Nothing at all - Cato & Clove escrita por catniplovegood


Capítulo 14
Capítulo 14 - CLOVE'S P.O.V.


Notas iniciais do capítulo

Mais uma vez só tenho a agradecer por vocês que acompanham e comentam a historia *-* Espero que continuem acompanhando e ai vai o próximo capítulo !



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/478933/chapter/14

Desde a nossa reconciliação eu e Cato tivemos férias maravilhosas. Ele estaca cada vez mais presente e era raro estarmos separados por muito tempo. Ele já se dava muito bem com a minha familia e passou muitos dias dormindo no quarto de hóspedes. Até Brutus que não gostava muito dele já tinha tentado uma aproximação,mas infelizmente o assunto deles era o que menos me agradava : os Jogos. Agora que já estava perto o momento de voltarmos pro nosso último ano da escola eu estava cada vez mais preocupada, pois já tinha certeza absoluta de que ele seria selecionado. E não podia ser diferente, passara os últimos cinco anos treinando pra isso.

Eu é quem ainda não estava preparada para me despedir, mesmo que fosse temporariamente. Eu sabia que ele ia ganhar, ele tinha que ganhar. Eu não podia me permitir pensar de outra forma. Mas mesmo que ele ganhasse, tudo iria ser diferente. Cato não seria mais o pobre menino que foi abandonado pelo pai no Distrito 2. Não, agora ele seria Cato, o vitorioso, que teria que cumprir seus deveres com a Capital assim como qualquer outro. Assim como meu irmão, que se casou a contra gosto nas última semanas com uma garota por quem ele não nutria nem um pingo de sentimento, nem que fosse simpatia. E se ele fosse obrigado a casar com outra pessoa ? E se ele tomasse o mesmo rumo do tal Finnick Odair e virasse "acompanhante" das damas ?

Todos os nossos planos iriam por água abaixo. Ultimamente eu tinha até mesmo aceitado a maioria dos seus planos mirabolantes,porque eles tem até me divertido. Mas mesmo os mais loucos seriam ameaçados pela Capital e seus caprichos.
– Clô, o que você tem ? Parece tensa ?
Nós estávamos sentados no gramado próximo ao Edifício da Justiça, onde muitas famílias se reuniam para lanches no final da tarde. Ele acariciava meu
rosto com a ponta dos dedos e me lançava um olhar preocupado.
– Nada ... é que - eu suspirei. Não queria ter que contar a verdade mas tampouco conseguia mentir pra ele.
– Fala logo ! Você está me assustando. O que eu fiz dessa vez ?

Eu ri e dei uma cotovelada nas costelas dele. Isso o obrigou a soltar um riso abafado também.
– Você não fez nada. Quer dizer ... você vai, mas ainda não fez.
– Você agora prevê o futuro ? Cuidado, geralmente esse tipo de coisa é diagnosticado como loucura sabia ?
Ele ria mais alto, mas agora que comecei a externar o assunto minha expressão não podia ser mais séria.
– Você não entende ? Tudo vai ser diferente agora !
– O que você quer dizer ? Tá falando dos Jogos ? - Eu bufei. Será que alguém poderia ser mais lento ? Claro que eu estava falando dos Jogos.
– Estou, lógico ! Em menos de 24 horas nós vamos começar nosso último ano escolar e você vai ser selecionado ! Nunca pensou nas consequências ?
– Clô, relaxa. Mesmo que eu seja selecionado, ainda vai demorar seis anos para que eu finalmente me voluntarie.
– Eu sei mas ... você vai começar o treinamento. E eu provavelmente vou aprender a lecionar alguma coisa, você sabe que eu gosto de dar aulas e ...
– Você vai ensinar como atirar facas na testa do seu inimigo ?
Não me interrompa seu tosco ! O que eu quero dizer é ... vamos seguir caminhos diferentes. Eu vou estudar na escola especial para formação de professores e você vai para a Academia. E se não pudermos mais nos ver ? E se ...
Ele me beijou e por um tempo eu não pensei em mais nada além da sensação de borboletas no meu estômago. Ele passava as mãos no meu cabelo, para me acalmar e eu quase me esqueci do motivo das nossa conversa. Quando ele finalmente se afastou ainda assim não me deixou falar.
– Clove escute bem. Nada vai me fazer ficar longe de você. Teremos alguns problemas pra nos ver, é verdade. Mas eu prometo que isso não vai mudar nada.

Naquele momento uma lágrima escorreu pela minha bochecha. Eu percebo que ele ficou assustado porque raramente me via chorar. Mas, se eu estava desabafando, eu precisava dizer tudo.
– Cato e se ... e se você ...
Ele respirou fundo. Ele entendeu a pergunta antes mesmo que eu pudesse concluí-la.
– E se eu não voltar, é isso ?
Ele me puxou para um abraço e ficou passando os dedos no meu cabelo por um tempo. Ele deveria estar pensando em um meio de aliviar a resposta.
Eu vou fazer de tudo pra voltar, por você. E Clove, você sabe que eu tenho chances. Sou muito bom e com os treinos da academia posso ser ainda melhor.Mas se algo der errado ...
– Se algo der errado ? Você tem um plano pra isso também ?
Escute com atenção. Se algo der errado eu quero que saiba que eu terei passado os últimos anos da minha vida com a melhor garota que eu poderia ter conhecido. Eu vou morrer feliz por ter te amado Clove. Mas eu quero que você siga em frente se eu não voltar. Você vai me superar e vai ser feliz com alguém que te mereça. E um dia talvez, nós voltaremos a nos encontrar.

Eu já estava pronta para desabar em lágrimas com aquele discurso que algo me ocorreu. Não, ele tinha essa convicção mas eu não ia ficar aqui assistindo ele lo.
Ok mas ... eu não vou assistir você ser lançado aos leões sem fazer nada. Lembra que eu estava te ajudando a treinar ? Pois bem, nossos treinos serão bem mais frequentes agora !
– Clove eu já disse ... é arriscado você ficar exibindo suas habilidades assim ! E se te descobrem ? E se mandam você junto comigo ?
A gente treina no parque e ninguém vai ver ... Fora isso eu vou convencer Brutus a se voluntariar como mentor. Até sua edição dos Jogos já deve haver mais los em tudo e conseguiremos os melhores patrocinadores.
– Clove eu sinceramente ...
– Você não tem que achar nada. Cale essa boca grande.
Nós dois rimos e nos abraçamos mais uma vez.
– Você está disposta a ser minha assessora pessoal dos Jogos Vorazes ?
– Isso mesma, serei sua secretária.

Continuamos discutindo nossas estratégias por mais uma meia hora e depois ele me convidou para darmos um mergulho no lago. Eu prontamente aceitei,já que o clima tem estado bem quente. Nós pulamos,nadamos e nos divertimos muito. Ao final de toda a bagunça eu já estava morta de cansada e disse que precisava ir pra casa. No caminho, enquanto andávamos de mãos dadas passamos por um bairro bastante conhecido no distrito. E lá, pra nossa surpresa,encontramos um novo casal bastante indiscreto. Nicole e um dos seus capangas, o Klaus, estavam entrelaçados em um beijo estranho, onde eu jurava que se ela tentasse poderia engolir a cabeça dele. Eu sempre soube que ela tinha uma boca enorme. E com toda sua vocação pra ser vulgar, eu não podia esperar outra. Só não sabia quais dos dois capangas ela iria escolher pra ser seu parceiro de troca de saliva.
– Que nojo ! Você viu a Nicole ?
– É Clô ... parece que não somos mais o único casal da escola. Que azar, eu esperava todas as atenções voltadas pra nós.

Ele ria então eu sabia que era brincadeira. Mas no fundo eu agradecia ao Klaus por isso. Eles dariam muito mais notícia e eu não seria incomodada com comentários do tipo : " Eu sempre soube que vocês dois tinham alguma coisa".
– E eu não vou ser mais o único coração partido dos Jogos.
– O que quer dizer ?
– Ah Cato, você sabe que a Nicole com certeza vai ser escolhida.
– Nada certo ainda ... a Leven e aquela sua amiguinha Willow também são muito boas. A disputa está bastante acirrada para o tributo feminino.
– Mas se for por isso, você e o Thomas também estão bem empatados.

Eu só disse aquilo para irritá-lo. Todos sabiam que Cato iria ser o escolhido pois ele era excepcional. Nenhum outro menino chegava aos pés dele.
– Bom, só sei que a namoradinha do Klaus pode muito bem escapar dessa.
– Eu duvido muito que ela queira escapar. Ela adora atenção.
– Bem, ela vai ser a primeira na minha lista. Ela dizia horrores pra você.
Ouvir Cato falar em matar outras pessoas ainda era estranho, mas eu teria que me acostumar. Ele teria que matar pra não morrer.
– Bom ... é aqui que eu fico. E você volte pra casa, a tia Celina já tem ficado muito tempo sozinha.
– Eu ouvi dizer que a minha mãe está saindo com um cara da fábrica, dúvido que esteja sentindo minha falta - Ele esboçou seu melhor sorriso para me
convencer a deixá-lo ficar. A proposta era ótima, mas mesmo assim eu sentia que a mãe dele precisava dele tanto quanto eu.
– Fica pra próxima ok ? Agora vá ou sua mãe vai mandar os Pacificadores te buscar na minha casa.

Ele colocou os braços em volta da minha cintura e me deu um longo beijo de despedida. Depois que eu entrei em casa, tomei um banho e fui direto pra cama ficar refletindo sobre as conversas de hoje e sobre o que iria começar amanhã. Quando já estava quase pegando no sono juro que podia ouvir a voz do narrador Claudius Templesmith na minha cabeça : " Que os Jogos Vorazes comecem".

FIM DO CAPITULO 14


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!