir um estrondo a alguns metros de distância, seguido por um grito feminino. - EU NÃO SOU UMA OTAKU, SEU IDIOTA! - Ryuugamine não pode conter a risada, mesmo em uma situação como aquela. – Essa garota não tem controle nenhum da raiva dela, ela é completamente pirada! Ah, espera! Eu sou o próximo! – Ryuu então se tocou que não estava em condições de relaxar, aproveitando o tempo em que a garota foi atacar o outro rapaz para dar no pé.

Após cerca de cinco minutos correndo para o mais longe de lá a toda velocidade, Ryuu finalmente decidiu parar após achar que aquela distância ele já estava a salvo. Mas o preço de sua segurança iria custar alguns yens. Aparentemente Ryuugamine estava bem distante de casa e iria ter de pegar um metro para retornar para casa. – Tudo isso por causa de uma louca que me atacou com uma espada de madeira.. Ainda bem que tenho um uniforme reserva, caso contrário certamente o meu pai iria me dar alguns cascudos. – Ryuu colocou as mãos em seus bolsos, baixando sua cabeça para encarar a parte superior do seu uniforme, completamente destruída pelo ataque da garota e assim suspirou descontente e caminhou em direção ao metro se guiando pelas placas de trânsito. Foi durante sua caminhada em direção ao metrô que novamente deparou-se com mais uma peculiaridade durante o seu dia...

Exatamente ali mesmo no meio da rua e do trânsito, uma loja com aparência antiga, feita de madeira e caindo alguns pedaços. Na fachada, uma placa dourada e bem polida com os kanjis iguais aos de seu sobrenome, “Kasagima”. O estranho em tudo aquilo, além do fato da loja estar no meio da rua? Aparentemente apenas Ryuugamine conseguia vê-la e mais ninguém. Os carros simplesmente passavam pela loja como se ela fosse intangível, o que estava havendo afinal? Os olhos do garoto se arregalaram perante aquela cena e ele ficou realmente assustado... Será que ele estava sonhando? Será que a pancada que levou na cabeça havia afetado as funções de seu cérebro? Ou será que aquilo era real e ele era o único que podia ver aquela “loja fantasma”? O garoto estava confuso e com medo.. Porém quando o sinal fechou e os carros pararam o corpo de Ryuugamine se moveu sozinho indo em direção a loja, ele queria parar mas não conseguia. Alguma força superior o fazia ir em direção ao lugar, como se ele estivesse sendo atraído.

E então, Ryuugamine finalmente havia adentrando a loja, ela parecia estar caindo aos pedaços por fora, com exceção da placa dourada que parecia estar muito bem cuidada. Ao observar o interior da mesma, parecia um lugar totalmente diferente, como se houvesse adentrado em um outro plano. Várias katanas, armaduras tradicionais de samurais, lanças, estátuas de ouro puro, que lugar era aquele? Ele era enorme! Um enorme salão, sequer comparava-se ao tamanho exterior da loja. Ryuugamine foi caminhando por uma espécie de corredor largo e extremamente comprido, as laterais do corredor eram repletas de armaduras segurando espadas e lanças, estátuas de dragões e leões feitas de ouro puro. Parecia-se muito com coleções de armaduras medievais da Inglaterra, porém, aquela coleção estava repleta de peças orientais, era como se fosse um museu e não uma loja. Após percorrer todo o corredor o jovem deparou-se então com uma pequena escadaria que levava a figura de um homem sentado em um trono, seus trajes eram muito semelhantes aos utilizados por samurais antigamente, seus cabelos era compridos e ruivos e sua cabeça estava baixa, impossibilitando Ryuu de ver o rosto do mesmo.

Ryuu parou de mover-se ficando apenas parado, observando. E então o homem ergueu sua cabeça e olhou no fundo dos olhos de Ryuugamine... Aqueles olhos. Os olhos do homem eram intensos, seu olhar passava a impressão de poder ver no fundo da alma de Ryuu, eram olhos de besta. O homem então se levantou, abrindo os braços e erguendo os mesmos em direção ao teto.

– Finalmente! – Exclamou o homem, parecendo alegre. – Finalmente após tanto tempo aguardando você veio! Um descendente puro do clã Kasagima, aquele que fará o Reiken-ryu renascer! O escolhido finalmente veio! – O homem então riu, sua voz tinha um tom grave e firme, semelhante ao de um homem com cerca de seus 40-50 anos, embora sua aparência indicasse que ele aparentava ter cerca de 19 a 20 anos, o homem então foi dar um passo em direção a Ryuu pare descer uma pequena escadaria, porém, tropeçou e rolou escadaria abaixo, batendo com a cara no chão. – Ugh.. I-Isso não foi nada, foi só.. Só um descuido meu. Eu estou bem. – Dizia, levantando-se. Sangue começara a escorrer de seu nariz, claramente ele não estava muito bem.

– Ei, ei.. Tem certeza de que você está bem..? Tem sangue escorrendo do seu nariz. – Dizia Ryuu, com cara de tacho. Aquele homem tinha aparentado ser alguém realmente incrível e então... Aquela coisa patética aconteceu.

– E-Eh? Sangue? – Dizia o homem, levando a mão direita até o próprio nariz, tocando no mesmo. Ele então olhou para a própria mão e pode ver o próprio sangue na mesma. – Eu acho que... Eu acho que estou ficando meio... Tonto. – E então, o homem desmaiou, ali mesmo. – ÃHN? VOCÊ SÓ PODE ESTAR DE BRINCADEIRA! OE, OE! VOCÊ NÃO PODE DESMAIAR ASSIM DO NADA! – Dizia Ryuu, correndo em direção ao homem e começando a sacudi-lo, o homem então acabou acordando e rapidamente recompôs sua postura, retirando um lenço de dentro do kimono e então, limpando o nariz. Após isto, o homem sorriu de forma galante e olhou para Ryuu. – Isto não foi nada, eu estava apenas brincando com você, hahahahaha!

– Brincadeira nada! Você realmente desmaiou após ver um pouquinho de sangue! – Dizia Ryuu, ficando um tanto puto com a situação. O mesmo então sacudiu a cabeça para ambos os lados, como um sinal de desaprovação e então, ficou em pé cruzando os braços. – Afinal, que história é essa de escolhido e descendente puro do clã Kasagima? – Indagou Ryuu para o homem a sua frente.

– Áh sim, quanto a isto... – Disse o homem jogando o lenço no chão e pegando de dentro de seu kimono um pergaminho e então, estendendo-o no chão, um pergaminho realmente comprido, com desenhos extremamente mal feitos do que deveria ser uma... Árvore genealógica. – Eu sou o espírito do seu ancestral, Kasagima Souen! Pode-se dizer que eu sou o seu Tataratataratataratataratataratataratataratataratataratataratataravô. Ah, espera... Acho que faltaram alguns “tataras”... Acho que... Um... Um mais dois... Um mais dois mais... – O homem começava a contar nos dedos quando então, era subitamente interrompido por um cascudo de Ryuu no topo de sua cabeça.

– Idiota! Esta me dizendo que você é algum tipo de fantasma?! E que desenho feio é esse?! Eram pra ser pessoas?! Parecem todos com coelhinhos! – Disse o garoto com um tom de voz um tanto exaltado, uma veia em sua testa havia saltado.

– Ei, ei, isso dói! Eu sou um espírito importante, ta legal?! Eu sou um poderoso samurai que derrotou todos os outros clãs! Me respeite! – Dizia o mesmo com lágrimas nos olhos após receber o cascudo, parecendo uma criança mimada, enquanto recolhia o pergaminho. – E deixe minhas obras de arte em paz! Elas são perfeitas, ok?! COELHOS SÃO UM SÍMBOLO DE PODER E HONRA! Tsc... Essas crianças de hoje em dia, não reconhecem mais a verdadeira arte, não respeitam os mais velhos, hunf.

– Então se você é um samurai tão forte assim, como você consegue desmaiar com o sangue do seu próprio nariz, hãn?! – Dizia cruzando os braços, enquanto rangia os dentes, frustrado. Ryuu então olhou em direção ao homem e então, novamente questionando-o. – Afinal... Qual é a dessa história?

– Bem, como eu ia dizendo... Eu sou seu espírito ancestral, meu nome é Kasagima Souen! Eu fundei o clã Kasagima assim como fui o criador do Reiken-ryu, o estilo utilizado pelo clã. O clã dos Kasagima foi um poderoso clã de samurais, que em uma era de violência derrotou todos os outros clãs e chegou ao topo, mostrando ser o mais forte. Porém com o tempo, as coisas foram mudando, geração após geração, cada vez menos iam praticando o Reiken-ryu e ele acabou caindo no esquecimento assim como as tradições do nosso clã. Eu esperei aqui neste palácio, até o dia em que um herdeiro puro do clã Kasagima iria vir até mim. Juntos eu e você devemos restaurar a honra do nosso clã diante dos outros e juntos devemos reviver o Reiken-ryu. Os ancestrais dos outros clãs também já despertaram e uma guerra vira novamente. Eu sou responsável por guiar você nessa batalha.. Pelo estado das suas roupas, acho que já se encontrou contra algum outro dos escolhidos... Não é verdade? – Dizia Souen, em um tom de voz firme e com um olhar sério. O ar do ambiente havia mudado drasticamente ali.

– B-Bem... Sim, é verdade. Uma garota da minha escola que eu nunca vi na minha vida me atacou hoje... Eu escapei por pouco. Mas ainda assim é meio difícil de engolir essa história que você me contou, mais do que isso, eu não sei como eu poderia me envolver em uma guerra se eu nem mesmo sei como lutar. Além disto, eu ainda não entendo como vários espíritos de outros clãs podem simplesmente despertar do nada. – Dizia Ryuu, queria acreditar na história de Souen, mas ao mesmo tempo isto era uma tarefa árdua para ele.

– Bem... Isso é algo que eu devo contar para você mais tarde, por hora, vou acompanhar você até a sua casa, eu não posso mais deixar você andar sozinho por aí você corre o risco de ser atacado novamente e sem o auxílio de um espírito guardião, você não vai ter chance alguma. – Souen, transformava-se em uma pequena esfera de luz que planava em direção ao pulso esquerdo de Ryuugamine, transformando-se em um bracelete vermelho. – Isso é uma boa forma de me esconder. Assim os outros não vão me ver andando por aí com você, embora eu acho que os demais também saibam fazer esse truque.

– Além de fantasma, você sabe virar acessórios fora de moda? Caramba... Bem, que seja, já que você insiste, vamos lá. Afinal, como eu não fui atropelado ao entrar pra dentro da loja?! – Questionou Ryuugamine a Souen, enquanto olhava para o bracelete que o mesmo havia virado, caminhando em direção a saída do local.

– Áh, isso é bem simples, ora bolas! Você está em uma outra dimensão. Ser um fantasma por muito tempo tem suas vantagens, eles te dão alguns bônus. – Dizia Souen de uma forma descontraída.

– Outra dimensão, é? Eu acho essa sinceramente a mais difícil de engolir. – Dizia Ryuu com um tom descrente após sair de dentro da “loja fantasma” que desaparecia logo após o mesmo sair de fora desta.

Ryuu andou algumas quadras até encontrar a entrada do metro, assim descendo para o subterrâneo e indo até o a recepção, onde comprou a integração do metro com ônibus para voltar para casa. O metrô parecia estranhamente vazio, incluindo o vagão em que o garoto estava, apenas ele e uma figura encapuzada, sentada em um assento na outra extremidade do vagão. Após cerca de trinta minutos de viagem, Ryuu desembarcou e então foi para o ponto de ônibus, totalmente deserto.

A figura encapuzada surgia a cerca de alguns metros do rapaz, nas costas do mesmo, retirando o manto negro de cobria seu corpo fazendo com que seus compridos cabelos prateados começassem a dançar junto com a brisa da noite, sendo banhados pelo brilho do luar. Uma lâmina reluzente então era desembainhada pela garota... Novamente, Kirigakure Aya iria atacar, agora mais letal.


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