DESAFIO TWD: You don't care escrita por Maria Vitória Figuerôa


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Hey, gente! Primeiramente eu gostaria de agradecer a oportunidade que me deram de participar do desafio, isso me deixou muito contente. Quero pedir perdão pelos erros, ok? Eu estou sem computador, eu fiz e postei pelo celular. Bom, vou parar de enrolar e vou deixar vocês lerem. Beijos e boa leitura!



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Minhas pernas já doíam, Daryl era mais rápido que eu. Os zumbis vinham por todos os lados desta floresta. Este é o nosso fim. Uma parte de mim pensava em desistir, afinal, de quê me serviria uma vida resumida em medo e paranóias? "BETH, CORRE", me desviei dos meus pensamentos e percebi que estava parada enquanto Daryl gritava e me chacoalhava desesperadamente. Começamos a correr cada vez mais rápido, e, mesmo sem fôlego, não paramos.
– Conseguimos! - Disse- Escapamos daqueles desgraçados.
Sentei no chão e, de pouco à pouco, fui recuperando o fôlego, e Daryl fez o mesmo.
–Não podemos ficar parados aqui,- Começou Daryl- precisamos de suprimentos.
Assenti.
[...]
Perambulamos pelas ruas da cidadezinha vazia em busca de algo útil e achamos um bar abandonado. Daryl abriu a porta em posição de ataque, com sua besta pronta para atirar e eu logo atrás dele. Limpamos o local e trancamos tudo:portas, janelas, tudo.
–Precisamos de uma casa- Falei.
–Vamos passar a noite aqui- Disse Daryl, enquanto procurava por suprimentos.
Coloquei minhas coisas no canto da parede e fui ver se achava algo. Encontrei umas 3 garrafas d'água e feijão enlatado. -Hey!- Joguei uma garrafa para ele. Dividimos o enlatado e Daryl se ajeitou em um canto e dormiu. Coloquei minha bolsa em baixo de minha cabeça, como se fosse um travesseiro. Fitei o teto por alguns segundos e logo em seguida peguei no sono.
–Hey, acorda.- Disse Daryl me chacoalhando- precisamos sair daqui.
Aqueles olhos azuis eram tão lindos, queria ficar ali, parada, apreciando-os para sempre.
Dei uma última olhada no local, checando se não havia mais nenhum suprimento ou coisa assim. Infelizmente não havia mais nada, peguei minha mochila e saímos dali.
–Pra onde estamos indo?-perguntei.
–Vamos voltar.-respondeu.
–Voltar? Voltar pra onde?-perguntei indignada.
–Voltar para prisão. Ver se tem alguém vivo.
–Daryl, a prisão foi destruída, todos fugiram.
–Você não é obrigada a vir.- virou-se e começou a andar em direção à prisão.
Não quero me separar dele...Não, de jeito nenhum.Isso não vai acontecer.
Comecei a apressar os passos para alcança-lo. No caminho à prisão um silêncio reinou entre nós, a não ser pelos gemidos dos zumbis.
–Daryl! Espera.- ele se virou pra mim- Isso não é uma boa ideia, não restou ninguém, e os que sobreviveram fugiram.-eu não queria criar esperanças, não queria pensar na possibilidade de Maggie estar viva porque eu sabia que ela não estava, e se estivesse, estaria bem longe de lá. Daryl ignorou minhas palavras e continuou andando.
–Droga, Daryl! Para de fingir que não se importa, que nada te magoa... Para!
–E quem disse que eu não me importo?-ele aumentou o tom de voz- Quer saber, eu não preciso de você. Faz o que achar melhor, não sou seu pai e não tenho a obrigação de te aturar.- senti um nó na garganta ao lembrar de meu pai. Mesmo tendo dito isso, não consegui sentir raiva de Daryl, tudo que senti foi uma sensação ruim ao pensar em me separar dele.
–Me desculpa, eu não quis dizer isso.
–Não tem que pedir desculpas toda hora, isso é estranho pra uma menina de dezessete anos.- Disse não dando a mínima.
–Tenho dezenove- o corrigi.
–É... Tanto faz.- Foi um diálogo rápido, talvez o maior que já tivemos.
De longe eu já podia avistar a prisão, não era a mesma de antes, agora estava destruída por dentro, mas as cercas estavam intactas, como se alguém estivesse ali depois do holocausto com o governador, sobrevivendo ali dentro. Perder a prisão com certeza foi uma grande hamartia.
Estávamos chegando cada vez mais perto das cercas e pude avistar alguns errantes rodeando o local. Olhei para Daryl como se estivesse perguntado "E agora?" e ele compreendeu.
–A gente vai entrar por trás-sussurrou e eu assenti.
Demos a volta e Daryl conseguiu fazer um buraco na cerca para que pudéssemos entrar. Fomos andando até os blocos em que ficavam as celas onde costumávamos dormir e verificamos as mesmas.
–Daryl!-gritei e ele veio correndo com o seu crossbow em posição de ataque. Não pude conter a vontade de rir.
–Está rindo do quê?- perguntou com uma expressão nada boa.
–Nada- falei séria- olha isso- apontei para a cama bagunçada e um pano ensanguentado- tem gente aqui.
–Isso não significa nada.
–Daryl, o sangue está fresco- peguei o pano e estendi à ele.
–QUEM ESTÁ AÍ?- a voz me parecia familiar- EU NÃO VOU HESITAR EM ATIRAR.
Meus olhos encheram-se de lágrimas ao ver Glenn, ele ficou imóvel ao perceber que estávamos ali. Fui correndo em sua direção e o abracei com força.
–Maggie... O que aconteceu com ela?- perguntei enquanto me afastava dele.
–Ela está bem... Aí meu Deus, eu não acredito, vocês... Vocês estão vivos!
[...]
–Depois do ataque do governador, Maggie e eu voltamos para ver se restou alguém- Glenn deu uma longa pausa- não sobrou nada além de corpos. Ficamos e consertamos as cercas, matamos os zumbis que invadiram ,e nós resolvemos ficar aqui.-explicou com seus braços em volta de Maggie.
–Pensei que tinha perdido você também, Maggi- falei.
[...]
P.O.V Maggie
Daryl estava dentro de sua barraca e decidi ir até lá conversar com ele sobre Beth.
–Posso falar com você?-perguntei e ele deu de ombros- Sabe, eu queria te agradecer por ter cuidado de Beth, ela é só uma garota, entende?
–Ela não é mais uma garota, sabe muito bem se virar sozinha. Beth é durona pra uma garota de dezenove anos.
–Foram muitos acontecimentos ao mesmo tempo. Ela sempre foi tão frágil, é bom saber que ela está mudando.- um silêncio constrangedor reinava entre nós, então decidi quebra-lo- É melhor eu ir. Boa noite!
[...]
P.O.V Beth
Avistei Daryl em sua barraca, fazendo sabe-se lá o quê. Fui caminhando lentamente em direção à sua barraca e a cada passo que dava eu sentia um frio na barriga. Isso é estranho, porque eu estou sentindo este frio na barriga? Eu já estava em frente a barraca.
–Posso entrar?- perguntei.
–Tanto faz.
Entrei e sentei ao seu lado. Ele estava afiando suas flechas.
–Daryl?- chamei-o e ele virou o olhar para mim, aquele olhar cativante, com aqueles olhos azuis indecifráveis, eu nunca me cansaria de apreciar aqueles globos azuis- Se lembra daquele dia em que a fazenda foi domada?- Ele assentiu- Eu te admirei pela primeira vez. Eu invejei a sua coragem de querer voltar lá para procurar por Andrea. Eu... Eu não tenho certeza se faria a mesma coisa.
–Andrea fazia parte do grupo, era meu dever voltar.
–Não, não era. E mesmo não sendo seu dever você quis voltar, isso significa que você se importa, mesmo não querendo admitir, você se importava com Andrea, assim como se importava com o resto do grupo, por isso você voltou, assim como eu sei que se importa comigo- encarei os globos azuis de seus olhos e ele não desviou o olhar. Me aproximei cada vez mais de seu rosto e senti os seus lábios nos meus, eram quentes e macios, aquilo foi como tocar o céu por um instante. Senti seus lábios se distanciando rapidamente dos meus e vi Daryl saindo desesperado da barraca. Fui atrás dele.
–Daryl!- gritei- DARYL!- gritei mais alto enquanto corria em sua direção- Espera!
–O que você quer?- Ele gritou- Por que não vai cantar como se nada tivesse acontecido? Não é isso que você costuma fazer?
–Qual é o seu problema? Por que está sendo tão egoísta?
–Egoísta? Escuta aqui garota, eu tive que te aturar esse tempo todo, salvei sua vida, cuidei de você, tudo isso por seu pai, e você me chama de egoísta? Quer saber qual é o meu problema? Você é o meu problema. Por que não me deixa em paz e vai cuidar da sua vida?- Ele mal havia terminado de falar e meus olhos se encheram de água, não consegui conte-las.
–Eu não quis dizer isso- lamentei.
–Mas disse- virou-se e me deixou ali.
[...]
Acordei com o Sol batendo em meu rosto. Eu não fazia muita questão de levantar, não queria ver o Daryl hoje, na verdade eu não estava pronta para vê-lo.
–Beth!- ouvi Maggie gritar- Beth!- insistiu ela.
–Aqui!- dei um grito.
Maggie entrou na cela em que eu estava e sentou na cama junto à mim.
–Você está bem?- perguntou.
–Sim- menti.
–Beth, não precisa mentir pra mim- ela acariciou meu cabelo.
–Eu estou bem, Maggie- sorri forçado- O que você quer?
–Vim te avisar que Glenn e eu vamos até a cidade em busca de suprimentos. Você quer algo?
–Não, obrigada. E Daryl? Ele também vai?- perguntei.
–Não o vi desde ontem. Se o vir, por favor, avise que saímos- ela me abraçou e saiu.
[...]
Eu estava procurando Daryl a mais de três horas, ele não saiu da prisão, tenho certeza. Eu perambulava nos pátios pela milésima vez e nenhum sinal de Daryl. Fui andando até os portões principais para ver se ele estava por lá, mas infelizmente não o vi. "Ele deve ter saído", pensei. Abri o primeiro portão e fui me aproximando do segundo portão, o portão que me separava do mundo lá fora.
–O que você está fazendo?-Daryl correu até mim, me puxou para dentro e fechou o portão.
–Onde você estava?
–Fui caçar- ele mostrou alguns esquilos. Virei e fui caminhando em direção aos blocos.
–Beth, espera!- Daryl gritou.
–O que foi?
–A gente precisa conversar.
–Conversar? Pra quê?- aumentei a voz- Pra você me humilhar? Dizer coisas terríveis de novo e agir como se eu fosse uma vadia? A gente não tem nada pra conversar, Daryl- dei as costas e ele segurou meu braço.
–A gente tem sim, e você vai me ouvir- soltou meu braço- você estava certa, eu me preocupava com Andrea, eu me preocupava com o grupo, e... Eu me preocupo com você, Beth. Eu me preocupo com você- suas palavras fizeram minhas pernas tremerem.
–Então por que você age assim?- perguntei confusa.
–Você não entende, Beth. Não entende- deu uma pausa- Só estou tentando te proteger de mim mesmo- ele sentou na grama e eu fiz o mesmo.
–Eu não tenho medo, Daryl. Você sabe- falei- Eu gosto de você- Daryl não teve tempo de responder, Maggie e Glenn haviam chegado. Levantei e corri abrir o portão para que pudessem entrar.
[...]
Já havíamos jantado, graças a Glenn, Maggie e os esquilos do Daryl. Eu estava em minha cela, deitada na cama, relembrando os acontecimentos de hoje a tarde. Levantei da cama, vesti minhas botas e decidi falar com Daryl. A noite estava linda, cheia de estrelas que iluminavam o céu. Pude avistar sua barraca, cada vez ficando mais perto, até que a pouca distância entre a barraca e eu foi vencida.
–Daryl?- chamei quase em um sussurro. Ele abriu o zíper da barraca- Posso entrar?- ele de de ombros.
–O que você tá fazendo aqui?- perguntou.
–Daryl... você não precisa me proteger de si mesmo, eu sei que não é um monstro- respirei fundo- eu confio em você.
–Droga, Beth!- reclamou ele- Não faz isso.
–Isso o que?- perguntei confusa.
–Você só complica as coisas. Eu gosto de você, Beth- ele disse e eu não consegui desviar o olhar dos seus lindos olhos azuis. Ele segurou meu queixo e acariciou os meus cabelos loiros, me aproximei de se rosto e ele foi se aproximando do meu. Logo nossos lábios se tocaram novamente e eu pude sentir sua língua pedindo passagem, eu cedi. O beijo foi aumentando a velocidade e ele segurava em meus cabelos e eu nos dele.
–Estou sem fôlego- sussurrei em seu ouvido.
–Fica comigo está noite?- ele pediu. Não foi um pedido com malícia, ele só queria que eu dormisse ao seu lado. Deitei e ele fez o mesmo, me apertou em seus braços, como se eu fosse a coisa mais importante no momento. Segurei sua mão.
–Me faz uma coisa?- ele perguntou sem jeito. Assenti com a cabeça- Canta pra mim?


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Notas finais do capítulo

Queria agradecer mais uma vez pela oportunidade de participar do desafio, eu adorei. Espero que tenham gostado.