Como ela não estava muito animada entendi-lhe o cesto e peguei-a às cavalitas e disse:

–Vamos o céu é o limite.

Cátia e eu parámos num jardim muito bonito, cheio de flores e árvores. A melhor parte é que como era um bocado longe da cidade quase ninguém ia lá. Sentamo-nos, ela olhou para mim e perguntou:

–Porque não ficaste chateado quando me afastei de ti?

–Porque és a minha melhor amiga. –falei, talvez agora estivesse na hora de lhe contar. –E eu amo-te.

–Eu também te amo. Essa é a melhor parte de ter um melhor amigo. –falou ela sorrindo. –Porque os melhores amigos são tão chegados como irmão, que estão sempre lá. Eu tive muita sorte em te encontrar, como sou filha única no momento em que chegaste isso mudou.

Sorri pela inocência dela. Como ela doce e pura e só de pensar que o idiota do Dake quis destruir isso enchia-me de raiva. Cátia chegou-se a mim e abraçou-me, abaixei a cabeça e escondi o rosto no cabelo dela. Ouvia o coração dela a bater e perguntava de o meu estaria igual. Não lhe conseguia ver o rosto, por isso perguntei-lhe:

–Estás a chorar?

–Não. –falou ela com uma voz calma. –Tu ajudaste-me a ultrapassar isto. Obrigada Armin. Por estares sempre aqui, nunca me abandonares e defenderes-me sempre.

–Prometo eu até parar de respirar estarei sempre ao teu lado para tudo. –prometi eu.

Ela afastou-se um pouco para me ver a cara, sorriu. Afinal no que estaria ela a pensar? Estava com ar de quem ia fazer algo. Cátia levantou as mãos e começou a fazer-me cocegas. Agarrei-me a ela e rolamos pelo pequeno monte. Quando finalmente a consegui parar ela sentou-se e eu sentei-me atrás dela, abraçando-a.

–A partir de agora nunca nos vamos separar eu prometo. –prometeu ela.

–Eu também promete que de agora em adiante nunca nos vamos separar. –prometi com ela.

Cátia começou a melhorar, voltou a ser a mesma. Continuávamos a cumprir a promessa e nunca nos separávamos. As pessoas costumavam perguntar se eramos namorado e nós dizíamos sempre que os melhores amigos eram assim. Cátia costumava-me falar da sua fada e eu desejava do fundo do coração pode-la ver, mas só o verdadeiro amor a podia ver. Ela dizia que nunca tinha falado dela com ninguém, porque tinha vergonha mas que comigo era diferente.

A nossa promessa foi quebrada no dia em que fiz quinze anos e tive de mudar de escola. Lembro-me que nesse dia eu e a Cátia agarramo-nos um ao outro e choramos bastante acabando por adormecer no sofá da casa dela. Decidimos que não nos veríamos até ela ter quinze anos porque ia custar vermo-nos estando em escolas diferente

Suponho que ela estava a cumprir a promessa mas eu não. Apesar de mudar de escola, procurava vê-la sem que ela me visse. Magoava-me, mas sabia que magoaria mais a ela se me visse ou soubesse que eu não cumpria a promessa. Ela estava bem, andava com as amigas e pelo que via ela não sofria por causa de nenhum rapaz.

Quando ela fez os quinze estava na dúvida se ela iria para a minha turma e fiquei tão feliz.

Agora as memórias passavam mais rápidas, pois eram mais recentes. Eu a ir falar com o Castiel, quando lhe dei um murro porque ele a magoou. Quando foi à procura dela e ela disse que ia acabar com o Castiel. A primeira vez que nos beijamos na praia e de repente a noite do incidente. Quando recebi uma mensagem da Lúcia a avisar-me que a Cátia estava em perigo. Eu a correr apenas a pensar que a tinha de salvar. Quando lutei com o Castiel e depois ouvia a voz dela que me chamava de longe e por fim eu no hospital.

Flash of...

Senti um pó de brilho a cair em cima de mim e da Cátia acabamos o beijo e olhamos para cima. Era a Lúcia que deitava pó de fada para cima de nós. Sorri e falei:

–À quanto tempo Lúcia.

–Armin! –chamou a Cátia olhando-me com os olhei cheios de lágrimas. –Tu lembraste-te?

–Sim meu amor. –falei enquanto a pegava ao colo e rodava com ela. –Eu lembrei-me de tudo.

Agora chorávamos os dois enquanto nos abraçávamos. Aproximei-me mais dela e capturei os lábios dela nos meus. Quando nos separamos afastei-me dela e foi até ao Castiel que estava a um quanto me olhando esperando como se eu lhe fosse bater. Entendi a mão e disse:

–O que achas de começarmos todos do inicio?

Castiel sorri e agarrou a minha mão sorrindo.

Na vida devemos sempre perdoar e tentar pormo-nos no lugar dos outros. Perdoar os outros como gostávamos de ser perdoados. Errar é humano não é um defeito, mas admitir que erramos e tentarmos remedir o mal que fizemos é uma virtude.

Armin flash of…

Juntei-me ao Armin e ao Castiel que tinham acabado de fazer as pazes. Sorri para Castiel e abracei-o. Entendia porque ele tinha feito aquilo tudo, mas ternos ajudado foi algo que ele tinha escolhido e que fora uma maneira de se conseguir perdoar a si mesmo. Eu não o odiava, considerava-o um amigo.

Clary já se tinha mudado para casa de Rosa e ela já podia ser feliz com o Castiel. Eu e Armin iriamos fazer o mesmo.

–Ainda bem que recuperaste a memória Armin. –falei nessa noite.

Tinha pedido aos meus pais para ficar na casa dele esta noite. Os pais de Armin já me tinham perdoado.

–Agora tudo o que me apetece é recuperar o tempo perdido. –falou ele enquanto me beijava e puxava para a sua cama.

Uma parte de mim queria fazer aquilo, mas outra na conseguia esquecer as más experiencias que quase tivera por causa disso.

–Armin. –falei. –Eu não sei se consigo quer dizer…

–Eu entendo. –falou ele. –Eu sei pelo que passaste e não te vou obrigar a nada. Temos tempo.

Comecei a ficar com medo que ele se sentisse frustrado e quisesse acabar então disse:

–Agora podemos continuar. Estou preparada.

–Não me amor, não estás. –falou ele sentado agarrado a minha mão. –Não tenhas medo eu não tenho pressa. Esperei dez anos por ti, por esperar muitos mais por aquilo.

Armin tocou-me no coração com aquelas palavras. Os dias de aulas foram passando rápido e quando demos por nós já tínhamos passado e estávamos de féria. Nós passávamos os dias juntos e felizes, mas eu sentia que faltava aquela parte. Estava na hora de avançar. Seria amanhã!