The Challenge escrita por Marquesa


Capítulo 9
Isso é roubo.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas!
Antes de qualquer coisa, alguém aqui viu o jogo ontem e está tão indignada quanto eu? Senhor, que vergonha 7x1!!!! Seria uma boa hora pra minha mãe falar a verdade sobre a minha parte da família que é Alemã.
Como prometido, é capítulo com doses de Matthew... Até demais.

Capítulo foi betado pela Boow.
Boa leitura.



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Sexta-feira à noite. Matthew não falava comigo desde ontem e aquilo era tudo o que eu queria, ao menos era, no passado.

Eu estava começando a me sentir mal com aquilo.

Havia acabado de tomar banho e estava sentada na beira da minha cama calçando minhas meias de listras coloridas. Eu não tinha posto os olhos em Matthew o dia inteiro, ele não tinha dado a cara na universidade e pela tarde eu trabalhei, até agora ele não tinha vindo para casa.

Eu estava inquieta, me levantei para arrumar os livros desorganizados na estante e cuidei para que cada onda no meu lençol desaparecesse. Tudo para minha distração. Afinal porque eu me preocupava? Eu não era responsável por Avery, não importa o quanto ele assemelhava-se a uma criança, o cara era um adulto e não tinha a menor obrigação de me avisar para onde ia ou deixava de ir.

Mas na prática, o pensamento não funcionava tão bem.

Caminhava de um lado para o outro dentro do quarto e estava com medo de que pudesse se formar um buraco no chão. Até que para o bem do teto da antipática senhora no andar de baixo, e também para o meu próprio chão, batidas na porta do apartamento me fizeram sair da rota circular.

Cogitei que meu colega de teto poderia ser a pessoa no outro lado da porta, mas desconfiei, Matthew Avery era incapaz de bater em portas. E falo isso por experiência própria.

De qualquer forma eu precisava me desculpar com ele, eu fui grossa sem motivos. Pela primeira vez aquele ser humano tinha mostrado um lado que valia a pena ver e eu simplesmente o mandei ao raio que o parta. Eu sei que ele talvez nem ligasse, mas eu sim, eu não esse tipo de pessoa. Eu não sou como ele.

–Pois não? – Respondi ao notar que a figura intrusa já havia aberto a porta e avaliava o local com os olhos enquanto me procurava.

Samantha só aprenderia a trancar aquela porta direito no dia em que um ladrão nos deixasse só com as paredes do apartamento.

A julgar pelo uniforme e crachá de identificação, não tratava-se de um assalto. Na verdade com o pacote que carregava nas mãos eu diria que estava muito mais para um entregador.

–Senhorita Nathaly Scott? – O entregador perguntou sacando de sua bolsa uns papeis.

–Eu mesma – Respondi educadamente.

–Isso é para a senhora - Ele disse entregando-me o pacote que tinha nas mãos. – Eu preciso que a senhora assine aqui, por gentileza. – Disse o entregador alto e moreno. Esticou para a mim o recibo e uma caneta.

–Certo... – Respondi pondo a caixa em cima do balcão e aproveitando para assinar. – Está aqui, obrigado – Voltei até a porta e entreguei a folha assinada e a caneta.

–Eu que agradeço – Falou ele com um sorriso simpático no rosto. – Tenha uma boa noite.

–Igualmente. – Devolvi seu cumprimento e fechei a porta. Da forma certa desta vez, ou pelo menos a mais segura.

Eu achei estranha aquela entrega. Primeiro, já eram quase oito horas da noite e em segundo, eu não tinha comprado nada. Isso deveria ser alguma arte da minha tia, ela adorava mandar presentes para mim, por mais que eu dissesse que não era necessário.

Sentei-me no sofá e comecei a desenrolar os papeis ao redor do pacote. Quando enfim, nenhum papel a cobria mais meu queixo foi ao chão. Era uma caixa da DonnaDey.

Ao abri-la eu percebi que não era simplesmente um par de sapatos, era um par de botas da nova coleção de inverno, ou seja, eram iguais ao meu antigo par que foi deserdado no extremo frio de Nova Jersey.

Elas voltaram para mim!

Entre as botas e o papel de seda que as cobriam vinha um bilhete assinado:

“Eu não posso fingir ser seu amigo e também não posso jogar seus sapatos no mato como se fosse tudo normal, você tem toda a razão ruiva. No entanto, você não disse nada sobre poder devolver as botas a você.

Entenda isso como um pedido de desculpas, por que eu quero ser seu amigo.

–Matt!”

Acho que eu estava congelada com aquele papel na mão.

Eu não sabia o que fazer, se ficava feliz por ele não estar chateado e achando que sou uma pessoa horrível, ou se ficava irritada com ele por tentar me comprar com um par de botas. Eu também poderia surrá-lo com elas, como também poderia simplesmente agradecer e aceitar ou agradecer e não aceitar. Eu tinha muitas opções, mas nenhuma me parecia viável.

– Que lindas, quando comprou isso? – Só dei conta que eu estava completamente congelada para o mundo real quando vi as mãos de Sam pegando minhas botas.

–Eu não comprei – Falei baixo e liberei uma arfada.

A loira colocou novamente o par da bota na caixa e pegou o papel da minha mãe sem que eu percebesse.

–Matthew te deu isso Cloe? – No tom de voz que Sam falou tenho certeza que até quem morava do outro lado da rua ouviu. – Meu Deus! – Completou toda animada. – Me conte mais.

Eu conheci minha colega de apartamento o suficiente para saber que ela insistiria até a morte para saber o que rolava entre nós, mesmo que não rolasse nada. Comecei contando a ela a partir do momento em que fiquei presa nas benditas lajotas e ele me ajudou. A loira não parava de rir. Qual é, isso não era nem um pouco engraçado. Meu sofrimento não tinha nada engraçado. Claro, eu não contei algumas partes, ocultei a parte que ele invadiu o banheiro ou que tentou me beijar na porta de casa comigo no colo. Julguei desnecessário.

–E agora ele mandou essas botas, idiota! – Resmunguei a última palavra finalizando minha história.

Os olhos azuis da garota sentada ao meu lado me encaravam, ela não tinha nenhuma expressão, o que era preocupante vindo da Robbins.

–Vocês ainda vão ter muita coisa pra contar, acredite.

Antes que eu pudesse responder a porta da sala foi aberta, eu virei para trás por impulso e vi-o entrando.

Matthew usava a mesma jaqueta de couro do dia que o vi pela vez, a calça era um jeans surrado, e calçava seus coturnos pretos. Observei também que o colar com placas metálicas pendia em seu pescoço e me deixou instigada a saber quais eram as escritas que tinham gravadas ali. A pistoleira da Samantha sussurrou um tchau e saiu da sala.

Ouvi o barulho das chaves sendo colocadas em cima do móvel ao lado da porta e depois ouvi os passos pesados dele na direção a qual eu estava. Por um momento pensei que ele fosse se sentar ao meu lado, mas ao invés disso ele largou o celular na mesa de centro e foi para a cozinha, sendo assim, eu peguei os pedaços de papel de embrulho rasgado, o saco dos correios e a caixa com as botas e fui para meu quarto. Eu ainda não tinha me decidido. Samantha tinha comprado o jantar o que tinha me livrado de grudar o umbigo na beira do fogão.

Hoje eu não pretendia ficar na sala ou na cozinha, na verdade eu não queria sair do quarto até amanhece. Não queria esbarrar com ele ainda, eu não sabia como o olhar ou que falar, então depois de explicar minha confusão para Samantha e ouvir seu discurso pronto que serve para tudo, a mesma trouxe pra mim uma tigela com comida chinesa. Eu não era muito daquilo, mas a loira amava tanto que eu já até cheguei a desconfiar se a origem dela não era oriental. Claro, seus olhos redondos e grandes e os fios loiros naturais gritavam que isso era loucura.

Enquanto jantava, aproveitei o tempo para fazer algumas pesquisas de campos de trabalho. Apesar de estar ainda no primeiro semestre do curso de jornalismo eu queria saber o que aguardar, eu queria ter certeza de que seria qualificada para ingressar em um bom emprego e tinha planos de no segundo semestre procurar um estágio na área. Procurando sobre o assunto na internet, encontrei uma reportagem sobre a editora de maior influência do país. JJ Magazine New York.

Na verdade, eu estava apenas ouvindo as palavras do jornalista, eu não entendia nada. Eu não conseguia me concentrar, toda vez que eu olhava para aquela caixa no chão ao lado da cama, uma voz berrava dentro de mim que eu deveria falar com ele, nem que fosse somente para agradecer.

E foi exatamente isso que fiz.

–Entra – Ouvi ele responder depois que eu despejei leves toques na sua porta. Eu senti uma vontade imensa de dar meia volta e desistir, eu pressentia que me arrependeria. Talvez fosse meu sexto sentido ou apenas aquela sensação estranha na boca do estomago que Avery me provocava.

–Oi – Falei receosa – Podemos conversar? – Matthew estava deitado na cama, com certeza já fizeram a entrega e montaram hoje enquanto eu estava fora. Ele parecia trocar torpedos com alguém e quando ouviu minha pergunta deixou o celular de lado e se sentou na cama. Eu permaneci parada com o olhar baixo.

–Claro.

–Eu recebi seu presente... – Comecei falando e não tive coragem de olhá-lo, eu falava enquanto girava a pequena pedra do meu anel de um lado para outro – Escuta, eu não quero que você pense que eu posso ser comprada, porque eu não sou assim. Agradeço pela gentileza, mas não posso ficar com elas.

As palavras fugiram da minha boca. Então eu levantei meus olhos para o ser que em pleno inverno estava sem camisa me olhando.

–Você tem que aceitá-las. – Ele disse como se fosse obvio, como se fosse minha obrigação. – Sabe, eu não fico muito bem de salto.

Ridículo. Tanto que quase me fez rir. Quase.

–Olha, eu me senti mal por ter gritado com você, me desculpe. – Eu tinha deixado a caixa do lado de fora do quarto, no corredor. Eu sai para pegá-la assim que terminei a frase. – Mas eu não vou aceitar – Coloquei a caixa em cima da cama dele.

–Caraca, eu não quero te comprar e nada do tipo. Eu me senti mal por ter jogado as suas no mato. Você tem alguma dificuldade em aceitar ajuda de alguém?

Era engraçado. Suas expressões eram tão calmas, mas o tom da sua voz era sério, tão pesado. Ele dava passos em minha direção a cada palavra sua, gesticulando com a mão. A cada passo a frente dele, era um para trás meu.

–A claro, você acha que é me dando botas novas eu vou esquecer todo o resto que vocês fez e vamos ser melhores amigos? Por favor, eu não sou assim! – Eu já estava presa a parede e ele a menos de três passos de mim.

–Essa nunca foi intenção droga! Foi uma boa ação apenas. – Ele disse alterando o volume da voz e eu acabei me encolhendo diante do tamanho dele.

Sam que tal você aparecer aqui? Pensei.

–Não, você não faz boas ações! – Gritei e ele deu mais um passo e respirou fundo com minha resposta. - Você só pensa em si e quando ajuda alguém tem sempre uma segunda intenção, Avery, de boas intenções o inferno está cheio! Você acha que pode manipular as pessoas com esse sorriso ridículo ou com alguma ajuda, mas você está errado, você não pode!

–Nathaly, cala a boca! – Ele disse, ou melhor, gritou e bateu a mão ao meu lado na parede. Juro, até minha alma tremeu, contudo isso, eu não cedi.

–Não! – Gritei em resposta logo depois de confirmar que aquela sensação de que algo daria muito errado era de fato meu sexto sentido. E a lição do dia, é que não devemos, nunca, ignorar algo do gênero. Matthews Espertinhos Averys podem sempre se aproveitarem da situação.

Em um momento eu estava lá, assustada e bancando a durona, gritando o quanto meus pulmões me permitiam, minhas pernas estavam moles e era quase certeza que se eu me mexesse elas bambeariam e eu cairia. Mas no segundo seguinte era Matthew quem tinha todo o controle, não só o de si próprio, como o meu também.

Eu senti sua mão que antes tocavam a parede acariciando os fios de cabelo na minha nuca e em questões de segundos, era tarde de mais para tudo que eu poderia fazer.

Ele estava me beijando.

Eu havia sido roubada.

Avery era um ladrão.


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Notas finais do capítulo

Oque acharam? Alguém mais ai ta de queixo caído? O que será que Nath vai fazer? O que vai rolar depois disso? Gostaram?

Vamos lá, obrigado as gurias amáveis que deixaram seu review sobre o capítulo anterior e estou super feliz com a quantidade de acompanhamentos que a história tem, ela está crescendo cada dia mais! Bom, eu queria conhecer vocês, eu não mordo. Podem deixar seu review sem medo de serem felizes. Eu acho que mereço depois desse final.

Um beijão pra vocês e até o próximo capítulo
~ Marquesa



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