O caminho do Sábio escrita por Seela Rubens
CristinaRiver soube que chegara ao fundo do poço quando dois enfermeiros a conduziram com uma camisa de força até o hospital psiquiátrico da cidade universitária de Monte Carlo sob os olhares repreensivos e curiosos dos colegas e vizinhos da república onde morava.
– A quem devo avisar de sua internação? - a médica repetira a pergunta de uma enfermeira para obter a mesma resposta.
– Ninguém. - Cristina mal tirou os olhos do boneco do Einstein que balançava a cabeça ao toque.
– O que se lembra da noite de sábado, Cristina?
– Cheguei em casa aquele dia e alguma coisa me atingiu por trás. Percebi que a sala estava um pouco bagunçada antes de desmaiar e depois acordei no hospital.
– E o que falou sobre os monstros e...
– Eu devia estar louca. - Cristina parou a cabeça do boneco com a mão - Você deve saber quegrandes pancadaspodemdanificar temporariamente o processamento do cérebro, enfermeira.
– Está dizendo que tudo o que falava quando acordou...
– Acredita que existem demônios? Isto é ridículo. Pior: é impossível!
A enfermeira riu sem graçae se apressou em sair da sala. Cristina ainda pensava no acontecido quando o delegado bateu a mão com força na mesa do aconchegante salão de visitas arborizada do hospital.
– Está me ouvindo, River? - a garota balançou a cabeça para olhar sem vero policial com barba por fazer e olhos cansados a sua frente. Sua mente estava no passado. -Não pense que me engana com este olhar de coitada e desmaios convenientes. Nada me tira da cabeça a ideia de que você sabe mais do que fala. Quem os matou?
– Já disse que não sei, delegado. Creioque já estavam mortos quando cheguei.
– Apenas uma coisa a impede de ser condenada, River: seu corte na coluna, que não poderia ter sido feito por você mesma. Mas ainda pode ser presa como cúmplice...
– Acha que eu conspiraria para matar três colegas de quarto? Que motivos eu teria para...? - Cristina se interrompeu no meio. Vozessussurravam novamente em sua cabeça e ela pôs as mãos nos ouvidos para evitar o som em vão, contorcendo-se na cadeira.
–A hora está chegando - o som daquela voz era como o de um garfo arranhando um prato metálico. Cristina já ouvira aquelas vozes muitas vezes, mas nunca com tanta limpidez– Cold já busca a quinta chave para abrir o portal.
– Ele não conseguirá chegar àSeatle a tempo. A garota está a caminho.
– Então temos que eliminá-la. -A voz subitamente fez uma pausa - Temo que estejamossendo observados...
Cristina acordou na cama do quarto que ocupava no hospital com uma forte dor de cabeça. A enfermeira depositava uma bandeja com o almoço do dia em seu criado mudo.
– Apaguei por quanto tempo desta vez?
– Três horas. O delegado disse que entraria em contato depois.
– Típico - Cristina abriu um sorriso e esperou a enfermeira sair do quarto. Abriu a porta só para encontrar um corredor relativamente movimentado e olhou pela janela, encontrando um caminho livre para fuga. Reuniu todos os lençóis do quarto e uniu-os num nó firme que certamente resistiria ao seu peso. Jogou os lençóis pela janela e amarrou a ponta na cômoda ao lado da cama.
– Então, aqui vou eu. - Cristina subiu na janela e jogou uma das pernas para fora. Foi quando a porta se abriu.
– Cristina, parece que o FBI quer falar com... - a enfermeira a olhou aturdida, seguida por dois rapazes de terno escuro. Cristina abriu um sorriso criança travessa que foi pega no ato.
– Estava só pegando um pouco de ar.
– É, nós percebemos - o homem mais baixo, de cabelo arrepiado castanho claro, pigarreou. A enfermeira recuou dois passos e saiu do quarto.
– Queremos conversar com você. Agentes Calloy e Randolf, FBI.
– Será que posso ver as carteiras?
Ambos os agentes estenderam a documentação e Cristina fez uma careta.
– E em que acham que eu poderia contribuir? Já disse ao delegado que não sei de nada. Sejamos verdadeiros, sim? Vocês não são do FBI.
– Como é?
– Há carteiras falsificadas piores, eu admito.
– Você está certa. - disse o cara mais alto, de cabelo liso. O outro o olhou com irritação - Sou Sam Winchester. Ele é Dean, meu irmão.
– Eu sabia que vocês viriam... uma hora ou outra. Por que estão aqui? Pensei que caçasse monstros e estas coisas...
– C-como você sabe?
– Estou tão surpresa quanto vocês. Até hoje, pensei que fossem só mais um daqueles sonhosestranhos. Só não sei o que fazem aqui. Não há mais criaturas esquisitas em Monte Carlo.
– Não viemos por causa das criaturas. - Samdeu um passo a frente - Cristina River, bem vinda à família Winchester.
Como que para confirmar, Cristina olhou paraDean.
– O que o Sr. Sincero quer dizer. - ele a encarou nos olhos; obviamente não gostava daquela história - É que você é nossa irmã.
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