O outro mundo escrita por Debby e Tehh


Capítulo 12
A jornada começa


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem
Ass.: Tehh e Debbie



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Retornaram a caverna. Era uma fria noite de lua cheia (embora não soubessem ao certo de onde vinha a lua, por estarem no subterrâneo.) Emily não pregara os olhos. Não conseguia dormir, não sabia ao certo porque. Talvez devido a agitação de terem retornado a esse lugar. Ela resolveu sair e sentar-se ao lado de fora. Levantou-se e saiu vagarosa e cuidadosamente para não despertar aos demais.

Sentou-se ao lado de fora sentindo a leve brisa tocar seu rosto e esvoaçar seus longos cabelos. Charlie a vira sair. Também não dormira. Levantou-se e foi fazer companhia a sua amiga de tantos anos. Sentou-se ao seu lado e ela não o olhou.

–Por que levantou?- Charlie perguntou a fitando.

–Não sei... Precisava refletir.- Emily disse ainda sem o olhar.

–Sobre...?

–É que... Toda essa história de atravessar um espelho, encontrar fúrias e ir a um castelo magico em busca de um diamante poderoso não estava na minha agenda.- Ela se permitiu dar um sorriso.

–Está com medo?- Ele perguntou.

–Não... Não sinto medo. É que... É demais para mim acreditar.- Ele o olhou no olhos, por fim.

–Mas já que estamos aqui, só nos resta acreditar.- Ele falou sério a fitando.

–Pois bem.- Ela suspirou e se levantou de súbito.- Melhor entrarmos agora.

–Certo.- Ele também se levantou e os dois retornaram a caverna e deitaram-se em seus devidos lugares: Charlie no canto da caverna ao lado de Kate e Emily entre Lucy e John.- Boa noite.- Ele sussurrou

–Igualmente...

***

–Anda acorda!- Bryan sacudia John nervosamente. O menino abriu os olhos lentamente e o fitou.- Se prepare... Nossa jornada começa agora.

–O.K.- John suspirou.- Mas primeiro deixe-me escovar os dentes!

–Acorde seus colegas. Não podemos perder tempo.- Bryan dizia ansioso.

–Ta cara, calma!- John ergueu os braços em rendição. Caminhou até aonde Kate dormia e começou a sacudi-la. Em pouco tempo ela acordou. Ambos terminaram de acordar aos demais e foram tomar o desjejum e escovar os dentes. Trouxeram tudo o que sabiam que necessitariam nas mochilas.

Apanharam suas armas e começaram a caminhada rumo ao castelo. Andaram muito e sabiam que não seria fácil chegar até lá. Já tinham entrado na floresta. Charlie estava apavorado, Kate e Lucy também demonstravam uma mescla de medo nos olhos. Bryan, John e Emily caminhavam tranquilamente. Emily muitas vezes se afastava da trilha quase se perdendo, para observar plantas e pequenos animaizinhos curiosos. Mas sempre alguém voltava e a puxava pelo braço.

Kate e Bryan iam a frente. Eram os mais velhos e os líderes, portanto guiavam aos outros. Caminhavam lenta e silenciosamente até que Kate resolveu puxar assunto.

–Você... Você lutaria contra sua própria mãe?- Ela murmurou.

–Se for preciso... Ela me mataria na primeira oportunidade... Só não o fez ainda, porque achou mais conveniente me trancar aqui.- Ele sussurrou tristemente.

–Acha que devemos... Contar a eles?- Sussurrou séria.

–Melhor não. Eles não precisam saber do meu passado trágico.- Ele baixou os olhos.

–Bryan... Não é seu passado. É seu presente. E eles vão saber mais cedo ou mais tarde...- Kate pôs a mão sobre seu ombro.

–Tudo bem...- Sua voz estava fraca e triste.- Mas não conte para a loirinha. Ela é muito irritante.- Brincou ele e em seguida sorriu. Kate abriu um sorriso divertido.

***

–Sabe... Eu acho tudo tão interessante!- Lucy comentou com Charlie.

–Interessante vai ser quanto um bicho esquisito te devorar!- Retrucou Charlie com medo no olhar.

–Ai Charlie não seja tão medroso. Aproveite.- Emily interveio.

–Aproveitar?! Isso tudo é horrível!- Ele falava com os olhos arregalados.

–Pense nisso com um passeio gratuito.- John sugeriu sorrindo.

–Com inúmeros animais fantásticos!- Completou Emily.

–Que podem te devorar a qualquer instante! Incrível não acham?- Charlie continuou com ironismo. Emily e Lucy abafaram a risada.

***

O dia passou rapidamente. Pararam duas ou três vezes para descansar, comer e beber água. Já estavam imundos. Suados e com os cabelos em pé. Charlie não parava de se queixar: "Mosquitos?! Até em um outro mundo há mosquitos?! Que droga!" ou "Eu estou imundo! Preciso tomar banho ou vou enlouquecer!" Geralmente ganhava uns tabefes ao fazer essas reclamações, o que o deixava irritado.

A noite chegara. O sol se fora (seja lá de onde ele vem). Agora só precisariam achar um lugar adequado para dormir. Caminharam de noite, o que era bem mais agradável.

–Eu não vou conseguir dormir! Estou todo sujo!- Cherlie já estava ficando rouco de tanto reclamar.

–Charlie dá pra calar essa boca! Já estou me estressando!- Emily o olhou ameaçadoramente.

–Ta bem, ta bem!- Ele ficou ainda mais assustado.

–Até quando vamos andar? Meus pés estão doendo.- Queixou-se Lucy.

–Chegamos! Aqui está perfeito.- Bryan informou, mostrando a área a qual se referia. o chão era gramado e o lugar cercado de árvores, mas no centro não havia árvore, apenas grama.

–O que?! Vamos ter que dormir aqui? Eu vou ficar todo me coçando e sem contar que estamos no meio de uma floresta! Algum bicho pode nos matar enquanto dormimos!- Observou Charlie.

–Charlie, não seja idiota, Trouxemos mantas para dormir e além disso, Cada um vai ficar na vigilância por um tempo enquanto os outros dormem.- Explicou Kate já estressada.

–Eu não quero ficar de vigia.- Protestou Charlie.

–Mas vai ter que ficar. E se reclamar, você será o primeiro.- Retrucou Lucy.

–Que droga!- Ele reclamou chutando o chão.

–Agora vamos logo forrar as mantas porque amanhã temos que levantar bem cedo.- Emily falou.

–Isso é se estivermos vivos até amanhã.- Disse John provocando Charlie.

–Para John. Não provoca.- Emily sussurrou para o irmão ao ver a expressão de pânico nos olhos do amigo. Lucy abafou o riso.

Começaram então a forrar mantas no chão. Kate sabia que Bryan iria precisar e trouxe uma sobrando. Forraram umas ao lado das outras de modo que todos ficariam lado a lado. Charlie, como era o mais medroso, ficou no centro, ao lado de Emily e Lucy. Kate ficou entre Lucy e Bryan e Bryan ficou numa ponta e John na outra.

Bryan se encarregou de fazer a primeira vigília. Sentou-se sobre sua manta, de costas para todos. Enquanto a brisa tocava o seu rosto ele pensava. Pensava em tudo que lhe ocorrera até ali. Em sua mãe. Em como ela chorou ao trancá-lo no espelho... Ele sabia que eram lágrimas falsas. Em quando conhecera os centauros... Em quando conhecera Alivar. Pensou em como os centauros foram hospedeiros para esse simples e amargurado menino. Como eles o ensinou a lutar. Pensou nos tristes anos que passara ali... Mas com a amizade dos centauros, não parecia ser tão ruim assim. Pensou na chegada desses cinco jovens, em especial da morena. Por Kate ele sentia algo diferente. Diferente do que ele sentia pelos demais. Nela ele sabia que podia confiar e o modo como ela o olhava...

–Bryan?- Era ela.

–Vai dormir. Ainda estou de vigia.

–Não quero. Estou sem sono.- E ela sentou-se ao lado dele e ficou admirando o céu.- É tão estranho...

–O que? o céu?- Ele ergueu os olhos.

–Como aqui pode haver céu, sol e lua?- Ela o fitou.

–Eu já te disse que o orfanato foi dos meus avós?- Ele baixou os olhos e a fitou também.

–Sim.

–Então. Esse mundo foi criado por eles. Então eles poderiam colocar nele o que quiserem.- Explicou ele.

–Espere... Como se cria um mundo?- Ela o olhava intensamente.

–A não ser que você tenha dons especiais isso não é possível.- Explicou.- Não sei ao certo mas suponho que meus avós tinham certos dons.- Ela baixou a cabeça.

–Que foi?- Perguntou preocupada.

–Nada. Melhor você ir dormir.- Falou ele olhando para os próprios pés. Kate fez a menção de que ia falar mas se calou e foi dormir.

"Vou acabar com você, mamãe" pensou ele fervilhando de ódio da mãe.


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Notas finais do capítulo

Reviews?
*Beijoquitas*



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