Door to a War escrita por Agent Theodore


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Nesse capítulo, a Sharon narra depois do acidente, quando ela está tentando se lembrar do que aconteceu.



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Fica comigo, okay. Fica comigo! A frase que aquele homem repetia para mim ecoava em minha cabeça enquanto a realidade ficava branca diante dos meus olhos. Não vejo seu rosto, mas sua voz me parece familiar. Ele parece estar me cobrindo com alguma coisa. Estou morrendo, pensava eu enquanto parava de sentir o mundo ao meu redor. Minha lembrança seguinte? Não sei. Acho que é o agora.

Dois homens em uniformes brancos injetam algo em meu antebraço esquerdo. Não sei o que é, mas consigo sentir o líquido correr por minha corrente sanguínea e me fazendo despertar imediatamente. Abro meus olhos e a claridade do recinto me incomoda, mas acho consigo distinguir o que é real e o que não é.

― O que está havendo? Onde estou? ― pergunto com a voz rouca e baixa, e percebo que ninguém me ouviu. Sinto uma dor de cabeça bem chata. Para melhorar um deles põe uma lanterninha na minha cara.

― Ei, pode me ouvir? ― pergunta o homem com a lanterna. Coloco meu braço livre na frente da luz. Ele me pergunta de novo: ― Ei, você consegue me ouvir?

― Sim ― sussurro. Ele tem um sotaque bem oriental estranho, como se fosse japonês ou chinês. Vejo que ele apagou a lanterna e retiro meu braço dos olhos.

― Eu sou o Dr. Asher, você está num hospital na Mianmar. ― diz ele, me deixando bem confusa. ― Consegue se lembrar do que aconteceu? ― pergunta ele. Não sei exatamente como vim parar aqui, o que é bem estranho. Mas, sei que eu deveria estar em Nova Delhi no momento. Por quê? Não faço ideia, mas acho que é isso. Apesar de que não sei quantos dias se passaram desde que cheguei aqui, ou o que ocorreu para eu ser hospitalizada.

― Não ― digo meio que mastigando minha saliva e sentindo um gosto ruim de falta de pasta de dente.

― Consegue lembrar seu nome? ― Tantas perguntas estão me deixando nervosa. Quero saber o que aconteceu afinal. Na minha cabeça tenho que tentar lembrar do que houve antes de respondê-lo.

Meu nome é Sharon Grint, sou uma agente da Interpol. Tenho 34 anos e nasci na cidade do Rio de Janeiro. Não sei onde estou e não posso revelar meu verdadeiro nome.

― Anna ― digo. ― Anna Mallory.

― Srta. Mallory, sabe me dizer de onde você veio? ― pergunta ele sentando-se num banquinho ao lado do leito em que estou anotando alguma coisa numa folha de preenchimento presa a uma prancheta. O outro homem sai do que acho que é o quarto onde estou.

― Não, não me lembro. ― digo me erguendo e sentando. ― O que houve comigo? Por que estou aqui? ― Decido fazer as perguntas agora.

― Bem, segundo o rapaz que te deixou aqui aconteceu um pequeno acidente durante um passeio. ― diz o doutor fechando a caneta e olhando pra mim.

Rapaz? Que rapaz?, penso.

― Quem? ― pergunto confusa. Não me lembro de estar no Mianmar.

― Ah, não me lembro seu nome. ― diz ele. ― Ele passou por aqui duas semanas atrás, mas você ainda não tinha acordado. Ele disse que não sabia seu nome, mas pediu para lhe entregar isto quando acordasse.

Duas semanas atrás eu estava dormindo e fui trazida para um hospital birmanês por um desconhecido que a última vez que me visitou, há duas semanas me deixou um bilhete. Muito normal, é claro. Deve acontecer o tempo inteiro. O médico me entrega o bilhetinho e eu o abro para ler.

SHARON, ESPERO QUE ESTEJA BEM. EU QUERIA PODER VOLTAR PARA SABER COMO VOCÊ ESTÁ, MAS NÃO POSSO POR EM RISCO MEU DISFARCE. SEGUNDO AS ORDENS VOCÊ DEVERIA ESTAR EM NOVA DELHI, MAS NÃO É SEGURO VOCÊ IR PARA LÁ AGORA, ENTÃO ARRUME UMA IDENTIDADE FALSA E VOLTE PARA OS ESTADOS UNIDOS. ASSIM QUE CHEGAR AVISE AO COMANDO QUE EU TIVE QUE DESERTAR PARA PODER CHEGAR À BASE E NÃO DEIXE QUE ELES DESCUBRAM SEU DISFARCE. QUEIME ESSE BILHETE! QUEM SABE UM DIA NOS ESBARREMOS EM MARYLAND.

― COM CARINHO, D.

D. Daniel. Só pode ser ele. Não acredito que ele fez isso. Ele não pode desertar até a base. Se for encontrado eles vão matá-lo. Tenho que arrumar um jeito de sair daqui. Não posso deixar isso acontecer, penso. Mas logo percebo que já se passaram duas semanas desde que ele deixou esse bilhete. Tento me situar nesse lugar e pensar em alguma maneira de sair daqui sem ser notada.

Bem, tem uma persiana um pouco larga à minha direita, mas é muito alta pra eu subir. Além disso, meu corpo todo está doendo. Eu poderia me disfarçar de enfermeira, mas se eles me descobrissem me trariam de volta, ou até mesmo para uma ala psiquiátrica. Nem sei o que eu machuquei. Provavelmente a cabeça, já que fiquei desacordada por duas semanas ou mais. E meu corpo todo dolorido mesmo depois de semanas de repouso deve ter sido bastante coisa. Eu deveria tentar arranjar um telefone, mas seria arriscado ligar daqui, pois podem ter grampos nas linhas.

Pensa Sharon, pensa!

Já sei! O chip no meu colar. Apalpo meu pescoço e não o sinto ali. Droga! Não podia perder aquele cordão. Será que tiraram por causa do acidente. Ou o Daniel pode ter pegado. Ai, Deus, preciso sair daqui! Enfio minha cara nas mãos e tento pensar em qualquer coisa que me tire daqui, mas o barulho da maçaneta da porta me faz ficar em alerta. Entra no meu quarto um homem alto ― que não me é estranho ―, de jaleco, sem dizer uma palavra sequer. Ele põe uma xícara que cheira como café na mesinha ao lado da cama, olha para mim, e dá duas batidinhas de leve no pires e então sai.

Estranho isso.

Pego a xícara e cheiro o café. Embora o aroma seja tentador, prefiro não arriscar beber nada aqui. Sei lá, vai que eles põem veneno. Quando tiro a xícara do pires vejo o meu colar ali.


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram?Bem espero que sim. Não sei se ficou meio estranho, pois eu estou mais acostumada a escrever fanfics, então fico meio enrolada com personagens originais. De qualquer forma, espero que curtam e comentem!XD



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