Rubi - A descarada escrita por Amber Dotto


Capítulo 41
Capítulo 41


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem
Boa leitura :)



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Apartamento dos Ferreira

– Dona Rubi! Que bom que você voltou, essa casa não é a mesma sem você. – Pronunciou-se Dora rapidamente.

– Oi Dora, e como foram as coisas aqui em casa? – Questionou Rubi.

– Bom, não aconteceu nada demais. O Sr. Heitor conseguiu cuidar dos dois pestinhas, apesar de estar muito preocupado com a senhora.

– Hum... mais alguma coisa?

– Eh... Chegou uma daquelas cartas anônimas, mas não era pra senhora, era pro Sr. Heitor.

– E o que você fez?!

– A senhora disse que eu deveria jogar fora todas as cartas anônimas que chegassem...

– Fez muito bem, e não contou nada pro Heitor não foi?

– Claro que não Dona Rubi. – Disse Dora. – A senhora não sabe quem é que manda essas cartas?

– Não. Você acha que se eu soubesse, elas ainda estariam chegando?

– Mas é que... Você já parou pra pensar que... – Persistiu Dora antes de ser interrompida por Rubi.

– O que foi Dora? Quer me dizer algo? Você sabe de alguma coisa?

– Não, eu não sei de nada, eu queria poder ajudar a senhora mas infelizmente não sei como. – Prosseguiu Dora guardando seu palpite. – Eu gostaria de saber se já posso começar a arrumar as malas. – Prosseguiu desconversando.

– Eu não sei Dora. Pergunte ao Heitor quando ele chegar. – Respondeu Rubi. – Vou ver o meu filho. – Disse indo até o garoto que estava no quarto.

– Mãe, quer desenhar comigo?

– Quero sim, o que você está fazendo? – Questionou Rubi sentando no chão ao lado de Henry.

– É a nossa família, essa é você, esse é meu pai e aqui somos eu e a Lisa. Ah e esse é o Rusty. – Disse Henry se referindo ao cachorro.

– Olha, até o Rusty está ai. Ficou muito bonito, porque você não colore o seu desenho?

– To sem lápis de cor. Ficaram todos lá em casa. Aliás, tudo está em nossa casa.

– Está com saudades de casa né meu amor?

– Estou sim mamãe. Eu não gosto muito daqui, eu gosto da vó Elisa e do vô Genaro. Também tem a tia Cristina, a Fernandinha, e até a tia Lola, mas eu não gosto do Alessandro.

– Meu filho, já conversamos sobre isso. Ele te fez alguma coisa?

– Não. – Respondeu o garoto dando os ombros.

– Então Henrique.

– O meu pai não gosta dele. Ele me contou que o Alessandro quer separar nossa família, que ele quer levar você embora. Mas, você não vai né mãe?

– É claro que não meu filho. Escuta, eu amo você, sua irmã, seu pai e nunca vou abandonar vocês.

– Promete?

– Prometo. – Respondeu Rubi dando um beijo no filho. – É por isso que você não gosta do Alessandro?

– É sim.

– Pois então esqueça isso. Que tal qualquer dia nos dois irmos visita-lo no hospital pra você pedir desculpas por ter sido rude com ele?

– Eu não sei...

– Por favor Henry. Faça isso por mim?!

– Ok mãe. – Respondeu o menino contrariado.

– E também vamos a casa do Carlinhos.

– Eca, eu não gosto daquele moleque!

– Eu não sei com quem você anda aprendendo essas coisas. Você foi muito cruel com ele na festa da Fernandinha.

– Eu só não queria brincar com ele.

– Mas não é assim Henry. Você deve ser gentil com todos.

– Rubi ensinando o filho a ser gentil?! Quem te viu e quem te vê hein meu amor. – Diz Toledo interrompendo a conversa. – Nem me avisou que iria sair hoje do hospital fofa.

– Eu não sabia que iria ter alta hoje e estou sem celular Toledo. – Respondeu Rubi. – Mas se você tivesse voltado outras vezes ao hospital, saberia.... Qual o problema hein?

– Sua sogrinha não me suporta, esqueceu? Quando você me expulsou do seu quarto, ela aproveitou para me proibir de voltar. Estou muito magoado pois sei que você recebeu até a maldita manquinha....

– Quem é manquinha mãe?

– Ele quis dizer magrinha filho. – Mentiu Rubi ao garoto. – Porque você não vai tomando seu banho? Daqui a 5 minutos estou indo lá te ver e depois nós vamos lanchar.

– Não demora hein mãe. – Disse Henry saindo do quarto.

– Toledo! Você não pode dizer essas coisas quando meus filhos estiverem por perto. São duas crianças.

– Me esqueci que agora você é a mamãezinha exemplar.

– Não sou. Só não quero que eles sejam como eu.

– Porque Rubi?! É tão difícil assim encarar o espelho? É difícil lembrar do passado sem sentir remorso e culpa por mentir?

– Vá pro inferno. – Respondeu Rubi dando as costas ao amigo.

Casa de Genaro Duarte

– Heitor, que bom vê-lo aqui. Soube que a Rubi já teve alta, como ela está?

– Está muito bem, graças a Deus não foi nada sério.

– Não sabe o quanto me alegro em ouvir isso. E você Lisa, o vovô estava com saudades e a Tia Nathy também. Porque não vai lá dentro vê-la?

– Tudo bem vovô. – Respondeu a menina que saiu correndo.

– Cuidado hein Lisa. – Advertiu Heitor.

– Quando vocês vão embora? – Indagou Genaro.

– No fim de semana no máximo. A Rubi sente saudades daqui, eu já percebi, mas infelizmente teremos que voltar.

– Porque tão rápido meu filho?

– Eu... Er... Padrinho, aconteceram algumas coisas e eu tenho que resolver.

– O que houve?

– Eu não quero que a Rubi saiba, então tudo o que eu te contar, vai ficar apenas entre nós ouviu?

– Claro filho, você sabe que eu sempre guardei os seus segredos.

– Você sabe que eu só entrei naquela construtora porque o Rafael Montenegro me ajudou não sabe?

– Sim, ele te ajudou. Mas todo o mérito por projetos, prêmios e investimento é seu Heitor.

– Bom, isso não vem ao caso agora. O fato é que ele e aquela maluca da Flora, estão se divorciando e ela resolveu acusar o Rafael de fraude. Segundo ela, o Rafael desviou dinheiro da empresa durante anos, e se isso for verdade eu estou com grandes problemas. Aliás eu já terei problema de qualquer jeito.

– Como assim?

– Estou falando sobre problemas legais, perder todo o meu dinheiro. O assunto é pior do que você imagina, então eu tenho que voltar o mais rápido possível.

– Mas como você deixou as coisas chegarem a esse ponto?

– Eu não sei padrinho. Eu não entendi muito bem o que a Flora quer e não acredito que o Rafael tenha feito realmente tudo o que ela disse. Eu o conheço e sei que ele é um homem honesto, ela que é meio desequilibrada.

– Você deveria es Rubi.

– Não posso. Eu não quero deixar ela preocupada.

– Não quer deixa-la preocupada ou está com medo de que ela te abandone?

– Não é nada disso padrinho.

– Eu realmente espero que não seja, pois a Rubi tem demonstrado ser uma grande mulher. Eu sei que ela te apoiaria nesse momento, e acho que você deveria ser honesto com ela meu filho.

– Eu tenho que pensar padrinho. A Rubi tem a carreira dela, os problemas dela, já cuida de mim e dos meus filhos. Não é justo chegar com mais problemas para ela.

– Você quem sabe meu filho.

– Vou chamar a Lisa. Quero ir pra casa, ficar com minha família. Eu só queria te contar o que estava acontecendo.

Apartamento dos Ferreira

– Meu amor! – Exclamou Rubi vendo Heitor entrar. – Que bom que você chegou. O jantar está pronto. Vou pedir a Dora que o sirva assim que você e Lisa acabarem de tomar banho.

– Senti sua falta Rubi. Você não sabe o quanto me preocupei com você no hospital.

– Eu estou bem meu amor.

– Eu preciso muito de você, e do seu apoio, como nunca precisei. Não posso ficar sem você Rubi, não quero ficar sem você. – Disse Heitor abraçando a esposa. – Promete que não vai me deixar se algo acontecer.

– Hei, o que foi? Tem alguma coisa que eu preciso saber? Aconteceu alguma coisa durante os dias que fiquei no hospital? – Questionou Rubi.

– Não. – Mentiu Heitor. – Só que eu não sei viver sem você.

– Eu nunca vou te deixar, então você não precisa se preocupar com isso Heitor. Mas me escuta, nós dois temos que conversar. Você sabe que eu te amo, e que sempre respeito as suas decisões. Você é um excelente pai, cuida do Henry e da Lisa com muito amor, mas tem algumas coisas que você está fazendo que não são legais.

– O que por exemplo?

– Você está fazendo com que o Henry odeie o Alessandro. Está dizendo ao garoto que ele quer nos separar. Isso não é certo.

– Mas eu só não quero que ele também se apegue ao Alessandro como a Lisa se apegou.

– Mas não é assim que funcionam as coisas. Tínhamos combinado de deixar nossos filhos fora de nossos problemas pessoas. Eles são crianças, e você gostando ou não do Alessandro sabe que ele é uma pessoa muito simpática e que adora crianças.

– Eu sei mas...

– Sem mais nem menos. Eu conversei com o Henry, e foi muito difícil convence-lo que Alessandro não é tão mau como ele imagina e amanhã eu e ele vamos ao hospital pedir desculpas pelo comportamento rude que ele teve.

– Isso é mesmo necessário?

– Você sabe que sim.

– Então eu vou com vocês. – Disse Heitor.

– Meu amor, não precisa ir. Confie em mim, você é a pessoa que eu mais amo nesse mundo. Eu te quero sempre ao meu lado, mas isso é uma coisa entre eu e o Henry.

– Tudo bem Rubi. Se você não quer que eu vá...

– Não é isso. – Respondeu Rubi segurando o queixo do marido. – Eu só quero que você confie em mim, por favor. – Disse dando um beijo em Heitor.

– Não vale querer me comprar com beijos. – Respondeu Heitor sorrindo.

– Não quer meus beijos é?

– Claro que eu quero sua boba. Quero te beijar, abraçar, quero fazer amor com você. – Disse Heitor de forma sensual beijando o pescoço da esposa.

– Mãe. – Interrompeu Henry ao casal. – Eu estou com fome, vamos comer.

– Nós já vamos. – Disse Rubi se recompondo. – O seu pai vai tomar banho rapidinho e enquanto isso a Dora vai arrumando a mesa.

– Eu não demoro. – Respondeu Heitor indo para o banheiro.

Dia seguinte

Alessandro narrando

Rubi era uma mulher encantadora. Havia me conquistado desde o primeiro momento; era como o mar, linda, sedutora e traiçoeira. O problema é que eu não me importava. Eu a queria por perto, queria seu carinho, seu amor, e embora tentasse negar, sempre tive a esperança que ela quisesse voltar pra mim. Isso nunca aconteceu, e sua permanência nesse país, o carinho que ela tinha com os filhos, me deixava cada vez mais louco. Ai Rubi, Rubi...

– Alessandro, posso entrar? – Disse Rubi abrindo a porta do consultório de Alessandro.

– Rubi?! É Claro. Entra. – Disse Alessandro surpreso em vê-la.

– Entrem meninos. – Sussurrou aos filhos.

– Que surpresa maravilhosa os três aqui em meu consultório. – Disse Alessandro tentando ser simpático.

– Henry veio aqui conversar com você. – Disse Rubi.

– Minha mãe disse que você é um cara legal e que eu deveria pedir desculpas por ter sido sem educação. Ela disse que eu devo tratar os outros com respeito, então me desculpe, tentarei se gentil.

– Fico feliz campeão. Nós podemos ser amigos sabia?

– Aí eu já não sei. É que meu pai disse que você quer separar a minha família. Disse ele que você quer minha mãe só pra você.

– Henrique, já conversamos sobre isso. – Disse Rubi repreendendo ao filho.

– Ai Henrique não seja tonto. – Disse Lisa ao irmão.

– E você fica quieta Lisa. – Protestou o menino.

– Oh, oh, vamos parar com essa confusão agora. Combinamos que você pediria desculpas ao Alessandro Henry.

– E eu pedi mamãe. – Disse Henrique.

– E a Lisa disse que queria te ver. – Disse Rubi a Alessandro.

– Eu estava com saudades do tio Alessandro. – Disse Lisa.

– Ai minha bonequinha, você sabe que eu gosto muito de você não é? – Disse Alessandro a pequena. Vem aqui me dar um abraço. Eu também estava morrendo de saudades de você. – Respondeu Alessandro vendo Rubi sorrir.

– Quer dar uma volta conosco? – Indagou Rubi.

– Nós quatro? – Disse Alessandro surpreso.

– É, vamos ao parque. – Respondeu Rubi.

– Bom, aqui perto tem um parque, os meninos podem andar de bicicleta, brincar no playground...

– Eu não quero ir. – Disse Henry.

– Porque? – Questionou Rubi. – Vai ser legal filho.

– Henry não sabe andar de bicicleta. – Disse Lisa debochando.

– Sou melhor que você em outras coisas. – Resmungou Henry.

– Se você quiser eu posso te ensinar. – Cochichou Alessandro no ouvido do garoto.

– Sério?! – Gaguejou Henrique.

– Sim. E pode ficar tranquilo porque a sua mãe nunca vai abandonar você e sua irmã.

– É... talvez eu possa ser seu amigo. – Disse o garoto dando um sorriso tímido.

– Vou pedir a Sabrina que desmarque todos os meus compromissos do dia.

– Você sabe se aquela enfermeira que me atendeu está aqui? – Questionou Rubi. – Eu não lembro bem o nome dela, acho que era Daniela, Isabela... Algo do tipo.

– Ah! É Gabriela. – Disse Alessandro. – Bom, ela provavelmente deve estar. Porque? Não se sente bem?

– Não é nada disso, eu estou ótima. Mas eu preciso muito falar com ela. É super importante, você pode ficar com eles só um minuto? Prometo não demorar.

– Pode ir. Não vou fugir com os seus filhos. – Disse Alessandro.

– Eu sei que não. Até porque, você não está querendo ter um rombo na sua conta bancaria. Se você soubesse o quanto esses dois sugam o meu dinheiro... Tudo o que eu tenho vai pra eles.

– Uau, esse é um momento digno de celebração.

– Não entendi. – Respondeu Rubi.

– Jamais imaginei que essa Rubi existisse... Gastando todo o dinheiro com os filhos, sem se preocupar com ela.

– É coisa de mãe não dá para explicar, quando essas duas coisinhas lindas apareceram na minha vida, tudo mudou. Você não faz ideia do quanto isso é surpreendente até pra mim. – Respondeu Rubi. – Agora eu tenho que ir encontrar a tal enfermeira. Prometo não demorar mas é muito importante.

– Não vai mesmo dizer o que é?

– Ela sabe quem vem me mandando as cartas anônimas a anos.

– Como assim ela sabe?

– Ele ou ela, não sei ainda, veio ao hospital, esqueceu que existem câmeras de segurança espalhadas por todos os corredores. E ela conseguiu uma imagem com o rosto da pessoa. Estou com um pouco de medo.

– Então eu vou com você. – Disse Alessandro.

– Não. Isso é algo que eu tenho que fazer sozinha. Fique aqui com meus filhos e será o suficiente.


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