A Seleção - A realeza de Illéa escrita por VaB


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo. Esse é programado para ser postado automaticamente as 14 horas do dia 19/fev.
Espero que gostem. Estou aproveitando esse tempinho de recesso para poder dar uma adiantada na fic.



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POV Christian

Seria bom de mais se eu dissesse que nós conseguimos chegar ao acampamento Sulista. Mas não, fomos interceptados pelos guardas do palácio e meus pais antes.

Quando Matthew e eu estávamos indo em direção ao Leste, fizemos uma parada para descansar e passar a noite. Pude jurar ver em meio à escuridão, uma sombra nos vigiando por um bom tempo e logo depois, quando eu a percebi, ela sumir e não voltar mais. E logo cedo, quando saímos da nossa barraca, toda a guarda real, meus pais e inclusive tia Marlee e tio Carter, estavam do lado de fora esperando perto de oito carros 4x4 Highlander, da Toyota, pretos e completamente filmados e blindados.

– Eu gostaria muito de saber o que vocês pretendiam fazer. Espero que seja bom o suficiente para ter valido a viagem de vocês até aqui. – começou meu pai.

– E isso não vai, em hipótese alguma, diminuir o castigo de vocês dois! – tia Marlee estava começando a ficar histérica.

– Bem, tínhamos uma ... – Matthew me deu uma catucada com o cotovelo que me fez parar.

– Nós queríamos acampar de verdade, fora dos muros do castelo, como dois soldados em busca do perigo e da ação. – prosseguiu Matthew triunfante.

– E eu suponho que isso seja uma mentira. E daquelas bem ruins. – disse Carter.

– Er, bem, acho então que se falarmos a verdade vocês acreditem ...

Minha mãe deu um passo à frente, mas meu pai segurou sua mão a impedindo de prosseguir.

– Não America, ainda não.

Ela olhou para ele cautelosamente e se soltou de suas mãos. Aqueles dois me davam medo quando se comunicavam daquele jeito.

– Christian. – começou ela se aproximando devagar – O que vocês vieram, de fato, fazer aqui?

– Mãe, er, bem, talvez nós tenhamos um palpite de onde possa estar o acampamento Sulista. – ela me olhou seriamente.

– Ah Chris, um dia os encontraremos e, por hora, eu não gostaria que você se envolvesse nessa situação e ainda mais nessas montanhas perigosas. Ninguém jamais saiu vivo daí. Não quero perder você e nem ter como te procurar. – ela me abraçou e me beijou o topo da cabeça.

– Ah, mãe! Chega pra lá mãe!

– Venham, vamos voltar para casa. – disse meu pai – e, quando voltarmos, vamos conversar devidamente sobre isso Christian.

– Sim, pai.

– E você mocinho, isso só pode ter sido idéia sua! Vamos ter uma conversinha quando chegarmos em casa! – disse tia Marlee a Matthew, enquando dava leves puxões de orelha em Matt.

– Ai Mãe!!

E com isso fomos conduzidos aos carros onde nossa família foi junta em um único carro e, os outros se dividiam entre os outros carros e, novamente, pude notar meus pais se entreolhando. Ele ajudou minha mãe a entrar no carro e por fim, deu uma última olhada para as montanhas e chacoalhou a cabeça. “Não pode ser”. Disse isso tão baixo, que se eu não estivesse o estudando jamais teria escutado.

***

Ao chegarmos em casa, Matt tinha caído no sono na viagem de volta e o tio Carter o carregava para dentro. Tia Marlee falava alguma coisa com minha mãe sobre sei lá o que e se abraçaram.

Mamãe veio e me conduziu para o palácio afirmando de que eu precisava de um banho. Ela me mimou pelo resto da tarde até que fui convocado pelo rei para ter uma conversa particular em seu escritório. O rei significa meu pai.

– Mamãe, você pode me acompanhar?

– O rei quer ter uma reunião particular com o príncipe, e não com a rainha. – ela disse, piscando – E você sabe que seu pai não é um bicho de sete cabeças como, por exemplo, seu avô.

Estremeci com aquela ideia. Meu avô era uma pessoa de dar arrepios.

– Você pode me acompanhar pelo menos?

– Venha.

Chegando no escritório do meu pai, bati à porta. E uma voz grave e séria respondeu:

– Pode entrar. Estou lhe aguardando.

Mamãe me deu um beijo, e me desejou boa sorte. E então eu entrei. Me sentei em uma das cadeiras que ficam de frente para a cadeira principal, onde meu pai estava sentado.

– Christian, como seu rei exijo que me responda o que estava pretendendo com essa fuga ridícula.

– Pai, eu, er ...

– Agora eu sou seu pai? Você toma decisões sem cabimento e sai fugindo do palácio sem nem ao menos me comunicar a mim ou a sua mãe e agora, que está encrencado, você se lembra de que tem um pai? Porque não é muito bem a definição que eu tenho de uma relação de pai e filho. Acho que deveria ter tido um dialogo mínimo.

– E, se eu tivesse ido falar com você, você teria me deixado ir por algum acaso? Acho que não.

– Claro que não. Essa foi uma ideia muito descabida. E desde quando o príncipe herdeiro de um trono pode sair em uma missão suicida dessas? Porque mesmo que você chegasse ao seu destino, os Sulistas, você acha que conseguiria sair vivo de lá? Se alguém vai tomar a frente dessas missões, esse alguém sou eu. Eu. Seu pai. Pai de Sophie. Seu rei. E deixarei, em caso de acontecer alguma coisa comigo, alguém para governar em meu lugar. E não extinguir a família Schreave. Fora que você é o meu filho. Meu amado filho, cabeça dura, e eu não suportaria perder meu outro filho. Já é desgastante de mais saber que um de meus filhos está sendo mantido em algum lugar com algum propósito que ninguém sabe e isso é enlouquecedor. – Ele disse essas últimas palavras se aproximando de mim. – Sabe Christian, nessa idade de 7 anos eu também era um cabeça dura, mas eu aprendi das piores maneiras possíveis a me endireitar e isso me tornou o homem que eu sou hoje. Não quero que você passe pelas mesmas coisas que eu passei, mas quero que tenha a coragem e o discernimento de se guiar pelo caminho certo para que um dia se torne um homem melhor do que você acha que eu sou. Entendeu?

– Sim, pai.

– E agora me explique: por que você acha que o leste seria a melhor opção de esconderijo para os Sulistas e não, por exemplo, o Sul que é o que dá nomes a essa tribo?

– Pelo simples fato de ser um lugar tão remoto e que ninguém tem coragem de se aproximar.

– Obrigado filho. Está dispensado e lembre-se de nunca mais fazer nenhuma coisa dessas sem pensar. Nunca mais. Por favor.

– Ok. E, pai, ... quando nos preparávamos para descansar na tenda à noite, lá nas montanhas, eu ví uma sombra. Um homem eu acho. Não sei o que isso pode significar, mas espero que ajude em alguma coisa. - Ele me olhou sério.

– Acho que hoje foi um dia muito longo e cansativo. Venha, vou te acompanhar aos seus aposentos.

Quando abrimos a porta, mamãe estava na parede oposta à porta do escritório do meu pai nos esperando.

– E aí, como fomos? – ela dirigiu a pergunta à mim, mas ainda sustentava o olhar de meu pai.

– Eu acho que progredimos. Não acho que ele vá ser tão cabeça dura novamente.

Algo me dizia que não eram exatamente aquelas palavras que eram para ser ditas. Tinha algo a mais nelas. Algo que não era para eu saber.


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Notas finais do capítulo

Gostou? Que tal comentar? Seria muito fofo da sua parte conversar comigo :3



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