The Challenge escrita por Marquesa


Capítulo 7
Colega de apartamento infame.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Voltei rapidinho não? Minha gnt, eu já disse o quanto estou amando esse negocio de copa? Trabalhar duas horas por dia é coisa de Deus. Acho que eu não tenho muito pra falar do capítulo, apenas que tem algumas partes bem interessantes.

Bom, eu quero agradecer as pessoas maravilhosas que me deram um oi lá nos comentários, mas gente, a história tem muito mais leitoras que isso poxa, não me deixem no vaco.
Como já sabem a Boow jogou seu pózinho magico no capítulo e deixou ele melhor que antes.

Sem mais. Xoxo
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/478370/chapter/7

Eu estava surtando.

Aquilo que eu tinha acabado de ouvir, ver, dizer e fazer só poderia ser um sonho, não, um pesadelo, um pesadelo sem escrúpulos e entupido de testosterona . Matthew nunca seria um sonho.

–Vai se danar Avery! – Eu respondi seu comentário idiota sem paciência. Oh céus, e por que diabos eu o chamei de Avery? Isso sem dúvidas era intimo, e a última coisa que eu desejaria nesse mundo era ser intima daquele cara. Ok, não seria uma ideia tão ruim se avaliássemos um pouco aquele clima de ignorância entre nós. Matthew era extremamente atraente e cheirava super bem, até que não seria tão ruim.

Oh meu Deus, eu ainda estou dormindo. Diga que eu estou!

Eu precisava de um tratamento psiquiátrico, o dissimulado já vinha prejudicando minha sanidade perfeita – ou quase – sem nem ao menos morarmos juntos. Ele saiu e eu desci da banqueta e fui mancando até o quarto de Sam. Hoje eu não tinha ido para á universidade e o dinner teria de se virar sem mim está tarde, a torcida de ontem no tornozelo havia inchado e hoje pela manhã fui procurar um médico que o imobilizou e de presenteme arrumou um atestado.

Pelo menos uma recompensa de tantas horas desperdiçadas com Matthew e sua lataria ambulante.

–Samantha Robbins! - Falei dando batidas –murros– na porta do quarto dela. – Abre a porta! – Assim que terminei a frase o trinco da porta foi girado e a porta aberta lentamente

–Que foi Cloe? – A loira disse se jogando na cama com enfado.

–Que foi? – Eu repeti a fala da loira serrando os olhos – O acordo era que nós decidiríamos juntas quem moraria aqui! – Completei quase gritando.

–E não decidimos juntas? – Ela perguntou com uma das sobrancelhas arqueadas.

–Você sabe que não. – Disse emburrada – Ele é imoral, safado e um completo idiota! – Exclamei alto sentindo minha voz sair ridícula com toda a minha indignação

–Você esqueceu de mais dois. – Disse se apoiando nos cotovelos e me encarando com seus olhos esplendorosamente azuis.

–O que? Arrogante e acéfalo? – Perguntei cruzando os braços em frente ao peito e a encarei de forma séria.

–Não minha amiga... – começou a falar – Ele é gato e tem dinheiro. Cloe, eu sei que você não vai muito com a cara do individuo, mas nós íamos ser botadas na rua, como cães sem dono.

–Caramba Sam, mas justo ele? Por que você não me disse nada? – Questionei me dando por vencida e sentando na cama.

–Porque eu não sabia que era ele, eu não o conhecia por nome – Falou se defendendo – Mas me explica, se você o odeia tanto, porque passou o dia com ele ontem? – A pergunta da loira me fez engasgar com a própria saliva. Ela tinha razão, por quê?

–É...Eu fui por que... – Comecei a falar gaguejando e fui interrompida pela campainha – Vou atender... – Disfarcei saindo rápido para fugir da resposta que nem eu mesma sabia qual era.

Porque cá pra nós, Avery podia ter me “salvado” de uma hipotermia e também ter me enfiando -contra a minha vontade- dentro do seu carro. Mas em nem um momento ele me impediu de abrir a porta e sair de lá com toda a dignidade que me restara ou então correr daquele bar imundo. Eu simplesmente optei por ficar. Mas por quê?

Que pergunta idiota Nathaly, aquela foi a condição dele e você a aceitou. Só quis provar seu orgulho e a sua honra para aquele idiota.Ou era isso que eu esperava que fosse.

Manquei pelo curto corredor que ligava os quartos até á sala, praguejando por ter negado as muletas que o doutor me alugaria. Quando finalmente cheguei até a porta a visão que tive era apenas mais um motivo para que eu praguejasse, Matthew estava encostado no umbral, sustentando seu sorriso com a mensagem implícita de “eu sou o grande homem e você tem que me desejar” com três malas do seu redor

–Eu acho que eu deveria ter uma chave, nada mais justo, não acha? – Ele disse entrando e empurrando uma das malas com os pés enquanto as outras duas estavam suspensas por suas mãos.

Idiota” – Tive vontade de falar mas não fiz. Precisava manter a calma, afinal eu tinha uma imagem a zelar e provavelmente matar meu colega de apartamento deixaria ela destruída.

–A gente ainda não acertou nada, pra raios você já trouxe suas malas? – Foi a única coisa que consegui pensar em dizer.

– Agora sou tão dono deste aparatamento quanto você ruiva, Acostume-se e aceite. – Falou e riu pelo nariz.

–É Nathaly, meu nome é Nathaly! – Falei alto e o último Nathaly falei pausadamente enquanto me virava fechando a porta com força. Não estava nem ai para o que a maldita velha do outro andar falaria. De qualquer forma eu poderia dizer que a culpa era de Matthew me novo colega desastrado, e talvez se eu tivesse sorte ele seria expulso do condomínio antes do jantar.

–Tanto faz . – O grande idiota respondeu ignorando o que eu disse. - Onde é meu quarto?

–Primeira porta a esquerda no corredor. – Respondi fazendo o gesto com a mão totalmente contra a minha vontade.

–Obrigado – Disse ele, e se não fosse pelos anos de educação que eu ganhei e respeito a minha tia, teria lançado a Avery meu maldito dedo médio para ensinar aquele homem a nunca mas ousar lançar um sorriso tão cafajeste em minha direção.

Eu andei até o sofá e me deitei lá de bruços, joguei uma almoçada por cima da minha cabeça. Eu sabia que a ideia daquele ser desprovido de qualquer bom senso morar sob o mesmo teto que eu não daria certo. As nossas morais são contrárias e não há nada em comum entre nós. Exatamente nada.

Agora eu dividia meu apartamento com o cara mais sexy de Nova Jersey, o único problema é que eu o detestava.

A meu Deus, eu teria que dividir o banheiro com aquele cara... e o cesto de roupas sujas! Isso definitivamente não deveria de acontecer.

–Nathaly? – Ouvi a voz um pouco distante e senti leves toques no meu ombro, eu resmunguei em resposta mas não me movi. – Espero que você não esteja tentado se asfixiar com esta almofada porque precisamos conversar... – Uma pausa. – Droga, você pode pelo menos olhar para mim?

Mesmo contra minha vontade e com uma cara de poucos amigos eu me levantei e passei a observar o ser que estava parado na minha frente.

Avery havia trocado de roupa, estava com uma calça de moletom cinza, quase da cor da que eu vestia, a única diferença é que a dele estava na linha do quadril, ou seja, extremamente baixa, e diferente de mim que vestia um longo moletom de punhos semideteriorados devido aos anos de sua existência, meu colega de apartamento promiscuo vestia apenas uma camiseta de algodão de mangas compridas.

–O que você quer? – Perguntei me sentando, cruzando as pernas sobre o sofá e colocando a almofada por cima delas.

–Samantha me disse que eu deveria acertar com você as datas de pagamentos – Ele começou dizendo e se sentou ao meu lado. Hum, então agora Samantha deixava isso para eu resolver, o que ela quer dizer? Que ela pode muito bem escolher o novo tarado que dividirá nosso teto sozinha, mas na hora de pôr ordem e regras precisa da santa Nathaly aqui? Bufei e ele continuou: – Como eu disse, eu vou pagar os meses que estão atrasados.

–Não é necessário – Respondi rápido encarando-o com seriedade. – A gente se vira, você começa a pagar quando fizer um mês aqui – Completei – Isso é, se fizer. – Não podia jogar todas as esperanças fora sobre a ideia de ele ser expulso,

– Você pode deixar de ser orgulhosa garota? Acho que se nós vamos morar juntos você deveria no mínimo falar comigo como se eu não soubesse o que estou fazendo. Eu estou tentando ser legal, mas droga, você não coopera! – Eu fiquei imóvel e apenas olhava para ele com espanto. Por que diabos ele estava gritando comigo?

–Ok – Me levantei e fui até a gaveta na estante e peguei a pasta transparente de plástico onde eu tinha guardado o papel – Pegue, seja feliz. – Gritei de volta,

Eu entreguei o papel com o valor na mão dele e virei as costas para voltar para meu quarto, ou como diz Samantha, minha caverna ou “Nat-caverna”, já comentei com você sobre a paixão esquisita da minha amiga pelo personagem Batman? Pois é, doentio.

–Ah! – Me virei e disse – Antes que eu me esqueça, aqui existem regras...

–E quais são? – Ele perguntou divertido e com um ar sexy ao mesmo tempo.

Qual a necessidade de sorrir daquela maneira?

–Nunca invada a privacidade de nenhuma de nós duas, sem mulheres no apartamento e evite reuniões de qualquer tipo aqui. Essas são as cruciais, o resto você vai aprender no dia a dia. – Enquanto eu falava ele ficava me olhando e parecia não ouvir absolutamente nada. Idiota.

–Ok.- Foi apenas o que ele respondeu.

Eu me enfiei no quarto pra estudar algumas matérias para a prova daqui algumas semanas. Passei a tarde inteira ali. Liguei um rádio pequeno de pilhas e deixei com um som ambiente quando me cansei do silencio monótono daquele lugar. Matthew provavelmente não seria expulso do prédio se continuasse mantendo sua existência por aqui de forma tão silenciosa.

Meus olhos já estavam cansados de ler e reler a mesma coisa várias vezes, e para meu alívio e distração eu senti meu celular vibrando sobre a cama.

–Oi – Disse assim que atendi.

–Nath, oi. Tudo bem?– Era Shane, ele estava com fadiga na voz, como se tivesse acabado de correr uma maratona

–Eu estou sim e você ?

–Eu'totambém– Ele disse com seu típico vocabulário preguiçoso, sempre abreviando o que pode. – Nath, eu to em frente ao seu prédio, tem como me receber? – Ele disse rápido me pegando de surpresa.

–Claro, sobe. – Respondi –Tem alguém na portaria?

–Não, por isso to ligando, pra te avisar.

–Nunca tem ninguém ali, grande segurança desse lugar. –Falei indignada – Shane, a porta ta destrancada, só entra e já vem direto no me quarto,estou estudando, mas se você ver algo... Qualquer coisa estranha no apartamento além da Sam simplesmente ignore ouviu?.Sim eu me referia ao Avery, mas tinha certeza de que se eu dissesse isso por telefone, Shane esqueceria de subir ao apartamento só para me interrogar.

–Ok.Disse desligando

Em questão de poucos minutos eu ouvi leves batidas na porta meu quarto e eu pedi para que entrasse.

–Por que tem um cara deitado no seu sofá? – Shane perguntou com a maior cara de confuso assim que entrou no quarto. – Deixa eu reformular a pergunta, por que aquele cara ta no seu sofá?

Eu soltei uma pequena risada ao ver a cara dele, era engraçado. Mesmo que o fato dele ter notado Avery no sofá mostrasse que ele não seguiu minha ordem para ignorar coisas estranhas.

–Por que ele mora aqui – Respondi sem rodeios, ele não precisava de mais confusão. – Lembra que eu te disse que íamos alugar o outro quarto? Então, Samantha basicamente fechou o negocio sem me consultar.

–E você aceitou? – Questionou.

–Aceitei... – Falei baixo – A Sam estava quase louca, tinha cinco meses atrasados.

–Mas Nathaly, você mora aqui não tem nem três meses. – Ele disse se sentando na minha cama. – Isso não tem na a ver com você, você tem dado a sua parte desde que veio pra cá.

–Eu sei, mas o que eu deveria fazer? – Perguntei fechando o livro que estava por cima das minhas pernas. – Deixar que nós duas fossemos pra rua? Ele foi a solução.

–Toma cuidado com esse cara, ele não é o cara do melhor caráter do mundo. – Eu ri.

–Você acha que eu não sei? – Perguntei e me levantei da cama para guardar meu material. Sempre que eu abria as portas daquele armário eu me perguntava o porquê dos fabricantes de moveis não pensarem nas pessoas de baixa estatura, era um pouco cansativo usar um banco sempre que precisasse, por exemplo, pegar um caderno.

Isso para não dizer humilhante também.

–Eu não vim aqui pra falar disso, eu vim saber como você tá, não te encontrei hoje de manhã na faculdade.

–Eu torci meu tornozelo ontem, hoje ele amanheceu inchado e eu fui ao médico... – Disse – E acabei ganhando um acessório novo. – Levantei o pé para indicar a tipoia ridícula.

–Só você consegue esse tipo de proeza. – Falou rindo.

–Digamos que eu tenha um dom. – Completei e o acompanhei na sua risada contagiante. – Quer comer alguma coisa?

–Por favor.

Coloquei minha pantufa de urso – no único pé que me era útil – e fui pra cozinha junto com Shane. As luzes estavam apagadas, mas, ainda assim, a visão do ambiente estava clara. Matthew estava sentado de qualquer jeito no sofá e falava ao telefone, ele parecia irritado com a conversa.

Tomara que a senhora do andar de baixo tenha descoberto seu numero, e esteja fazendo uma intimação pessoal para que ele se retire deste prédio o quanto antes,

–O que você quer? – Perguntei abandonando meus anseios e ideias criativas e abrindo o armário onde guardávamos as comidas.

–Algo quente. – Respondeu. – Passei a manhã inteira gravando algumas cenas da minha curta,'to cheio de fome.

–Já acertou com a Alexis? – Perguntei abrindo a geladeira e pegando leite.

–Mais ou menos, eu quero você na curta. – Shane disse e soltei uma risada, era basicamente impossível eu participar. Eu detestava ser o centro das atenções. As curtas-metragens do Shane eram brilhantes, ele buscava sempre temas cotidianos, no entanto, de uma forma contraditória aquilo de algum modo te fazia fugir da realidade, e, o mais incrível era que, era tudo basicamente caseiro. Ele usava os amigos, a casa de alguém e uma câmera – Uma ótima câmera.

Ele tinha talento. E muito.

Eu fiz chocolate quente. Shane amava chocolate quente, o meu não era um dos melhores, mas ele nunca tinha reclamado. Samantha continuava socada dentro do quarto e Matthew tinha saído de casa. Meu melhor amigo e eu ficamos jogados no sofá colocando nossos papos em dia, eu sei, parecíamos dois adolescentes, ou melhor, duas adolescentes. Em defesa do meu amigo não falávamos sobre coisas de meninas, estávamos discutindo sobre alguns temas da curta e os problemas diários que enfrentávamos.

–Mas você pretende visitar sua tia nas férias ? -Shane me perguntou quando levantei para levar as xícaras na cozinha. Pela primeira em muitas semanas a casa estava realmente arrumada, o piso do chão que foi recentemente trocado – pelos proprietários – de cerâmica para porcelanato branco, ou seja, não é preciso muito para que o chão – principalmente da cozinha – esteja com marcas de pés e rastros de patas de gato.

Aliais, onde Rex se enfiou dessa vez? Eu preciso começar a cogitar a hipótese de castrar esse gato, caso ao contrário logo menos os vizinhos baterão na minha porta exigindo pensão aos seus gatos.

Não acredito que Matthew também pudesse levar a culpa por isso.

–Sim – Respondi me virando e apoiando meus braços sobre o balcão – Sinto saudades daquele bairro.

–Eu 'to bem aqui. – Eu soltei uma risada pelo nariz e depois ele se esticou no sofá. – Caraca Nath, isso aqui é realmente confortável!

–Eu sei, vale a pena cada dólar pago nele – Falei e fui andando até o sofá – Ou melhor, que ainda vai ser pago – Completei e tirei as pernas do Shane do lugar e me sentei rindo da minha própria frase.

Nós ficamos em silêncio.

Shane me olhava com profundidade, parecia me estudar detalhadamente. Eu por um tempo fiquei também o encarando com um sorriso estampado nos lábios, mas depois eu fiquei constrangida, sei lá, era estranho.

–É... É melhor eu ir indo – Ele disse após notar meu constrangimento. – Preciso editar uns vídeos pra uma coisa ai que eu estou fazendo. – Ele disse e se sentou no sofá.

–Que coisa?- Perguntei acertando a almofada no meu colo.

–Uma coisa, tchau – Ele falou e deu um beijo na minha testa como de costume. – Te vejo amanhã?

–Não, tenho um afastamento de dois dias – Respondi me levantando e acompanhando ele até a porta – Só sexta agora.

–Ta bom. Se cuida e toma cuidado com esse cara, ele não me inspira confiança. – Shane ia saindo para fora do apartamento enquanto falava.

–Ok, embora ele não vá me atacar enquanto eu durmo – Respondi me escorando na porta.

–Tenho mais medo do que ele possa fazer com você acordada mesmo. – Ele terminou a frase e saiu.

O que Shane quis dizer com aquilo?

Era quase noite quando ele foi embora. Alguns minutos depois Samantha saiu do quarto e me ajudou com o jantar. Samantha não era uma das melhores cozinheiras do estado, mas me ajudava muito, principalmente quando o assunto era pegar coisas no armário. Fizemos juntas carne de panela, macarrão e uma salada de alface. Tudo simples, mas ficou maravilhosamente gostoso.

Sam montou seu prato e correu novamente para seu quarto. Eu fiquei sozinha ali, não completamente sozinha, Rex tinha aparecido com a maior cara de cão sem dono, o que é irônico já que ele é um gato.

Permaneci no sofá – Mesmo que eu seja completamente avença ao ato de comer sobre qualquer lugar que não seja a mesa – assistindo uma reportagem sobre corujas, eu amo corujas. Depois de vários minutos admirando a vida das corujas naquele programa eu decidi que já era de colocar um pijama e de voltar para os livros. A próxima semana seria de avaliações e eu preciso estar preparada.

Antes de ir estudar eu coloquei o prato que jantei na lava-louças e coloquei café na minha xícara da Minnie. Fechei todas as janelas depois de me certificar que o Rex não tinha fugido novamente, apaguei as luzes da sala, desliguei a televisão e fui para o meu quarto. Ao menos essa era a intenção.

–Sam? – Chamei dando leves batidinhas na porta. Eu esperei por um tempo pra ver se ela respondia ou abria a porta. Nada – Loira, você quer conversar? Precisa de alguma coisa?

–Não, eu estou bem, só é cólica. – Respondeu, no entanto, não fui convencida. Eu sabia qual era a data do mês em que ela ficava naquela situação, estávamos bem longe dela.

–Ok, mas se precisar é só me chamar. – Solidariedade feminina. Nós duas podíamos viver nos gritos diariamente por causa da bagunça que ela fazia, mas, no fundo, eu gostava muito daquele furacão loiro. Eu não sabia nada sobre ela, a única coisa que eu sabia de Sam era que ela havia saído da casa de seus pais a mais ou menos um ano, mas eu nunca soube o porquê. Há alguns dias ela recebeu uma ligação enquanto limpávamos o quarto que alugaríamos e de lá pra cá ela tem se isolado.

Ela ficaria bem, ela sempre fica. Ela é Samantha Robbins.

Entrei no meu quarto e coloquei meu café em cima do móvel ao lado da minha cama. Eu deixei a porta meio aberta para o folgado do meu gato entrar, ele havia decidido que só dormiria a partir de agora na minha cama e ai de mim se não deixasse, eu não poderia julgá-lo por ser esperto, meu quarto era o lugar mais quente daquela casa.

Eu comecei a procurar meu pijama nas gavetas do meu guarda-roupa e notei que ele não estava lá, logo depois eu já estava retirando minha primeira blusa de frio e ouvi alguns ruídos pela sala, com certeza seria Rex correndo atrás de algum rato ou das pobres lagartixas. Eu já estava apenas com minha lingerie preta quando vi o Rex entrando correndo no meu quarto com um cordão de chave pendurado.

Rex com certeza não era amigo, muito menos quem o perseguia .

–Ai meu Deus! – Gritei com o susto quando vi aquele ser bufando entrando as pressas no meu quarto. Eu fiquei paralisada até notar de quem realmente se tratava.

Eu tentei me cobrir com os braços, mas infelizmente eles eram muito curtos.

–Esse gato de rua roubou meu chaveiro – Ele disse como se tudo estivesse em perfeita ordem, em outras palavras como se eu estivesse vestida. – Aliais, não ta faltando alguma coisa em você? – Completou me analisando com um sorriso malicioso nos lábios.

Maldito!

–Dá pra virar de costas? – Falei brava e com vergonha pegando uma toalha qualquer dentro do guarda-roupa e me cobrindo.

– Já vi coisas maiores, não me impressionou muito. - Ele se virou e falou com deboche. Ridículo. O comentário dele foi o suficiente para aumentar minha raiva

–Como você invade o meu quarto desse jeito? Isso é invasão de privacidade, seu abusado!

–Só devolva minhas chaves ,ok? – Ele disse ignorando completamente a minha crise de histeria.

Eu peguei as chaves da boca do Rex e taquei nele com a maior força que tinha, ele pareceu não sentir nada.

–Some! – Ordenei e ele saiu rindo.

–Ah, belas pernas afinal. – Falou apenas com a cabeça ainda dentro do quarto e depois fechou a porta.

Que tipo de cara invade o quarto de uma garota e ainda faz piada?

Caras do tipo do Matthew, fato.

Estava provado que esse cara não tinha limites e muito menos vergonha naquela cara – muito bonita por sinal. – Isso não ia dar certo. Não mesmo.

–Isso é tudo culpa sua,felino – Falei com Rex que estava deitado em cima do travesseiro e me encarava com aqueles olhos amarelos, ele chiou bravo provavelmente irritado por ter sido chamado de felino quando na verdade queria ser tratado como cão. – Afinal, de que lado você está? – Completei minha conversa super normal com meu gato que me respondeu com um outro miado estranho.

Por que eu sinto que isso não foi um bom sinal?

Ter Matthew Avery sob mesmo teto que eu não daria certo, nem hoje e nem daqui a mil anos.

Eu o odiava.

Ou pelo menos tentava.

Pelo meu próprio bem, eu tinha que conseguir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Estou in love com Matt e vocês?
Quem ai gostou já sabe né? Podem deixar seus comentários, eu não vou me ofender. I promise.

Gnt, esse jogo da frança e suiça esta A+ .. França é dms, alguém ai assistiu?
Ah, claro. Espero vocês nos reviews, curto bastante essa interação leitor e autor!

Mão esqueçam de comentar.
Um beijo e um queijo :3

Marquesa ~



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Challenge" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.