The Four Players escrita por Rayssa


Capítulo 14
Almost christmas


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é super ultra mega importante, tem alguns detalhes bem enrustidos ai dentro! Espero que gostem ;**



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– É QUASE NATAL! – a garota bateu palminhas.

– Sim querida, é quase natal! – a loira passou a mãos pelo cabelo da filha mais nova.

– Estou tão ansiosa, esse é o meu último natal antes de ir para Hogwarts! – afirmou a garotinha. – IRMÃOS! CORRAM! JÁ É QUASE NATAL! – gritou mais uma vez.

Ela estava animada, era véspera de Natal, queria aproveitar ao máximo, próximo ano estaria como seus irmãos, falando sem parar sobre como Hogwarts era interessante, mas, não era só isso, conseguira convencer seus pais a irem fazer passear nas montanhas – o que fora difícil, já que eles não queriam que ela ficasse na neve. – por isso, não queria perder tempo, logo estaria sobre uma montanha gelada com toda a sua família reunida. Uma estranha sensação de “pela última vez” atingiu o seu estomago, como se fossem borboletas, todavia, Ninna as ignorou, estava feliz demais para se importar.

– CALMA! QUASE... – a lufana que estava no andar de cima, terminava de fechar a mochila. – Tô pronta! – exclamou, enquanto corria em direção as escadas.

– FRANK, PELO AMOR DE MERLIN, SUAS IRMÃS JÁ ESTÃO PRONTAS! – gritou Neville segurando a mochila da filha do meio.

– Deixe-o, temos muito tempo ainda. – Hannah sorriu para o marido, havia o visto mudar completamente. Tornou-se um homem responsável e extremamente maduro, seu único ponto fraco era a sua filha do meio, ela conseguia fazer seus olhos brilharem de forma intensa, era capaz de tudo por aquela garota. Foi exatamente por isso, que seus olhos foram diretamente para a filha, analisando se esta estava impaciente, ao notar que não, apenas deu de ombros, e passou o braço pela cintura de sua esposa, beijando o topo de sua cabeça.

– Eu nem demorei, fala sério! – resmungou o garoto, descendo as escadas.

– Fala sério! – zombou Ninnah. – Anda passando muito tempo com o Potter mais velho irmãozão? – o garoto abriu um sorriso maroto.

– Não tanto quanto a irmãzinha Lanna passa com o do meio. – a lufana estirou a língua para o irmão, enquanto os pais deles riam.

– Não sobrou irmão para mim. – fungou a mais nova, cruzando os braços. – A Lily é mais nova que eu. – murmurou tristemente.

Antes que qualquer um pudesse dizer qualquer coisa, os braços de Lanna estavam ao redor da irmã, enquanto seu coração batia acelerado, Havia ganhado uma trégua do jogo, contudo, ainda tinha que saber um jeito de salvar a vida da irmã que ela mesma colocara em perigo.

– Você vai encontrar seus próprios amigos irmãzinha, e, de qualquer forma, o Louis é da sua idade. – deu um beijo estalado na bochecha dela, elas tinham quase a mesma altura.

(...)

E lá estava Albus, sentando na mesa do café-da-manhã. James não parava de falar sobre tudo que ele, Fred II e Frank fizeram durante a aula. Lily escutava maravilhada, sonhando com o dia que seria sua vez. Ginny o repreendia de tempos em tempos, ao mesmo tempo que mantinha um sorriso estampado no rosto. Harry apenas ria, estava feliz que seu filho se divertisse tanto. Albus apenas assistia tudo, esperando por um momento em que ele poderia dizer alguma coisa.

– JAMES! – a mãe estava chocada. – Eu não consigo acredita! – Lily e Harry estavam as gargalhadas. – Vamos passar na Angelina e na Audrey, e você pedira desculpas as garotas... – cruzou os braços, impassível. – AGORA! Anda, levanta. – o garoto franziu o nariz, e se levantou contrariado, não tinha outra opção, sua mãe era irreversível.

– Se ferrou. – sussurrou Lily.

– Eu ouvi isso. LILY LUNA POTTER! – a mulher grunhiu, e a menina arregalou os olhos. – Não quero que falem palavras feias dentro de minha casa! Principalmente para o seu irm... – antes que a mãe pudesse continuar, a menina virou seus olhos castanhos para o pai, fazendo beicinho.

– Papai... – falou arrastado, como se pedisse proteção.

– NÃO OU... – o homem já havia levado a filha para o colo, e a estava abraçando fortemente. – Harry! Você precisa... Ah, esquece. – a ruiva bateu na própria cabeça. – Vem James. – e arrastou o filho até a lareira, antes que se estressasse ainda mais.

Quando ia começar a falar, seu pai se levantou, colocando Lily no chão, e saindo da cozinha, sem ao menos se despedir. Um longo suspiro saiu de seus lábios, sempre que estava em casa, era a mesma coisa, Ginny sempre estava concertando a bagunça de James e Harry estava fazendo tudo que Lily pedia. O menino tomou o resto de seu suco de abóbora e levantou-se. Ficara feliz em receber aquele sermão, por sua detenção, de sua mãe, pelo menos ele tivera sua atenção.

O garotinho subiu as escadas de cabeça baixa e andando devagar. Estava realmente triste com isso, contudo, era orgulhoso demais para ir conversar com alguém, na verdade, grande parte de sua desatenção provinha de seu orgulho, não gostava que as pessoas notassem que ele era esquecido, por isso, passou a esquecer e ignorar tudo.

(...)

A mulher de longos cabelos loiros estava com o braço sobre os ombros do filho, enquanto eles andavam pelo extenso jardim da mansão Malfoy. Quando ele descobrira que ela iria dançar, animara-se, amava ver sua mãe dançar, era puro, delicado, inocente e tocante. Dançava como uma legitima bailarina, e ele não conseguia despregar os olhos dela. Incrivelmente nobre.

– Ansioso para rever a família? – o seu tom era amável.

– Sim! – o garoto estava animado. – Principalmente a tia Daphne!

– A propósito, o Teddy te chamou para jogar quadribol com ele, os Weasley’s e os Potter’s, você quer ir? – o menino nem pensou duas vezes em responder.

– Claro! – a mulher abriu um grande sorriso.

– Aqui está bom, não acha? Bem amplo... – sussurrou divertida. Só estão o garoto analisou o local.

Era novo no jardim. Havia um grande círculo onde a grama era baixa, e ao redor haviam várias flores, circulando-a. Um banco havia sido colocado do lado de fora do “campo”. Sua mãe era incrivelmente brilhante, arrumara um espaço para que ele a visse dançar. Ela sabia o quanto ele gostava.

A mulher se aproximou do filho, e beijou a testa dele.

– Eu te amo muito querido. – após dizer isso, estendeu a mão em direção do banco.

– Eu também mamãe, te amo muito muito. – disse o garoto. De todas as pessoas de sua família, ela era a sua favorita.

O menino caminhou até o banco, ao mesmo tempo que sua mãe andava até o meio do círculo. Assim que se sentou, sua mãe fez a reverencia inicial, e começou. O garoto grelou os olhos nela, absorvendo cada mínimo segundo de perfeição de seus gestos.

Sua mãe sabia sobre Albus, Rose e Lanna desde o início, porém, ainda não criara coragem o suficiente para dizer ao seu pai. Ele iria conseguir, só não sabia como.

(...)

Rose encarava o espelho, completamente frustrada. Não por seu cabelo, ou qualquer coisa física. O que a incomodava era aqueles gritos. Seus pais. Outra briga por causa do maldito trabalho no ministério de sua mãe. As coisas estavam bem nas gemialidade, eles não precisavam que ela trabalhasse tanto, eles tinham mais do que o suficiente para sustentarem a si mesmos e a seus filhos. O que a frustrava não era só a briga, era o fato de sua mãe não ver que o papai estava certo! Era tão obvio para a menina de grandes olhos azuis.

As batidas na porta a fizeram sobressaltar.

– Quem é? – a voz que saiu de seus lábios ainda estava rouca, não havia falado nada desde que acordara.

– Sou eu. – sussurrou Hugo, do outro lado da porta. A garota ruiva deixou que o menino entrasse, e fechou a porta logo em seguida.

Hugo era pequeno e franzino. Sua pele era branca e repleta de sardas, seu cabelo era castanho avermelhado, entretanto, só dava para perceber quando o sol refletia sobre ele. Ele sofria de uma anomalia genética bastante rara, heterocromia, seus olhos tinham cores diferentes. Um deles era castanho e o outro azul, o que era bastante intrigante. O primeiro livro cientifico que Rose leu, fora por conta daqueles olhos.

O garoto adentrou ao quarto segurando uma bandeja, vestia seu pijama, e seus olhos estavam avermelhados.

– Por que mamãe e papai não podem se entender? – o garoto se sentou a cama e colocou a bandeja ao seu lado.

– Eles são pais maravilhosos, mas são péssimos como marido e mulher. – bufou, sentando-se em frente ao irmão. – Isso é para mim? – o apontou para a bandeja, e recebeu um aceno de cabeça como resposta.

– Lá embaixo tá uma loucura, você não vai querer descer. – o tom do garoto era divertido. – Cheio de enfeites sobre o chão, papai ainda não terminou de arrumar as coisas, sabe? – a ruiva assentiu.

O café-da-manhã na bandeja era um típico English Breakfast, haviam pães assados, ovos mexidos, salsicha, bacon, cogumelos e dois copos de suco, um de pêssego e um de abóbora. A menina era maravilhada com toda aquela comida, tudo cheirava muito bem e tinha uma aparência deliciosa.

– Por favor, diga que foi a vovó Maggie que fez! – implorou ao irmãozinho, que sorriu abertamente.

– Com certeza, vovó Maggie e vovô Eddie estão lá embaixo, tentando arrumar a bagunça, enquanto papai e mamãe brigam sem parar. – sem pensar duas vezes, a ravina começou a devorar o café-da-manhã, e Hugo começou a rir, uma risada tão gostosa que fez a sua irmã parar, e apreciar.

– Qual a graça? – a menina sorriu com o cenho franzido.

– É bom ter você de volta... – sussurrou, olhando para o chão. – É tão vazio sem alguém pra dizer que estou sempre errado. E alguém que me faça companhia quando esses dois começam. – ele suspirou pesadamente, puxando as pernas para encostar o queixo sobre seus joelhos.

Rose arregalou os olhos azuis e os focalizou em duas sardas que se encontravam na curvatura do pescoço de Hugo. Não queria olhar em seus olhos, não sabendo tudo que haveria de acontecer se não descobrisse um jeito de resolver toda a sua situação. A ruiva piscou várias vezes antes de voltar a falar.

– Hugo, posso te perguntar uma coisa? – apesar de estranha a mudança no tom da irmã, assentiu. – Você me acha arrogante? – o menino franziu o cenho, tentando saber o que havia acontecido com sua irmã para começar a se importar com sua opinião.

A resposta demorou mais do que Rose esperava.

– Você não está sendo arrogante agora. – afirmou o garotinho, tomando cuidado para que sua irmã não se magoasse.

– Isso significa que eu sou. – conclui a menina.

Quando voltou os seus olhos para a comida, notou que não havia mais fome. Antes, isso não a incomodava, por que agora?

– Mas isso não muda nada, você continua sendo a melhor irmã do mundo. – ela assentiu, tentando evitar que as lágrimas fossem aos seus olhos. Hugo apressou-se a passar os seus finos bracinhos ao redor do pescoço da irmã e estalar um beijo em sua bochecha.

Rose o abraçou forte, deixando que um belo sorriso infantil substituísse os olhos molhados.

(...)

Ninna e Lanna corriam no topo da montanha, enquanto seus pais faziam as devidas proteções contra frio e possíveis quedas. Frank já havia se sentado, lendo um dos livros que Molly II o havia emprestado.

– VEM, ME PEGA! – gritou a mais nova, correndo de costas, para poder fazer careca para a irmã.

Ninna perdeu o equilíbrio, tropeçando no próprio pé, e foi lançada para trás, em direção a ponta do precipício. Com os olhos arregalados e uma força que ela não sabia que tinha, Lanna se lançou para a frente, puxando a irmã de volta ao chão, em consequência a isso, seu corpo se impulsionou para a frente, fazendo com que ela tomasse o lugar da irmã.

Não houve qualquer som quando o livro caiu à neve. Ou quando Frank agarrava Ninna, correndo em direção ao abismo, parando em sua beira. Quatro pessoas gritavam, mas nenhum deles fazia qualquer som. Apenas cinco sons podiam ser escutados. O pânico de uma mãe que estava perdendo sua filha nesse exato momento. O remorso de um irmão mais velho que não olhara por suas irmãs ou fizera qualquer coisa para ajudar. A incerteza de uma garota tão inocente que ainda possuía esperanças mesmo quando nenhum dos outros jamais teria. O apagão da mente de um pai que ver a filha que ele mais ama escorregar por entre seus dedos, perdendo-a para sempre.

E a sinceridade de um gesto feito apenas por amor.

*


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Notas finais do capítulo

Cês não me odeiam, né? O.o Curtiram? :x