Mask of Shadows escrita por nymph


Capítulo 8
Fights, Part 1.


Notas iniciais do capítulo

"Você precisa ser louco, você precisa ter um motivo de verdade
Você precisa dormir sobre seus dedos do pé e quando você está na rua
Você precisa ser capaz de distinguir a carne fácil com seus olhos fechados
E depois movendo-se silenciosamente contra o vento e escondido
Você precisa bater no momento certo e sem pensar."

Dogs - Pink Floyd


P.O.V.: Isabelle, Sebastian, Simon, Alec.



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Isabelle

Depois da “reunião” do Magnus, tudo voltou a ser um tédio, um tédio com o clima tenso.

Jace estava relaxado em cima da cama, atento as coisas a sua volta. Alec parecia perturbado e de tempos em tempos se remexia, inquieto na cama. Aline e Helen não saiam da droga do banho e Mark estava sabe-se lá onde. Ninguém respeitava os horários, de qualquer modo.

— Jace, como é o nome daquele traficante que te vendeu as adagas? Estou pensando numa festa. Com bebidas e música, n’O Fosso. — Sorrio, sabendo que meu irmão de criação aprovaria a idéia. Diferentemente do meu irmão de sangue, que me olha com cara emburrada e se vira para o outro lado. Ele não vai participar agora, mas quando tudo estiver pronto, duvido que pense assim.

— Como planeja fazer isso? Alec, você pode ser a isca. Sempre tem uma isca nos planos da Izzy. — Fala, tirando dos bolsos umas balas. Joga uma pra mim e acerta uma na cabeça do Alec, que se vira indignado:

— Eu não vou participar disso, será que já não temos problemas suficientes, sem irritar os superiores?! Poderiam tirar isso da cabeça e se focar no treinamento? Deveriam. A segunda parte dele se aproxima... ­— Alec ficou mudo. Jace e eu trocamos olhares.

Sabíamos que isso, a segunda fase, amedrontava Alec. Vimos como ele voltou do dia do teste, tremulo e suado. Acho que amedrontava todos nós, mesmo sem termos idéia de que significava. Todos talvez, exceto Jace.

Ele parecia tão relaxado quanto á segunda fase como ficou quando soube que seriamos julgados pela nossa posição. A minha confiança era puro e mal-feito fingimento.

­— É só uma festa, para de dramatizar tanto. Além disso, não te inclui no plano. —Falei, mal-humorada. Não posso ficar me preocupando com as paranóias do Alec. Já tenho as minhas próprias para isso.

— Sendo assim, boa noit-, Jace começou, mas nem o deixei terminar. — Não, você não, Jace. Você está incluído. Vai ser no dia antes da próxima etapa do treinamento. Agora, me passe o contato do traficante. Vai ser assim...

*

Sebastian

Então eles já foram recrutados. E, com membros de outras facções... A Clave não perdeu tempo. O Círculo deve ser informado imediatamente, para que ele tome as devidas providências.

Penso, enquanto escuto o suave ronronar de Seelie no meu ouvido. Passo a mão pelos cabelos vermelhos da “Rainha”, imaginado o porquê de ela ter escolhido esse codinome. Não importa, de qualquer maneira. Sorrio. Ela me foi muito útil... e continuará a ser.

*

Simon

Dou o terceiro soco no boneco. O rosto dele parece sorrir pra mim, gozando das minhas mãos inchadas de tanto socá-lo sem causar o menor dano. Serro os dentes e continuo a socá-lo, quase não percebendo a presença de Maryce. Sei por que ela está aqui.

Hoje cedo, Maia disse-me que pulasse o café e visse direto para cá, treinar até cansar. Arrastei Clary, que parecia não ter dormido nem um minuto da noite sequer. De novo.

— Iniciados! Chagou a hora de vermos como vocês se saem em uma luta real. — Ela pega um bloquinho e confere algo. Nomes e notas, possivelmente.

Tudo ficou em silêncio num estante.

— Simon, Melirion. Pra arena. — Ela fala, dando as costas. Abro a boca e fico meio tonto. Melirion. Era o transferido da Franqueza. Forte, bonito, desejado. Sério. Eu já o tinha visto antes... no trem, quando me separei de Clary. Vi ele com Isabelle. Simon? Melirion. Melirion, eu ia ter que lutar com Melirion. Simon! Me senti prestes a vomitar. Eu já vi ele treinando, eu já...

— SIMON! — Clary, a essa altura, já esta me sacudindo. Ela tem olhos arregalados e preocupados. Aceno com a cabeça ou tento acenar. Serro os punhos e vou em frente.

Ele já está me esperando, lançando um olhar frio, parecendo feito de mármore. Não espero um sinal ou algo do tipo, só fecho os olhos e corro. Tento dar o primeiro soco, mas sinto meu corpo encolher e vejo seu joelho no meu estômago.

—Simon!

Remexo-me e devo gritar. E começo a perder a consciência. Não ouço mais nada, apenas sons irreconhecíveis e uma voz familiar.

—Simon! Simon, Simon! Larg- Depois disso, minha vista escurece e sinto uns socos e chutes, não importa, já estou no chão. Sinto algum líquido escorrer pela minha boca.

Ouço alguma voz falar alguma coisa, gritar alguma coisa, alguém falar. Meu corpo é arrastado. Todo o meu corpo dói e não entendo nada. Minha cabeça não sossega.

Eu só queria desmaiar. Murmura a voz fraquinha e covarde na minha cabeça.

Bem, meu desejo é realizado.

*

Alec

— Ouvi dizer que faz tatuagens. — Falo, ao indiscutivelmente belo tatuador.

— Ouvi dizer que não é do tipo que faz tatuagens. — Ele responde de volta, provocativo. Estamos sozinhos na sala de tatuagens, e já é quase hora de dormir.

— Gostaria de ter algo para representar a minha facção. — Examino algumas imagens. É difícil encará-lo. Ele tem olhos que devoram e perseguem. Puxei o ar e me concentrei para não corar, como um idiota. Poderia sentir seus olhos em mim a quilômetros. Talvez eu estivesse alucinando, mas era difícil não pensar em Magnus Bane, desde a “reunião”. Tal como não pensar em Jace. Me lembrar disso me fez girar e fechar os olhos por um momento. Não seja fraco.

Vi uma caixa diferente de tatuagens. Não eram coisas, eram formas, linhas...

— Sabe, Alexandre Ligthwood, essas são especiais. — Ele ainda me estudava, com seus olhos dourados com pupilas levemente verticais.

— Tem algum significado? — Pergunto, mostrando uma das gravuras.

— Tudo tem um significado. Essa significa “Coragem”. Os antigos de nossa facção tinham alguns problemas com essa runa. — Ele explica.

— Runa? — Pergunto.

— É como chamamos esse tipo de tatuagem. — Ele sorri. Aquilo me irrita. Eu não tenho culpa por não saber.

— E então? Vai querer fazê-la, Alec Ligthwood? — Aquela pergunta tinha segundas intenções, tal como a expressão em seu rosto. Isso me faz corar, o que me faz querer sair correndo dali. Só a perspectiva de ser mais patético do que já estou sendo, me faz avançar.

— Vou. — Falo. Sento-me na frente dele e estendo o braço. Ele se demora um pouco... olhando. Não devo enrubescer, não ainda mais. Ele pega o aparelho e começa o processo. Fico olhando. Está tão concentrado.

Tento desviar o olhar, mas é impossível. De repente ele caba e me encara. Ficamos assim por milênios ou minutos. Então, soa o toque de recolher. Olho para meu braço e, de repente, não sei mais por que fiz aquilo.

— Obrigado. — Tento falar, mas não sai mais do que um sussurro.

— Alec... — Engulo em seco. Já me odeio o suficiente sem saber o que ele pensa de mim agora. — De nada.


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Notas finais do capítulo

PRIMEIRAMENTE, VIVA O MALEC! ME AMEM!

Segundamente, me digam o que acham das músicas nas iniciais, pq talvez elas sejam desnecessárias

Terceiramente, vou bolar um concurso de capas, mas não vou dar detalhes sobre isso agora, pq ainda não tá na hora.

Quartamente, não tive tempo de revisar, não me matem por qualquer erro.

Quintamente, devo responder todos os comentários amanhã. Não me matem, eu tô sem tempo. Mil desculpas, pessoal.