Just Friends - 2ª Temporada escrita por Laia


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, eu sei... Eu não posto há tres dias. E eu sei, tambem não respondi os reviews... Juro que vou responder todos, mas to na minha semana de teste, e meu humor é muito ligado ao que eu to escrevendo, e to fazendo uma parte meio triste então... Mas to bem gente o/
E como vocês tão?
Só adianto uma coisa: aproveitem enquanto essa felicidade toda ta rolando haha' que do mal isso...
Chega né? Então proximo capitulo...



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–A cara daquele guarda foi o melhor do dia!

–E você esconde a cabeça e finge que nem ta ali né! Obrigada Eduardo!

–Não se preocupe – falei com a boca cheia mesmo – to aqui pra isso Manu.

Ela fez uma careta e jogou uma batata frita em mim, que eu consegui – por milagre – pegar com a boca.

Estávamos lanchando na praça de alimentação lotada.

–Vou comprar refrigerante, quer?

Ela só fez que não enquanto mordia mais um pedaço do sanduíche. Claro que ela não queria, estava com o suco na bandeja.

Levantei e uns dez minutos depois – maldita fila gigante – voltei para a mesa. A Manu sequer percebeu que eu estava lá de novo. Olhava fixamente para alguma coisa no chão, em outra mesa.

–Manu?

Ela virou a cabeça devagar, como se estivesse em um transe.

–Ah, você voltou.

A cabeça estava virada mas os olhos permaneciam no mesmo lugar.

–Manuela?

–O que? – a voz dela estava completamente distraída. Virei a cabeça tentando ver o que ela tanto olhava, mas não encontrei nada.

–MANU!

–Oi? – ela finalmente me olhou.

–O que foi?

–Nada.

A voz estava boba, meio embargada.

–Manu...

Ela puxou a gola da minha camisa por cima da mesa com uma mão e apontou para embaixo de uma mesa longe dali com a outra livre.

–Ta vendo?

Não!

–O que exatamente eu deveria ver?

Ela bufou impaciente.

–Tem uma criança ali embaixo.

Uma criança embaixo da mesa?

Até que eu consegui ver, devia ter no Maximo dois anos. Vestia uma roupa de oncinha – a criança já era pirua desse tamanho? – e os cabelos era de um loiro platinado, os olhos de algum tom entre azul e cinza. Brincava com alguma coisa colorida e ria como se fosse a pessoa mais feliz do mundo.

–Ta vendo ela?

–To sim.

Por que ela ta embaixo da mesa?

–Ela é tão linda. Não é? Faz a vida parecer tão simples...

Ela desviou o olhar, não de mim, nem da garota. Parecia querer fugir de si mesma.

–Qual o problema Manu?

–Eu queria ainda ter o brilho nos olhos como ela tem! Sabe, voltar a ter aquela inocência tão pura. Quando você ainda não entende ou vê a maldade em alguém, sei lá, parece que o sorriso sai mais fácil, você sente tudo com mais facilidade – ela cruzou os braços sobre a mesa e voltou os olhos para o teto – Sabe como me sinto Edu? Vazia, ou extremamente cheia, a ponto de quase explodir. E você sabe que eu não planejo me casar nem nada disso. Mas vendo aquela garota, deuses, por meio segundo tive vontade de tudo isso! E depois passou, simples assim. É tão estranho. Mas ai parei pra pensar que não tem como querer algo ou não, não sou eu quem decide. Eu não pretendia namorar e veja só? To num shopping estúpido, com o estúpido do meu namorado, com um bando de estúpidos ao meu redor! E quer saber, eu não ligo! Quem se importa se eu estiver sendo estúpida? – então ela fez algo que eu não esperava. Pegou minha Mao. Pode parecer bobagem mas, não era – Sejamos estúpidos então tudo bem?

Sua expressão estava mais suave. A Manu era difícil de se entender, mas era isso que ela queria, ser questionada, ser interpretada sem precisar pedir. Ela falava coisas sem sentido, e daí? Essa era a graça dela. Ser imprevisível.

–O que a senhora desejar.

Ela me olhou curiosa.

–Senhora? Gostei disso.

***

–Então, como foi o passeio? – minha mãe perguntou do sofá assim que entramos.

Já estava começando a escurecer, mas ela não se aborreceu – estranho isso.

–Legal, fomos no shopping e só andamos por ai.

–Hum... Estão com fome?

–Não, lanchamos por lá mesmo.

Silencio constrangedor.

–Vou tomar um banho. Você também vai descansar né Edu?

–É... Acho que sim – ele respondeu tentando não gaguejar.

Sai e fui para o meu quarto. Tomei um banho e depois não sai mais de lá. Fiquei lendo e repassando meu dia até dormir.

***

Acordei com o corpo dolorido. Estava deitada no sofá e estava tudo escuro. Olhei na tela do celular, já passava das 4:00 da manha.

Fui andando até a cozinha, arrastando os pés. Liguei a luz e abri a geladeira. Peguei leite, requeijão e peguei alguns biscoitos no armário.

–Acordou?

Meu coração parou. Eu gritei. O Gus gritou. Ele deu um pulo e eu quase cai da cadeira.

–Ta fazendo o que aqui?

–A gente – ele estava arfando com a mão no peito – a gente tava vendo um filme, você dormiu ai eu te enrolei com uma coberta e fui deitar também.

–Tava no meu quarto?

–Tava tarde, e eu já tava com sono, como eu ia pra casa?

A respiração ainda estava desregular. Ele tava ficando pálido.

–Gus?

Ele se apoiou na parede e fez um sinal de “eu to bem”. Mas não tava. As pernas tremiam.

–Vem cá – ajudei ele a se sentar – Respira por favor! Calma.

Ele arfava e me olhava já meio desesperado. Corri e trouxe um copo d’agua.

–Aqui – entendi com as mãos tremulas.

Ele bebeu e com alguns minutos, voltou ao normal.

–Você quase me matou de susto Laura!

–Eu sei, desculpa, eu não sabia que ainda tava aqui, pensei que tinha ido embora!

–Tudo bem – ele suspirou e soltou um assovio baixo.

–Por que não deitamos?

Nem parecia que ele tava quase morrendo há alguns minutos. Me olhou com um olhar malicioso e abriu a boca pra contar, mas eu logo cortei suas ideias.

–Eu falei DEITAR! Nem parece que tava morrendo agora há pouco...

Com o Edu e Manu viajando, nós dois estávamos tendo muito tempo livres, que passávamos juntos. Na minha casa na maioria das vezes – a casa do Gus era uma bagunça inexplicável – mas, antes de qualquer mente maliciosa pensar, não rolou nada.

Não éramos namorados, quer dizer, não oficialmente – já que ele não pediu. Mas também não éramos como o Edu e a Manu, que nem assumiam nada, mas também não queriam que nem um nem outro ficasse com alguém. A gente tava se conhecendo. Mas, como nem tudo é perfeito, a gente já tinha passado por uma daquelas crises que eu tinha falado pra Manu no clube.

Estávamos andando em qualquer lugar pela rua. Passou um cara tipo “uoooooou” do meu lado e me olhou. Eu olhei porque o cara era muito gato, mas foi tipo, meio segundo.

Ele fechou a cara e não disse mais nada até chegarmos na minha casa, onde ele não quis ficar. Só largou minha mão e saiu sem dizer nada.

No dia seguinte, fui na casa dele no fim da tarde, já que ele sequer respondia minhas mensagens.

Ele abriu a porta com uma cara enorme, emburrado.

–Isso tudo é por que eu olhei pro cara? Qual é, você já olhou pra mil meninas e eu nunca fiz nada!

Ele riu fraco, como se não acreditasse no que ouvia.

–Não consegue entender Laura? Não é por olhar pra ele, é por ele olhar pra você. O jeito que ele olhou, como se eu não tivesse ali do seu lado – ele agarrou minha mão me mostrando – segurando a sua mão! Não era como um cara como eu que você devia estar, era como um cara como ele. Eu sou um gordo com um emprego qualquer que mal dá pra me sustentar. Só to morando aqui nesse apartamento porque o sindico conhece meus pais, e tem dó de me por pra fora, mas eu to com o aluguel atrasado. Não consigo manter isso aqui em ordem nem por uma semana... Sua família é rica, eu nunca que vou conseguir te dar o que merece. Não tem razão pra estarmos juntos.

–Para com isso Gus!

–Não! Olha pra você! Não é certo.

–E quem disse que quero que seja certo? Quem disse que quero um cara como aqueles? Foram caras como ele que me transformaram na vadia que eu era! Eu não quero um sorriso de deixar as pernas bambas e nem um tanquinho. Eu quero essa bagunça, esse tanto de divida que você tem junto com seus quilinhos a mais! Eu não ligo... Se me importasse com o dinheiro da minha família não tinha saído de casa! Será que dá pra entender isso?

Segurei seu rosto entre minhas mãos e continuei olhando seu rosto.

–Como pode ajudar tanto o Eduardo e não conseguir se ajudar?

–Com os outros é mais fácil...

–Deixa de bobagem ta bom?

Depois desse dia, ele ficou mais relaxado, mas vez ou outra se chateava com isso. Eu malho por causa da minha saúde, já que como muita besteira e tem histórico de diabetes, pressão alta e todas essas coisas na minha família. Claro que também era pela aparência, mas eu não ligava pra como ele era.

–Vamos – fui lhe puxando pela mão até o quarto.

Deitamos e eu dormi quase que imediatamente.


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Notas finais do capítulo

Momento Gus e Laura :)
Enfim, me digam o que acharam okay? Obrigada de nada :)
Como disse, vou responder tudo tá gente? Proooometo! É que semana de teste, e sono, e curso, e historia... Ta meio corrido :/
Enfim, beijos e cheiros pra vocês :*