6 Life Time escrita por IaGGo


Capítulo 6
Intruso




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– Como assim? – Perguntou Sora chegando perto de Hikari e levando as mãos para perto do livro do menino.

O rosto do menino parecia ainda mais desesperado quando olhava para Sora, só queria seu livro de volta. Voltou a escrever sem paciência, não podia enrolar por que isso seria o fim para ele.

“Eu não sei. Estava em um tipo de prisão, mas do nada apareci naquela praia!”

– Que prisão? – Sora parecia ficar confuso a cada minuto.

Agora as letras do menino estavam cada vez mais abstratas, sua pressa não deixava que escrevesse direito. - Uma aqui no Japão... Nada sei sobre ela. Só que todas as pessoas de lá tem poderes não sei como. E eu sou um deles... Ah!

Sora e Hikari ficaram esperando ele terminar de escrever, tentando parecer o mais paciente possível.

“Acho que alguém de lá que me mandou pra cá”

Todo mundo ficou em silêncio enquanto Sora e Hikari se entreolhavam até Sora falar:

– Já sei! Quero dizer, acho que isso não é possível...

– O que? – Pergunta Hikari.

– Se fosse alguém de lá, ele teria vindo pra nossa casa ou para a praia. E em seguido, feito um portal para um dos dois lugares. Por que pelo menos na teoria, não dá pra criar dois portais bem longe de onde você sendo eles conectados... Pelo menos foi isso que li em algum site da internet.

“Certo” Foi o que o menino escreveu. “Continue”

– Então... Não apareceu ninguém aqui em casa nesses dias... E não tinha vestígios de outras pessoas na ilha... Certo Hikari? – Olhou para ela e continuou após um aceno de cabeça confirmando. - O portal foi criado aqui em casa. Só não sei como. Só pode ser isso.

Aêeeeee. Finalmente alguém vai notar os Glatons! Ou não, sei lá. Continuando... Hikari sentou perto do menino que agora parecia inofensivo, deixando o livro com Sora que permanecia de pé encostado no portal da porta quebrada do quarto de Hikari – Ele ainda tem que concertar a porta. O menino agora parecia estar pensando em algo, parecia estar perdido em seus pensamentos já que não ouvia mais nada do que Hikari ou ora estavam falando.

– Eei... Ei! – Hikari chamou sua atenção. – Está ouvindo?

Antes que o menino pudesse falar, um barulho veio de fora do quarto. Parecia um tilintar de chaves.

– Droga! – Sora disse. – Minha mãe chegou!

– Logo agora! – Hikari praguejou enquanto se levantava da cama e ficasse procurando por alguma coisa. – Como vamos explicar pra ela sobre esse garoto? E a porta??

Os dois estavam desesperados enquanto o menino do livro nem se dava conta do que estava acontecendo. Só sentiu quando Hikari o pegou e falou para ele ir para debaixo da cama e ficar lá esperando.

A mãe de Sora e Hikari chega ao quarto.

– Que bagunça é essa?? – Grita assustada.

– Am... – Sora tentou enrolar enquanto pensava em algo para dizer.

– Desculpa mãe. Podemos explicar! – Hikari já foi se adiantando.

– Algum ladrão entrou aqui??

– Claro. É isso! – Afirmou Sora.

– E... Não levou nada? – A mãe de Sora perguntou sarcasticamente. - Anda menino fala logo!

– Am... Ta. Vou falar... – Hikari se adiantando novamente. – Demos uma festa aqui. Desculpa mas foi isso.

– E você acha que vou acreditar? – Perguntou a mãe. - Anda Sora. Fala!

– Por que eu?? – Sora disse irritado, sempre a culpa de algo que acontecesse na casa era dele. Estranho isso, mas sempre tem alguém pra ficar com a culpa.

– Por que eu estou mandando!

Sora e Hikari ficaram olhando para ela pensando em algo para se safarem, mas nem precisou por que a mãe deles já estava saindo do quarto.

– Olha, eu não sei o que aconteceu aqui. Mas vocês que vão pagar essa porta ouviu?

– Ta mãe. – Disseram os dois sincronizados.

Tudo isso acontecendo e o menino escondido embaixo da cama só pensando em como tirar aquele pano de sua boca para poder sair logo dali. Ou pelo menos conseguir seu livro de volta.

Espera, algo tira minha concentração em Hikari. Estou ouvindo algum barulho, parece estar vindo de todos os lugares.

– Quem é você? – Uma voz familiar pergunta. Procuro-a, mas não acho em lugar algum.

Então observando uma plataforma de rocha perto de mim avisto uma forma bastante familiar também.

– Quem está aí? – Pergunto, até aquela forma desaparecer da rocha. Antes que eu pense em algo já estava caído na plataforma onde estava sentado – Observando o planeta Terra – Algo tinha me derrubado, mas não sabia o que.

Parecia um humano, não. Não era um humano. Sua capa por cima de uma túnica negra entregou sua identidade. Agora eu me lembro perfeitamente de onde vi aquela ampulheta em ouro na túnica. Um Belkron, mais específico, Holf.

– Holf? – Pergunto após ser atingido por um turbilhão de lembranças.

– Você me conhece? – Ele pergunta já parado em minha frente.

– É... Sim.

– De onde? Não me lembro de já ter esbarrado em uma pessoa assim antes. – Diz ele zombando do quanto estou acabado – o braço faz muita falta – e do meu estado, vinte anos sem comer nada. Vinte anos!

– Não, nada. Pra onde está indo?

– Você é estranho, alguém já te disse isso? – Disse ele rindo. Simpático e sombrio como sempre.

– Já, muitas pessoas... – Vou apenas me limitar á esse comentário sobre o meu passado, não quero lembrar de tudo que já aconteceu comigo... Ainda mais das pessoas cuja as mortes vivenciei.

– Em relação á onde estou indo... Acho que não preciso dizer á alguém que parece estar exilado de qualquer mundo. – Sua face agora dava um ar de ironia.

– Sou o guardião do tempo desse universo, não posso deixar que qualquer outro ser de outro universo entre aqui.

– A... Sério? Desculpe, mas acho que vou entrar nele sim. – De repente, ele sumiu. Havia se tele transportado. Não é tão rápido quanto pensei, alcancei-o com facilidade e interrompi sua passagem para o “meu” universo. Os Glatons roxos – Que obtive desde que me tornei feito deles – emanavam de mim e marcavam por onde passava.

– Olha só, alguém mais rápido do que eu. Um Belkron! Não podia imaginar que isso poderia acontecer algum dia, mas de um jeito ou de outro, vou passar para o universo! – Uma dor percorreu meu corpo. Uma adaga entrava em meu estômago enquanto ele ria. Nunca tinha visto Holf assim antes, mas a teimosia dele chega á lugares extremos quando precisa. E assim vou ao chão sangrando.

Ele conseguiu passar.


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