Em uma era violenta, onde os clãs de Samurais enfrentavam-se entre si para provar qual o mais forte entre todos, surgiu um clã com um técnica capaz de superar qualquer uma, a espada era mais do que uma arma para eles, ela era uma extensão de seu corpo e mente, era parte de seu espírito. Este clã era conhecido como Kasagima e eram os portadores do Reiken-ryu (Estilo da Lâmina Espiritual), com suas habilidades notáveis, o clã Kasagima tornou-se o mais forte de todos, mantendo-se absoluto perante todos os outros clãs, no entanto...

O tempo foi passando e o mundo foi mudando, evoluindo. Os Samurais tornaram-se obsoletos, assim como as espadas. As técnicas de vários clãs conforme o passar as gerações foram caindo no esquecimento e é claro, o clã Kasagima também acabou por ter seu estilo secreto perdido. Agora, restava um único descendente direto do clã, este garoto se chama Kasagima Ryuugamine e está prestes a ter o seu primeiro dia de aula no colegial, na verdade, está atrasado.

Era uma bela manhã, céu azul e limpo com belas nuvens brancas, a brisa da primavera soprava e um jovem garoto de 16 anos, com cabelos ruivos balançando ao vento, corria de maneira desesperada por estar atrasado para o primeiro dia de aula, após acordar tarde por ficar vadiando em MMORPG’s até as quatro horas da madrugada, aquilo de certa forma já era algo comum para o garoto há dois anos. Mas este dia era especial, afinal é o primeiro dia do jovem Ryuugamine no ensino médio.

Ryuugamine iria estudar na famosa Escola Particular de Ensino Médio Dai-Yamato, conhecida por seus clubes excepcionais, ganhando destaque entre eles os clubes de kendo, basquete e futebol. Nenhum destes era a opção de Ryuugamine, o clube que o mesmo tinha como seu objetivo era obviamente o de informática. Porém, certos eventos decididos pelo destino, mudariam totalmente o rumo do jovem Ryuugamine naquele dia.

– Droga, droga! Atrasado logo no primeiro dia! – Eram as palavras ditas pelo garoto enquanto adentrava o portão da escola a toda a velocidade, as gotas de suor escorriam da testa do rapaz, após passar pelo portão foi lentamente diminuindo o ritmo da corrida. Ryuu podia sentir um embrulho no estômago, certamente era a comida que não desceu bem, afinal, engoliu tudo sem sequer se dar ao trabalho de mastigar direito, estava extremamente afobado. Logo após parar por alguns instantes antes que seu estômago o fizesse sofrer um “acidente”, Ryuu foi para o salão de cerimônias em passos de mansinho, adentrando o mesmo de forma cuidadosa para evitar ser notado, sentando-se em sua cadeira. Por sorte, chegou a tempo o suficiente para pegar a cerimônia de abertura antes do fim.

Ryuu suspirou aliviado após finalmente poder sentar-se em uma cadeira, levando o braço esquerdo até a própria testa limpando o suor da mesma com a manga do uniforme, sua respiração estava um tanto acelerada e é claro, com motivos, já que teve de correr cerca de treze quarteirões de sua casa até a escola como se não houvesse amanhã. Pode ouvir que o diretor da escola deu a última palavra, encerrando assim a cerimônia de abertura e de boas vindas aos novatos. Ryuu levantou-se de seu lugar e pegou a sua... – Droga! Eu não acredito que esqueci a mochila... Droga! – Ryuu não pegou nada, deixa pra lá.

Para a sorte do jovem Ryuugamine, no primeiro dia de aula seus professores resolveram não passar matéria alguma e sim, apenas desperdiçar o tempo de suas aulas para conhecer seus alunos e fazer as apresentações formais. Ao mesmo tempo em que Ryuugamine estava tendo um pouco de azar naquele dia, a sorte também parecia sorrir para o garoto, de uma maneira um tanto esquisita.

Horas se passaram e então, finalmente fora chegado o momento em que o rapaz e todos os demais alunos poderiam ir para casa. Ryuugamine mais uma vez suspirou aliviado, no fim das contas tudo em seu dia deu certo, sem maiores complicações. Caminhando com suas mãos dentro dos bolsos de sua calça, Ryuu olhava para o céu durante todo o caminho um tanto distraído, tão distraído que sequer notou o momento em que algo o atingiu com força na cabeça, lançando-o contra o chão.

– ARGH! M-Mas... Quem foi que fez isto?! – Dizia o rapaz levantando-se, levando a mão esquerda até o local de sua cabeça que havia sido atingido, foi uma pancada realmente forte, como se fosse um taco de baseball. Sua visão estava um tanto turva, porém mesmo assim o garoto esforçou-se enquanto olhava ao seu redor, foi quando seu olhar deu de encontro a imagem de uma bela garota, com olhos e cabelos prateados e uniforme de sua mesma escola, com exceção da gravata de cor vermelha, indicando estar um ano acima e em sua mão direita, uma shinai (Espada de madeira semelhante a katana, utilizada para treino de kendo). Foi quando a visão de Ryuugamine voltou ao normal, ele pôde notar que a expressão em sua face não era uma das mais amigáveis.

– Kasagima Ryuugamine! Eu irei derrotá-lo pela honra do clã Kirigakure! Eu, Kirigakure Aya serei a responsável por isto! – Exclamou a garota em um tom de voz sério, não custou a cair a ficha para o garoto de que a mesma estava realmente falando sério em relação a eliminá-lo. Ele só não entendia o porque como também não seria burro de ficar ali para perguntar. Ryuugamine deixou seus instintos selvagens falarem mais alto... E saiu correndo. Sim, instintos selvagens de um poderoso rato. Porém como um relâmpago, a garota surgiu na frente de Ryuu, bloqueando o seu caminho, o garoto imediatamente “freou” os seus passos acelerados e então, deu alguns passos para trás, enquanto tentava resolver as coisas de outro jeito.

– E-Ei, ei... Sério, nós não precisamos fazer isto, digo, pra que brigar..? Se minha família fez algo de errado, olha, desculpa... Podemos resolver isto de outro jeito... Sabe, júri de pequenas causas, ha... Haha.

– Júri de pequenas causas...?! Está dizendo que humilhar o clã Kirigakure é algo pequeno...? Ora seu! Eu irei arrancar a sua cabeça fora!

E naquele momento, Ryuugamine pôde ver com seus próprios olhos uma aura prateada emanar do corpo da garota, e logo em seguida a mesma desferiu um golpe com a espada cerca de cinco metros de distância do garoto, a pressão do golpe foi suficiente para abrir um grande rasgo no uniforme do garoto mesmo daquela distância.. Os olhos de Ryuugamine se arregalaram ao presenciar aquilo, ela realmente era humana? Foi a duvida que se passou pela cabeça de Ryuu naquele momento... Cabeça esta que estava prestes a ser arrancada.

– Droga... Agora ferrou tudo... – Foram as palavras ditas por Ryuu, que não sabia de que forma iria contornar aquela situação. Será que conseguiria evitar um combate contra aquela agora? Ryuu precisava pensar em algo e rápido.