Os Guardiões escrita por Mariane, Amanda Ferreira


Capítulo 6
Minha loucura começa


Notas iniciais do capítulo

Boa dia/Boa tarde/Boa noite!
Espero que curtam o capítulo e obrigado.
Um enorme beijo e uma excelente leitura!
P.S.: Notas finais, recomendação de fanfic's. (:



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Me olhei uma ultima vez no espelho. Meus cabelos ruivos caiam ate as costas em cachos e ondas, meus olhos cintilaram na luz do quarto, o verde intenso como sempre ficava quando tenho um plano em mente. Tentei disfarçar as pequenas sardas no nariz com pó compacto, mas nada adiantava. Suspirei passando um gloss nos lábios me sentindo satisfeita.

– Se você não estivesse com um plano maligno na cabeça eu diria que está tentando impressiona-lo. - a Yve falou assim que andei pelo quarto a procura da minha mochila.

– Talvez seja as duas coisas. - a Leninha resmungou da sua cama, onde lia um livro de romance de bruços com as pernas para cima.

– Aquele babaca vai me pagar e é só isso que importa. - falei abrindo a mochila.

– Não fique tão irritada O.K.! - falou Yve. - Ele não merece toda sua atenção, amiga.

– Não se preocupe Yve. Estou muito controlada. - sorri pegando o livro de historia e o notebook.

– Deus ouça isso. - a Leninha ergueu as mãos como se tivesse agradecendo.

– Bom... Agora se me derem licença, tenho um trabalho para fazer e uma vingança para por em prática. - falei pegando a maçaneta da porta.

– Qualquer coisa liga Kate.

Assenti fechando a porta atrás de mim. Segui determinada pelo corredor recebendo olhares e cochichos de hoje no almoço. Deu-me vontade de mandar todos para o inferno, mas me contive e continuei meu caminho pelos corredores rústicos da Kince Joyce. O tom bege dava aquele ar elegante, mas se eu não conhecesse bem o internato diria "que lugar lindo!", mas não se engane as regras são um saco e estragam 90% de tudo.

A biblioteca ficava no primeiro andar e como sempre odeio escadas, tive que me arrastar ate lá. Parei em frente à porta alta de carvalho e respirei fundo antes de empurrá-la.

O lugar era o mesmo de sempre. Para ser sincera o meu lugar favorito de todo o Kince Joyce. Deixei um sorriso sair dos meus lábios ao contemplar o incrível ambiente rodeado de livros e mais livros. Sempre adorei ler e acho que é a única coisa que me mantém calma e quieta por tempo considerável.

Fui ate a mesa em meia lua da bibliotecária. Srª Cooper. Com sorriso amigável cheio de rugas, uma pele parda, cabelos grisalhos num coque e óculos redondos que às vezes caiam no nariz... ela me recebeu, como uma avó que recebe a neta depois de um longo tempo.

– Senhorita Katherine! Que prazer tê-la por aqui. - ela falou com sua voz doce e baixa.

– Pois é. Andei sumida, mas estou de volta. Como foram as ferias Srª Cooper?

– As de sempre minha querida. - ela tirou alguns papeis da sua mesa. - E as suas?

– Fantásticas! - dei um sorriso mostrando os dentes.

– Que ótimo querida! - ela sorriu. - Bom... que livro vai levar hoje?

– Na verdade nenhum. Vim fazer um trabalho com um bruto... Digo, um colega de classe. - remexi nos cabelos.

– Oh sim! Fique a vontade então. - ela ergueu seus óculos.

– Muito obrigada.

Ela assentiu e eu segui a procura de uma mesa vazia e mais aconchegante possível. Passei pela sessão romance, drama e sobrenatural. Finalmente sentei-me a uma mesa perto da enorme janela que dava para a noite lá fora.

Joguei o livro sobre a mesa e o notebook e me sentei olhando a paisagem tenebrosa. Olhei o relógio e marcava 18h02min. Aquele imbecil estava atrasado e eu vou... Pulei da mesa e tive um mine ataque ao ouvir o estrondo ao meu lado.

Ele jogou os livros com força sobre a mesa de propósito, pelo menos foi o que ele deixou a entender e arrastou a cadeira para se sentar fazendo um ruído extremamente irritante. Endireitei-me e o encarei perplexa. Se ele não entende, estamos numa biblioteca e exige silencio. Mas parece que ele não respeita nada de regras.

Ele estava básico de novo, uma camisa preta, jaqueta de couro por cima e calça jeans escura. O cabelo negro bagunçado como tivesse acabado de acordar, a pele clara combinado perfeitamente com o contorno da boca e os incríveis olhos azuis cobaltos.

– Então... - falou colocando as mãos sobre a mesa. - Por onde começamos?

Fiquei em silencio esperando que ele se desculpasse por hoje ou ao menos se apresentasse, porque não fomos apresentados civilizadamente e eu só sei o nome dele porque ouvi, mas ele não fez nada disso. Continuou me olhando a espera da minha resposta.

Suspirei pesadamente e liguei o computador vendo-o abrir o livro.

– Francamente, ninguém te explicou que educação é uma virtude importante?- resmunguei baixinho lendo o sumario do meu livro.

Ele não respondeu o que me deixou borbulhando. Depois de um tempo achei o que eu precisava.

– O que você quer fazer? - perguntei sem olhar diretamente para ele.

– O que me tire daqui mais depressa.

– Fala serio! Pelo menos finja que se interessa.

– Humpf. O que eu faço? – perguntou contrariado ignorando minha provocação.

– Pesquise no Google maldições mitológicas e vê se diferencia pelo menos grego de romano. – resmunguei passando meu notebook para ele.

Pegando bruscamente ele começou a digitar coordenadamente. Suspirei cansada. Por apenas alguns minutos esqueci todo o meu rancor por ele. Fiquei apenas o observando pelo canto do olho: a respiração silenciosa, a atenção ao que procurava, as vezes passando a mão pelo cabelo, respirando fundo, as vezes, beeeem as vezes me olhando de relance. Era tão lindo, tão perfeito, um Deus grego mal-educado.

Fizemos o trabalho metodicamente sem assunto, ate me esqueci do plano e em alguns minutos encerramos a metade.

Conferi o texto mecanicamente e salvei.

– Bom agora que esse martírio acabou eu tenho mais o que fazer. Amanha aqui no mesmo horário para terminarmos. – reclamou se levantando tão bruscamente que me assustei.

– Não – falei rápido segurando o braço dele.

Dessa vez foi completamente diferente. Assim que minha pele encostou-se à dele senti um choque mais forte que da primeira vez, e dessa vez não era um choque ‘atrativo’ e sim completamente doloroso. Como se fosse um meio de reação, minha visão ficou turva e eu não tive mais consciência de nada.

A cena a minha frente parecia uma miragem como se fosse uma pintura embaçada. Esforcei-me para prestar atenção.

Parecia que eu estava em um culto pagão. Havia quatro pessoas em mantos de veludo, duas pessoas vestidas de preto e duas pessoas vestidas em branco. Eles entoavam uma musica da qual eu não conseguia compreender. Todos seguravam cálices de ouro com diamantes incrustados. Seus corpos estavam posicionados em um quadrado perfeito.

Depois de alguns minutos consegui escutar o cântico.

“O, dea Kishamandan! O domina fortuna, dominus vitiorum regina elementorum putatis liberorum nostrorum.

Matrem omnium nostrum, cui domina.

Tantum te esse salutem nobis fidem.”

Infelizmente não consegui identificá-lo. Mais parecia estranhamente familiar. Assim que param de cantar as pessoas retiram os gorros deixando finalmente seus rostos de fora. Eram dois homens de preto e duas mulheres de branco, o primeiro homem era extremamente pálido com cabelos brancos e olhos de um tom acinzentado nem um pouco naturais. O segundo homem tinha cabelos negros e olhos vermelhos.

Em choque passei para as mulheres, a primeira tinha longos cabelos castanhos e lindos olhos verdes – jóias e por fim a ultima mulher que era tão pálida quanto o homem de cabelos brancos. Seus olhos de um azul tão brilhante que pareciam pedras preciosas.

Eles ergueram as taças e beberam. De repente um raio apareceu ostensivamente no meio do quadrado e assim que desapareceu algo estranhamente brilhante apareceu no seu lugar. Ao me aproximar deparei-me com colares cada qual com uma pedra preciosa. Um de ouro com uma pedra azul-celestial, um de prata com um rubi vermelho-sangue, um dourado com um diamante verde-escuro e por fim um prateado com uma enorme pedra preta.

Do nada, do mesmo modo que surgiu o sonho, escafedeu-se me deixando num imenso vácuo.

Soltei o seu braço sentindo meu corpo congelar. De onde veio isso? Será que agora estou ficando louca?

Encarei seu rosto por um segundo e ele parecia tão surpreso quanto eu, mas logo recompôs sua expressão de evidente ódio por mim. Ele deu uma leve tossida e saiu sem nem se despedir.

Olhei para a mesa branca atordoada demais para pensar. Me levantei tão depressa sentido a cabeça doer, mas disparei pela biblioteca sem me importar com o livro e o notebook. Vasculhei o ambiente e ele havia sumido. Passei correndo pela Srª Cooper que me lançou um olhar de advertência, mas a ignorei e fui pelo corredor o avistando já virando no fim. Corri tão rápido que me surpreendi, porque nunca fui uma atleta.

– Espera! - gritei alto demais e ele parou movendo os ombros como se desse um longo suspiro.

Contornei-o e parei na sua frente o encarando. Ele fechou a cara e me olhou com tédio.

– O que você quer? - falou com uma voz rancorosa.

– Você... - eu nem sabia como perguntar aquilo, no mínimo ele me acharia uma doida e me chutaria de volta a biblioteca. - Você viu aquilo? Quando eu toquei em você?

Por um instante ele hesitou, mas logo balançou a cabeça negando.

– Tem certeza? - perguntei.

– Me faz um favor? - ele olhou para trás como se algo o incomodasse.

– Eu...

– Me deixa em paz e... Bom, procura um psiquiatra. - ele me interrompeu e saiu me deixando sozinha.

Senti-me uma completa idiota, por que mesmo que eu perguntei? Mas uma coisa era certa, eu tinha certeza do que vi. E não, eu não era louca.


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Notas finais do capítulo

Recomendações:
1º- http://fanfiction.com.br/historia/351123/Quatro_Elementos_O_Comeco/
Segunda temporada: http://fanfiction.com.br/historia/388660/Quatro_Elementos_O_Confronto/
2º- http://fanfiction.com.br/historia/474016/Kissed_by_the_Angel/
É isso pessoal. obrigado.



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