O outro mundo escrita por Debby e Tehh
Notas iniciais do capítulo
Esperamos que gostem
Depois de Charlie ser quase levado para a morte, o grupo ficou mais atento aos perigos. Caminhavam e caminhavam. Seguiam o rio na esperança de chegarem a algum lugar. Lucy reclamava o tempo inteiro por estar cansada de andar e não chegar a lugar nenhum. Haviam se passado alguns dias (não se sabe ao certo quantos). Tudo estava perfeitamente bem.
Por enquanto.
O dia havia amanhecido não ha muito tempo. Lucy sentava-se sobre os joelhos e bebia um pouca da água do rio. Charlie e John conversavam logo atrás. Lucy dava umas risadinhas e só.
Tudo estava em calma.
Mas não ficaria por muito tempo.
Naquele dia, os jovens quase deram adeus a suas vidas.
Ao longe, de trás das árvores, um bicho os observava. Devia estar escolhendo a quem atacar primeiro. Sua visão era das melhores. Depois de uma pausa, o bicho saltou de trás das árvores e correu em direção aos jovens. Era um leão. Ou a versão dele duas vezes maior.
Lucy em meio aos risinhos, se virou para comentar algo com Charlie. Avistou o leão. Se levantou sobressaltada.
–OLHEM!- Berrou. Então, Charlie e John se deram conta do que se tratava. Viraram-se. Viram o leão correndo. Os meninos correram para perto de Lucy.
Agora só tinham duas opções: Morrer ou morrer.
Ou eles pulavam no rio para se livrar do leão e morriam na correnteza, ou enfrentariam o bicho e morreriam assim mesmo.
Acontece que nem mesmo puderam se mover. Viram o monstruoso leão se aproximar cada vez mais.
–CORRE!- Soltou, por fim John.
E foi o que fizeram. Correram mais que seus pés aguentariam. Mas não adiantaria em nada. O monstro os alcançaria primeiro.
E correram com o bicho em seu encalço.
Até que o leão os encurralou. Não dava para fugir mais. Agora era fechar os olhos e encarar a morte.
Lucy parou. Respirou fundo. Virou-se. O leão diminuiu a velocidade e encarou sua refeição. Charlie e John pararam assustados logo atrás. Charlie fechou os olhos com força. O leão se aproximou vagarosamente de Lucy. A menina sacou seu arco e encaixou uma flecha. Mirou na testa do leão. Atirou. Eficiente, a flecha acertou o alvo.
Mas o leão não morreu.
Lucy arregalou os olhos incrédula. Agora era o fim. Morreriam na certa. Lucy encarou a fera com medo.
Mas nem tudo estava perdido.
Detrás da árvore, saiu uma cobra gigantesca, muito maior que o leão. O coração dos jovens foi a mil com a visão. “agora sim. Estamos perdidos.” O pensamento invadiu as cabeças deles. Mas quem não pensaria assim? Agora já não era apenas o leão monstruoso. Agora estavam encurralados por uma cobra monstruosa também.
O leão recuou. A cobra rastejou para o leão. O bicho agora, mais parecia com um gatinho inofensivo. Os três jovens observavam boquiabertos.
–Fuja Charlie!- A cobra falou. Espere! A cobra falou! Charlie ficou muito confuso. Tinha muitas perguntas entaladas, mas podia se conter. Com a esquerda, agarrou o pulso de Lucy. Com a direita, o de John.
–Vamos embora!- Chamou Charlie.
Os três se puseram a correr sem parar. Paranoicos, olhando para trás o tempo inteiro. E não pararam. Até que a mesma cobra os encurralou mais a frente.
–O que está fa-fazendo?- Charlie tremia de medo, ao ver a naja cada vez mais perto de seu rosto.- Não... n-não me coma...- Ele implorou e em seguida fechou os olhos assustado.
–Não comerei você. Te protegerei.- A naja verde dizia. Sua voz era rouca. Seus enormes olhos amarelados fitavam o menino apavorado. Charlie abriu o olho esquerdo, mantendo o direito fechado.
–Jura?
–Juro.- A cobra continuava com o rosto próximo ao do menino. Lucy e John observavam a cena assustados.- Nem aos seus amigos.
–Então...- Charlie abriu o outro olho mais confiante.- Como sabia meu nome?
–E como não saberia? Minha função é te proteger. Você é meu líder. Você é um Halwest.- A cobra disse calmamente.
–Eu sou Hau... que?- Charlie piscou.
–Halwest.- Respondeu a cobra.
–Espere.- Charlie estreitou os olhos.- Quem é você?
–Eu sou Darsh. Seu guardião.
Evidente que Charlie ficou se sentindo o máximo por ter um guardião. Afinal era o único.
–Espere um pouco!- Charlie sentiu um pouco de raiva.- Se você é isso aí, por que não apareceu antes, quando eu precisei?!
–Eu esperava ser invocada. Esperava que você me chamasse de forma adequada.- Darsh explicou com paciência.
–Ué! Eu nem sabia que eu tinha um protetor! E morreria sem saber!- Agora Charlie estava irritado.
–Eu sei que você não sabia da minha existência. Por isso eu vim.- Darsh silvou.- Se precisar de mim, Bata três vezes no seu escudo.- A naja se virou e foi-se rastejando.
–Darsh!- Lucy chamou. A cobra se virou e a encarou.- Você... Poderia nos dar uma dica de como chegar ao castelo?
John e Charlie olharam confusos para a amiga.
–Caminhem sem olhar para trás.- Darsh começou.- Em direção ao som da água. E a luz encontrará.- Darsh retomou seu caminho.- Sigam a luz.
–Espere! Darsh!- Lucy chamou de novo, mas Darsh não voltou.- Não poderia ser mais clara...?- Sussurrou para si mesma.
–Não entendi.- Charlie suspirou.
–Pelo menos agora estamos seguros.- John deu de ombros.
–Como assim luz? Aqui é a Floresta das Sombras!- Lucy bateu o pé.
–Bom, a água eu entendi. Acho que devemos seguir o rio.- Falou john pensativo.
–E por que não podemos olhar para trás?- Charlie estava confuso, o que não era raro acontecer. Uma voz invadiu seu pensamento. Era a voz de Darsh. “Se olhar para trás, eles os encontrarão. Os monstros.” Charlie arregalou os olhos.
–Charlie?- Lucy o olhou com preocupação.
–Darsh disse que se olharmos para trás, os bichos nos acham.- Charlie olhou Lucy nos olhos. A menina continuou a fitá-lo e John também. Ambos assustados.
Agora sabiam. Charlie tinha um guardião, e isso seria-lhes muito útil. Quando retornaram ao local onde encontraram o leão, viram o bicho morto ensanguentado no pescoço. Darsh havia dado um jeito no monstro.
Retomaram seu caminho seguindo o rio, como dissera a cobra, e não olharam para trás.
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