Too Late escrita por Mrs Salvatore


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Digamos que essa one estava na minha cabeça há um tempinho... Minha opinião sobre o que realmente aconteceu com Blackinnon!
Dedicatória: Uma simples garota, que me convenceu a escrever mais rápido, haha



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Uma clareira. Grama. Sol. Um lugar incrivelmente belo. Flores se espalham pela grama.

Me levanto de onde estou sentado e começo a caminhar pela clareira. Faz quanto tempo desde que caminhei despreocupadamente pela última vez? Sinceramente, não sei.

Viro-me para observar o outro lado da clareira e só então me dou conta de que não estou sozinho. Aquilo é um cervo, não? Sim, é um cervo... Mas não um cervo qualquer, percebo. Definitivamente não é um cervo qualquer. Este é James. Reconheceria meu melhor amigo a quilômetros de distância.

Me aproximo, sorridente, esperando que ele assuma sua forma humana. E então ele faz algo que me surpreende: me encara com ódio e avança sobre mim.

De repente, não é mais James que está ali. É Lord Voldemort. Ele ri de mim e a paisagem se dissolve, deixando-nos a sós em uma escuridão sem fim.

Ele começa a se aproximar. Bem lentamente, fazendo meu sofrimento durar mais. Fecho meus olhos. Cada vez mais perto, cada vez mais perto...

XX

Acordo num salto. Até quando esse crápula irá atormentar minhas noites de sono?

Desisto de dormir e me encaminho para o banheiro.Observo minha imagem no espelho. Estou realmente arrasado. Meu rosto está completamente pálido, sem cor alguma, exceto pelas olheiras da cor de hematomas. Como uma pessoa pode ter olheiras tão fundas? Decido tomar um banho.

Entro no chuveiro e deixo a água escorrer por meu corpo, sem me importar com o tempo passando. Mas elas já vieram. Ah, elas sempre vêm...

Essas malditas memórias!

De repente não estava mais no banheiro. Estava novamente nos corredores de Hogwarts, ao lado de James, Remus e Peter, rindo de alguma piada.

XX

Passamos por um grupo de meninas e paro de rir.

Você viu a Lene hoje, James?ouvi minha voz, mas não era eu quem estava falando, como se eu fosse apenas um observador.

Não, ela matou a aula de transfiguração e a de defesa contra artes das trevas, mas você também estava lá, então suponho que já saiba.respondeu, não muito interessado.

É, eu já sei.minha voz novamente, num misto de frieza e tristeza.

Tenho certeza que Lily sabe onde ela está, as duas são melhores amigas. ele apontou para Lily no fim do corredor Aproveita e pergunta se ela quer sair comigo.

Segui até o final do corredor e bloqueei a passagem de Lily.

Será que você poderia,por favor, sair da minha frente, Black?disse ela, sem esconder a irritação.

Levantei os braços, em sinal de rendição.

Calma, Lil's. Só preciso falar com você!ela arqueou as sobrancelhas Por favor!

Ok, ok. O que é?

Preciso que você me diga onde Marlene está, tenho que falar com ela.

Olha, Sirius, eu realmente queria poder te ajudar, mas eu não vou falar onde ela está. Você a magoou demais ontem e eu sugiro que a deixe em paz.se virou e continuou a andar.

XX

Foi então que percebi em que dia minhas lembranças me trouxeram.

XX

Corri e impedi a passagem de Lily novamente.

Por favor, Lily! Eu realmente estou arrependido, quero me desculpar com ela. Fui um idiota! Eu estou te implorando: Só me dê uma chance de falar com ela. Se ela não quiser mais me ver vou entender e deixá-la em paz. De uma vez por todas.

Lily pensou por um tempo.

De uma vez por todas?assenti. Muito bem, ela está embaixo das arquibancadas do campo de quadribol. Mas não diga que eu contei, você achou-a sozinho.

Fiz que sim com a cabeça e a deixei ir, mas então lembrei de algo e me virei.

Lily?

Sim?

Quer sair com James? dei um sorriso.

Ela revirou os olhos.

Então quer dizer que Potter arrumou alguém para apanhar por ele? e levantou a mão para me bater, mas eu fui mais rápido e já estava correndo.

OBRIGADO, LIL'S! TE AMO!gritei, enquanto saía do castelo.

Andei lentamente até o campo de quadribol, pensando no que dizer. Um simples pedido de desculpas não seria o suficiente para Lene, eu tinha certeza disso. Eu realmente a tinha magoado.

Dois dias antes eu a tinha beijado pela primeira vez.

Seis anos. Esse foi o tempo que levei para admitir que estava apaixonado por Lene desde que ela atirou em mim um prato no nosso primeiro banquete em Hogwarts. Sim, Sirius Black, o pegador de Hogwarts, com medo de demonstrar seus sentimentos por uma garota.

Mas isso não é importante. O fato é que finalmente eu havia tomado coragem e beijado-a. E ela saiu correndo. Seis anos para beijá-la e ela sai correndo quando o faço.

O problema é que interpretei sua atitude da maneira errada. Entendi a fuga dela como um ato de desprezo, quando na verdade ela apenas estava confusa por perceber que seus sentimentos eram correspondidos. Lene fugiu para o dormitório e Lily convenceu-a a falar comigo, dizer o que sentia e saber se eu sentia o mesmo por ela. E era isso que ela estava indo fazer no dia seguinte.

Mas eu estraguei tudo. Quando Lene saiu correndo, fiquei destruído. Não queria saber de nada nem de ninguém. Foi então que decidi não sair por baixo. Acordei no dia seguinte e me agarrei com a primeira garota que apareceu na minha frente, bem no meio do Salão Comunal da Gryffindor. Exatamente na hora em que Lene descia as escadas.

Continuei me agarrando com a garota. Para falar a verdade, estávamos quase transando em cima daquele sofá.

E essa é a parte em que eu estrago tudo vez.

Interrompi meus pensamentos, pois tinha acabado de chegar ao campo de quadribol. Avistei-a e caminhei em sua direção. Ela estava chorando.

Lene...

Vá embora, Sirius!disse ela sem se virar.

Eu não posso, Lene! Não sem antes lhe pedir desculpas pelo que fiz...

Não há desculpas para isso, Sirius! Eu realmente acreditei que você gostasse de mim... Mas você me provou que ninguém nunca vai mudar o cachorro que você é.

Eu gosto de você, Lene, de verdade.

Ela riu, sem humor e se virou para olhar para mim.

Do mesmo jeito que você gostava daquela garota com quem estava se agarrando ontem?

Passei a mão pelos cabelos, nervoso.

Eu estava chateado, Lene. Pensei que você tivesse fugido porque não gostava de mim...

Então toda vez que você fica chateado você vai se agarrar com uma qualquer? Esse definitivamente não é o tipo de cara que eu quero para mim.

Eu mudaria por você...

Nós dois sabemos que isso é mentira, se você tivesse que mudar já teria mudado.

Eu estou te prometendo, Lene. Só me dê uma chance e eu vou te provar.

Não adianta, Sirius. Você vai me magoar de novo, como está fazendo agora.

Não, eu não vou. Se você me der uma chance, eu vou mostrar pra você que eu realmente te amo.

Ela se virou novamente e sussurrou.

Não faz isso...

Isso o quê?

Não diga que me ama. Não fale mentiras.

Não estou falando mentiras, essa é a verdade. E vou fazer você acreditar em mim...me aproximei lentamente e encostei meus lábios nos dela.

Achei que ela me afastaria, mas para minha surpresa ela correspondeu. Em seguida, afastou-se um pouco e sussurrou:

Uma chance... em seguida voltou a me beijar.

XX

E então eu volto a mim e percebo que estava no chuveiro há tempo demais. Me enxugo e visto uma roupa qualquer.

Olho-me novamente no espelho. Um pouco melhor, mas ainda assim arrasado.

Não há mais nada para fazer, então simplesmente me deito na cama novamente, fazendo os cálculos. Em um ou dois dias a carta de Lily chegará. Cartas. É realmente ruim ter que me comunicar com ela por cartas.

Sorrio, imaginando a reação de Harry ao ver o meu presente. É uma grande pena não ter visto sua reação. Mas quando a Ordem chama...

E novamente uma jorrada de memórias domina minha mente. Sinceramente, estou com medo do que virá dessa vez.

XX

De volta à Hogwarts. Dessa vez de mãos dadas com Lene, andando pelo jardim.

Eu te amo...sussurrei.

De novo essa história?essa me olhou, descrente.

Quando você vai acreditar em mim?disse, magoado.

Não sei, quando eu tiver certeza de que é verdade!ela ri, solta minha mão e começa a correr pelo jardim.Agora eu te desafio a me alcançar.

A alcancei facilmente e depositei um beijo em seus lábios.

Eu nunca vou deixar você escapar de mim, Lene.

XX

A memória se desfaz, e outra assume seu lugar.

XX

Sabe, Sirius, estava lembrando de quando arremessei um prato em vocêLene deitada em meu colo, no Salão Comunal da Gryffindor. Nós rimos.

Ah, sua pontaria foi maravilhosa. Só não me acertou porque meus reflexos são infalíveisdei meu melhor sorriso convencido e ela gargalhou.

Por favor, só não acertou porque eu não queria machucar seu belo rostinho. Se eu quisesse, você teria sua cabeça arrancada.

Não exagere, eu sou melhor que você.

Não, não é.

Sim, eu sou.

Nunca.

Sempre.

Não.

Sim.

Não!

Sim!

NÃO!

SIM!

EU JÁ DISSE QUE NÃO.

E EU JÁ DISSE QUE SIM.já estávamos de pé, gritando um com o outro.

ENTÃO VÁ COM SEU 'SIM' BEM PRA LONGE DE MIM.

É ISSO QUE VOU FAZER!me virei, enraivecido e comecei a andar.Não, espera. Por que estamos brigando mesmo?

Acho que é porque... Não sei!e começamos a gargalhar.

XX

Mais uma lembrança.

XX

Dessa vez, já no sétimo ano, estávamos no dormitório masculino. Todos estavam em suas aulas, então não havia risco de nos encontrarem.

Eu... Amo... Você...disse, entre beijos.

Pare... com... isso... Sirius. Nós sabemos... que é mentira...

Escreva o que eu digo, Lene. Um dia você não vai mais duvidar do meu amor por você.parei com os beijos.

Essa é uma das desvantagens de se namorar Sirius Black: nunca se sabe quando acreditar nele.

Tudo bem, você ainda irá pensar diferente...

Talvez, mas podemos apenas continuar?voltamos a nos beijar e, inevitavelmente, o clima foi esquentando. Logo eu já estava sem camisa e nós dois estávamos sem fôlego, mas continuávamos nos beijando. Minha mão subiu por dentro da blusa dela, mas parei, ao ver sua hesitação.

Tem certeza que quer continuar com isso?perguntei.

Ela pensou por um tempo.

Posso não acreditar que você me ama, Black, mas eu te amo. Então que se dane! Vamos continuar com isso...

E todas as peças de roupa que nos separavam foram para o chão.

XX

Balanço a cabeça. Por que tudo isso agora? Por que ficar relembrando esses momentos? Eu já sei onde isso vai parar, e não vai ser nada bom. Tento me controlar!

Mas já era tarde demais... A última das lembranças, a mais dolorosa, já tomava conta da minha mente.

XX

Era nossa festa de formatura e eu estava completamente bêbado. Marlene havia me avisado várias e várias vezes para não beber, mas não dei ouvidos.

Eu havia saído da festa e caminhava pelo campo de quadribol, dando gargalhadas.

Sirius Black, seu grande idiota! Será que você não pode me ouvir por pelo menos uma vez?

Ah, Lene! É minha última festa em Hogwarts, tenho que aproveitar...Quer?estendi a garrafa pra ela.

Ah, quer saber... Me dá isso logo!eu sorri, mas, ao invés de beber, Lene jogou a garrafa no chão.Pronto, assim você para de beber um pouco.

Você... você... acabou com a bebida!disse, com raiva.

Sim, eu acabei! E agora? Vai me bater?

Não, eu não vou. E sabe por quê?me aproximei dela e sussurrei em seu ouvido.Porque eu amo você!

Não me venha com essa palhaçada de novo, Black! A cada dia que passa eu duvido mais disso. Olha para você! Bêbado de novo, mesmo depois de eu implorar para você permanecer sóbrio.

Quer saber? Já estou farto de você! Sempre com essa mesma história de dizer que eu não te amo... Vou procurar alguém que acredite em mim, que não fique duvidando de mim o tempo todo.

Senti seu olhar vacilar.

Você está bêbadodisse, por fim.

Já ouviu alguém dizer que os bêbados só dizem o que não têm coragem de dizer sóbrios? Pois bem, assim é comigo!e comecei a sorrir e acenar feito um maníaco para as arquibancadas.

Você não está falando sério, você não terminaria comigo!ela disse, com os olhos marejados.

Ora, não era você quem duvidava dos meus sentimentos? Agora eu também duvido deles...

Não, você está bêbado, nunca diria uma coisa dessas...

Pois eu estou dizendo, gata! Estou terminando com você. Nós não daríamos certo, de qualquer jeito. Você sempre tenta me transformar no namoradinho perfeito e eu cansei disso. Não quero mais você!

E ela saiu chorando.

No dia seguinte, quando estava sóbrio novamente, fui procurá-la, mas ela não quis falar comigo pelo próximo mês.

Depois, me escreveu uma carta:

Querido Sirius,

Você tinha razão, no fim das contas: nunca daríamos certo.

Logo no início de nosso relacionamento percebi que as coisas não funcionariam, mas decidi insistir e agora sei quão errada estive. Nós somos totalmente diferentes, um relacionamento entre nós sempre foi algo próximo do impossível.

Sei que seu primeiro argumento para o que me disse mês passado será ''eu estava bêbado'', mas devo lhe dizer o mesmo que me disse naquela noite: Bêbados dizem o que não têm coragem de dizem quando sóbrios. E, no fim das contas, o que falou serviu para me abrir os olhos. Nós dois merecemos alguém mais parecido conosco, eu não podia te prender a mim para sempre.

E, antes que você pense nisso também, não estou triste com o que aconteceu. Não negarei que sinto sua falta, mas nós dois sabemos que foi melhor assim.

Eu espero, sinceramente, que você se case, tenha filhos lindos e seja muito feliz. Isso não acontecerá se eu ainda estiver em sua vida, então peço que não me escrevas mais.

Com as melhores intenções possíveis,

Marlene Mckinnon

Li a carta, dobrei-a e guardei no fundo do guarda-roupa, com a intenção de esquecer sua existência. Então era isso que ela queria? Muito bem, assim seria. Não chorei, não fiz alvoroço, apenas me forcei a esquecer... O que foi o meu maior erro!

XX

Meus pensamentos são interrompidos por Peter, que se senta ao meu lado na cama (sendo que nem o vi entrar). Olhando para meu amigo, tive certeza de que ele não trazia notícias boas. Suspirei.

Pode falar, eu estou preparado!

Na-na verdade. E-eu não acho que esteja!gagueja ele, me olhando com... pena?!

Ah, Peter!digo, triste, o abraçandoAcha que ainda não me acostumei com todas essas mortes? Estamos cercados por elas, todo dia alguém morre. Pode me contar...

Ma-mas essa mo-morte em especial vai ser mu-muito triste para você!sinto um aperto no coração, e, antes dele sequer abrir a boca, sei exatamente as palavras que estão por vir. E também sei que não há nada que eu possa fazer para pará-las...Os Mckinnon estão mortos!

Sabe aquele momento em que alguém te fala algo absurdo e você fica esperando a pessoa dizer que é pegadinha? Eu me sinto exatamente assim. Meu corpo se enrijece e fico parado, encarando a parede, esperando alguém me dizer que não é sério... Só que ninguém faz isso.

Peter segura minha mão e começa a chorar. Apenas retiro minha mão e digo, com dureza:

Saia!Peter não questiona, apenas se vira e sai, apressadamente, fechando a porta.

Fico parado, sem mover sequer um músculo por alguns segundos. E então a realidade me atinge. Morta. Ela está morta. Todas essas memórias, todos esses momentos, vieram apenas para me preparar para o que estava por vir. Como um pressentimento...

Morta. É isso que ela está. Eu fui um idiota com ela, ignorando-a por todos esses anos. Nunca terei a chance de me desculpar. Um vaso quebra na parede. Mais um.

MORTA! ELA ESTÁ MORTA!grito, entre lágrimas, arremessando tudo que aparece em minha frente na parede. Albus tenta entrar no quarto, mas pego minha varinha e a uso pra bloquear sua entrada.MORTA! E EU ESTRAGUEI TUDO! NUNCA MAIS VOU VÊ-LA!dessa vez um quadro. Um abajur. Começo a socar a parede.ELA NÃO PODE ESTAR MORTA! NÃO, NÃO PODE! ELA MORREU SEM SABER O QUANTO EU A AMAVA! ELA MORREU DUVIDANDO DE MIM! NÃO, ELA NÃO PODE TER MORRIDO!me jogo no chão.Não, não pode! Não... pode...paro de gritar e choro.

Choro durante todo o dia. Choro porque eu tive Lene comigo e consegui destruir tudo. Choro porque ela nunca pôde saber o quanto eu a amei. Choro porque fui idiota a ponto de não correr atrás dela, de não implorar para que ela voltasse para mim. Choro porque não lutei por ela. Choro por tê-la ignorado na Ordem da Fênix por todos esses anos. Choro porque os filhos lindos que eu queria ter tinham que ser com ela, só com ela. Choro porque sei que nunca amarei alguém como a amei. Choro porque sei que minha vida nunca mais será a mesma. Choro porque me sinto culpado. Choro pelas lembranças que tenho dela. Apenas choro.

Por um dia. Dois dias. Três dias. Me recuso a comer ou a falar com alguém. Então tomo uma atitude e desço para a cozinha, onde encontro Dumbledore.

Sinto muito, Sirius! Se sente melhor?

Na verdade, não. Mas gostaria de pedir uma coisa.

Diga.

Quero enterrá-la, dar uma despedida digna a ela.

Você sabe o quão arriscado isso é, Sirius? Lord Voldemort pode estar esperando por você.

Não me importo mais com nada. Se ele tiver que me matar, que me mate. Não ligo!

Tudo bem, você pode enterrá-la. Mas devo alertá-lo quanto ao uso de magia.

Não irei usar magia, posso fazer do jeito trouxa.

Muito bem. O corpo dela está junto com os dos outros.

O que significava um galpão abandonado que a Ordem havia tomado para guardar seus mortos, até o momento seguro para enterrá-los.

Não espero por nada. Me dirijo para lá imediatamente.

Chego ao galpão. Tantos corpos e só um deles me interessa. Parece passar uma eternidade, até que eu finalmente ache o corpo dela. Está tão bonita quanto sempre foi. Parece estar dormindo, exceto por sua palidez e a falta da respiração.

Oh, Lene... Me perdoa.sussurro e beijo seus lábios sem vida.Vamos, vou lhe dar um fim digno, você merece.

Saio com Marlene em meus braços e me dirijo para Hogsmeade, o que parece loucura, mas não consigo pensar em um lugar melhor para enterrá-la.

Vou diretamente para uma árvore, afastada da cidade, onde ela e eu costumávamos fazer piqueniques.

Você se lembra daqui, meu amor? Era onde nós sempre brigávamos quando fazíamos piqueniques. Motivos tão fúteis, você não acha? Claro que não acha... Você está morta! Como eu queria você aqui... Mesmo brigando, eu amava nossos piqueniques.

Coloco seu corpo delicadamente sobre uma pedra e começo a escavar com uma pá que ''peguei emprestado'' de um jardim qualquer.

Sinto o suor escorrendo, mas não paro até a cova ter um tamanho bom.

Desculpe-me, Lene! Realmente queria ter um caixão, mas não temos tempo para isso.e coloco-a em sua cova e a observo por um tempo.Ah, Lene!me sento e as lágrimas começam a cair.Eu me arrependo, sabia? De tudo o que te fiz sofrer. De cada briga idiota. De cada provocação infantil. Você sempre foi boa demais para mim...

''Sabe, quando você disse que gostava de mim, tudo o que eu pudia pensar era: ''Eu nunca posso deixá-la escapar. Se eu o fizer, ela perceberá o traste que sou e nunca voltará para mim''. Eu te prometi que nunca te deixaria escapar. Não cumpri minha promessa, eu falhei com você.

Devia ter ido atrás de você. Devia ter implorado seu perdão. Devia ter te provado que realmente te amava. Devia tê-la feito acreditar em mim. Devia ter sido menos covarde e ter me declarado para você antes. Nós teríamos tanto tempo a mais se eu tivesse feito isso...

Se eu pudesse, voltaria no tempo e consertaria tudo. Seria o namorado perfeito para você. Pediria sua mão em casamento e não aceitaria um não como resposta. Passaria cada mínimo dia da minha vida demonstrando que você poderia confiar em mim.

Mas agora é tarde demais. Tarde demais para resolver as coisas. Tarde demais para voltar atrás. Eu já cometi meus erros, não dá para consertá-los.

Só espero que você esteja em um lugar melhor do que essa guerra... E que me perdoe. Adeus, Lene''

Lentamente, joguei a terra por cima dela, memorizando ao máximo cada detalhe de seu rosto, para que nunca o esquecesse.

E então outra onda de fúria me invade. Pego minha varinha e uso um feitiço para convocar uma lápide. Gravo nela a mensagem: ''Aqui jaz Marlene Mckinnon, aquela que sempre permanecerá conosco''. Em seguida me viro para o céu e grito:

APAREÇA, SEU CRETINO! VAMOS! ESTOU AQUI, PODE ME LEVAR TAMBÉM! NÃO É ISSO QUE VOCÊ QUER?atiro um jato de luz com a varinha e começo a destruir as coisas.VOCÊ A MATOU, AGORA QUERO QUE ME MATE! APAREÇA, LORD VOLDEMORT, APAREÇA E ME MATE!

Continuo gritando, mas a única pessoa que aparece é Albus.

Eu imaginava que você faria algo do tipo! Vamos, você não pode desperdiçar sua vida assim.e então eu apago.

X

X

X

X

X

AVADA KEDAVRA!as palavras de Bellatrix Lestrange me atingem lentamente.

Só então me dou conta de que não estou em Hogsmeade com Albus Dumbledore. Estou no Ministério da Magia. Estou prestes a morrer.

Como todas essas lembranças conseguiram passar pela minha cabeça numa fração de segundo? Não sei. Nem nunca saberei. Vejo a maldição vindo lentamente em minha direção e meu último pensamento antes de perder a consciência de vez é:

''Eu te amo, Lene.''


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Notas finais do capítulo

Triste, não? Eu achei :'(
Reviews? Recomendações talvez?
Xoxo



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