De Repente, um Pokémon (Interativa) escrita por The Hat Man


Capítulo 5
Capítulo 5 - Vivendo e Aprendendo


Notas iniciais do capítulo

Obrigado pelos comentários, pessoal! Fico feliz que vocês continuam gostando da leitura aqui!

Bem, eu ganhei um tempo livre durante meus estudos e consegui terminar por completo o Capítulo 5. Antes até do que eu tinha previsto, hehe...

Antes de lerem, vou me desculpando logo pela minha nerdisse nesse capítulo. Boa Leitura!



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Sabe, eu sempre me perguntei como era ideia, para um Pokémon, de ser capturado por pokébolas. Desde a primeira vez que aquela tecnologia aparecer nos primeiros episódios da série, sempre vi somente o lado dos humanos quanto à questão da captura mas, e o dos Pokémon? Bem, ainda carrego algumas hipóteses que formaram ao longo dos anos em que eu me fascinava com as tecnologias dos filmes de ficção científica e talvez, hoje, posso dizer com certeza que os humanos desse mundo são mais avançados que do meu, apesar de ainda ter muitas semelhanças. Me perdoem de avanço logo, porque vou entrar no modo nerd agora. Pelo que pude perceber até agora, a Pokébola usa uma espécie de conversor de massa para transformar as moléculas celulares dos Pokémon em energia pura que será estocada e comprimida dentro dela. Como isso é feito não tenho a menor ideia, já que ainda estava no terceiro período de engenharia quando fui arrastado até aqui. Também, imagino que essas pokébolas são feitas para se adaptar de acordo os diferentes de comodidade que cada Pokémon. Afinal, quem iria querer ficar aprisionado numa coisa sem querer algo em troca como conforto?

Pelo menos, era isso o que eu tinha deduzido com os animes e jogos. Agora que estava vivendo uma situação real de pré-captura, a deusa matemática chamada Probabilidade dizia para mim que teria a chance de descobrir de primeira mão...

– Mas o que-? Ei!

Acho que era o Shinx que gritou quando passei correndo pelo grupo. Tinha um arbusto a frente e então, cerrei os dentes e pulei. Choque estava logo atrás de mim me seguindo juntamente com os outros, todos sem saber o que realmente estava acontecendo...

– Pára aí, Riolu! – Ele gritou. E eu parei, mas não antes de convencê-los a se esconder comigo num arbusto próximo.

– Certo, Riolu. Agora desembucha! Por que você estava correndo daquele jeito como se-

Mas antes que ele pudesse terminar, eu o silenciei com a palma da minha pata e com o típico sinal visual de silêncio para os outros. Felizmente, atenderam a minha sugestão.

Foi então que nós ouvimos os passos dos humanos e seus Pokémon e, obviamente descobriram do meu comportamento prévio.

– Merda, ele fugiu! - Exclamou o garoto. Ótimo, agora eles iam desistir e nos deixar em paz. Bem, agora que ouvi meus “amigos” nessa armada. – Vamos embora, irmãzinha. Não vale a pena perder tempo procurando um Pokémon nessa floresta enorme. – Sério? Eu pensei que treinadores eram pessoas tenazes que fariam o que fosse preciso para vencer a Liga. Bem, isso só prova que meu ponto de vista talvez seja um pouco imaturo.

Daí, ouvi o que parecia ser alguém farejando próximo dali. Terror caiu sobre mim quando esqueci um pequeno detalhe importantíssimo no ambiente selvagem: meu cheiro. E para comprovar meu desleixo, ouvi alguns gorjeios vindo do Torchic.

– Está aqui, está aqui!

– Irmãozinho, parece que Torchic achou alguma coisa perto daquele arbusto.

– Hehe, eu aposto que é ele. – Eu quase podia ver o menino dando um sorriso maroto. Merda, e agora?

Eu encarei meu grupo com um olhar firme e sério. – Saiam daqui, rápido! Vou distraí-los enquanto vocês fogem.

– Mas- – Dina tentou protestar.

– Mudkip, use Jato d’água para tirá-lo do arbusto! – Ouvi o menino ordenar. Merda...

– Fujam, agora! – Gritei antes de ser atingido uma corrente poderosa de água. Cara, agora sei o que é tomar banho de alta pressão... e se tivesse ainda no meu corpo humano, teria doído mais.

Felizmente, quando levantei, vi o grupo sair de cena antes que pudesse ficar sob perigo de uma pokébola. Entretanto, só então percebi que Choque ficou para trás, rosnando para os humanos se afastarem.

– Nossa, agora temos dois Pokémon de Sinnoh! – A garota gritou de alegria.

– Nos deixem em paz! Nós não queremos ser capturados! – Choque ameaçava.

– Vocês não tem a nada dizer sobre isso. – Disse uma voz feminina que eu identifiquei como sendo a do Torchic. Ela estava sorrindo em tom de desculpa. – Nós estamos apenas seguindo ordens... Sinto muito.

Aí entrei também na confusão. – Então, não temos escolha a não ser lutar. – Bem, eu nunca fui um covarde quando uma briga era inevitável na minha sala na época de escola. Pelo menos, essa era a primeira vez que alguém fazia questão em ficar para me apoiar. Choque, cara, você agora tem meu respeito...

– Parece que eles vão lutar contra nós, irmãzinha. – O menino sorriu confiante.

– Eba! Uma batalha Pokémon! – A irmã também já preparava.

Enquanto os dois maravilhavam diante da luta iminente, eu já trabalhava na formação de uma estratégia. Graças aos jogos de RTS, eu já tinha uma solução que podia funcionar muito bem contra dois treinadores novatos.

Eu cheguei perto de Choque e disse baixo:

– Choque, preciso que você me dê cobertura enquanto tento encurtar a distância entre eles.

Minha visão periférica registrou ele sorrindo, indicando que entendeu o que eu estava planejando. – Para alguém que nunca teve treinador, você sabe o contexto de uma batalha em dupla.

Eu ri para ele. Oh, eu sabia muito bem como as coisas funcionavam aqui. Mas nosso papo foi ligeiramente interrompido quando o menino fez seu primeiro movimento:

– Mudkip, vamos começar com Jato D’Água no Shinx! – Bem, acho que agora posso tocar de novo a música de luta selvagem do jogo Esmeralda na minha cabeça. Vai até ajudar a entrar no meu alterego de lutador.

A irmãzinha também ordenou logo em seguida:

– Torchic, use Brasas no Riolu! E cuidado para não deixar ele chegar perto de você! – Droga, isso ia deixar as coisas mais complicadas. Com nós dois igualmente ocupados com cada oponente, eu provavelmente teria que me virar de novo. E contra um do tipo Fogo novamente... (Sighs)

Eu facilmente desviei do ataque e comecei a avançar contra a Torchic, mas ela não deixou barato. A precisão e a rapidez entre cada ataque era impressionante. Parece a menina andou trabalhando no vigor daquela Pokémon muito bem para aguentar o cansaço de uma sequência rápida, também considerando que apenas haviam começado chegado a jornada a pouco tempo. Ou então, andou tomando muito alguma coisa equivalente a PP Up...

E mesmo que eu conseguisse chegar perto o suficiente para efetivar um golpe, ela era escorregadia como um peixe. E tentativa após tentativa, nem consegui sequer encostar um dedo nela. Eu sentia minha raiva fluir pelo meu corpo à medida que falhava em cada ataque.

– Argh, fique parada de uma vez! – Eu escapuli.

– Digo o mesmo de você, mas eu não vou desistir até ver você dentro daquela bola. – Foi que notei que a menina segurava uma pokébola já nas mãos. Foi então que me recorreu... Esses eram espertos. Depois, meus olhos se arregalaram quando notei o garoto com a pokébola dele também, mas, ao contrário da irmã, realmente jogou contra Choque.

Quase que imediatamente, desisti de atacar a Torchic e corri até pular em direção da bola. Com uma batida forte na cabeça, senti meu corpo ficar mais leve e ser transformado numa luz brilhante bem familiar. E então, fui sugado para a pokébola...

Cara, como eu me senti estranho lá dentro. Eu não conseguia sentir meu corpo, mas eu estava ciente que eu não era mais massa e sim energia. Só que eu estranhamente me sentia bem confortável aqui, como se não quisesse sair desse lugar. Ainda assim, minha mente dizia para lutar contra esse sentimento, que tudo era falso. Espere, Pokémon podiam se libertar! Eles não me enfraqueceram! Só me capturaram!

Eu tinha que lutar contra sentimento! Lute contra esse sentimento aconchegante e confortável! Argh... é muito difícil! Ah espera, já estou fora...

Eu pisquei e vi as caras surpresas dos dois humanos e seus Pokémon. He, sempre achei hilário surpreender as pessoas quando era humano. No entanto, minha própria surpresa se manifestou quando percebi a presença de Sienna, Dina e Treecko logo atrás de Choque. Mas que diabos eles estavam fazendo aqui?

Sienna parecia entender minha expressão e respondeu:

– Não podíamos deixar vocês sozinhos lutando por nós, então resolvemos voltar e ajudar. Segurança nos números, não? – Ela sorriu para mim. Estúpido da minha parte em pensar só na eficiência do que nos números. Choque e eu podíamos ser os mais fortes do grupo, mas não podia negar que a situação ficaria melhor com a ajuda dos outros três.

Eu assenti para eles, agradecido pela ajuda. Depois, me virei até encontrar os rostos de medo dos dois pequenos treinadores e seus Pokémon.

– Irmãozão, o que a gente faz agora? – A garota perguntou enquanto tremia e abraçava o braço de seu irmão, procurando proteção. – A gente não dá conta de todos eles.

– Eu sei, maninha. – Se atacarmos novamente, pode ser que as coisas fiquem feias para nós. Então, acho melhor irmos embora e deixa-los em paz. – Assim, eles chamaram seus iniciais de volta para a Pokébola e caminharam até saírem de nossas vistas. Que pessoal estranho desse mundo, hein... e covarde...

Pelo menos, o problema estava resolvido. Ninguém havia sido gravemente ferido e ninguém foi capturado, apesar de eu ter sido quase né.

Falando em sacrifícios, Choque chegou até mim e ofereceu uma de suas patas. Eu franzi a testa tentando entender o que pretendia fazer.

– Obrigado por me salvar, Riolu.

Ah, então ele queria um aperto de mãos, quer dizer, patas. Bem, eu não via problema nisso então eu apertei.

– Se não fosse você, bem, vamos dizer que gosto de ter minha liberdade. – Ele continuou.

E quem não gostava? – Sem problema, Choque.

– Aquilo foi até impressionante, Riolu. Se sacrificar para defender um estranho que você mal conheceu a poucas dezenas de minutos... Foi uma atitude heroica. – Treecko comentou com um sorriso de aprovação, assim como todos os outros. – Minhas opiniões sobre sua pessoa subiram na verdade.

Eu senti minhas bochechas corarem de vergonha. Eu estava acostumado com a ideia de ser chamado de herói nos jogos, mas na vida real era outra coisa. Na verdade, nunca me dei bem com elogios na vida porque eu gostava de ser bem modesto com as coisas... Sério! Claro, posso acabar criando um ego às vezes...

– E-eu só... estava fazendo o que achava certo. – Eu gaguejei. Caramba, como odeio minha timidez em certas situações...

– E fez um bom trabalho nisso. – Sienna acrescentou. – Vamos voltar, pessoal. Acho melhor voltarmos para a clareira. Não é seguro ficar aqui com os treinadores vagando por aí.

Todos assentiram em concordância e a seguiram de volta até a clareira. No meio do caminho, no entanto, eu ainda estava pensando na luta contra aqueles treinadores. Ela revelou que ficar dependente de meus golpes que aprendi quando era humano talvez não fosse a melhor maneira de revidar numa batalha. Por exemplo, Wing Chun é conhecido por desferir golpes de precisão e velocidade incríveis, mas aquela Torchic desviou de todos como se soubesse cada movimento que ia fazer. Conclusão, eu devo jogar pelas regras do jogo de agora em diante, ou seja, tenho que aprender a usar ataques Pokémon. E outra coisa, eu preciso de um ataque de alcance. Se tiver de encontrar oponentes como aquela Torchic pela frente, preciso de um golpe que usar a distância. Hmm, para um riolu só existem Poder Oculto, Explosão Focalizada e Ronda. Mas como eu vou aprender um ataque Pokémon não tenho a menor ideia, bem com exceção do tipo Lutador.

Talvez seja até bom esperar por Latios e Latias mesmo, porque aí terei tempo para me adaptar melhor a esse mundo e também aprender a lutar. Acho que vou perguntar algumas coisas sobre o tempo dele quando estava com seu treinador. He, quem sabe ele não me ensine algumas coisas antes de me aventurar a tentar achar uma maneira de sair daqui...


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Notas finais do capítulo

Bem, está aí como eu imagino que seja uma captura ao ponto de vista de um Pokémon. Sério, nunca gostei da ideia de forçar os pobres coitados de seus habitats para servir uma vontade medíocre de um(a) humano(a) de vencer um torneio.

Pelo lado do anime e dos jogos, os criadores reforçam a ideia que os Pokémon não se importam com isso. Mas sei lá, toda regra tem sua exceção...



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