Bring Me Back To Life escrita por Elizabeth Watson


Capítulo 1
Capítulo 1.


Notas iniciais do capítulo

Hey!Primeira vez que posto aqui,espero que gostem.Por favor,sem leitores fantasmas,o.k.?Eu não me mato pra postar algo e não ter nenhum reconhecimento (ou talvez eu me mate...).Enjoy and...Enjoy.



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Prazer. Sarah Jackman, e esse é o começo do meu fim.

Não estou dizendo isso porque sou uma vidente, não estou anunciando o Apocalipse e nem quero te assustar. Mas acredite em mim: tudo estaria melhor se eu tivesse ficado na cama naquela manhã. Ao menos naquela manhã. Minha sanidade não teria ruído e eu poderia continuar sendo fria, porém normal.

Ou talvez não. Creio que nunca fui normal.

Primeiro: pare de ser ignorante e tente ajudar alguém com depressão, antes que ele tente se matar seis vezes como eu fiz; duas somente nesse ano. Você deve ficar surpreso, deve achar que isso é um absurdo para uma garota de apenas dezessete anos. Acredite, é mais comum do que você imagina.

Sou assim desde os doze anos, e posso dizer, é deprimente. Sabe, San Diego é lindo, o clima da Califórnia é perfeito, mas nada pode ajudar com uma depressão profunda. Talvez remédios, se eu os tomasse. Jogo-os no vaso sanitário e dou descarga. Meus pais não me controlam apenas me mandam tomá-los. Bem, o que eles não veem não acontece certo?

Não, não tenho amigos. Não meu bem, nem mesmo um imaginário. Acho que nem alucinações querem ficar perto de alguém que quebrou o espelho da escola e tentou se matar com um dos cacos. Só não estou em um cemitério graças a uma das faxineiras que estava lavando os seis metros de janelas que ficam em frente ao banheiro. Obrigada por atrapalhar a chance de fazer meu corpo finalmente descansar, senhora Verment. Muito obrigada.

A única coisa que me ajuda á não me enterrar viva, como todo cadáver, é a música.

Toco violão desde os seis anos. Sempre amei os grandes clássicos do rock como AC/DC, Oasis, The Beatles, Led Zeppelin, Ramones, enfim. Por realmente amar música eu resolvi aprender a tocar, e sinceramente, é o que sei fazer de melhor. A música mantém meu corpo andando, enquanto eu sei que já morri há tempos.

Quando me olho no espelho, vejo meus lábios brancos, rachados e cortados. Vejo a pele branca seca como se a qualquer toque ela fosse se esfarelar. Vejo olheiras profundas embaixo dos meus olhos azuis em decorrência de todas as noites mal dormidas.

Vejo lágrimas enchendo-me os olhos toda vez que acordo.

Era hora de ir para escola.

Não uso roupas sem mangas, e nem shorts, apenas calças.

Não, eu não me corto, é que, eu não gosto de olhar pro meu corpo. Não sei quando essa paranoia começou, não sei o motivo dela, mas não me sinto confortável. Provavelmente nunca me sentirei.

Enfim, coloquei minha calça jeans, meu all star, minha camiseta do Nirvana e a minha jaqueta de couro. Peguei minha mochila, coloquei meus fones, deixei Make Me Wanna Die do The Pretty Reckless no último e fui pra escola.

Verão, Califórnia, 40º graus, e eu de jaqueta de couro preta, calça e all star. Já dá pra imaginar que as pessoas me olham como se eu fosse louca não é?

Tirando o Oliver, o garoto loiro dos olhos castanho mel que sempre dorme na aula de matemática. Ele não liga se você for rico, ou for para o colégio de bicicleta porque não tem um carro, ele simplesmente só quer... Dormir? Pois é, aparentemente ele é muito preguiçoso.

—Oi Sarah.

—Oi Oliver.

Apenas um “Oi”. Apenas essas palavras que sempre trocamos. Ah, claro, tem o “Tchau” também e o “Até amanhã/semana que vem”.

Ele é simpático até, divertido, humilde e bonito. Sabe, é um cara legal.

—Ô Sarah, espera aí!

Eu parei, estranhando um pouco. Nunca troquei mais de três palavras com o Oliver, ele me chamar não era normal.

—Que foi?

—Sabe aquele trabalho de literatura em dupla sobre Romeu e Julieta? Você quer fazer comigo?

Olhei por cima de seu ombro, para onde os amigos dele estavam sentados rindo.

—Por que você não vai fazer com eles? - hum droga, isso não era para parecer tão rude assim.

—Porque eles já formaram as duplas, e se eu me reunir com um deles vou acabar levando um zero. Mas, não precisa se não quiser. Eu pergunto pra outra pessoa.

—Não tudo bem, eu faço o trabalho com você.

Ele sorriu, parecia realmente feliz e satisfeito.

—Ok, depois a gente vê isso direito... Obrigado, mesmo. - ele deu um beijo na minha bochecha e voltou com os amigos.

Ok, isso foi bem estranho. Só aceitei fazer o trabalho com ele porque eu provavelmente o faria sozinha, e porque as notas dele em literatura, ou melhor, em todas as matérias, são perfeitamente choráveis.

O sinal soou alto.

A aula era vaga porque aparentemente a professora de trigonometria tinha preguiça de trabalhar. Decidi compor músicas.

Ah, eu me esqueci de dizer que além de saber tocar eu também componho? Perdão tenho uma memória horrível...

Eu componho coisas mais depressivas, mas com uma pegada rock.

Enfim, eu estava terminando a letra de uma música que eu tinha composto no violão,quando Oliver chegou, me interrompendo.

—Oi, fazendo o que? - seus olhos percorriam toda a minha carteira, e pousaram sobre meu caderno, onde a minha caligrafia fina e redonda deixava exposta a minha música, onde eu exponho meus sentimentos, que sinceramente, não são os mais belos.

—Nada, só escrevendo. - fechei meu caderno rapidamente.

—Escrevendo o que? - droga, como ele é curioso!

—Uma música, nada de mais.

—Você compõe? - ele puxou uma cadeira e se sentou do meu lado. Sai daqui cara! Eu preciso ficar sozinha!

—Sim, desde os meus doze anos...

—Posso ler?

—Você não vai gostar...

—Quem tem que decidir isso é eu, não é? - ele sorriu simpático.

—Desculpe, eu realmente acho melhor você não ler...

— Ok não irei pressionar... É, sobre o trabalho de literatura, na minha casa ou na sua?

—Acho melhor na sua, meus pais vão, vão ficar enchendo o saco... É, na sua é bem melhor. - tentei imaginar meus pais se eu levasse Oliver em casa, a cena seria torturante. ”Quem é esse, Sarah? É seu namorado?”

—Ok. É, quando?

—Pode ser no sábado umas duas horas?

—É, pode sim. E não se preocupe, eu li o livro, não vou ficar dormindo enquanto você faz o trabalho todo.

Dei uma risada fraca, estava sendo muito antipática com ele.

—Tudo bem, porque já vou avisando que sou uma das pessoas mais preguiçosas do planeta.

—Pior que eu você não deve ser moça, não se preocupe.

—É, é impossível ser pior que você...

Ele colocou a mão no peito esquerdo, com cara de ofendido.

—Agora você me magoou profundamente Sarah Jackman.

—Ah, coitado. Perdão, não queria ferir seus pobres sentimentos.

—Você vem falar isso depois que já o fez não é?! Sua sem coração! Você pisa em mim e depois vem pedir desculpas?! Você não tem sentimentos mesmo não é?!

Comecei a rir, ele era um ator terrível.

—Perdão, eu juro que não queria fazer você se sentir assim! Você me perdoa? - fiz a melhor cara de dó que pude fazer.

Ele abriu um sorriso enorme e deu um beliscão fraco na minha bochecha.

—Só porque fica muito fofa assim. - deu-me um beijo na testa e voltou para o grupinho com os amigos.

Voltei-me para a minha música novamente. Estava ansiosa para voltar pra casa e tocá-la no violão com a letra já pronta. Seria muito divertido.

Comecei a cantá-la baixinho para ver mais ou menos como ficaria, mas ou eu cantei alto demais, ou as pessoas da minha sala tem uma audição assustadoramente boa.

—Nossa Sarah, que vozeirão! - um dos alunos disse.

Oliver chegou mais perto de mim e sussurrou no meu ouvido:

—Era essa música que você não queria que eu ouvisse? Você é uma idiota mesmo, canta tão bem... Não precisa ter vergonha. - ele me abriu um sorriso, deu uma piscadinha e saiu.

Foi quando a confusão começou...

A sala de trigonometria ficava perto do ginásio, logo, perto do vestiário, de onde estava saindo um grito feminino estridente e apavorado, deixando todos preocupados.

Joanne, a loira do 1º ano chegou à nossa sala, pálida como se tivesse visto um fantasma, mas era pior do que isso.

—Alguém, morto, pendurado, no chuveiro. - a novata desmaiou e todos correram em torno dela, menos eu e Oliver, que fomos correndo para o vestiário.

Gotas pingavam no chão, o barulho vinha da ducha. Não eram gotas de água, eram gostas de sangue.

—Que diabos...?

Havia uma garota pendurada pela garganta no chuveiro, a boca escorrendo sangue, hematomas pelos braços e pernas...

—Sarah, chama algum inspetor e deixa todo mundo longe daqui. Agora!

Obedeci a Oliver, que parecia estar com medo... Não, o que eu estou dizendo?! É claro que ele estava com medo! Se você acha um corpo enforcado no chuveiro do vestiário da sua escola, o normal é você sentir medo. A não ser que seja você que tenha matado a pessoa.

Chamei a diretora, ela nos expulsou do local e nos mandou ir arrumar nossas coisas, obviamente seríamos dispensados.

A perícia chegara, pude ouvir um “acho que foi um homicídio...”. Deus, que caras lerdos! É claro que foi um homicídio! Mesmo que a garota tentasse cometer suicídio o enforcamento não faria escorrer sangue pela garganta.

—Você está bem Sarah? - Oliver me alcançou no corredor, com a mochila nas costas.

—É, estou sim, eu acho... E você?

—Sim, eu estou bem. Viu você tem celular, para eu te ligar para resolver sobre o trabalho?

—Sim, tenho. Anota aí. - passei meu celular para ele, acho que não faria mal.

—Ok, eu te ligo ta? -ele me deu um beijo na bochecha e foi embora.

Eu não sabia naquele momento, mas aquele não seria o único corpo que eu encontraria enforcado...


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Notas finais do capítulo

Gostaram?Comentários?Leiam a história pra sua mãe,pro seu pai,pras suas amigas,pros seus professores,pro seu cachorro,para aquela criança chata que você quer traumatizar...Enfim.Tchau,Beijão!