The beginning of a new infinite escrita por Veritas


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Birdy- Skinny Love



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Meus dias estão chegando ao fim. Já não me sinto com a mesma força de antes, nem com a mesma vontade de viver.
Se ao menos Gus estivesse comigo, eu teria ao menos um motivo maior que eu para lutar quando não há mais forças.

Vejo a tristeza e o pânico nos olhos dos meus pais, o medo. Mamãe tenta disfarçar, mas sua tentativa é inútil, e eu tento disfarçar que acredito em seu disfarce. Já meu pai, pobrezinho, está tão apavorado que suas tentativas de me dizer que tudo ficará bem, não enganam nem a ele.

Isaac vem me visitar as vezes, algumas vezes nós conversamos um pouco, mas na maior parte do tempo nós apenas choramos, e ficamos abraçados, tentando nos consolar. É uma tentativa em vão, porque sabemos que em alguns dias ele não me terá mais, e sabemos que nós não temos o Gus.
Ele veio me visitar essa tarde.
– Ei, Sra. Waters. - Disse Isaac entrando em meu quarto no hospital.
– Oh, graças a Deus, pensei que não viria mais!
– Irei vir até o ultimo dia.
Abaixei a cabeça, e disse:
– Eles estão acabando. Os dias, sabe? Eles estão chegando ao fim.

Começamos a chorar ao mesmo tempo, com as ajuda da bengala ele conseguiu chegar até mim, e então me abraçou. Ficamos alguns minutos nos abraçando e chorando, até que ele se afastou um pouco, e disse:


– Diga para aquele palerma que eu sinto saudades.
– Eu direi. - Respondi soluçando um pouco.
– E diga à ele, que quando eu me juntar a vocês, eu vou bater muito nele, porque eu estarei enxergando, e porque ele não aguentou mais tempo. - Agora ele chorava inconsolavelmente.
– Eu direi Isaac, eu direi.
– Vou sentir sua falta, Hazel.
– Sentirei sua falta também, amigo. Sentirei muito a sua falta, e sei que Gus também sente. E vamos olhar por você, como Gus olha por nós, e não vamos querer que você se junte a nós tão cedo, mesmo com toda a saudade.
– Eu prometo tentar, Hazel. - Ele então inclinou a cabeça para baixo, soluçando um pouco.
– Isaac, estaremos sempre com você. Estaremos em todos os momentos da sua vida, estaremos quando você precisar de nós, e quando você sentir o vento batendo em seus rosto, seremos nós abraçando você. Quando se sentir feliz, nós estaremos sorrindo com você. E quando você não aguentar mais, nós estaremos segurando suas mãos.

Não consegui dizer estas palavras sem me afundar em lágrimas. Eu sabia que Isaac sentiria a dor que eu senti quando Gus se foi duas vezes. Eu não aguentaria, e ele será obrigado a agüentar.
– Me prometa que quando eu não estiver mais aqui, - minha voz falhou um pouco - me prometa que vai jogar o maior número de ovos que conseguir na frente desse hospital.
– Eu prometo.

Ficamos minutos calados, ficamos minutos apenas chorando, e conversamos, até que Isaac teve de ir para casa, e então nos despedimos.


– Tente permanecer viva até amanhã. - Disse Isaac dando um sorriso de canto.
– Se eu não permanecer, vou te acordar de manha.
– Depois das nove, eu aprecio meu sono. - Disse Isaac brincando.
– Oito e meia! - Sorri.

Agora são dez horas da noite, eu tiro um cochilo e sonho com Gus. Nós estamos sentados na porta de sua casa, Isaac chega e nós nos divertimos. Estamos bem, na medida do possível, mas estamos vivos. Ele sorri para mim, eu sorrio de volta. Isaac sorri para nós, e nós sorrimos para ele. Nós nos abraçamos. Eu acordo.

Tudo está escuro no hospital. Todos os pacientes estão dormindo. As enfermeiras estão em silencio. Eu choro. Eu queria que meu sonho fosse real, queria que Gus estivesse aqui, queria que Isaac estivesse com nós dois. Queria que Gus vivesse mais. Queria viver mais. Queria que Isaac vivesse mais.

Sinto minha respiração enfraquecendo. Minhas forças estão me deixando. A imagem de todos que amo passam pela minha cabeça. Mamãe, papai, Isaac e todos os outros. Tento virar meus olhos, vejo as flores que Van Houten me enviou, e se encontram ao lado da minha cama. Olho para cima, sinto meu coração batendo mais devagar, estou morrendo.

Eu não estou mais com medo, eu sei que é o fim. Uma lágrima sai do meu olho direito e percorre meu rosto, fecho meus olhos, já não sinto meu coração bater. Está tudo escuro. Acabou.

Abro meus olhos, não estou mais no hospital. Não sei onde estou. Não estou com tubos no nariz, não estou fraca. Procuro por algo ou alguém. Sei que estou morta. Vejo o que mais queria ver, Augustos Waters.
– Hazel Grace, é bom ver você novamente.
Sorri.


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