Era uma noite sombria, em uma praça, o som dos carros e pessoas passando já não soavam mais deixando um clima sombrio e misterioso. Com apenas alguns postes de luz espalhados pelo lugar, era possível identificar a silhueta de diversas gárgulas no topo da torre de uma ruina que foi construída ali próximo. Entre as silhuetas parecia que uma não era de uma gárgula, lá no topo, agachado na beirada da torre mais alta havia um pessoa, um homem, alto e na facha dos vinte anos, trajando uma roupa com capuz negros, que aos poucos se erguia, até ficar em pé levantou a cabeça e admirar a lua cheia que iluminava a cidade, e ele aos poucos foi girando até ficar de costas a beirada, continuava a olha-la, até que seu olhos fecharam e aos poucos seu corpo tombava para trás até estar em uma queda livre cerca de seis andares de altura, mas impressionantemente faltando poucos instantes para sua queda ele deu um giro e pisou delicadamente as lajotas, dobrando apenas um pouco de seu joelho de forma tão sutil que chegava a ser assustadora, se ergueu, ajeitou seu capuz e deu alguns passos, mas parou e olhou envolta com olhos que pareciam enxerga até os mínimos detalhes que um ser humano normal não poderia enxergar, e escutou um rugido monstruoso e viu um vulto de um ser de quase cinco metros de altura correndo até sumir em um beco entre as construções, quase que de imediato o homem correu em direção a tal beco, e avistou a criatura correndo abrindo passagens na parede com sua força bruta, como se as paredes fossem apenas placas de isopor. Ao chegar em outra praça a criatura para e se vira em direção ao homem, o homem para a cerda de dez metros de distância da criatura, quando a criatura dá um salto monstruoso que parecia ter cerca de 6 metros de altura, em direção ao homem como com a finalidade de mata-lo, e inexplicavelmente de seu braço saiu um osso em forma de lamina que atravessou o abdômen do homem e o levanta, o deixando aparentemente inconsciente. O homem ergue a cabeça e diz:

–Então é só isso que você pode fazer?

E então o homem segurou com as mãos e quebrou o osso apenas com força bruta, caiu no chão e logo em seguida deu um chute na criatura que a fez arrastar quinze metros no chão. E sem explicação começou a sair uma espécie de fumaça de ser ferimento e de forma monstruosamente rápida, o seu ferimento se fechou e estava como se seu abdômen não tivesse sido atravessado pelo osso. E sem hesitação a criatura correu em direção ao homem e quando estava para desferir um golpe brutal, uma espécie de flecha com quase um metro de comprimento, entrou pela esquerda e saiu pela direita da cabeça do ser, sem encontrar resistência como se fosse apenas vento. O monstro caiu de joelhos e resmungou algo difícil de compreender, pois ele estava se engasgando com seu sangue, era algo que parecia diversos insultos, até que chamas surgiram e devoraram o ser até sobrar nada.

Então o homem desviou seu olhar para o suposto lugar que tinha vindo a flecha e vê algo na ponta de um torre onde mal havia espaço para se colocar um pé, lá estava a silhueta de o que parecia ser uma mulher, usando uma armadura de placas, aparentemente de prata que cobria seu corpo, em sua mão uma besta que era quase de seu tamanho, e nas suas costas uma espada com escudo, e com o lua ao fundo o que deixa a cena ainda mais encantadora. Uma aparição que o fez por um instante seus pés tivessem criados raízes e seus olhos pareciam beber de tal beleza até se afogarem, então o homem voltou a si e começou a andar em direção a torre, com passos que pareciam perdurar por décadas sem sair do lugar mas entre o seu terceiro e quarto passo, inexplicavelmente a mulher some. Sem ter tempo para pensar, o som das sirenes quebram o silencio, pois um senhor ligou para a polícia por ter escutado o som das paredes sendo derrubadas e se apavorou, e sem outra alternativa ele ajeita o seu capuz e corre até sumir na escuridão entre os becos vazios.