Mary escrita por Charles Oliveira


Capítulo 5
Ato 5




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Mary sempre foi uma garota diferente de todas, pois tinha medo de ser excluída. Então ela mesma se reservava e se mantinha excluída de todos. Porém John era a mesma coisa do que ela – Seu humor assustava á todos. Então John fez amizade com Mary e após, dois nãos seguidos; eles vão para o Baile de Formatura. O tema era Sessão de Galã. Todos os alunos irão exibir seus smokings e seus vestidos com brilho exagerado. E isso, não fazia parte do estilo de Mary e John.

A preocupação de Mary nos estudos foi substituída por querer saber qual vestido lhe cairia bem; já que ela passou de ano com louvor. Por outro lado, John juntava o susto de quase ter repetido o ano letivo, com o fato dele não saber dar o nó em sua gravata. Mas, para os dois o que importava era a diversão.

– Mary, e aí, já está pronta? – perguntou John, que tinha ligado a cobrar para o celular de Mary (Ele vivia sem créditos em seu celular).

– Não, não estou pronta. E essa é a segunda vez que você me liga perguntando se estou pronta – respondeu Mary.

– Calma estressada. Eu estou mais nervoso do que você – John debochou - É a primeira vez que uma menina sai comigo, por isso que ligo toda a hora. Vai que você desiste de ir ao Baile comigo.

– Se você ligar pra mim, mais uma vez, eu desisto – gritou Mary.

– Tá bom, tá bom! Que horas eu passo aí para pegar você?

– 19:30.

– Ok, então.

– Certo. Agora, deixa eu me endireitar no vestido em paz – ordenou Mary.

– Certo – respondeu John enquanto ria da cara que a Mary, deveria estar fazendo no outro lado da ligação. Os dois desligaram e enquanto a hora não passava, John matava alguns aliens em Halo. O horário marcado para John pegar a Mary chega e nada dele aparecer. Passa 10 minutos e nada. 20 minutos e nada dele aparecer. Quando se passa 30 minutos e Mary, já estava desistindo de ir ao Baile, John aparece em cima de uma Harley-Davidson modelo VRSCA V-Rod 2002, na cor preta. Ele estaciona todo torto sua moto e sobe correndo para o apartamento de Mary.

– Atrasado, Sr. Winston – disse Mary, ao abrir a porta. Ela estava vestindo um vestido roxo escuro tomara-que-caia preso em um corselete preto com rendas e com as pontas do tule na cor preta. Meia-calça de bolinhas, All-star de cano longo, luvas de rendas vindas até o pulso (para cobrir suas marcas) e uma bolsa com o logotipo dos Ramones. Todos os acessórios na cor preta. Sua maquiagem era quase a mesma: Grosso traço de delineador sobre os olhos e batom preto.

– Desculpa pelo atraso. A fila na floricultura estava dando volta na esquina. Acho que todo mundo decidiu comprar flores para a acompanhante para o baile, no mesmo dia que eu – John entrega um buque de rosas vermelhas para Mary. Ela as coloca em um pote com água e as deixa em cima de sua mesa – Olha só você!

– O que foi John.

– A sua roupa, ficou legal demais. Pelo visto, a demora valeu a pena – elogiou John.

– Digo o mesmo para você – Mary devolveu o elogio. John estava vestido com um terno que parecia ser um tamanho maior do que deveria ser. O paletó era preto com risca de giz, a calça e a camisa eram também na cor preta e gravata com o nó feito errado, na cor vermelha. O único diferencial de John era que ele estava vestindo um tênis de basquete na cor branca com alguns desenhos vermelhos – Agora, vamos?

– Primeiro, as damas – John respondeu com a voz grossa. Os dois rirão e foram rumo á moto de John.

– Espera. John, você pode dirigir moto?

– Posso – ele respondeu, enquanto dava um capacete para Mary – Porque a pergunta?

– Mas, você não disse que tinha 17?

– Na verdade, eu tenho 19. Quando eu conheci você, tinha 18 e fiz aniversário anteontem – respondeu John.

– E porque você não avisou que seu aniversario foi anteontem? Eu podia ter passado o dia com você, sei lá, jogando Halo ou Crysis – Mary disse, mas John logo riu das palavras de Mary – Porque você esta rindo?

– Eu sei que você trabalha em dobro, lá no Starbucks. Eu vi, na verdade. Eu só não quis te incomodar – respondeu John que ligava a moto e ajudava Mary a se arrumar na moto.

– Você não incomoda John Winston Jr. Você é e será o único que irá me compreender – Mary diz para John, enquanto ela envolve seus braços sobre o peito de John – Agora vamos!

John na hora ficou feliz. Ele ligou a moto e seguiu até o salão onde estava ocorrendo o Baile. Á quase três quarteirões de distancia da Queen Hole (a festa estava acontecendo no salão da escola, que era bem grande) dava para ver as luzes da festa e ouvir as musicas que as caixas de som tocavam. O ritmo era quase o mesmo, mas dava para aguentar. Ao chegarem ao estacionamento da escola, os olhares daqueles que já estavam presentes no local; tomando um ar, começaram a fintar Mary e John.

– John, tem certeza que ninguém vai nos bater? – perguntou Mary – Porque você já sabe toda a trama – John para a moto na frente da porta do salão, que piscava por causa das luzes da festa; sai da moto junto com a Mary e responde.

– É... Eu conheço toda história. Somos os excluídos de toda a Escola – ele segura a mão de Mary e olha no fundo dos olhos dela – Mas, nós estamos aqui para dançar, comer, encher a cara e ser feliz. Certo, Srta. Mary Tucker?

– Certo Sr. John Winston Jr – Mary responde em um tom de deboche e surpreendentemente, dá um beijo na bochecha de John. Ele bambeia as pernas e destaca um sorriso bobo, porém não perde a posição.

– E você só aproveita a chance né? – John perguntou, enquanto olhava para todos perto da porta, com o olhar de espanto. Devia ser porque os excluídos estavam na festa, mas Mary não se preocupava com isso. Mary respondeu a pergunta de John, com um tímido sorriso no meio da maquiagem gótica e um balançar de cabeça, afirmando o que John queria saber. Então, após os dois trocarem olhares e se sentirem motivados, eles respiraram fundo; apertaram as mãos e seguiram rumo ao Baile.

John abre a porta e de repente a musica para. Todos olham para o casal que tinha chegado. As metidas trocavam cochichos, com certeza, dizendo “O que a Mary tava fazendo aqui?”. Os metidos olhavam para John com cara de pasmo, tipo “John, o que você tá fazendo com a sua vida?”. Mas, o casal confiante não se importava, mas com os comentários ofensivos e olhares de negação.

– Hey, DJ! Toca Night of The Hunter, ou enfio sua cabeça na privada e deixo-o lá – em poucos segundos, a moça que falava antes da musica começar, gritou La Nuit du Chasseur e a bateria explodiu. Todos voltaram à dança, do jeito que estavam antes deles chegarem.

O diretor aparece para guia-los até a única mesa que estava vaga em todo o salão; que era a mesa perto do banheiro. Só que desta vez, era o banheiro feminino. Mary retira a bolsa de seu ombro e a coloca no apoio de sua cadeira.

– Pelo menos, não é longe da mesa com a comida – debochou Mary.

– Eita, morta de fome.

– O que foi? Pelo que eu saiba a gente vai a uma festa pra comer e dançar. E até agora, não tocou nenhuma música que eu goste – respondeu Mary.

– Mas você não gosta de 30 Seconds to Mars? – John perguntou.

– Eu gosto sim... Caçador – Mary respondeu com um tom, expressando que tinha entendido o que John estava fazendo – Agora, traz para gente algo para nós comermos.

John obedeceu e trouxe uma caixa fechada com Pizza de Queijo, junto com uma garrafa de Coca-Cola de 3 Litros.

– Hora do Rango – debochou John.

Os dois começaram a comer feito loucos famintos, até que diminuíram o ritmo quando começa á passar um filme mostrando fotos dos alunos e dos diretores da Queen Hole.

– Eu nunca entendi – disse Mary, enquanto dava uma mordida em sua fatia de pizza – Por que os alunos ainda insistem em mostrar esse vídeo, com todo mundo feliz e abraçado; sendo que na verdade todo mundo se odeia.

– Não seria algo como tradição? – perguntou John.

– Então... É uma tradição. Mas não seria mais simples, só entregar o Anuário com as fotos do povo metido e um quadradinho pequeno com a nossas fotos? – perguntou Mary quando de repente, aparece no telão uma foto de John no colo de Mary. Todos começam a rir e Mary, começa a ficar vermelha.

– É! – John respondeu com a mão no rosto – Eles não apagaram essa foto. Se já não bastasse essa foto no Facebook, agora olha ela aí.

– Foi o que eu falei John – Mary respondeu, rido da cara de John, com vergonha – Agora, você entende minha duvida. Não entende?

– É eu entendi perfeitamente – John começa a rir da situação e ignora tudo com mais uma simples mordida em sua fatia de pizza. Os dois rirão da situação e continuaram a ver o vídeo.

Depois do vídeo ter sido exibido, alguns holofotes se acenderam no palco, perto do DJ. Era o diretor que iria entregar os diplomas aos alunos, com a ajuda de alguns professores e professoras. O diretor foi chamando o nome de cada um, no microfone. Cada um dos convocados era aplaudido; tendo até algumas pessoas se levantando para aplaudir de pé. Até que chegou o momento do diretor dizer o nome de John. Ninguém aplaudiu. John, só recebeu um abraço de Mary e caminhou em silêncio até o diretor. Ele pegou seu diploma, cumprimentou o diretor e voltou para sua mesa; guiado pelo silêncio que foi receber. Quando o nome de Mary foi chamado, John deu um abraço nela e a aplaudiu por estar recebendo o prêmio. Ele foi o único do salão todo á aplaudir ela. Ela pegou seu diploma, também cumprimentou o diretor, recebe um abraço apertado da professora de matemática (A professora adorava Mary, porque ela era a mais inteligente da sala) e volta para a mesa, ainda sendo aplaudida somente por John.

– John... Pode parar! – Mary ordenou.

– Desculpa. Eu só não queria que fosse para lá, no silencio – John respondeu em um tom de voz meigo. Mary percebeu a meiguice de John e respondeu:

– Você também merece alguns aplausos. Obrigado. Não precisava! – ela dá um soco de leve no braço de John e mostra um sorriso natural, agora destacado em sua maquiagem gótica.

A festa continuou e varias pessoas continuavam dançando as suas músicas eletrônicas de que tanto gostam. Mary estava ficando entediada, pois o DJ não tinha tocado nenhuma música do gosto dela.

– Hey John! - John estava tentando secar a garrafa de 3 Litros em um gole só. Mas, foi falido. Ele largou a garrafa e a colocou sobre a mesa e começou a prestar atenção em Mary.

– Diga.

– Você pode pedir para o DJ tocar essa música, pelo amor de Deus. Eu não estou aguentando esse tuts tuts na minha cabeça – Mary entrega um pedaço de papel com um nome de uma musica do gosto dela. Ele pega o papel e segue rumo ao palco.

John sobe ao palco, chama o DJ em canto e entrega o papel com o nome da musica para o DJ enquanto uma música dançante continuava a explodir na caixa de som. Os dois combinam algo e John pega o microfone. A música termina e o silêncio afeta mais uma vez, todos que estavam no salão.

– Mary... – um holofote acende em Mary e em John, que estava de pé sobre uma das caixas de som - ...Eu realmente, não como fazer isso, mas vou seguir o que um vídeo no Youtube falou para eu fazer... – todos arregalaram os olhos com medo do que viria em seguida – Calma, que eu não irei cantar! – todos respiraram aliviados – E sim, direi algo que deveria ter dito há muito tempo atrás, quando eu me apaixonei por você; loucamente – todos começam a gritar loucamente, enquanto John descia da caixa de som e seguia rumo á mesa que Mary estava sentada. John se ajoelha perto de Mary, pega em sua mão, respira fundo e diz:

– Mary Winston, eu não quero passar longas horas dizendo o óbvio e já sinto muito se eu estraguei toda a nossa amizade, porém eu gostaria saber se você quer me aguentar, mais do que já aguenta. Então... Você quer namorar comigo?

De repente, Punching In a Dream – a música que Mary pediu - começa á tocar e os holofotes se apagam.


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Notas finais do capítulo

Essa foi a ultima parte da história de Mary. De verdade, foi um bom final. E caso, você QUERIA escrever o que aconteceu depois do pedido, ficarem muito feliz de ler. Obrigado pelo apoio e pelos comentários. Em breve, estarei escrevendo uma nova história... quem sabe não seja uma continuação. Quem sabe. E para quem quiser, acesse o meu blog. Lá tem uma historia original lhe esperando (http://outrahdimensao.blogspot.com.br/)



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