Os Guardiões escrita por Mariane, Amanda Ferreira


Capítulo 42
Todo o Poder


Notas iniciais do capítulo

Ai mds Amanda!!! Ai mds Mari! Outro cp? Isso mesmo lindos e lindas, outro cp no mesmo dia o/ o/ o/ o/
Coisa mais linda.
Inspiração e tempo bateram na porta e aqui está, não vou dar spoiler, mas este promete treta hahahaha
Boa leitura! ♥♥♥



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***

Fitei com atenção Julieth andar de lado para o outro no seu quarto não muito maior que o meu. Os cabelos estavam num rabo de cavalo bagunçado e ela estava com um pijama azul e branco.

– O que me diz? – perguntou parando de repente para me encarar.

– Ham?

– Daniel você ouviu o que eu disse antes? Não está nem prestando atenção, não é?

– Claro que estou. – me deitei na cama de bruços. – Está preocupada com as ações dos anciões.

– Acho que algo muito ruim está prestes a acontecer. – ela suspirou.

– Isso pode ser inevitável Ju. – suspirei afundando a cara no travesseiro e sentindo o mesmo perfume que ela usava. – Talvez só evitaremos o pior.

– Minha mãe não diz nada e muito menos os seus pais. – ela se sentou aos meus pés. – O que faremos?

– Eu não sei. – fui sincero virando de barriga para cima. – Esperar.

– Não podemos só esperar Dan. Não tivemos noticias da sua irmã e agora Ilheias está sofrendo leves ataques.

– Estou preocupado com a Kate e não posso fazer nada. – fiz uma careta.

– Eu sinto muito Dani. – ela deslizou a mão pelo meu braço. – Só quero entender o que esta havendo.

Sentei-me segurando sua mão e encarei seus olhos cinzentos como se uma tempestade se formasse.

– Vai ficar tudo bem. – sorri.

Ela sorriu e a puxei para um abraço passando uma das mãos pelo seu cabelo.

Ela se afastou e me fitou com intensidade, depois se aproximou roçando os lábios nos meus e eu a puxei beijando-a sem cerimônia.

Ela me empurrou deitando-se por cima de mim me dando um beijo lento, depois sorriu deslizando as unhas pintadas de preto pela minha bochecha. Estiquei as mãos segurando seu rosto e juntei nossos lábios enquanto ela remexia nos meus cabelos.

Desci as mãos prendendo-a pela cintura e nosso beijo se tornou um pouco mais urgente e ela mordeu meu lábio inferior me dando espaço para invadir sua boca com minha língua.

Desci as mãos apertando suas coxas e logo subiu um calafrio e as pontas dos meus dedos ficaram frias. Ela se afastou para me olhar e eu suspirei soltando uma fumaça gelada.

– Desculpe. – resmungou.

– Precisa se controlar Julie. – remexi as mãos. – Já pensou se me congela?

Fez uma careta unindo as sobrancelhas.

– Me mataria. – resmungou abaixando o olhar.

Soltei uma risada e ele me beijou passando a língua pelos meus lábios e eu desci a alça fina da sua blusa largando sua boca para distribuir beijos pelo seu ombro onde seu símbolo de guardiã da água estava expresso. Ouvi-a suspirar e suguei seus lábios.

Sua língua então tocou na minha, mas o grito vindo do lado de fora fez meus olhos se arregalarem e Julieth dar um pulo ficando de pé.

A porta se abriu num baque surdo e eu pulei da cama batendo a cabeça na parede.

– Ai! – reclamei procurando os chinelos.

A mãe de Julieth estava parada na porta com um olhar assustado, os cabelos negros bagunçados e os olhos de corvo me fitaram por um instante, depois se virou para a filha.

– O que é isso? – perguntei perturbado olhando para a sala e vendo um clarão vermelho.

– Está pegando fogo. – ela respondeu. – A floresta de Ilheias está em chamas.

***

Não vi quando Nicolas se levantou só o bilhete em cima da cama ao meu lado:

“Fui verificar nossas passagens, te encontro na portaria as nove”.

Nick

Fiquei olhando o sol do lado de fora. Peguei um short jeans, blusa preta, um casaco e minhas botas. Vesti rapidamente prendendo os cabelos e encarei o relógio que ainda marca oito e trinta.

Fui ao banheiro e fiz tudo o que precisava, depois peguei o rímel e passei com cuidado, desenhei o contorno dos olhos com um lápis preto e por fim passei um batom nude nos lábios. Olhei meu reflexo sorrindo para mim. Se arrumar não me faria nenhum mal.

Organizei minha mochila e sai do quarto exatamente as cinco para as nove onde Nicolas me aguardava na porta.

Ela estava com uma calça jeans, camisa branca e uma jaqueta preta. Seus cabelos estavam claramente precisando de corte, pois já alcançavam seus cílios.

Ele sorriu para mim como quem não quer nada e colocou óculos escuros cobrindo os olhos e esticou a mão para carregar minha mochila.

A espera no aeroporto foi uma merda e eu pelo menos tive tempo de comer alguma coisa. Quando o avião levantou voou as dez em ponto, minha cabeça já estava dolorida.

Nicolas se sentou ao meu lado e deu um largo sorriso para a aeromoça que logo se aproximou.

– Posso ajudar senhor? – perguntou com um leve sotaque Frances.

– Preciso chegar à ilha de Man, mas ainda estou confuso com meu percurso, poderia me ajudar?

– Bem... Não tem muitos turistas em Man, a ilha anda meio isolada atualmente. – ela me olhou de relance. – Não damos informações fora dos perímetros.

– Eu entendo. – ele suspirou e se inclinou na cadeira para mais perto dela. Abaixou os óculos e falou com tanta doçura que ate eu quase cai. – Mas eu tenho certeza que você tem uma dica muito boa para mim, certo?

Ela ficou paralisada por um segundo, depois pigarreou e sorriu.

– Claro senhor! – pegou um guardanapo e escreveu rapidamente. – Conseguirá o que precisa.

– Obrigado. – Nicolas sorriu olhando o crachá na blusa da garota. – Camille.

Ela assentiu saindo apressada.

Nicolas se recostou na cadeira e me olhou sorrindo. Estava mesmo de bom humor.

– O que foi isso?

– Nossa casa escondida em Man. – me entregou o guardanapo e colocou os óculos novamente.

Olhei atentamente o endereço: Residência Heenk, centro ecológico sobrenatural Man turismo.

...

Assim que descemos no aeroporto agarrei o pulso de Nicolas e o fiz parar. Ele se desviou das minhas perguntas durante toda a viagem. Encarou-me franzindo as sobrancelhas.

– Quem era ela? – perguntei.

– Uma feiticeira.

– E como você sabia?

– Você não viu?

– Vi o que?

– As tatuagens no rosto.

– Não.

– Então veja. – ele segurou meu rosto virando para o lado onde a aeromoça passava. Analisei-a. Foi quando as tatuagens vermelhas-sangue surgiram.

– Você tem que treinar sua visão Kate. – mandou – Se você não vê, fica vulnerável.

Engoli em seco.

– Que endereço é este? – perguntei mudando de assunto.

– Lar doce lar ruiva. – ele sorriu colocando os óculos na cabeça. – Vem.

Pegamos carona num jipe de turismo, depois andamos algumas horas e por fim chegamos à bendita estrada que levava direto ao endereço estranho de Nick.

– Preste atenção. – ele parou segurando minha mão. – Está Ilha está lotada de feiticeiros e eles não gostam muito de guardiões, então fiquei atenta.

– Se estão do lado de Kira, por que nos atacariam?

– Os feiticeiros existem a muito mais tempo do que nós, Kate. Foram criados naturalmente e existem desde que as deusas viviam na terra. O guardiões são criações de Kira, eles não aceitam.

– Então não estão de nenhum lado?

– Basicamente. Portanto cuidado!

– Como conseguiu arrancar informações da aeromoça?

– Ela estava sozinha e tinha muitos humanos por perto. Não podia me matar e também ela viu você.

– O que eu tenho haver?

– Ela sabe Kate. – ele começou a caminhar na minha frente.

– Sabe o que Nick?

– Quem é sua verdadeira mãe.

***

Tropecei em Julieth tentando alcançar o lago. Senti as mãos tremerem.

– Elza! – gritei a mãe de Ju. – Nossa manipulação da água não vai parar isso.

Ela me ignorou e voltou para dentro da casa. A chama dançava entre as arvores em Ilheias e os gritos dos moradores não ajudavam em nada.

Concentrei-me mais uma vez encarando o lago e a água estremeceu ao meu comando, pelo menos uns dez litros se ergueram. Movi as mãos levando-os em direção ao fogo e apagando boa parte, mas não o suficiente.

Olhei em volta vendo guardiões do fogo tentando amenizar o desastre.

O fogo era mágico obviamente, porque demoramos mais de quatro horas para apagar, mesmo com todas as nossas forças reunidas. Quando finalmente a chama cedeu, estávamos todos por um fio de energia. Ao meu lado Julieth ofegava, ela não estava acostumada com aquele esforço.

– Vem aqui. – chamei puxando-a e dando-lhe um beijo na testa. Ela me abraçou forte e respirou fundo.

– Vá pra casa, beba água e durma. Não precisa ir pra aula amanhã.

– O que foi isso?

Balancei a cabeça e meu olhar captou seis figuras entrando na floresta com seus capuzes. Os anciões? O que estavam fazendo?

– Dan o que foi?

Abaixei os olhos e sorri.

– Descanse. Amanhã nos vemos tudo bem?

– Dorme comigo? – pediu fazendo uma careta com a própria frase. Eu dei um sorriso torto e voltei a beijar sua testa.

– Sua mãe vai querer me matar.

– Ela não precisa saber...

Olhei para a floresta de novo e fiz um calculo rápido.

– Eu vou, mas preciso verificar uma coisa antes, ok?

Ela franziu a testa, mas não discutiu. Esticou os pés e me beijou.

– Julie? – ouvi a voz irritante de Sarah ao longe e Julieth suspirou.

– Te vejo mais tarde? – perguntou.

– Deixe a janela aberta. - dei um sorriso malicioso. - Vai. – mandei me desvencilhando do abraço.

Corri na direção de onde os anciões haviam entrado passando por Sarah que me fuzilou. Entrei atrás tentando não ser pego e parei assim que ouvi a voz de meu pai:

– Esse garoto não pode ter causado tudo isso Ivo.

– Não existe outro culpado Valentim. – falou minha mãe.

– De onde esse garoto veio? – Rosalina perguntou.

– Se passou pela barreira só pode ser um de nós. – Ivo resmungou e ouvi seus passos.

– O que faremos? – perguntou meu pai.

– O levamos ao templo e confirmaremos se é ou não um guardião. – falou Elza, a mãe de Julieth.

– Elza tem razão. Vamos medir os poderes e ver no que dá. – falou Richard, pai dos Heenk.

– Vamos então.

Corri desesperado de volta antes que me vissem e só parei quando cheguei em frente à casa de Julieth. Meus pensamentos vagavam entre mil e uma coisas, mas forcei meu corpo e subi devagar na arvore, segurei em um dos galhos e balancei vendo a janela aberta. Pulei caindo de pé dentro do quarto.

Soltei a respiração fazendo um plano mental de seguir os anciões no templo no dia seguinte.

***

A paisagem era como um quadro de parede. Montanhas rústicas e altas quase tocando o céu. Era simplesmente lindo. Suspirei tirando o casaco e amarrando na cintura e um arrepio subiu pela minha nuca, apressei o passo tentando alcançar Nicolas e neste instante senti uma tontura.

Parei colocando as mãos na temporãs e uma dor inexplicável surgiu. Gemi caindo de joelhos.

– Kate? – ouvi a voz de Nicolas ao longe.

Comecei a ter visões turvas de uma caverna, pessoas de joelho, sacrifícios com animais. Minha mente parecia que ia explodir. Olhei minhas mãos vendo um liquido vermelho.

– Parem! – ouvi Nicolas gritar. – Vão mata-la!

Olhei em volta atordoada vendo três figuras surgirem na minha frente, às tatuagens em vermelho estampadas no rosto.

– Et videt caelum modo aliquid filiam deam. – ele começaram a repetir em uníssono.

As visões me atormentavam, mas eu não sabia o que eram.

– Parem!

– Mostre seu poder Katharine. – uma mulher se abaixou na minha frente. - Et videt caelum modo aliquid filiam deam.

Era latim? Eu não tinha certeza.

Senti um bolo na garganta, olhei para cima vendo o céu escurecer, minhas mãos ficaram quentes.

– Et videt caelum modo aliquid filiam deam.

– Mostre seu poder Katherine!

O grito que saiu da minha garganta retiniu nos meus ouvidos, senti meu corpo ficar quente. As três figuras na minha frente caíram de joelhos, vi Nicolas tampar os ouvidos.

O céu ficou negro e quando dei por mim meu corpo pegava fogo.

Fiquei de pé, mas por poucos segundos, minha visão ficou turva e a inconsciência me tomou.

...

Sentei-me no tapete e encolhi as pernas notando a palidez de minha pele nua sob o short. Estendi as mãos vendo os símbolos cintilarem como se gritassem que abusei do uso dos poderes.

Suspirei olhando os joelhos arranhados e pequenos cortes nas coxas. Deslizei a ponta dos dedos pelo rosto sentindo o sangue que escorreu pelo meu pescoço, agora seco.

Ergui o olhar quando a porta se abriu revelando um céu escuro do lado de fora. De repente a lareira próxima a mim pareceu inútil, mas logo Nicolas entrou carregando uma sacola azul e com o rosto sujo de fuligem. Seus cabelos estavam caindo sobre os olhos e a jaqueta preta estava suja.

Ele se sentou na minha frente, retirou algumas coisas da sacola e me olhou.

– Kate?

Encarei seu olhar que agora não parecia apenas o azul frio de sempre, mas sim um azul preocupado e cansado.

– O que está sentindo? - perguntou pegando algodão e molhando no soro.

– Eu não sei. - resmunguei.

Ele assentiu e começou um processo rápido de limpeza no meu rosto.

– Kate preste atenção! Eles usaram um feitiço para que você pudesse liberar os poderes, mas logo essa sensação vai passar.

Concordei sentindo o algodão frio deslizar pelo meu rosto. Não prestei atenção ao que ele fazia só me dei conta de que havia terminado quando o sono estava tomando conta do meu corpo. Nicolas ficou de pé e eu tombei de lado me deitando no chão.
Minha mente vagava entre o latim dos feiticeiros e do desmaio.
Senti as mãos quentes de Nicolas no meu pescoço e nas pernas e logo meu corpo foi erguido. Ele me colocou sobre a cama e soltou a respiração. Eu ate queria agradecer, mas o sono foi mais forte.

...

Abri os olhos rápido demais e me assustei com a escuridão do quarto. Sentei-me na cama e minha visão tomou foco captando a porta entreaberta. Pisei no chão de madeira e caminhei abrindo a porta e entrei no banheiro. Olhei- me no espelho e suspirei lavando o rosto na água fria. Passei as mãos pelo cabelo e encarei o verde nos meus olhos. Tudo no lugar, eu apenas sentia fome.
Sai do banheiro e caminhei ate a sala. A lareira estava acessa e olhei pela janela vendo a noite lá fora. Nicolas estava deitando no sofá. De uma maneira meio torta, dormindo desajeitado.

Não pude evitar o sorriso ao ver que ele estava agarrado à almofada. Busquei por uma xícara e preparei um chá quente seguindo uma receita escrita na letra da mãe de Nicolas (imaginei).

– Vejo que já esta melhor.

Dei um pulo quase derrubando a garrafa.

– Por Kira! - ele deu uma risada. - Desculpe.

– Estava distraída. Não queria te acordar.

Caminhei me aninhando no sofá e encarando a TV desligada.

– Não me acordou. - ele se sentou ao meu lado. - Tudo bem?

Assenti tomando um gole.

Eu queria criar coragem para falar, mas estava entalado.

– Katherine, você tem mais dons do que imagina. Precisa usa-los. - ele se ajeitou juntando as pernas ficando de frente pra mim.

Neguei com a cabeça encarando o estofado.

– Quando se é um guardião é preciso estar pronto para tudo.

– Tirar vidas não é um passatempo. – falei sarcástica.

– Não. Mas é isso ou morrer.

Ergui os olhos e fitei-o. Seus olhos tinham um efeito sobre mim muito mais forte do que suas palavras e eu sabia que ele estava certo, mas me negava a aceitar.

– Não sou como você, Nick. - suspirei. - Não sou tão forte.

– Talvez seja mais. - deu de ombros. - Não estou pedindo que mate todos os amaldiçoados de Kora. Só estou pedindo que sobreviva. Deixei a xícara no chão.

– Por que se importa tanto?

Sua expressão mudou de repente, como se eu tivesse tocado em um assunto delicado. Ele desviou o olhar do meu e balançou a cabeça.

– Já disse que não precisa fingir nada para me agradar Nicolas.

– Você não entende, não é?

– Realmente eu não entendo. Não sei o que você quer de mim. - coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha. - Às vezes acho que tem algo a me falar, mas às vezes acho que você apenas quer que eu desapareça.

– Kate, eu me preocupo e sei que você precisa entender que o mundo sobrenatural não tem pena. Os que seguem a Kora vão defendê-la com unhas e dentes. E se você não lutar, vai perder.

Engoli o gosto doce do chá e encarei seus olhos azuis que agora me olhavam com uma atenção tremenda.

– Eu entendo, mas não é fácil.

– Não é, e eu não vou facilitar.

Soltei uma risada nervosa.

– Isso eu já percebi também.

Ele sorriu, mostrando a covinha no lado direito do rosto. Sorri de volta e ficamos nos olhando como se aquilo fosse suficiente. Não era.

– Não vão tocar em você de novo. - ele sussurrou. - Não enquanto eu estiver do seu lado.

Me estiquei no sofá num ato impulsivo e joguei os braços a sua volta. Ele hesitou por um momento, mas logo retribuiu meu abraço.

Respirei devagar me sentindo bem com o novo gesto e a velha e desaparecida sensação de segurança tomou conta do meu corpo. Seu abraço era quente e seu perfume entrou pelo meu nariz.

Quase pude sorrir quando ele soltou a respiração no meu cabelo, como se tivesse acabado de tirar um peso dos ombros.

– Obrigado. - sussurrei. - Obrigado por não desistir de mim.

– Eu nunca faria isso. - ele se afastou para me olhar.

Não evitei o sorriso e não pude controlar as sensações que meu corpo emitia com tamanha aproximação repentina.

Ele sorriu para mim de uma maneira tão doce que quase pensei ser outra pessoa. Em seguida esticou a mão e deslizou a ponta dos dedos pela minha bochecha. Desceu ate o meu queixo, depois ao meu pescoço e por fim parou na minha nuca, deixando um rastro quente onde havia tocado.

Nossos olhos se cruzaram e vi suas pupilas se dilatarem e quase pude sentir as minhas fazerem o mesmo.

Ele se aproximou e meu corpo foi automático indo para mais perto.

O silencio reinou e seus olhos se moveram com rapidez indo a minha boca e de volta ao meu olhar.

Ele passou a língua pelos lábios e chegou perto o suficiente para que eu pudesse sentir sua respiração batendo contra a minha.
A mão que estava na minha nuca então tomou vida e ele me puxou para mais perto juntando nossos lábios. Senti um arrepio percorrer desde a boca a ponta dos dedos.

Se você já imaginou alguma vez como seria beijar Nicolas Heenk, eu preciso lhe informar que nada que tenha passado pela sua cabeça iria se comparar.

O toque dos lábios dele eram quentes e de certa forma doce. Nenhum fio de pensamento passou pelo meu cérebro e a única coisa que eu conseguia sentir era o beijo dele.

Começou com um toque suave, ate ele sugar de leve meu lábio inferior e sua outra mão ir ate minha cintura. Aproximei-me mais fazendo meus braços se moverem. Uma de minhas mãos parou no seu ombro e a outra foi a sua nuca.

Deixei meus lábios se partirem dando espaço a sua língua que procurava alguma abertura. Sentia-a quente dentro da minha boca e a sensação era tão boa que deixei minha mente vagar sem rumo.

Movi minha própria língua indo de encontro com a sua e quase posso afirmar ter sentido um choque. Passei a mão pelo seu cabelo e ele me apertou pela cintura me puxando com mais força e eu cedi sem pensar saindo do sofá e indo para o seu colo.

Um calor repentino subiu pelo corpo e pensei que ia entrar em chamas, mas me dei conta que era apenas as mãos de Nicolas se movendo, uma delas apertou minha coxa direita e a outra segurando minha cintura com firmeza.

Mordi seu lábio superior e agarrei seu cabelo pelos dedos. O beijo se tornou mais urgente, como se ambos esperassem e necessitassem dele há muito tempo.

A sincronia de nossos lábios era perfeita, feitos um para o outro. Senti uma de suas mãos segurarem meu cabelo automaticamente dando a ele o controle da situação. Passei a língua pelo céu de sua boca e ele me tombou no sofá sem deixar que seu peso caísse sobre mim.

Ele puxou minha perna esquerda para seu quadril e segurou com firmeza minha coxa. Deslizei as unhas pela sua nuca e ele soltou minha boca.

Tombei a cabeça para trás quando ele se aproximou distribuindo beijos pela pele do meu pescoço. Suspirei erguendo a outra perna e travando em volta dele. Eu queria mais, precisa de mais.

Uma leve mordida no meu queixo me fez abrir os olhos e encara-lo. Estiquei as mãos tirando seu cabelo dos olhos e meu coração que já martelava no peito bateu ainda mais rápido.

Ficamos nos olhando, sem motivo, esperando a respiração se normalizar e por fim não suportei mais.

Encarei seus lábios e me estiquei depositando um beijo de leve

Posso jurar que ele sorriu, mas foi tão rápido que mal pode ser visto. Um beijo calmo se formou e pude sentir uma vontade enorme de permanecer ali pelo resto da minha vida, mas um som vindo da cozinha fez Nicolas parar e erguer os olhos. Os cabelos negros tocando nos cílios.

Ele me olhou rapidamente e eu retirei as pernas que o prendiam a mim. Ele ficou de pé esticando uma mão para me ajudar e foi o tempo de que eu colocasse meus pés no chão para sentir algo se fechar nos meus calcanhares. Arregalei os olhos quando fui puxada para trás.

Cai no chão sendo arrastada pelo corredor. Soltei um grito agudo.

– Nicooooolaaas!

Minhas unhas arranharam o piso de madeira e o que quer que estivesse me puxando era bem rápido. Tentei me virar, mas não consegui e aproveitei quando fui arrastada ate a porta. Travei os dedos na abertura e ficou uma luta entre mim e o invisível. Por fim Nicolas apareceu com um vaso de flores vermelhas nas mãos. Ele retirou as flores e jogou a areia na minha direção. O que segurava meus calcanhares de repente soltou e meu cabelo ficou cheio de areia.
Forcei as mãos no chão e fiquei de pé.

– Tudo bem?

Não tive tempo de responder, pois um vulto de areia me acertou no rosto. Brandi os braços como uma louca tentando acertar o invisível.

Nicolas mirou e jogou o vaso de vidro que bateu no chão virando mil pedaços.

– Droga!

Esquentei as mãos deixando as chamas saírem. Esperei, mas logo um homem surgiu na nossa frente.

Sua pele negra fazia um belo contraste com vários símbolos que ele possuía nos braços. Ele olhou para Nicolas e depois sorriu para mim e então vi que seus olhos tinham as pupilas brancas.

Afastei-me cambaleante e ele falou com umas voz rouca:

– Prazer em vê-la Katherine. – seus dentes eram brancos como a neve. Pronta para morrer?


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Notas finais do capítulo

Kate: http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=175752073



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