O outro mundo escrita por Debby e Tehh


Capítulo 15
Charlie acha a ponte


Notas iniciais do capítulo

Esperamos que gostem
Ass.: Tehh e Debbie



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Já haviam se passado dois dias. Ainda não haviam saído da floresta. O pânico em Charlie era crescente. Lucy pensava que ia enlouquecer. Kate tentava se manter calma para transmitir confiança aos outros. Mas seus olhos não mentem. Estava desesperada por dentro. Até mesmo os gêmeos Morgan demonstravam medo. Bryan parecia o único completamente calmo. Em seus olhos haviam apenas raiva.

Vez ou outra, avistavam os terríveis olhos vermelhos de um Bourg, mas ele apenas recuava ao ser visto. Talvez porque tivessem presenciado a morte de seu companheiro. O nervosismo era crescente nos jovens. Sabiam que estavam sendo vigiados.

***

Um Bourg entrou correndo nos terrenos do castelo, pela passagem secreta que apenas a rainha, Alexander e alguns de seus soldados conheciam. Chegou ofegante aos pés da rainha, que já o aguardava ao lado de fora do castelo. Babava muito. Fez um reverência e começou a falar em uma língua estranha com a sua majestade. Ela respondeu tudo no mesmo idioma com a voz alterada. Em seguida o Bourg Virou-se e retornou correndo para o portal que dava na temível Floresta das Sombras.

A rainha entrou no castelo e subiu para o último andar. Alexander espiava da janela tudo lá em baixo. Seus olhos eram como os de uma águia, sua ouvidos muito aguçados. Ele provavelmente viu e ouviu toda a cena da rainha e o Bourg, mas não pôde intender, por não saber nada daquele idioma.

–Toc toc.- A rainha sorriu. A porta estava completamente aberta. Alexander se virou e em seguida continuou a observar a vista lá fora.

–O que você quer?- Disse ele secamente com sua voz cortante como navalha.

–Ora, Alex, não seja grosso.- Ela fez biquinho.- Vim falar de um assunto assunto muito sério com você.- Sua expressão se tornou séria.

–Diz respeito à mim?- Ele ainda não a olhava.

–Inteiramente.- Ela respondeu. Alexander se virou para traz e a fitou. Seus olhos de negros haviam mudado para vermelho-sangue.

–Fale logo!- Ele gritou.

–Pssiu.- Ela pôs os dedos sobre os lábios.- É apenas um aviso.

–O que está esperando?!- Seus olhos bruxulearam como chamas.

–O Bourg acaba de me informar que os pirralhos estão a caminho. Ainda não saíram da primeira floresta, mas acho melhor que você mande alguns de seus soldados os matarem por lá mesmo.- Ela falou séria.

–E por que os seus queridos Bourgs não pode matá-los de uma vez?- Ele a encarou e seus olhos se tornaram negros novamente.

–Eles temem ser mortos. Uma do grupo já matou um Bourg com a maior facilidade, com apenas uma flecha. E além do mais eles estão lá apenas para me manter informada.- Explicou ela.

–Mas o que você espera que eu faça?!- Ele baixou a voz.

–Você é uma Fúria. Pense.- Ela bateu o dedo indicador na cabeça de Alexander, deu-lhe um sorriso e uma piscadela e saiu tranquilamente.

***

Alivar estava em uma masmorra muito suja, a qual dividia com três jovens: um deles estava muito fraco. Havia sido jogado ali há muito tempo e era mais torturado que os outros (Só não mais que Alivar) Seus castanhos cabelos estavam sujos. Seus olhos negros estavam vazios e ele desmaiava com frequência. Era bem baixo, tanto quanto sua irmã que também estava ali, nas masmorras. A menina estava fraca, não como o irmão, mas estava. Sentia muita fome e estava muito magra. Seu irmão também. Seus cabelos, que antes eram lindos cachos castanhos e cumpridos, agora não passava de um monte de emaranhados. Seus olhos castanhos já não transmitiam alegria, apenas dor. O outro colega de masmorra de Alivar, ainda estava bem. Estava gordinho e não tão acabado quanto os outros. Fora preso depois de Alivar, há pelo menos três dias. Era moreno e tinha negros cabelos que estavam cortados rente. Alivar, entretanto, já não era o centauro sadio e sorridente de sempre. Estava muito pálido. Muito magro. Sua barba e seu cabelo cumpridos estavam embolados e embaraçados. Todos os prisoneiros estavam amarrados à parede, sem nem terem força para conversar, exceto, é claro, pelo menino moreno que não parava de falar um instante sequer. Não eram conversas animadas as do menino. Ele apenas se queixava que por um tris não havia raptado o diamante da cruel fúria.

–Água. Preciso.- O irmão da garota murmurou. Todos os dias, um guarda trazia comida e água para eles. Queriam que vivessem para serem torturado pelos crimes cometidos. Ou que pelo menos achassem que cometeram. Nesse dia a água havia atrasado. Quando o menino por fim já estava quase desmaiando, trouxeram a água e ele bebeu o máximo que aguentou. Todos mataram a sede.

Se Alivar tivesse uma arma em mãos, já teria se matado há tempos. Não aguentava mais, apesar de ser um forte centauro, já não tinha mais energias. Tanto que se alguém o desamarrasse, ele nem se levantaria.

***

–Eu quero ir embora!- Lucy disse chorosa.

–Calma Lucy. Calma. Calma.- Emily parecia estar tentando tranquilizar a si própria.

–Eu já não aguento mais!- Charlie estava nervoso e estava mais atrás.- Eu poderia me jogar dessa ponte a qualquer instante!- Ele apontou para a ponte ao seu lado direito. e correu para alcançar aos demais.

–Espere. O que disse?- Kate o estudou. Todos pararam e observaram à Charlie

–Que eu não aguento mais?- Ele a olhou pensativo.

–Não depois disso.- Ela disse eufórica.

–Que poderia me jogar da ponte?

–A que ponte exatamente você se referia?- Kate falou cautelosa.

–Ah, aquela ponte que balança. Ali atrás.- Ele apontou.

–Só pode ser a Ponte Quebradiça!- Bryan correu até onde Charlie apontou. Todos agradeceram à Charlie dando-lhe tapinhas no ombro e beijinhos. Seguiram Bryan. Charlie corou por completo. Parecia um pimentão. E andou até onde estavam os outros. Como eles puderam passar pela ponte e não a virem? Charlie se perguntava.


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Notas finais do capítulo

Reviews?
*Beijoquitas*



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