Eu tenho uma pose a manter, ela nem sempre é considerada boa.
Mas, eu sei, se eu não mantê-la, não haverá mais nada de mim,
Até porque, quando vasos ruins se quebram, nós temos pedaços podres.

Eu mantenho uma pose no poder, ela me deixa só e me faz vazia.
Eu sei que sem ela, eu serei nada mais do que um verdadeiro 'eu',
Mas eu sei, esse verdadeiro 'eu' nada mais é do que nada de mim.

Eu estou usando uma pose violenta para sofrer, apenas para me manter de pé,
Sem ela, eu sei, eu já não terei mais nada para me apegar
Então eu simplesmente deixo essa pose tomar conta de meu ser.

Eu quero saber se existe um verdadeiro 'eu', pois será aí
Então, que essa pose violenta perderá o poder.
Todo o poder de me fazer doer.

Essa pose que eu sou, que é mais eu do que jamais serei parte de mim,
Uma pose que está usando você, não e não só eu,
Somente para ganhar mais poder. E sofrer.

Uma pose suicida está tomando conta de mim.
Uma pose que não sou eu, está tentando entrar.
Uma pose violenta está dentro de mim.

Eu gostaria de saber qual delas vai ganhar,
Para então me deixar ficar, e magoar,
Vendo quem vai ter o controle absoluto em meu pensar.

Eu tenho uma pose que me faz agir somente para agradar,
Presa em alguma parte de mim, ela me faz pensar em somente vê-lo,
Numa parte boa de mim, esperando o dia clarear.

As várias poses que surgem em mim, eu as deixo entrar,
Talvez para no fim dessa colheita sem fim, eu simplesmente encontrar,
A pose perfeita que é feita somente para me agradar.

Eu tenho uma pose a manter, eu sei que ela não me é a saudável demais.
Mas, sei também, que sem ela eu sou somente mais um ninguém.
Então eu deixo essa pose violenta não partir de mim nunca mais.