Elder Tale – Bandeirantes do Ipiranga escrita por Daihyou


Capítulo 3
Capítulo 2 – Ponto de Luz


Notas iniciais do capítulo

Bom, depois de muito atraso, postei minha parte.
Nada da ficha inicial que surgiu dos personagens mudou. Logo depois agregarei as fichas dos personagens que surgirem nesse cap.

Ah, e btw, as imagens desse cap foram fotos do parque original.
A ideia foi situar vocês melhor.



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Ao passar pelo terminal de ônibus do centro da cidade, notei algo engraçado. Meu mini-mapa sumiu.

–Magnus, o seu mini-mapa está aí?

Ao ouvir Azure dizer aquilo, já notei que o dele também havia sumido, o que me deixou preocupado. Pelo que parece, ainda que eu tenha calculado as diferenças entre a atualização 11 e a 12, não contei que, além dos portais estarem fechados, nós não teríamos a mesmas regalias. E realmente a situação atual me deixou nervoso. Segurei firmemente na minha arma, parando de andar. Ao notar o olhar de dúvida de Azure, já o encarei.

–Azure, tente acessar o menu de combate.

Azure prontamente preparou-se. Ele sabia que eu o desafiei para um “duelo-teste”. Era um costume comum quando estávamos em níveis mais altos. Eu pedia para testar as habilidades de cada um perante situações inusitadas. Desde lutas um com o outro cercados por monstros até a lutas na beira da cidade. Neste caso, a luta ao redor. Foi quando eu e Azure acessamos o menu, que tivemos um problema catastrófico.

O sistema de menus estava todo misturado, dificultando quaisquer chances de comunicação ou acesso as informações dos personas, contatos e/ou skills.

–O que é essa merda?

–Acalme-se Azure! Com certeza existe alguma explicação.

Mas mesmo eu não conseguia acessar o menu, o que começava a me deixar nervoso.

–Que inferno. Até parece que a tela do PC ficou perto demais do rosto... opa.

Foi aí que Azure chegou a uma grande conclusão, ao mesmo tempo em que eu também entendi o que aquela frase significava. Começamos a reorganizar todas as telas de menus, o que nos custou uns 20 minutos. Ainda que estivéssemos atrasados ao encontro no parque, foi de extrema importância, pois agora podíamos ver o que cada menu do jogo fazia, além de todos os menus, o que nos permitia ver todos os equipamentos... Infelizmente...

–Ah, isso ainda está aqui. – Murmurei.

–O que ainda está aqui? – Indagou Azure.

Suspirei e logo desviei o olhar. Ele já sabia do que eu falava. Eu tenho esta conta no Elder Tale desde o beta brasileiro, o que foi algo perto de 10 anos atrás, sendo que o jogo, desde o beta oficial, existe a 12 anos. Em suma, estou preso em um dos personagens mais antigos neste servidor, embora meu nível agora esteja baixo, ainda tenho alguns itens e relíquias de outras atualizações. Alguns itens restritos ou banidos antigamente... Mas pelo que eu vi no meu inventário, eles não estão mais banidos.

–Mag! Acorda cretino! – Bradou Azure, me tirando do transe com um soco.

–Ora seu filho da....! – Foi no momento em que ameacei revidar com minha espada, que ela brilhou como se eu usasse uma skill.

–Wow... Como você fez isso? Como usou a skill?

Cocei a cabeça, confuso sobre como a espada momentaneamente brilhou. Mas logo depois que parei, ela voltou ao normal. Foi aí que tive minha segunda descoberta sobre este jogo. Mas tinha outro problema.

–Que merda! Estamos atrasados! – Foi o que consegui pensar logo depois, saindo correndo em direção ao parque da cidade, empunhando a espada e seguindo destrambelhado em direção ao local onde Stalker combinou.

Chegando lá, o arco de entrada do parque estava quase todo demolido, e uma vegetação vasta, mais vasta que tinha naturalmente, fazendo daquele local um verdadeiro bosque. O caminho de terra batida agora era de gramado raso e onde era o gramado normal tornou-se uma rede de arbustos, alternando os ecossistemas de bosque e savana, devido as largas clareiras que existiam.

Azure e eu ficamos mesmerizados com o novo ambiente, e começava a me perguntar que tipos de monstros ficavam aqui.

–Ei, tome cuidado. Não se esqueça que existe um boss aqui, Magnus.

Mais uma vez Azure me trouxera a realidade, lembrando-me do Boss que rondava essa região, principalmente devido ao ambiente propício pra ele viver. No jogo, apenas deduzíamos como seria um ambiente ideal para ele se sustentar. Agora que estamos dentro do jogo, tal pergunta era mais do que respondida. Em todo o caso, seguimos adiante.

Chegando ao local, era uma pequena casa, cercada por algumas árvores e muros rasos. O chão pedregulhado estava fragmentado, dando espaço a vegetação forrar quase todo o local. Parecia uma cabana abandonada, mas ainda sim, tinha um clima acolhedor.

Dentro do grupo de pessoas reunidas no parque, Azure e eu apenas obervamos Stalker, meu velho conhecido de lutas, informando os membros mais novos sobre o que ocorria. Ao que parece, para algumas pessoas ainda não “caiu a ficha” sobre o que acontecia, não se situaram na conjuntura atual. Não os culpo. Afinal, eu mesmo ainda estou resistente a ideia. Azure, por outro lado analisava as pessoas com mais cautela. Ele naturalmente não confiava em ninguém, plenamente ciente de que só poderia contar consigo mesmo. Também não o culpo. Em um MMORPG, sendo pior que o mundo real, a maioria só te nota quando você é útil para eles. Ainda sim, minha natureza mais “sociável” (outro motivo pelo qual Azure me apelidou de Padre) faz com que minha lista de contatos e/ou interesse seja vasta. Entretanto, a lista de “amigos” dentre os contatos, na verdade, era menor que a de Azure.

Depois de todos reunirem-se e as dúvidas menores resolverem e os ânimos mais calmos, Decidiu-se então que Stalker iria subir em um dos tocos de árvore para falar com todos. Mas antes que pudesse terminar de subir, ele subitamente parecia ser atingido por um machado descomunalmente gigante. E em poucos instantes, os “temerários” grupos de imortais aventureiros se debandam desesperados como carneiros fugindo do lobo. Prontamente, Azure e eu nos colocamos a postos, eu sacando a espada e ele seu arco. Como ele sempre foi fã de jogos mais abertos que permitem acertar na cabeça, ele ganhou o apelido de “Death-From-Above” por sua marca registrada de atirar ao alto sempre que eu pedia, dificultando o calculo dos inimigos de onde cairiam as flechas. Já o meu apelido... bem, creio que outra hora.

Mas antes de começar o combate, senti uma suave brisa tocando meu rosto. Por instinto, desviei do caminho, apenas sentindo um arranhão e um leve corte no rosto, causado por um curto feixe roxo que deslocou-se pela mata, acertando algo. E pelo grunido bestial, acertou o olho de algum monstro.

_-Han? – Fiquei surpreso. Não ouvi alguém pronunciar ou acessar o menu de skills pra fazer tal movimento.

Azure estava igualmente perplexo. Nem mesmo ele, que era um dos “top-archers” do estado, não tinha ciência de uma skill que fosse lançada sem acesso direto.

Foi então que algo me veio a mente. Lembrei do momento em que discuti com Azure a bagunça das telas de acesso aos comandos de jogo do Elder Tale. E lembro também de logo depois eu, sem querer, ter praguejado e quase usado uma skill contra ele.

“A skill...era.. era... Cross-Slash”

Logo depois de vir a resposta, Stalker aparecia na minha frente, como se eu estivesse com problemas.

–(Shhh) Parece que viu (Shhh) um fantasma... (Shhh)

Pisquei algumas vezes, voltando ao normal logo depois. Depois de empurrar Stalker pra longe, recuperei minha arma e segui adiante. Percebia que a arma era de um Kobold Chefe, algo comum nessa região. Normalmente, muitos aventureiros já teriam derrotado tal monstro em uma situação dessas. Mas na tela do PC, ao contrário de agora, era bem diferente. Não se sente o ar ficando pesado. Não se sente o arrepio na espinha E principalmente, não se sente o bafo horrendo dessa fera quando ela gritava em nossa direção.

–Senhores! As armas! – Bradei. Era hora da luta.


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Notas finais do capítulo

Bom, é isso. Espero que tenham curtido.
Fiquei ausente devido a problemas internos.
Estou me mudando de casa, mas queria postar algo antes de sair, pra não deixar coisas pela metade.



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