A Verdadeira Filha de Illéa escrita por Carol M


Capítulo 5
Primeiro Encontro


Notas iniciais do capítulo

Eaí pessoinhas?
O nome do capitulo já dá alguma ideia?
shausha



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Pov Melody

Na semana seguinte, acordei mais cedo que a metade do palácio e decidi cavalgar.

Eu conheceria os selecionados hoje e não estava nem um pouco afim de fazer sala pra eles.

Me levantei vesti uma calça jeans, uma camiseta de flanela e peguei minhas botas para cavalgar. Desci as escadas e nenhum guarda tentou me impedir.

Corri para os estábulos.

Chegando lá, Tom, o zelador sorriu para mim.

–Acordada tão cedo, Alteza?- perguntou.

–Vim cavalgar- falei.

–Ah sim, ela já está pronta, Alteza- disse com uma reverencia- acho que a senhorita pode cuidar do resto.

Assenti.

–Obrigada.

Me dirigi ao ponto dos estábulos em qual os cavalos da família real ficavam. Majesty estava comendo feno mas levantou a cabeça logo que me viu. Sorri e acariciei seu pelo branco. Tirei um cubo de açúcar do bolso da blusa e estendi a ela, que comeu e lambeu minha mão.

–Ei, não precisa engolir minha mão, eu trouxe mais- disse tirando mais dois cubos do bolso.

Ela já estava selada, oque facilitou minha vida, montei nela sem nenhuma dificuldade e logo estávamos correndo pelos bosques que cercavam a propriedade.
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Meus pais iam me matar. Disso eu tinha certeza.

Eu havia perdido totalmente a noção do tempo. Só me dei conta de que já era tarde quando alguns guardas vieram atrás de mim. Moral da história: eu estava encrencada.

Ajeitei Majesty no estabulo e corri o mais rápido que pude até a sala de jantar. Chegando à porta, parei e olhei para minhas roupas. Calça jeans e camiseta de flanela? Droga. Agora sim eu estava ferrada. Essa era a ultima escolha de roupas que meus pais tinham em mente para conhecer os selecionados. Mas não dava tempo de trocar.

Olhei em um espelho próximo. Suspirei de alivio. Pelo menos meu cabelo estava bonito. Eu tinha feito um rabo de cavalo lateral com uma trancinha que formava um arco na minha cabeça. Algumas mechas cacheadas tinham se soltado e se mexiam quando eu andava. Apesar de não estar formal, como devia estar, eu estava simples e bonita.

Criei coragem e abri a porta. Me arrependi no mesmo momento.

Todos já estavam comendo, e quando me viram se levantaram imediatamente para fazer uma reverência. Respirei fundo e coloquei o melhor dos sorrisos no rosto. Minhas mãos tremiam.

Retribui a reverencia e fui andado o mais rápido que podia sem parecer deselegante. Podia sentir os olhos de todos me atravessando como facas.

E o dia tinha começado tão bom.

Me sentei já esperando a bronca dos meus pais. Mas eles se limitaram a balançar a cabeça e sorrir.

–Onde estava?- meu pai finalmente perguntou.

–Cavalgando.

–Você é igual sua mãe- ele disse com um sorriso.

–Não Maxon, ela é igual a você- disse minha mãe- aposto que ela fez isso para fugir dos selecionados.

–E pelo visto não deu muito certo, né?- rebati seca.

–Você leu as fichas que eu te entreguei ontem?- perguntou meu pai.

–Hum... Claro?- droga tinha esquecido as malditas fichas.

–Não, você não leu- ele sorriu.

–Vou conhece-los de um jeito normal. Tipo "Oi, tudo bem? Qual é o seu nome?"- falei dando de ombros.

–Você podia pelo menos se desculpar pela demora- sugeriu minha mãe.

–Boa ideia mãe "Me desculpem pela demora, mas eu estava ocupada demais fugindo de vocês", isso não ia dar certo- falei um pouco alto sem querer e alguns selecionados viraram a cabeça para olhar na minha direção. Eu quis morrer.

–Acho que perdi a fome- falei cutucando a comida que tinha no meu prato.

–Você terá um encontro rápido com cada um para começar a conhece-los melhor- meu pai falou.

–Mas o dia só tem 24 horas- reclamei de cara feia.

–Eu conheci as garotas da minha Seleção assim- ele deu de ombros.

–Que horas?- perguntei.

–Depois do almoço.
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Quando acabei meu café da manhã pedi licença e me retirei. Subi para meu quarto e, chegando lá, pulei na cama.

Pensei em trocar de roupa mas não estava com vontade. Acabei pegando no sono e só acordei com Alexandra me cutucando e dizendo que já estava na hora.

–Não podemos deixar para amanhã?- perguntei sonolenta.

–Lamento, Alteza.

–Tudo bem- me levantei irritada indo na direção das escadas. Desci batendo o pé só para mostrar minha opinião sobre interromper meu sono por causa dessa besteira.

Chegando lá, encontrei os garotos sentados em sofás que haviam sido espalhados pelo salão. Alguns estavam em grupinhos conversando, outros só escutando. Quando me viram se levantaram e fizeram uma reverencia.

Desci os últimos degraus da escada e retribui a reverencia. Um guarda correu na minha direção e entregou várias fichas na minha mão.

–Oque é isso?- perguntei.

–Seu pai pediu que eu lhe desse isto, ele já conversou com os selecionados sobre o motivo de estarem aqui- disse depois se afastou, não sem antes fazer uma reverencia.

Olhei as fichas, pareciam as mesmas que Gravil tinha usado no Jornal Oficial. Tinha o nome, província e casta dos selecionados. Fui olhando as fichas até perceber um padrão, elas estavam organizadas por ordem de castas. Da maior para a menor. Bufei.

–Bem, acho que meu pai já explicou o motivo de tudo isso, certo?- perguntei para os garotos enquanto embaralhava as fichas.

–Sim, Alteza- responderam em uníssono.

–Ótimo, Peter Lewis?- chamei. Me sentia como uma professora de jardim de infância fazendo chamada oral.

Um garoto moreno de cabelos pretos e olhos verdes se levantou. Ele estava de terno. Alias todos estavam de terno! Quer dizer, quem usa terno de manhã? Além de conselheiros e meu pai, que vivia em reuniões, eu quase nunca o via com uma roupa casual. Minha mãe também, sempre que eu a via estava de vestido e salto. Eu era uma exceção na família, sempre que podia colocava calça jeans e tênis.

Ele se aproximou sorrindo e eu quis fugir dali. Fez um reverencia bem exagerada e estendeu o braço. Aceitei e fomos na direção do jardim.

Meu pai decidiu que os encontros seriam ali. Tinha algo a ver com o primeiro encontro dele, com a minha mãe. Talvez ele pensasse que ia acontecer a mesma coisa comigo. Bum. Amor à primeira vista.

Nos sentamos em um banco de pedra no canto do jardim.

Peter Lewis era da casta Dois. Isso era obvio. Parecia que se eu o tocasse, ele explodiria, por ter um ego tão grande.

As pessoas costumavam pensar que, por ser uma Um, eu era metida e arrogante. Quem me conhecia sabia que era mentira. Eu era daquele tipo de pessoa que quer ser amiga de todo mundo, de vez em quando eu ficava mal humorada, como agora, mas era sempre passageiro.

–Então, Peter o que gosta de fazer?- perguntei.

–Na verdade, não tenho muito tempo para lazer, normalmente estou muito ocupado com o trabalho- ele falou orgulhoso.

–Ah, e você trabalha com oque?

–Como ator em uma novela. Nunca me viu atuando?

–Não tenho tempo- não quis soar rude mas ele já estava metidinho demais para o meu gosto.

Se passou mais um tempinho de Peter só falando dele mesmo. Até que eu o interrompi dizendo que, se quisesse conhecer todos em um dia, tinha que me apressar. Ele sorriu fez uma reverencia e foi na direção da saída.

–Espere, pode chamar Charlie Albertini?- pedi.

–Claro, Alteza.
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Alguns dos garotos foram gentis e simpáticos, outros, como meu pai diria, tinham uma mão boba demais.

Estava com a ultima das fichas na mão. William Sparks. "Ufa, pensei que não acabaria nunca".

Um garoto, o ultimo, entrou no jardim. Ele estava de calça jeans e camiseta social, oque o destacava dos demais, que estavam de terno.

–Uau, um esqueceu o uniforme- falei brincalhona.

O garoto deu um sorriso tímido, ele estava mais vermelho que o meu cabelo.

–Eu não sabia que todos tinham que vestir terno hoje- ele disse em tom de desculpas.

–Não tinham, fico feliz que pelo menos um não seguiu essa linha.

Ele sorriu.

–Não são muito confortáveis- ele disse e eu sorri.

–É, acho que tem razão- concordei.

–Vossa Alteza também não está vestida formalmente- ele sorriu.

Você não está vestida formalmente- corrigi- Vestido e salto não são mais confortáveis que terno.

–Parece que não somos tão diferentes assim- ele disse.

–Parece, não?

Ele se sentou do meu lado. Tinha cabelos castanhos claros e olhos cor de mel.

–É, parece.


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Notas finais do capítulo

E aí vocês surtam... ou não, né? :P
Não coloquei todos os selecionados porque... são muitos!
Mas relaxem que a Seleção acabou de começar.
MuáMuáMuá



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