Give In To Me escrita por DanyellaRomanoff


Capítulo 2
Desacordada


Notas iniciais do capítulo

Aqui está mais um, espero ter mais comentários dessa vez, vamos lá, alguns segundos comentando e fazendo a vida da autora feliz rs Ok, aqui temos a chave do conflito de Elsa.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/478376/chapter/2

. – Rainha Elsa... – pronunciou num fio de voz.

Sem deixar de sustentar seu olhar no dela, Hans escorregou suas mãos que estavam nos ombros, por toda a extensão dos braços da jovem fazendo-a agradecer pela existência daquela parede, que era a única coisa que a mantinha em pé. Sentiu seus dedos tocarem suas mãos, sentiu suas luvas serem tiradas, não deveria permitir, deveria encobrir, mas ao sentir o choque daqueles dedos quentes na frieza da sua pele, não conseguiu simplesmente parar com tudo.

Ah, suas mãos, queria senti-las se me permite dizer – aquilo surpreendeu Elsa, mas ela tinha que dizer algo para que ele não prosseguisse.

Acabamos de nos conhecer, estamos sendo ... íntimos demais – soou meio rude, aquilo era especialidade dela, porém, ele não se retraiu, talvez por falta de resistência nas palavras dela somada à teimosia dele.

Sim, mas não preciso ser íntimo para tocar suas mãos, a não ser que elas guardem algum segredo – Céus, ele não sabia quanto segredo elas guardavam.

Elsa podia sentir o hálito quente de Hans sobre suas mãos tão próximas da boca dele, aquilo era maravilhoso, mas lhe dava a sensação de perigo, pois despertava na jovem uma sensação de que precisava mais desse calor, não só nas mãos, mas no braço, no pescoço, no corpo todo. Foi enquanto Elsa pensava sobre isso que Hans percebeu o quanto ela mudou bruscamente com esse pequeno ato, ela parecia se deliciar, mas parecia também lutar contra aquilo que a satisfazia, e ele precisava quebrar essa barreira. E com essa intenção, ele beijou demoradamente a mão direita da moça e jurou tê-la ouvido suspirar. Perto demais, perto demais.

– Não ... por favor. Não posso. Você nunca entenderia. – E foi reunindo o que lhe restava de consciência e de medo de que pudesse revelar seus poderes, que a rainha puxou suas mãos para si, e virou-lhe as costas e antes que ele pudesse se aproximar, pegou suas luvas de volta e praticamente correu para as cortinas, e antes de sair por elas, erigindo sua postura, ela o lançou um misto de olhar triste e raivoso, ele não deveria ter se atrevido tanto ao mesmo tempo que ela não deveria ter tantos problemas.

Mal Elsa sabia que esta foi a primeira vez que o príncipe Hans foi dispensado por uma mulher e que aquilo feriu seu orgulho, trazendo à tona os planos de apenas usar a jovem. Fazendo-o lembrar da princesa Anna que havia conhecido naquele dia mais cedo, ela estava bem mais fácil que a irmã, ele a conquistaria, mas também não deixaria barato para Elsa, ela iria sentir ciúmes, ela ia se sentir dispensada.

Depois daquela noite, quando mais tarde Hans apareceu-lhe novamente já com Anna nos braços, ambos prontos para casar, Elsa só constatou que não se ama alguém que acabou de conhecer.

Rainha Elsa ? Está se sentindo bem ? – A voz de um dos garçons a acordou do transe, já estava há quase 30 minutos alimentando seu vício naquela lembrança idiota.

Ahn, sim estou. Obrigada. – Elsa emitiu o mais sincero sorriso na tentativa de fazê-lo acreditar. Após a retirada do garçon, chega um casal de convidados, meio feliz demais e começam a falar demasiadamente sobre os vinhos e o quanto eles eram bons. Afinal, o que havia de errado com aqueles vinhos ?

O estoque dos nossos vinhos acabaram minha rainha, se lembra ? Então a senhorita mesma autorizou que importássemos alguns das Ilhas do Sul, e por sorte eles chegaram ontem, a tempo da festa. – Respondeu o chefe dos mordomos quando a jovem lhe pediu informações sobre o porquê de seus convidados estarem alterados demais com a bebida.

Autorizei ? – Não lembrava disso, quando ela fez isso ? – Eu jamais faria isso, em sã consciência, eu jamais faria quaisquer negócios com as Ilhas de Hans ! – Aumentou o tom de voz meio alterada, chamando a atenção dos convidados mais curiosos, logo tratou de se retrair ao se dar conta do que havia dito, isso definitivamente deveria acabar uma vez que estava começando a pensar alto naquele maldito – Quero dizer, das Ilhas do Sul ...

Perdão majestade, mas devo dizer que a senhorita autorizou. Eu mesmo a perguntei, e expliquei a situação ...

Que dia foi isso ? – Perguntou uma Elsa pensativa

Há uma semana !

De repente Elsa arregalou os olhos, lembrando de algo, e suspirou cansada.

Ahn ..., claro! Estou lembrada, obrigada, e desculpe pelo transtorno.

Findada a conversa, o mordomo fez uma reverência, lançou à ela um sorriso reconfortante para que a jovem deixasse de se preocupar com o modo como o tratou, e por fim se retirou. Elsa pediu uma taça, e sentou-se novamente, analisando o líquido que ali jazia, era mais escuro que os vinhos produzidos em Arendelle, e o cheiro era mais forte, muito mais. Então permitiu-se um primeiro ato de rebeldia, provou em um grande gole daquele vinho. Como sua primeira experiência com álcool não podia ser diferente, este desceu rasgando-lhe a garganta, e seu rosto ruborizou esquentando, deixando-a brevemente atordoada devido à grande quantidade que foi ingerida de uma só vez. Mas como já havia provado uma outra vez um pequeno gole do vinho de Arendelle, logo pôde diferenciar os dois. Os vinhos do Sul eram decididamente mais fortes, e no fundo tinham um gostinho amargo; enquanto os vinhos de seu reino eram mais “comportados”, doces e mais leves. Mas o pensamento sobre vinhos logo foi substituído pela sua preocupação anterior, a rainha estava tendo dias difíceis, cheios de trabalho, e aquilo a estava deixando além de cansada, muito estressada. Não era muito agradável dar o máximo de si para governar um lugar e ainda ter que ser obrigada a ter que enfrentar sempre a situação de pessoas de reinos vizinhos com medo, mandando-lhe cartas ameaçadoras dizendo que qualquer atentado de nevasca se iniciaria uma guerra, grande tolice, ela jamais usaria de seus poderes para dominar os demais reinos, mas não os culpava por terem medo. Elsa costumava ser paciente e compreensiva, dava de toda sua paciência para esclarecer as coisas e cativar as pessoas, porém, todo mundo tem um limite. E foi em um dia agitado que o mordomo chefe a abordou perguntando o que fariam com o abastecimento da festa, sugerindo que fizessem negócios com as Ilhas do Sul, e distraída, pensando apenas em seus problemas, ela aceitou só para que pudesse voltar a ficar só.

Aliás, quanto tempo fazia que ela estava se isolando ? Só fazia suas obrigações e depois voltava para o quarto. Anna era a que mais reclamava de sua distância, nem na hora de dormir quando Anna escapava fora de seus aposentos e batia na porta de Elsa, a mais velha permitia entrada. Ela não queria sua irmã longe novamente, mas sempre que sentia que seus poderes estavam mais fortes que seu autocontrole, preferia que ninguém estivesse perto para que não se machucassem.

Eu preciso de um tempo, Anna. Tá bom ? – Elsa suplicou chorosa à uma Anna que estava do outro lado da porta pedindo para que tomassem chocolate quente e lessem um pouco.

Mas se você se isolar é pior ... Ainda não entendeu ? – Anna bateu o pé impaciente – Estou aqui com você Elsie ... vamos, me deixa entrar.

Odiava dizer não, odiava. Aquilo a destruía, amava Anna incondicionalmente, mas precisava fazer aquilo. Engoliu o bolo que havia se formado em sua garganta, reuniu forças e continuou.

Anna me escuta. Eu sei que o isolamento não é a solução, eu sei bem. Mas preciso que me deixe só, eu estou lidando com algo muito mais forte, a pressão aumentou porque eu estou mais exposta agora, e estou tendo dias difíceis no reinado. Eu ... sei que só precisa de um pouco de amor. Mas acredite, só de saber que eu tenho você, já me ajuda muito a me concentrar e acabar logo com isso. Mas prefiro me estabilizar para poder voltar a ter contatos maiores com todos, só prefiro não correr o risco das coisas saírem do controle. – Suspirou, e acrescentou num silvo – Entende ? Por favor, diga que entende ...

Eu entendo, mas eu imploro Elsie, não demore com isso. Sinto sua falta, e se demorar muito eu arrombo essa porta. – Ela não estava brincando, Elsa sabia.

Não vou demorar, prometo.

Tudo bem, boa noite.

Elsa se surpreendeu ao perceber que havia mais uma vez sido tomada por seus flashbacks. E ao tomar mais um gole de seu vinho se pôs a pensar se Hans teria alguma coisa haver com as negociações, se ele havia participado daquilo. A jovem apertou a taça, se ele tivesse algo com essa importação de vinhos ela jamais se perdoaria por ter permitido que isso acontecesse. Quando tentou tirar esses pensamentos da cabeça tomando um outro gole, algo rígido tocou seus lábios, era o vinho, em estado sólido. Elsa se assustou deixando a taça cair, chamado a atenção dos empregados que estavam supervisionando o local para garantir que estava tudo em ordem, que logo prontamente correram para limpar tudo. A empregada mais próxima de Elsa se aproximou da jovem preocupada, ela a conhecia desde menina e mesmo quando os poderes eram um segredo para todos, ela sabia que Elsa tinha algo especial consigo.

Majestade, está tudo bem ?

Sim – Não sinta, não sinta, não sinta. – Foi só uma recaída. – Encobrir, encobrir.

Havia cerca de um mês que a mulher voltara a usar o mantra ensinado por seu falecido pai, o que era um péssimo sinal, estava regredindo no quesito controle. Elsa repousou seu rosto entre as mãos e apertou os olhos. Respirou fundo. Um tremor enorme percorreu seu corpo, havia algo dentro dela, lutando para sair a qualquer custo. Tentou tanto reprimir naquele momento que chegou a doer. Uma dor lancinante tomou sua cabeça, Elsa gemeu, preocupando a empregada que logo a segurou para que não caísse.

Não diga nada disso ... à Anna. – Outra pontada, outro gemido, o que estava acontecendo ? Sua vista escurecia, seu corpo estremecia. O frio nunca a fez estremecer, talvez porque ela nunca o prendera por tanto tempo dentro de si, mesmo no isolamento ela deixava ele escapar por ainda não ter controle total. – Não sinta, não sinta, não sinta ... – Seu coração acelerou, estava começando a ficar nervosa. Desejou não ter chamado muita atenção, se aquelas pessoas a vissem assim iam pensar que ela era um monstro, que seus poderes não poderiam ser domados, iam pensar tanta coisa. Uma camada de gelo fino já havia se formado sob a jovem e os empregados ao redor. Aquilo estava fugindo dela de novo. Reuniu o máximo de concentração que pôde, fez o maior esforço que conseguiu, e finalmente, as coisas se abrandaram. Mas parecia ter usado demais de si, iria levantar e iria para seu quarto descansar.

Por favor, digam à Anna que irei me retirar. – Foi a última coisa que disse antes de fazer um último esforço para se levantar, e em seguida cair no chão gelado, desacordada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Se aparecerem mais comentários do que o primeiro capítulo, eu posto mais. Beijosmil, espero que tenham gostado s2