7 ANOS DE IDADE

“Edward me fez entender que eu era apenas uma mulher e não a mulher maravilha. Que eu não poderia fazer mil e umas coisas ao mesmo tempo. E que na vida existem contra tempos. A minha resposta? Eu queria ser a mulher maravilha”.

(Trecho do capitulo)

Era sábado, graças a Deus eu não trabalhava. Dei uma olhada no relógio assim que Edward saiu de casa para ir pro hospital. Meu marido se formou em Medicina ano passado e hoje é neurologista. O relógio marcava 6 horas. Suspirei e rolei na cama procurando dormir novamente.

Algum tempo depois senti alguém deitar do meu lado, pelo sutil movimento deveria ser Cameron. Estendi o braço coloquei ao redor dela a puxando.

-Ai.

Ela resmungou. Abri os olhos assustada e ela tinha uma mão atrás da nuca.

Sentei-me rapidamente

-O que foi? Machuquei você?

Perguntei tocando a nuca dela. Estava meio que rígida.

-Não. É que ta doendo.

-Doendo? Como assim? Desesperei-me. Ela nunca havia reclamado de dor na nuca.

-Doendo mãe. Doendo.

Ela disse revirando os olhos.

-Você dormiu de mau jeito?

Ela resmungou e virou de lado, me ignorando.

-Não mãe.

Dei uma olhada em Cameron. Toquei sua testa e ela parecia febril.

Ponderei em ligar para Edward, mas talvez fosse apenas uma gripe. Eu não queria incomodá-lo. Cameron sempre ficava gripada.

Deitei novamente mais não consegui dormir. Cameron se remexia direto e resmungava de dor.

Levantei-me por volta de 9 horas. Tomei um banho rápido e me vesti.

Cameron ainda dormia na minha cama.

Desci para a cozinha e procurei fazer meu café.

Lavei a louça e segui para a sala. Liguei a TV e procurei me distrair.

Achei estranho Cameron não levantar da cama, já ia dar a hora do almoço.

Subi e procurei ver se estava tudo bem.

Assim que entrei no quarto percebi que ela estava acordada e seu peito subia e descia rapidamente.

-Há quanto tempo esta acordada?

Com dificuldade ela falou

-Algum...Tempo.

-Esta cansada de que?

Perguntei indo me sentar na cama.

-Não...Sei.

Ela disse virando

-Então vamos descer.

Falei

-Podemos brincar hoje amor ou quem sabe ir para casa do Tio Jasper. O que acha?

Ela riu levemente.

Percebi que ela mal conseguia levantar da cama. Preocupada a ajudei.

-Cameron meu amor por que você não me diz o que tem? O que você sente heim?

Perguntei passando a mão sobre sua testa

-Nada mãe. Meu corpo só esta doendo. Esqueceu que ontem eu brinquei a noite toda com o papai.

Engoli em seco.

-Verdade.

Talvez seja isso mesmo. Ela deve estar esgotada de ontem. Passou a noite brincando com Edward.

Tentei dissipar a preocupação.

Depois que ela tomou um banho e comeu fomos para a casa de Jasper.

-Bella. Alice correu ao meu encontro.

-Ei Alice.

-Que surpresa maravilhosa. Ela falou abraçando minha filha que fez uma careta. Reconheci sendo de dor.

O que ela tinha? Por que ela não me falava nada? Suspirei.

Cameron ficou assistindo TV com o Jasper já que ela disse que estava muito cansada para poder correr. Dizia que as pernas doíam.

Jasper me deu um olhar significativo. Claro Cameron nunca se recusava a brincar. Mesmo que estivesse com uma dor de cabeça.

Fiquei conversando com Alice na varanda.

-Cameron esta estranha hoje.

Ela observou

-É. Ela reclamou de dores pelo corpo. Mas ela me diz que não é nada.

-A achei quente.

-Também.

Suspirei

-Deve ser gripe.

Alice murmurou pensativa

-Por isso não quis incomodar Edward.

Mudamos de assunto. Esqueci por um momento a minha preocupação. Mas algo me dizia que tinha alguma cosia errada. Pensei em ligar para Edward, mas e se não fosse nada de mais?

Ela já ficou gripada e são os mesmos sintomas. É dever ser apenas uma gripe.

-CAMERON!

Ouvi Jasper gritar. Eu e Alice ficamos em pé em um pulo e corremos ate a sala.

Cameron estava curvada vomitando. E Jasper a segurava.

-OH MEU DEUS. Gritei indo de encontro a minha filha.

-Bells ela esta queimando de febre.

Jasper disse tocando a testa da minha filha.

-Eu vou ligar pra Edward.

Alice disse pegando o telefone.

-Cameron. Cameron.

Tentei chamar a atenção dela que não parava de vomitar.

-Por que ela não para?

Perguntei atordoada.

-Cameron.
Jasper também começou a chamar.

Assim que ela terminou de vomitar levantou o rosto, seus olhos estavam marejados.

-Ta doendo mamãe.

Ela disse colocando a mão atrás da nuca.

-Oh meu Deus.

Foi a única coisa que consegui murmurar. O que isto poderia ser? Só poderia ser grave. Minha filha só se dava por vencida quando a dor se tornava insuportável.

Jasper a pegou no colo.

-Vamos levá-la ao hospital do papai.

Ele disse apressado vendo minha filha chorar e reclamar de dor.

-Edward esta esperando.

Alice disse pegando minha bolsa e me entregando.

-Vamos Bella!

A senti puxar meu braço. No momento a única coisa que passava em minha cabeça era: O QUE ESTAVA ACONTECENDO COM MINHA FILHA?  O QUE EU FIZ OU NÃO FIZ?

Não percebi que havia saído do transe e que estava sentada com minha filha atrás do carro de Jasper.

Cameron virou o corpo e vomitou.

-JASPER

Gritei desesperada.

-Calma Bella.

Ele tentou me acalmar. Mas era impossível. Eu tinha minha filha no colo vomitando e não sabia o quer fazer.  Eu não tinha a mínima idéia do que fazer.

Tirei o cabelo de Cameron do rosto. Todo o percurso ela reclamava dizendo que a nuca doía. E a cada gemido de dor meu coração apertava.

Jasper estacionou na frente do hospital.

Vislumbrei Edward e Carlisle de jalecos correndo em nossa direção.

Edward abriu a porta do carro e tirou a filha.

-Por que não me ligou antes?

Ele perguntou atordoado.

-Não sei.

Minha voz estava chorosa.

Entramos no hospital de uma vez. Varias pessoas olhavam.

Edward levou Cameron ate uma sala e a colocou na maca.

-Muito bem amor. Diga ao papai aonde dói.

Cameron segurou a nuca

-Aqui.

Edward olhou para o pai e engoliu em seco.

-Edward?

O chamei. Ele me ignorou.

-Cameron se doer fale certo?

Ela acenou

Edward tocou a nuca da filha.

-Dói. Ela estremeceu

-Esta rígida.

Edward disse. Sua voz saiu nervosa.

-Edward tente abaixá-lo.

Carlisle instruiu o filho.

Edward começou a abaixar o pescoço de Cameron. Ela guinchou de dor.

-AI!

Ele parou de repente.

-A perna.

Carlisle apontou

Edward estirou a perna esquerda de Cameron.

-AI PAI.

Minha filha gritou de dor e então chorou.

Edward enfim se afastou da filha e olhou para o pai.

-É melhor fazer os exames.

Carlisle saiu da sala.

Edward tinha os olhos arregalados.

-Edward? Edward o que esta acontecendo?

Ele não me respondia apenas olhava para Cameron.

-EDWARD!

Gritei.

-Bella calma.

Alice disse ao meu lado

-CALMA UMA OVA! EDWARD! O QUE ESTA ACONTECENDO?

Novamente gritei.

Pela expressão de Edward eu conseguia entender que era algo preocupante.

Edward olhou para mim e então respondeu

-Acho que ela esta com meningite.

Senti as lagrima descerem pelos meus olhos e então tudo escureceu.

Ao abrir os olhos foquei Alice acariciando meus cabelos.

-Oi Bells. Que bom que acordou.

Ela sorriu

-Alice? Onde esta Cameron?

Perguntei me levantado rapidamente. Ela não respondeu, pois a porta abriu e Edward apareceu.

-Acordou? Bela hora para desmaiar.

Edward disse indo sentar ao meu lado.

-Idiota. Onde esta minha filha?

Perguntei impaciente.

-Bells. Felizmente a meningite dela é viral. Ela só tem que ficar uma semana internada. E então pronto. Ela vai ficar bem. Já esta tomando os antibióticos.

Ele disse passando o braço sobre meus ombros.

-Quero vê-la.

Levantei

-Tudo bem. Vamos.

Ele pegou minha mão e me levou ate um quarto. Assim que abriu a porta pude ver Cameron deitada com Emmett, Rose e Paul ao seu lado.

Ela estava pálida parecia mais agora. Também tinha marcas roxas embaixo dos olhos e uma intravenosa.

-Mamãe.

Ela sorriu assim que me viu. Corri ate ela e beijei sua mão.

-Oi amor. Como esta se sentindo?

-Exausta.

Ela bufou. As pessoas atrás a gente riram.  

-Mas logo, logo vai ficar disposta.    

Ela sorriu

Minha filha recebeu visita de todo mundo. Sempre rindo e brincando.

Eu só ia para casa tomar banho e voltava.  Felizmente minha filha respondeu muito bem ao tratamento.

Edward deu graças a Deus por ter sido meningite viral.  Sem entender o por que também dei graças a Deus.

Daqui a alguns dias ela estaria em casa e saudável. Correndo, brincando e aprontando. Como ela sempre foi.

Lembro-me de uma conversa que tive com minha mãe no hospital.

Às vezes eu me culpava por ela ter ficado doente. Falava que não tinha cuidado muito bem dela. Que às vezes a deixava de lado.

Ela dizia que Maddie é um ser humano e com isso ela tente a ficar doente.

Como todo ser humano.

Confesso que foi difícil de aceitar isso, pois nós mães sempre queremos proteger nossos filhos. E quando eles ficam doentes, mesmo que seja apenas uma gripe nos preocupamos. Ás vezes ate nos culpamos. Como eu fiz.

Mas agora eu vejo que nem sempre podemos protegê-los.

E nada se compara com a imagem de quando a vi entrar em casa nos braços do pai sorrindo. E acima de tudo saudável.

Edward me fez entender que eu era apenas uma mulher e não a mulher maravilha.

Que eu não poderia fazer mil e umas coisas ao mesmo tempo e também não poderia evitar as coisas. Pois mesmo que eu cuidasse da Maddie eu tornaria a ficar doente, mesmo com meus cuidados. E que na vida existem contra tempos.

A minha resposta? Eu queria ser a mulher maravilha.