Juste Attendre-I escrita por Melissa França


Capítulo 1
Le silence inquiétant


Notas iniciais do capítulo

A fic não terá muitos capítulos, foi uma ideia que tive que trabalhar com cuidado. Espero que apreciam a minha primeira RumBelle.
Boa leitura!



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Mais um dia que ela passava naquele castelo. O que ela achava que seria tortura acabou sendo talvez umas das melhores coisas que lhe acontecera. Rumpelstiltskin não era seu algoz, era seu amigo e às vezes até mesmo seu confidente. Ele a livrou de uma terrível queda, quando ela foi tentar abrir uma das cortinas do castelo. Por mais um pouco Belle podia jurar que se beijariam. Estaria a jovem se apaixonando pela Besta ou apenas havia confundido os livros de amor verdadeiro com a realidade?

Cada mês eram dois ou três livros terminados. Na maioria das vezes era tanta a vontade de ler e finalmente saber o final da história, que passava a madrugada inteira acordada somente com um candelabro para clarear as páginas. Lia sobre tantas coisas, lugares distantes, florestas assombradas, navios, mas o assunto que mais a agradava, sem dúvidas, eram os heróis. Era tão intrigante saber sobre eles. Cavalos, espadas, armaduras. Ela queria ser assim, ela sabia que havia se sacrificado para o bem do seu povo, no entanto o reconhecimento não veio.

Certo dia Belle estava tentando ler, mas o silêncio no castelo a pertubava. Claro que este era o melhor momento para fazer a leitura de seu livro, mas a moça já havia se acostumado com o som da roca. Desceu para conferir se estava tudo bem com seu senhor e a cena foi emocionante, a mais bela que já havia visto em meses. Ele estava comemorando um aniversário. Belle sempre soube que Rum ainda tinha humanidade, mas esta foi a prova concreta. O estopim para ela saber que já estava completamente apaixonada. Ele comemorava todos estes anos o aniversário do filho, o menino que ele sempre evitava falar, a criança que ele havia perdido.

Toda vez que Rumpelstiltiskin precisava fazer um acordo, ir a aldeia, reinos distantes e sabe Deus onde mais ele procurava almas desesperadas, Belle ficava sozinha naquele enorme castelo. Ela ficava acordada com uma xícara de chá na mão e um livro na outra, sentada na janela esperando o seu amado. Cada noite dele fora era mais angustiante do que a anterior. Naquele crepúsculo, entretanto, ela viu a sombra dele vindo com um embrulho nas mãos e o coração parecia que iria pular de seu peito.

Correu o máximo que pode até alcança-lo. Lhe deu um abraço tão forte, tão puro e ingênuo, mas que logo foi afastado. Rumple nunca tinha sentido algo tão conturbado, pertubador. Ela estava abraçando o Senhor das Trevas por livre e espontânea vontade, lembrou-se imediatamente de Cora. Não, elas não poderiam ser comparadas. Cora não tinha coração, era seca, tinha desejo de vingança e sede por poder, nada mais. E Belle.. Bem, ela era pura, via a bondade em qualquer criatura, além da beleza tão plena.

A moça ficou olhando com curiosidade o pequeno embrulho que ele tinha envolto aos seus braços. Ouviu um pequedo gemido e o pacote se mexeu, o que a assustou. Esqueceu do abraço rejeitado e antes que pudesse pensar em qualquer coisa sua voz saiu sem sua permissão:

– Isso é um... bebê?- A voz dela falhou.

– Bom, não é um carneirinho... - Ele disse entregando a criança nos braços de Belle.- Leve-a lá para dentro, espero não acordar a noite com o choro disso.

– É uma menininha?- Belle disse sem tirar os olhos da criança que dormia em seus braços, estava suja, mas era tão linda. Rumpelstiltiskin apenas balançou a cabeça em afirmativo.

A princesa não sabia quem era a neném no seu colo, não sabia o porquê dela estar com o Senhor das Trevas, mas principalmente não sabia como ela cuidaria de um bebê. Era óbvio que ela já tinha lido sobre recém-nacidos, mas não achou que precisaria usar o que aprendeu tão cedo. Na verdade, achou que nunca teria um filho já que estava presa ali. Provavelmente a menininha havia acabado de nascer, a pele estava rosada e ainda suja, os olhos da criança não abriram e ela era verdadeiramente pequena. Talvez até menor do que um recém- nascido comum.

Belle ficou tão encantada com aquela criaturinha em seus braços que não conseguia tirar os olhos azuis reluzentes de cima dela, a cada olhada ela podia perceber os traços da criança. Não tinha cabelo algum, o rostinho e o corpinho estavam enrugados e os olhos ela ainda não havia definido cor exata. A gorotinha em seus braços começou a chorar e colocar as pequenas mãozinha no decote de seu vestido. Ela não sabia o que fazer.

– Shh... Quietinha, pequena. Estou aqui, calma meu benzinho.

Ela embalava a menina sem saber o que ela queria, foi andando até o quarto que ganhara de Rumpelstiltiskin com a criança aos berros. Ele não tem coração, ao menos se eu soubesse o que ela quer. Pensava enquanto tirava o manto que cobria o bebê. Pegou a bacia que usava todas as manhãs para lavar o rosto e as mãos e colocou o pequeno ser dentro dela. Não podia ficar chamando a criança de bebê, menina ou garotinha para sempre, então houve a ideia.

– Que tal um nome para você? Deixe me pensar. Eu realmente não sei... O que achas de Claire? Possui um belo significado. Significa brilhante.- Ela perguntou para a recém-nascida em seus braços. O bebê como forma de negativa chorou alto, fato que fez com que Belle parasse os movimentos de jogar água com as mão na menina e retirasse rapidamente a mesma da bacia.

Limpou com as mãos o que ficou do branco e enrolou-a no lençol que cobria sua cama, não estava frio, mas por ser tão pequena e delicada Belle achou melhor assim. A garotinha ainda chorava, os pulmões eram fortes. Logo o Senhor das Trevas não aguentava ouvir os berros de fome da menina e caminhou até o quarto de sua serva. Lembro-se de Bae e de quantas vezes enquanto ele era pequeno Milah saia de casa para não ouvir o choro de fome do filho. E que ele sempre ficava ao lado do garoto tentando desviar sua atenção para ao menos enganar o estômago do menino.

– Acho que ela está com fome.

– O quê? - Belle se assustou com a voz de Rumple e virou rapidamente com o bebê ainda chorando em seus braços.

– Fome. Não sabe que os bebê nessa idade costumam sentir fome? - Ele disse quase que em tom de piada, quase.

– É claro que eu sei. É só que... Eu não tenho leite e eu não sei onde poderia arrumar um pouco agora.- Ela disse de forma desapontada.

– Eu sei, você apenas deve acreditar que tem e a magia estará feita!

– Mas como? Eu não sou mãe, não posso ter... - Antes dela terminar Rumpelstiltiskin sugeriu algo.

– Eu posso lhe dar. Pelo menos até o tempo que ela ficar.

– É claro, você pode fazer qualquer coisa...- Ela deduziu o óbvio até perceber o que ele havia falado depois.- Espera! Ela vai embora?

– É claro, no castelo não tem espaço para uma criança. Mas até lá você terá que cuidar dela...

– Quem é ela?

– Amamente-a depois conversamos. Não conseguiremos ter um diálogo decente com ela berrando.

Belle assentiu com a cabeça e começou desabotoar a parte do vestido que cobria os seios. Estava apavorada, como Rumpelstiltiskin conseguiria fazer com que ela amamentasse? A vergonha veio exatamente na hora que viu que ele a observava com ternura, ela o olhou como se estivesse o convidando a se retirar.

– Ah, é claro. Desculpe-me, daqui há pouco volto para saber se deu certo. Só um aviso, talvez demore um pouco para o leite vir, mas não se aflija. Apenas acredite que você pode.

– Obrigada. - Disse tão tímida que ele chegou achar que alguma coisa estava errada.

Como ele avisou demorou um pouco, poderia até dizer que doeu também, mas ver aquele bebezinho tão pequeno e dependente dela satisfeito a fez abrir um sorriso tão materno, tão sincero... Sentiu como se tivesse realmente algo só dela, a pior parte era saber que daqui há algum tempo Rumple levaria a menininha. Quando viu que ela adormeceu em seus braços abotoou novamente o vestido e depositou a criança na cama.

– Precisamos de um nome para você minha princesa... O que achas de Charlotte? Na minha terra significa: "Aquela que é forte." Acho que combina para você, afinal estas vivendo no castelo do Senhor das Trevas.- Ela conversava com o bebê que dormia docemente e possuia um jeito divertido na voz.

– É um belo nome, mas não.- O homem se aproximou dela fazendo-a levar outro susto. O mais estranho é que não se zangara e nem mesmo se magoara com o que ela acabara de dizer, de certo modo achara até engraçado.

– Por que não? Tens uma ideia melhor?

– O nome é lindo, como já disse. Mas não vamos nomeá-la.

– Por quê? Não quero ficar chamando-a de bebê para sempre.

– É lógico que não vai, arranjarei uma família para ela em breve. Não demorará muito para ela ir embora, não quero que você se apegue a criança.

– Eu estou a amamentando, como você não quer que eu me apegue a ela? Eu consigo cuidar dela!

– E o castelo? Vou ter eu mesmo que limpá-lo?

– Eu dou conta dos dois! Posso fazer isso, senhor.

A última palavra chegou aos seus ouvidos de forma dolorosa. Senhor? Fazia algum tempo que ela não o chamava assim.

– Não. Você é só uma menina, queridinha. Nada além de uma criança que não nada do mundo.

Queridinha? Belle sabia para quem ele usava esta palavra, raramente a chamava assim. Mas antes que ela pudesse dizer algo para retrucar o embrulho em cima da cama se mexeu.

– Ao menos traga roupas para a pequena. Não posso ficar enrolando ela nos lençóis.

Uma fumaça roxa se formou no armário e logo se desfez.

– Ali tem roupas e fraldas de pano para a bebê. E aqui...- Ele fez menção a própria mão.- Alguns vestidos para você.

– Para mim?

– Amamentar é difícil, ainda mais sem a roupa apropriada.

– Quando você parte?

– Daqui há dois dias.

– Me conte sobre ela... Sua mãe não a quis?

Ele parou na frente da moça abriu a boca para lhe dizer a origem da princesinha que estava com eles, mas de repente parecia que ele havia se lembrado que era o Senhor das Trevas.

– Tudo que você precisa saber, você já sabe. - E rapidamente fechou a porta, ocasionando um barulho, o que fez a pequena chorar outra vez.


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Notas finais do capítulo

Para quem quiser ver a pequena: http://cdpblog.com/wp-content/uploads/2009/02/ro0f1992e.jpg

Bem, quem conhece o trabalho da Emilie sabe que é este lindo bebê da foto, mas quem não conhece não tem problema.
Lembre-se de comentar, uma autora triste mata personagens, ok? Bjusss....



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