On My Way escrita por A Stupid Lamb


Capítulo 2
Uma breve conversa.


Notas iniciais do capítulo

Espero que vocês gostem e que eu tenha conseguido passar de forma clara o que ambas sentiam naquele momento. Próximo capitulo será a vez de "Michele" falar um pouco mais do que sente.

P.S: Para evitar q a fic seja excluída, usarei Elise e Michele assim como em Battlefield.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/479210/chapter/2

Elas finalmente se separaram do abraço, mas ficaram um bom tempo se encarando, nenhuma das duas com coragem o suficiente para quebrar o silencio. Elas apenas se encaravam, tentando entender o que acontecera, como haviam chegado aquele ponto, onde, embora o sentimento ainda fervesse em seus sangues e acelerava seu coração, elas pareciam perfeitas estranhas.

Uma certa dor atravessou o coração da morena, tal qual uma flecha venenosa em seu coração, quando ela encarou os olhos esverdeados a sua frente. Estavam inchados e vermelhos, como se tudo o que a menina fizera fora chorar. Mas o que mais a perturbava era que o antidoto para o veneno do choro da menina, também estava nos olhos da menina, eles transmitiam um certo alivio e o amor que sempre demonstraram, fazendo a morena se agarrar a esperança de que não estava imaginando coisa e que poderia sim lutar e conseguir reconquistar a pessoa mais importante em sua vida.

“O que você está fazendo aqui?” A voz da menina soou cortante e pesada pelo ar, com uma magoa que ela só escutara uma vez e que desejara nunca mais escutar.

A morena engoliu em seco, xingando mentalmente por ter sido ela a fazer aquilo com a menina.

“Eu não suporto mais isso, Elise”

A menina sorriu secamente, como se as palavras arrastadas da morena fossem uma piada de mal gosto.

“Eu escutei isso antes Michele” O choro estava presente na voz da outra, e ela não se importou em esconde-lo como fizera das outras vezes “O que torna diferente agora? Por que eu devia acreditar?”

A morena não sabia o que responder. Ela sempre pensou ter resposta para tudo, mas era sempre diferente com a loira.

“O que você queria que eu fizesse antes?”

“O que eu queria não é a pergunta certa. Era o que você devia ter feito” Ela se aproximou um pouco da morena, a olhando profundamente como se quisesse falar com a alma da menor. “Eu não queria que você olhasse pros meus sentimentos” Sua voz era um sussurro controlado, as lagrimas escorriam pelo seu rosto. “Eu nunca te pedi isso. Mas você deveria se envergonhar do que faz, ligar pros sentimentos dele, pros sentimentos da família dele, pros de quem o amou de verdade” A cada palavra que saía da menina, a morena sentia que era um soco em seu estomago. “Você continuou a cavar ainda mais fundo a cova dele, você aumentou ainda mais as mentiras que o fizeram parar onde parou” A menina parou, tomando folego e afugentado um pouco das lágrimas. “E tudo isso pra que? Pra vender cd?” Ela olhava pra menina com incredulidade. “Você não precisava disso pra vender cd, não com o talento que você tem” Seu olhar mudou totalmente, assumindo um brilho protetor e melancólico.

“Eu não tive escolha” Sua voz passava toda a dor que sentia.

“TODOS TEMOS ESCOLHAS” A loira gritou, fazendo a morena se encolher contra a porta e ser vencida pelo choro. “Ai, me desculpa” A loira disse, abraçando a menina o mais forte que conseguia. “Eu não queria gritar com você”

Dessa vez, era a loira que se culpava. Embora não se arrependesse do que disse, se arrependia de gritar com a menina, pois, vê-la chorar, sempre lhe partia o coração. A loira a segurava cada vez mais forte, desejando passar para ela toda a dor que a morena sentia, embora não a entendesse.

“Pronto, bebe um pouco, você vai se sentir melhor”

Elas já estavam sentadas na cama, quando a loira chegou com a xicara de chá e a estendeu para a outra menina, que a aceitou com um sorriso fraco, já mais controlada embora ainda tremesse um pouco.

“Obrigada pelo chá” A morena sussurrou, um pouco tímida, enquanto colocava a xicara de lado.

Elas ficaram em silencio, a morena de cabeça baixa e a loira a encarando, incapaz de desviar o olhar.

“Você não tem nada o que agradecer” Disse mais delicada. “Eu que fui rude, não deveria ter gritado”

A morena a olhou, um sorriso fraco nos lábios e um brilho triste no olhar.

“Para de passar a mão na minha cabeça toda hora, eu sei que eu estou errada e você está certa em tudo o que disse”

“Não me dá o direito de gritar com você”

“Como não dá?” Ela meneou a cabeça, mordendo o lábio para se manter firme. “Te dá o direito até de me bater se assim você quiser”

“Eu nunca faria isso” A loira sorriu fraco, segurando o lençol para não acatar ao desejo de tocar a menina.

“Eu sei que não e isso é o que me faz sentir pior” Algumas lágrimas lhe escapavam. “Eu fui egoísta, mesquinha, desrespeitei a vontade de um irmão e feri a pessoa que mais amo só porque me deixei influenciar” Ela suspirou. “Eu sinto muito”

“Você me falou a mesma coisa quando fomos para o México” A loira estendeu um braço, pegando uma revista e a mostrando pra a morena. “E olha o que você fala agora”

O aperto em seu coração foi mais forte ainda. Ela não gostava de pensar que a loira lia aquelas coisas. Ela jogou a revista de lado, como se fosse um vírus letal.

“Eu realmente não esperava que você acreditasse em mim de primeira, não depois de tudo o que eu fiz ou disse, mas eu prometo que vou te mostrar que eu mudei e que dessa vez quero fazer a coisa certa” Ela segurou o rosto da loira entre as suas mãos, fazendo um choque percorrer pelo corpo de ambas. “O Jon disse que vai nos ajudar” Agora ambas sorriam uma para outra, com certa delicadeza.

“Sabe o que eu mais odeio nisso tudo?”

“O que?”

“É que eu sei que você não vai precisar de muito para que eu acredite em você”

A morena pegou a mão direita da menina e a caixinha em seu bolso, revelando um anel idêntico ao da menina.

“Para sempre, lembra?”

As lagrimas voltaram ao rosto de ambas enquanto a morena colocava seu anel.

“Você vai passar a noite aqui?”

“Eu tenho que ir, prometi uma noite das meninas ao Jon”

“Tudo bem”

A morena se levantou, seguida da outra.

Deram um abraço demorado na porta, sentindo uma parte se despedaçar quando se afastaram.

Já de volta a rua, um pouco mais calma e esperançosa, a morena pegou o celular, sabendo exatamente o primeiro passo que teria que dar.

“Precisamos conversar”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem!!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "On My Way" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.