Uma nova batalha escrita por Andreas


Capítulo 1
Atenciosamente N.F


Notas iniciais do capítulo

Insegura de si e de suas capacidades, Paige Rivers entra pela primeira vez na Central da S.H.I.E.L.D com um objetivo.



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Não é meu primeiro dia em Nova York, muito menos o primeiro dia em que passo na frente da Central da S.H.I.E.L.D segurando meu currículo. Nunca estive dentro da Central, muito menos respirei o ar fresco que aquelas janelas armazenam para os agentes, de todas as chances que tive, acabei voltando atrás, de todas as vinte e cinco vezes que estive naquela rua, o mais próximo que cheguei de conseguir entrar naquele prédio foi o dia em que atravessei a avenida e cheguei viva até o estacionamento, olhei para todas aquelas vidraças e voltei pelo caminho de onde havia vindo.

Mas é hoje o grande dia, depois de alguns anos juntando coragem e cursos variados, conclui meu currículo do jeito mais complexo possível, computação de modo avançado, cinco das línguas mais faladas no mundo, contabilidade e conhecimentos gerais, estava tudo em minhas mãos. Poderia seguir aquele caminho de olhos fechados, de tantas as vezes que já havia passado por ele, mas hoje seria diferente.

E lá estava eu olhando para o prédio mais bonito de Nova York, mesmo com alguns metros de distancia, já sentia o fervor em meu estomago, tudo parecia estar passando devagar, os carros, as pessoas, o vento, atravessei a avenida e cheguei á calçada da Central, contei meus passos até o portão principal e pressionei a barra para baixo como via todos os agentes fazendo, empurrei com o ombro esquerdo e entrei finalmente na empresa de uma super organização mais forte do que qualquer outra, respirei fundo aquele ar tão desejado, era frio e cheirava a poder, vitoria e conhecimento.

Me direcionei a um balcão de atendimentos e uma moça de cabelos louros vestida com um blazer preto com o brasão da S.H.I.E.L.D perguntou se meu interesse era de entregar o currículo, fiquei surpresa com a dedução dela, será que todos aqui sabiam que esse era meu objetivo ou será que haviam me visto passando pela empresa durante as vinte e cinco vezes e pensaram que eu era uma ameaça, seja como for, a moça carimbou meu currículo e me levou até uma sala. Me assustei em ver quantas pessoas estavam na fila com o mesmo interesse que o meu, era mais de cem e eu precisava de uma senha para atendimento.

Fiquei sentada em uma cadeira inteiramente confortável até chamarem o numero cento e quinze, já era quase sete horas e eu não tinha mais condições de aguardar mais um minuto, triste aqueles que teriam de esperar mais trinta pessoas serem chamadas, minhas chances diminuíram para menos cento e quarenta e quatro quando vi a quantidade de pessoas concorrendo a mesma vaga que eu, eram homens altos e mulheres bonitas, qual seria a possibilidade de conseguir o emprego, nenhuma.

- Srta. Rivers. – Eram cinco mesas divididas por vidros translúcidos, o agente da mesa numero três que havia me chamado era moreno de olhos claros, caminhei nervosa até a cadeira e sentei. Entreguei meu currículo e ele olhou admirado.

- Cinco línguas, isso confere Srta Rivers ?

- Confere agente.

- Vejamos – Ele correu os olhos pelos primeiros parágrafos. – Pittsford, uma bela cidade. – Comentou sobre minha cidade natal. – Dezenove anos Srta, o que deseja fazer aqui com dezenove anos ?

As coisas estavam ótimas, correndo por um maravilhoso percurso, até chegar nesse ponto negativo que é minha idade.

- Sei que agentes tem uma grande responsabilidade para com o país e com as demais organizações, sei também como é complicado defender uma empresa e seus abrigados. Mas se eu juntei todos esses cursos para meu currículo e me empenhei para estar aqui, é porque me sinto apta para competir a esta vaga, assim como os outros concorrentes – Falei sem pausa, respirei no final e o agente me olhava pasmo.

- Muito bem Srta Rivers. – Ele fechou meu currículo e o guardou em uma gaveta, apertou um botão e acima da minha cabeça o numero cento e vinte foi chamado.

- Só isso ? - Perguntei perplexa.

- Por hoje sim Srta. Pode se retirar para que o outro concorrente possa se sentar. – Fiquei parada por uns alguns minutos segurando firme a alça da minha bolsa. Eu estava gelada. – Srta Rivers, por favor.

Levantei de súbito e me desequilibrei, o próximo concorrente que já estava esperando eu sair para que ele pudesse se sentar, me segurou. Foi muito gentil e educado, com certeza sabia o quanto eu havia fracassado e como o currículo dele se sairia melhor do que o meu e conseguiria o emprego sem dizer nenhuma palavra. Sai da empresa totalmente desorientada, atravessei aquela avenida e por sorte não fui atropelada, seria melhor que eu tivesse sido, naquele momento, preferia morrer a ouvir de todos que meu sonho não se passou de um fracasso.

Voltei para meu apartamento, tranquei a porta e fechei todas as janelas, estava decidida a deixar aquela vida e voltar para Pittsford, desta vez eu havia fracassado de verdade e não teria nada que me fizesse voltar atrás. Me joguei na cama e dormi, quando acordei com o despertador no outro dia, percebi que não havia nem tirado a roupa, olhei ao redor e vi papeis espalhados por todo canto, o computador ainda ligado com meu currículo na tela e sem vontade de levantar, tirei meus sapatos e o blazer, fechei o monitor e fui para a cozinha.

- Bom dia pra você também Fitz. – Meu gato estava sentado em cima do balcão, como fazia todas as manhãs, ele esperou que eu fosse dar sua tigela cheia de leite, mas em vez disso desviei o caminho e me joguei no sofá.

Estava completamente desmotivada, fiquei lá o dia todo, dormi boa parte da tarde e a noite joguei um pouco de vídeo game e hackiei um site qualquer, meu passatempo favorito era pesquisar sobra conquistas e ganhos da S.H.I.E.L.D, mas isso não seria mais necessário. Fiquei a madrugada toda acordada olhando para o teto até cochilar durante uns dez minutos, olhei no relógio e ainda eram quatro e meia, levantei e fui até a sacada do apartamento, Fitz me seguiu miando. Fiquei olhando as estrelas por minutos, senti aquela brisa gelada que fazia na segunda noite do meu grande fracasso.

O mundo não parou para se lamentar a minha volta, ninguém parou para me consolar, os carros ainda corriam na avenida, a maré subia e as estrelas, elas continuavam lá, brilhavam como nunca, mesmo depois de toda a decepção e de todo o tempo perdido. Acabei dormindo lá e na manhã seguinte acordei assustada com o telefone, demorei a me levantar da cadeira, e quando cheguei à sala, ele parou de tocar.

Olhei para mim mesma no espelho da sala e vi uma garota fracassada, de dezenove anos sem uma perspectiva de vida, descabelada e ainda com a mesma roupa de dois dias atrás, esfreguei meus olhos e andei até a cozinha, quando passei pela porta de entrada, vi que Fitz estava brincando com alguns papeis. Fui até lá pega-los antes que ele os rasgasse como fez das outras vezes. Eram três envelopes. O primeiro envelope tinha a frase “dê uma segunda chance a sua vida” no verso.

- Amanhã. – Comentei comigo mesma e deixei a carta de lado.

Olhei o segundo envelope, não era nada de interessante, nada que me chamasse atenção e nada que pudesse mudar minha vida, amassei e joguei no chão para Fitz brincar, o terceiro e ultimo envolve guardava uma noticia que talvez mudaria mais minha vida do que o primeiro cartão de motivação.

Divisão Logística e Aplicação de Intervenção Estratégica Interna”. Estava escrito no verso, meu coração começou a acelerar, abri o envelope e comecei ler em voz alta:

Srta Rivers

Nós da companhia de Divisão Logística e Aplicação de Intervenção Estratégica Interna (S.H.I.E.L.D) temos como objetivo realizar a contraespionagem e a manutenção da lei, estamos por meio desta correspondência informando que no dia dezessete de fevereiro as duas e vinte em ponto, a Srta. deverá estar presente na reunião de monitoria internacional 2.0 na Central S.H.I.E.L.D. Estaremos a sua espera.

Atenciosamente N.F

Abracei a carta como se fosse a pessoa mais importante do mundo, comecei a rodopiar balançando os braços, peguei Fitz no colo, ele estava com a bolinha de papel na boca, abracei-o com tanta força que ele miou deixando a bolinha cair, coloquei ele no chão e corri para o calendário.

- É amanhã Fitz, AMANHÃ. – Ele me olhou furioso e deu meia volta.

Naquele mesmo instante percebi que talvez a primeira carta dissesse muito sobre o meu novo amanhã. Abri todas as janelas do apartamento, corri para o quarto guardar a carta em um lugar seguro e me dei ao luxo de tomar o banho mais demorado de todos os tempos. Naquele mesmo dia fui até a cabeleireira e comprei um blazer novo, voltei para meu apartamento ainda eufórica. Antes de dormir, li novamente a carta diversas vezes para ter certeza de que aquilo estava mesmo acontecendo comigo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do primeiro capítulo da minha mais nova fanfic, obrigada por chegarem até aqui, aceito criticas, elogios e o que mais for preciso para me sentir motivada a escrever os próximos capítulos ♥



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