Just Friends - 2ª Temporada escrita por Laia


Capítulo 30
Capitulo 30


Notas iniciais do capítulo

Amooooooooooooores de my life - ai como eu sou brega, pqp -.-'
Todo mundo rolando depois do Natal?
São seis da manhã e to aqui pra me "despedir" de vocês.
Com extremo orgulho que dou por encerrada a segunda temporada de Just Friends.
Eu sei que baguncei tudo, que sumi, que não respondi os comentarios de vocês, por favor, me perdoem. Eu sou pessima em saber dividir meu tempo, e muitos de vocês não sabem, mas esse ano foi bem pesado pra mim, então eu fui me bagunçando cada vez mais e quando vi já tava enterrada até o pescoço. Vocês mereciam uma autora mais prestativa e organizada :/
Como eu disse na primeira temporada, escrever sempre me ajudou muito e fiz amigos aqui, e fico muito feliz por ter conhecido cada um de vocês. Até você leitor fantasma, obrigada por me acompanhar e me aguentar. Foi um prazer enorme ter vocês do meu lado, vocês são incriveis e me tratam de uma maneira tão linda que eu chego fico boba.
Amo vocês seus nojentos!
Cada coisa que vocês leram aqui foi sincero... As vezes eu penso que devia mudar algumas coisas nos capitulos, e venho pensado em algumas coisas que se eu decidir, vocês vão ser os primeiros a saber.
A boa noticia: Terceira Temporada - e ultima - CONFIRMADA!!
Porem, vou viajar e quando voltar vou fazer uma cirurgia, então posso demorar um pouco, mas eu volto gente, prometo.
Acho que é isso então né? Espero que gostem.



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–Eu aceito.

Eu não sai chorando e muito menos lamentando a vida. Desci os outros quatro andares e andei uns quarenta minutos, numa velocidade mortalmente lenta. Entrei, sentei em um dos banquinhos do bar e esperei ele aparecer.

–Manu – ele me cumprimentou com um beijo na bochecha – Não vai cair de bêbada hoje né?

Eu apenas me permiti rir da piada.

–Não, só preciso conversar... Vai demorar pra sair?

Ele olhou no grande relógio que tinha na parede.

–Meia hora.

–Posso te esperar aqui?

Ele sorriu e me deu um copo com água e limão.

Fiquei sentada observando enquanto ele montava diferentes bebidas, cada uma mais colorida que a outra. Vez ou outra dava um gole no meu copo, mas não me dei o trabalho de pedir alguma coisa. Até que o tempo não demorou tanto quando eu pensei que ia demorar pra passar, e quando percebi, ele já estava vindo na minha direção.

–Vamos?

Ele vestiu o casaco que antes estava preso na cintura e saímos. O vento me acertou, congelando minha pele.

–Onde vamos? - ele me questionou.

–Um lugar quente de preferência.

Eu não demorei pra reconhecer o caminho, principalmente porque estava vindo daquela direção.

Ele pegou um molho de chaves e me mostrou.

–Vantagens de dar aula.

Abriu uma das portas, me dando espaço para entrar. Realmente lá estava mais quente. Fui andando no escuro, mas ele logo acendeu as luzes. Tirou o casaco, deixando jogado no chão.

–Precisa se esquentar.

Puxou o celular da calça e conectou na caixa de som. Não demorou pra musica começar a tocar. Eu não me movi. Ele me lançou aquele olhar de “vamos lá garota!”.

Tocava Wicked Games em uma versão remix. O inicio calmo me deu vontade de gritar. Ele olhou para os meus braços cruzados e sorriu. Andou e parou na minha frente, segurando minhas mãos. Me conduzia como se faz com uma criança, mexendo os bracinhos. Acabei rindo e me afastei. Ele não parou de sorrir e se afastou.

O Ben já se movia, aproveitando o espaço que tínhamos, com movimentos leves, usando principalmente os braços e todos os níveis que seu corpo alcançava. A batida remixada começou, e eu acabei me mexendo. Nem sei o que eu fiz direito, mas podia ver meu reflexo vez ou outra no espelho, os movimentos saindo livremente, sem pensar em nada.

A musica mudou. Juliet começou a tocar. A musica era muito mais animada e eu e o Ben dançávamos juntos, cantando a musica inteira. Eram ritmos completamente diferentes, letras e sentimentos diferentes. Mas quem liga?

Sentia suas mãos no meu quadril, acompanhando meu movimento. Seu corpo atrás do meu, seguindo meu ritmo. E em momento algum, havia uma segunda intenção ali.

A musica acabou e eu não sentia mais frio.

–E ai? – ele me perguntou, com o corpo curvado, as mãos apoiadas nos joelhos.

–To enferrujada... Mas foi bom – respondi sorrindo enquanto tentava normalizar a respiração.

Ele também sorriu e sentou no chão, batendo de leve, me convidando para sentar também.

–Você nunca vai perder o jeito. Mas... Não me procurou pra dançar. Que tal começar a me contar tudo do inicio?

–Inicio mesmo?

–Por favor! O que me contou bêbada não vale...

Era como se tudo aquilo estivesse me sufocando, e eu não me importasse de ficar sem ar.

–Eu e o Edu começamos a namorar nas férias. Viajamos, e minha família conheceu ele, mas ele não foi apresentado como namorado, mesmo que todos soubessem que ele não era só meu amigo. Fomos para o casamento da minha prima, e foi tudo ótimo – eu não precisava fazer esforço nenhum para lembrar de nada, as imagens surgiam por conta própria na minha mente – E... Tocou Legião na festa... Ainda é cedo – soltei um sorriso ao lembrar – e nós cantamos, e parando pra pensar agora... A letra faz todo sentido do mundo. “Eu me agarrava a ela, porque eu não tinha mais ninguém. Ela falou “você tem medo” ai eu disse “quem tem medo é você”, falamos o que não devia nunca ser dito por ninguém. Ela me disse “eu não sei mais o que eu sinto por você! Vamos dar um tempo, um dia a gente se vê”. O Eduardo me conquistou rápido, e eu morri de medo de aceitar isso. E hoje, eu nem sei mais o que aconteceu direito, como viemos parar aqui... Hoje eu posso dizer que não sei mais o que sinto por ele.

–Espera, o que houve?

–Com o tempo eu fui cedendo, não tinha pra onde escapar, mas sempre com o pé atrás sabe? E eu tentei fugir o Maximo que deu, mas quando eu fiquei sem saída... Eu percebi que tudo tinha rolado bem ali embaixo do meu nariz e eu fingia não ver. E no meio disso tudo tinha a tal da Rachel, e uma outra garota. Quando eu cheguei de viagem, a gente se tocou que tava falindo, e como ele começava o estagio no meio do ano, eu fui procurar um emprego. Consegui algo bom até demais... Perto de casa, pouco tempo e dinheiro considerável. Acontece que o tio da tal Rachel era dono do lugar, e eu só descobri isso beeem depois. Enfim, eu não sei como aconteceu porque não me interessei pra saber, mas peguei o Edu com essa outra menina, e acabei tudo na hora. Só que eu morava com ele, então eu tive que arranjar outro canto pra morar. Fui pra casa da Laura e to lá até agora... Um tempo depois eu descobri que tava grávida.

–Grávida? – ele tentou não fingir espanto, mas não conseguiu evitar seguir os olhos para minha barriga.

–Calma! Eu perdi... Não era pra ser. Mas mesmo assim nós não voltamos. Eu fiquei mal, e voltei tempos depois a trabalhar, só que meu chefe nem se importou. E quando eu enfim questionei, ele admitiu que eu só tava lá por ser a cara da sobrinha dele, e como ele... Como posso explicar? Ele... Ele “brincava” com ela, achou que ia poder fazer o mesmo comigo. Ele tentou e eu me demiti na hora. Foi naquele dia que eu apareci e enchi a cara... Depois disso, eu tive uma recaída com o Edu, e hoje fiquei sabendo que a dita cuja ta grávida. E agora to aqui... Há um tempo uma garota que trabalhava comigo apareceu lá em casa. Aquele nojento tentou mexer com ela também, e eu fiz um escândalo básico e...

–Pera, VOCÊ é a doida do café?

–É assim que me chamam?

–Foi o que eu ouvi...

–Então sou eu mesma!

–Uau, eu conheço a doida do café!

Ele fez uma cara de chocado, e se jogou pra trás rindo.

–Ta, parei – ele tentou ficar serio, mas estava mais prendendo o riso - E o que mais?

–O Rodrigo já tinha me pedido em namoro, e eu enrolei o Maximo que pude... Eu to enrolando na verdade.

–E o que vai fazer?

–Aceitar.

–O que? Não acredito Manu...

–Me dá uma razão pra não aceitar.

–Não gosta dele.

–Mais uma.

Essa era obvia demais!

–Não precisa de mais nenhuma.

–Na verdade, preciso sim.

–Manu... Não pode ficar com ele só pra esquecer tudo que aconteceu.

–Não é por isso Ben, é por mim. Ta na hora de pensar que eu também mereço conhecer alguem legal, que goste de mim.

–Se essa pessoa for gostar mesmo de ti, você não vai poder enganar ela.

–Não to enganando, eu gosto do Rodrigo.

–Mas ama o Eduardo...

–E provavelmente vou continuar amando... Amor não é um sentimento que some, ele não morre. Isso vai ficar comigo o restante da minha vida, seja como uma memória boa ou ruim... Só que eu posso decidir que tipo de lembrança vai aparecer daqui pra frente. Me deixa me dar o luxo de sentir como é ter alguem que faria de tudo por voce... Me deixa ser egoísta. Eu quero pagar pra ver, mesmo que eu vá meter a cara no final.

–E se você se machucar de novo?

–Fui eu que escolhi isso certo?

–E se machucar ele?

–Eu falei pra ele que não podia fazer, e ele disse que era o que ele queria.

–É claro, ele ta apaixonado o suficiente pra não se importar em ser usado. Mas e você? Ta machucada o suficiente pra não se importar de usar ele?

–To machucada o suficiente pra tentar seguir minha vida. Sabe por que eu to aqui Ben?

Meus olhos encheram. Só agora eu tinha me dado conta do que realmente eu havia feito. Eu desisti.

E comecei a realmente sentir tudo, de uma só vez. Eu estava desesperada. Realmente sufocada. Me afogando em tudo.

As lagrimas começaram a descer pelo meu rosto, pingando nas minhas pernas que estavam dobradas. Tentei abafar o choro, colocando o dorso da mão sobre a boca. Não adiantou.

–Ei – ele segurou meus dedos, fazendo carinho de leve – pode chorar, sou eu Manu, olha pra mim...

Não consegui olhar.

Ouvi o barulho do tecido se arrastando no chão e senti seu braço passar pelos meus ombros. O peso fez meu corpo ceder, e quando percebi, estava apoiada no seu peito, chorando igual a uma criança desconsolada. Em parte, era isso mesmo que eu era.

–Acabou.

–Não fala isso, você não sabe...

–Ela ta gravida.

Minha voz saía entre soluços e abafada. Minha visão estava turva com as lagrimas e meu rosto já estava encharcado.

Ele não me disse nada, so me apertou mais forte e me deixou ficar ali o tempo que foi preciso.

O que por acaso, não foi pouco.

***

–Vai correr atrás dela assim o resto da vida?

Respirei fundo pra não arranjar uma briga com ela naquela hora. Queria falar mil coisas, mas só fechei os olhos, tranquei a porta e respondi um simples:

–Dá um tempo Anne!

Ela descruzou as pernas e levantou, me encarando.

–Te dou sim... Aproximadamente seis meses pra ser exata – ela respondeu no mesmo tom, apontando para o relógio no pulso.

E em seis meses, tudo que devia e não devia, aconteceu.

Primeiro os pais dela surtaram e eu fui ameaçado de morte por pelo menos uns três tios diferentes. Mas eles não ficaram putos por ela estar grávida, naaaaao. Eles ficaram assim porque ela estava grávida E solteira. Nessa situação, eu meio que fui forçado – por favor, o cara tava com uma peixeira do tamanho do meu braço pendurada no cinto – a assumir um compromisso diante de toda a família dela, em um dos piores almoços de família de toda a historia da humanidade.

Não me pergunte como, mas a novidade chegou aos ouvidos da Suzy antes mesmo de eu ter tempo de pensar em contar para ela. Sendo que ela estava do outro lado do mundo. Como minha mãe dizia, “anda tão rápido quanto noticia ruim”.

Depois de arrancar meu couro pelo telefone, ela resolveu vir para fazer isso pessoalmente.

O voo chegou no meio da madrugada e eu quase morri congelado na aérea do desembarque de tanto esperar. Ela foi uma das ultimas a sair, usando aqueles fones de costume, com o volume tão alto que eu poderia ouvir até mesmo de longe. Não tinha mudado quase nada. O cabelo curto, sem volume, preto e liso, dava uma aparência infantil ao seu rosto. A pele limpa e sem maquiagem, o corpo pequeno e talvez magro demais. As mãos finas estavam pálidas devido a baixa temperatura e se destacavam no puxador vermelho da mala. Por um breve e estúpido momento, eu esperei um misero sorriso dela. Doce ilusão...

–Suzy!

–Te deixo sozinho por quatro anos e na metade desse tempo tenho que voltar porque vou ser tia. Oi Eduardo.

A amargura estava nítida na sua voz. Ela queria me bater, jogar uma macumba em mim e depois quebrar meu pescoço. Me capar, sei lá, qualquer coisa.

–Tudo bem Suzy?

–E o melhor de tudo é que você sequer teve a decência de me contar isso, eu fiquei sabendo por outras pessoas, e você sabe o quanto eu odeio isso. Tudo ótimo Eduardo, e com você?

–Melhor agora que você chegou Suzy...

Ela me olhou com aquela cara de “Você é um idiota!”. Ela me olhava daquele jeito desde... Sei lá, desde os 13 anos dela, quando ela entrou oficialmente na fase de como dizia minha mãe, “aborrecente”.

Só tem um pequeno detalhe... A Anne ta lá em casa desde o almoço com a família dela. Por que? Eu vou explicar...

Eu não tinha muitas opções, mas é claro que eu esclareci logo que não ia largar ela por ai com um barrigão. Eu sou idiota, mas nem tanto. Então alem de assumir o filho e uma “relação” com ela, eu tive que pegar para mim toda a responsabilidade de cuidar dela, 24 horas por dia. Simplesmente porque o pai dela não quer a filha morando sozinha grávida. Ou seja, ela foi lá pra casa até deus sabe quando.

Ta feliz com isso Eduardo?

Definitivamente não.

A gente não nasceu pra isso. Não entramos em um acordo sobre nada, ela vive reclamando e ainda por cima é a grávida mais chata que existe no mundo!

Eu admito que nós tivemos momentos bons... Quando a gente não acaba discutindo, conversamos bastante. A barriga ta começando a aparecer...

Deuses, eu vou ser pai.

De novo.


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Notas finais do capítulo

Entaaaaaaaao? Gostaram? Odiaram? Vão me matar? Ideias? Sugestões? Digam tuuudo pra tia Laia.
Então acho que é isso amores... Vou me despedir de vocês por um tempo, mas eu volto. Vou sentir muita falta. Amo vocês!
Um beijo e um cheiro da Laia em cada um.
Obrigada por tudo.
E até a Terceira Temporada.