Choque térmico escrita por I Know


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Créditos a criadora do termo "Choque Térmico" para definir o casal de Reyna e Leo, Claire Valentine, e para a desenhista Viria, que fez o desenho que me inspirou a cena final.



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Depois de meses de espera por Calipso, tudo que eu queria era me encolher em um buraco fundo e morrer ali. Calipso, Calipso, Calipso... Deuses, eu precisava dela. Precisava de seus lábios nos meus, precisava do leve toque de seus dedos em meu pescoço, precisava segurá-la pela cintura para aproxima-la de meu corpo e sentir sua presença, eliminado qualquer distância entre nós.

Esses meses foram acumulando dentro de mim raiva, ódio e tristeza. Pensar que meu pai era um dos culpados pelo aprisionamento dela me fazia quase surtar, querendo apenas me sentar ao lado de Festus, desabafando tudo que eu gostaria de desabafar, já que ele era o único que, com toda a certeza, me compreendia.

Durante esse tempo de dor, fui muitas vezes com Piper e Jason visitar o Acampamento Júpiter. Lá eu tinha um pouco de tranquilidade para pensar. Encontrava-me com meus amigos, entre eles Percy e Annabeth, que moravam em Nova Roma enquanto o verão não chegava e eles fossem para o conhecido Acampamento Meio-Sangue.

Mas sempre que eu ia para lá, era na companhia de Jason e Piper, o que deixava Reyna um pouco triste. Parecia até que eu era o único que conseguia enxergar sua tristeza por traz da rigidez do rosto, sempre confiante e pensativo. Nós dois sofríamos em silêncio por um amor perdido. Eu sabia disso.

Com o tempo, nossas visitas começaram a se tornar frequentes. Calipso foi se afastando aos poucos de minhas lembranças, como Percy havia me explicado. Ainda mais com Annabeth sempre perto dele, convencendo-o que havia coisas e pessoas mais importantes por quem lutar. Nesse tempo, comecei a sentir vontade de fazer Reyna rir, ou ao menos sorrir. Queria ver aquele muro de liderança se quebrar um pouco, como acontecia com Annabeth. Queria saber os motivos do rosto sério e da cabeça baixa. Queria dar-lhe o amor que ela jamais recebeu.

Foi quando, em um dia, a vi sair da mesa de repente, a ponto de chorar. Eu a segui, e ela não fugiu de mim. Na verdade, chegou a desabafar. Conversamos, e acabei pegando fogo na frente dela, finalmente fazendo-a rir. Ela era fria, e eu era quente. Um choque térmico perfeito. Falamos um pouco de amor, por mais que eu achasse que não compreendia nada desse assunto. Nessa mesma noite, cheguei a beija-la, tornando Calipso apenas uma lembrança vaga em minha mente.

Os dias se passavam, e nossas visitas ao Acampamento Júpiter chegaram a serem uns tempos hospedados lá. Eu e Reyna conversávamos todos os dias. Ela parou de me chamar de Valdez, e eu soltava um RA-RA para ver a reação dela. Antes ela me encarava brava, mas depois começou a me encarar segurando o riso.

Foi em uma noite fria que eu não conseguia dormir, quando a vi passeando a luz do luar pela minha janela. Ela tinha um olhar alegre, mas ainda encoberto pelo enorme muro da liderança. Saí da cama em um salto, me vesti e a segui.

Encontrei-a sentada em uma pedra, encarando o luar. Sorria de uma forma que se tornou um pouco normal para mim. Eu havia me acostumado a vê-la sorrir.

Sentei-me ao seu lado, em silêncio. Apoiei-me em meus braços, como ela, fazendo com que nossas mãos ficassem a poucos milímetros de distância.

– Leo, andei pensando um pouco... – ela começou a dizer, com a voz calma. – e comecei a reparar como você tem sido atencioso comigo. Mas, por quê?

– Você é a única pessoa que eu conheço que entende o que eu passei – respondi, virando-me para ver seu rosto reluzindo a luz do luar. – conhece a dor do amor impossível.

– Qual o nome dela?

– Antes era Calipso. Mas, depois de tantos meses de espera, ele foi substituído pelo nome de outra pessoa, onde o amor não é tão impossível assim. O nome dela é Reyna.

Reyna virou para mim, nada surpresa. Eu me arrastei para mais perto dela, colocando minhas mãos quentes em seu rosto gelado. Choque térmico, choque térmico, choque térmico...

– Eu poderia, talvez, te beijar? – perguntei, encostando minha testa na dela.

Reyna não respondeu. Apenas se aproximou mais ainda e me beijou. Um beijo intenso e provocante. O frio e o quente. Os dois, tão próximos.

Quem disse que choque térmico é uma coisa tão ruim assim?


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Notas finais do capítulo

Créditos a criadora do termo "Choque Térmico" para definir o casal de Reyna e Leo, Claire Valentine, e para a desenhista Viria, que fez o desenho que me inspirou a cena final.



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