Just a Hufflepuff escrita por Ella


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Nem demorei, né? Esse capítulo ficou grande, espero que gostem!



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Capitulo 14:

As férias de natal chegaram e eu não tive mais noticias do anel, no dia em que eu iria para casa Sirius me levou até o portão de Hogwarts, ele cuidaria de Louise pra mim.

—não se esquece de dar comida pra ela!— repeti pela milésima vez. —é serio.

—eu não vou!

—Sirius...

—Lynx...

— certo, eu sei que você vai cuidar bem dela.

O abracei.

—se cuida, maninha, qualquer coisa manda uma carta e eu apareço na hora. — Sirius falou.

— eu vou ficar bem. —sorri. —até!

—até!

Liv também iria para casa, então compartilhamos uma cabine junto com Sam.

—ah, eu amo o natal. — desde que saíra da enfermaria, Liv amava tudo. —vão me escrever?

—é claro. — Sam e eu falamos juntos.

— vou escrever para os dois, todos os dias!—falei. —sério.

Já estávamos chegando quando bateram na porta da cabine, era Regulus.

—que foi?—perguntei.

—já estamos chegando, é melhor se arrumar, mamãe e papai vão nos esperar.

—ta bom.

Ele saiu da cabine, me levantei e peguei a mala no maleiro.

—desejem-me sorte?

—sorte!—Liv e Sam falaram juntos.

O trem foi parando aos poucos, beijei Sam rapidamente antes de sairmos da cabine.

Despedi-me dos dois e fui ao encontro de Regulus, que me esperava do lado de fora do trem.

—quer ajuda com a mala?—ele se ofereceu.

—não, obrigada.

Passamos juntos pela barreira e logo vimos mamãe e papai, que se recusavam a usar roupas trouxas quando saiam de casa, o que fazia com que todos olhassem para aquelas duas pessoas com roupas extravagantes.

— Lynx, Regulus!—mamãe nos puxou para um abraço, provavelmente a primeira vez que ela me abraçou.

—oi, garotos.

Papai apenas acenou, Regulus e ele iam à frente enquanto mamãe e eu íamos atrás.

—espere até ver o vestido de casamento, ele é preto incrustado com diamantes no busto. —mamãe falava animada.

—deve ser lindo. -—pena que eu não vou usar.

—sim, é.

Paramos em um beco vazio para aparatar, Regulus aparatou com papai e eu com a mamãe.

—estão com fome?— mamãe nos perguntou quando aparatamos na cozinha. — Monstro, leve as malas para os quartos e prepare algo.

Monstro, nosso elfo, pegou nossas malas e as arrastou escada à cima.

Mamãe fez com que eu sentasse-se à mesa.

— Lyn, você não imagina a cara de sua tia quando falei que você ia casar com um sangue-puro! Quando você foi pra Lufa-lufa, um infortuno, a chamaram de tantos nomes, mas quem traiu a família? Andrômeda.

— Andrômeda?

—sim, ela fugiu com um sangue ruim quando descobriu estar gravida. —mamãe riu tenebrosamente. — um bebê nojento de sangue sujo.

—o bebê já nasceu?—perguntei.

—não, claro que não. — mamãe me olhou atentamente e passou a mão no meu cabelo— você é tão linda, os O'connel tem sangue puríssimo, são super ricos e moram em uma linda casa.

Olhei pra Regulus, sentado a minha frente, ele me deu um sorriso encorajador.

Respirei fundo.

—mãe, eu não sei como te falar isso...

—só um minuto, Lyn. — ela me interrompeu e gritou—Monstro anda logo!

O elfo desceu correndo a escada e logo preparava a comida.

—o que dizia?—mamãe perguntou e olhou para Regulus. —Você tem que cortar o cabelo antes do casamento.

—tá. — ele assentiu.

—pode continuar Lyn.

—ok, mãe, esse casamento foi uma surpresa pra mim.

—claro que foi.

—acontece que eu... Eu não... —de repente eu não conseguia falar, comecei a gaguejar. —e. -eu n-nã-não.

Parei de falar.

—não gagueje Lynx, tenha modos, os O'connel são muito severos quando se trata de modos.

—me desculpe, eu tô um pouco cansada, posso subir pro meu quarto?

—claro. —foi meu pai que respondeu.

—vou subir também. —Regulus falou e se levantou.

Levantei-me também, subi as escadas atras de Regulus e quando chegamos ao segundo andar ele me puxou para seu quarto e fechou a porta.

—quando vai contar?—ele perguntou.

—eu não sei se consigo. —me sentei em sua cama e cobri meu rosto com as mãos.

—claro que consegue!— Regulus falou. — eu te ajudo, se quiser.

—porque ta me ajudando?—perguntei o olhando.

—sei lá, quero continuar sendo o preferido. —ele se jogou na cama. —vai pro teu quarto, vai.

Levantei-me e andei até a porta, mas parei e falei:

—Regulus, posso te perguntar algo?

—que foi?

—você tem alguma coisa a ver com os ataques em Hogwarts?

—Que? Não, claro que não!— ele passou a mão no cabelo. -— sai daqui, vai.

Sai do quarto dele e fui para o meu, Monstro deixara minha mala em cima da cama, a abri e tirei de lá pergaminho, uma pena e tinta, me sentei na escrivaninha para escrever.

Comecei por Sirius.

"Sirius,

Você sabia que Andrômeda está gravida? Ela fugiu de casa quando descobriu, na verdade, não é tão estranho, se você lembrar que ela andava com nascidos-trouxas em Hogwarts.

De qualquer modo, cheguei em casa a pouco, ainda não falei com a mamãe sobre o casamento, embora ela não pare de falar sobre isso.

Eu estou com medo, confesso, não sei se consigo.

Como está Louise? Não se esqueceu dela, né?

Te adoro,

Lyn."

Enrolei a carta e amarrei com uma fitinha, peguei outro pergaminho:

“Liv,

Como você tá? Eu estava bem alguns minutos atras, mas agora eu acho que tô tendo um ataque de pânico, eu mal consigo respirar!

Eu espero que você esteja bem, até logo.

Se cuida, sinto sua falta,

Lyn.”

Peguei outro pergaminho.

"Sam,

Mamãe não para de falar no casamento, eu queria que você estivesse aqui.

É estranho porque mamãe tá me tratando tão bem, ela disse que eu sou linda e me abraçou, muito estranho.

Sinto sua falta.

Lyn.”

Enrolei as cartas e as amarrei, mais tarde pediria a coruja do meu pai emprestada para manda-las.

Eu já ia deitar na cama para dormir um pouco quando alguém abriu a porta do quarto, era mamãe, ela segurava uma caixa grande e preta.

—que isso? —apontei pra caixa.

Ela colocou a caixa em cima da cama e a abriu, tirando de lá o vestido mais lindo que eu já vira.

Ele era totalmente preto e ia até os pés, não tinha alças e o busto, que era como um corpete era coberto de pequenos diamantes.

—é lindo!

O peguei e fui até o espelho, colocando-o em frente ao meu corpo, a parte de cima era bem justa e a saia era bem volumosa.

—mãe, é perfeito!—passei a mão no tecido, tão delicado!

—eu me casei com ele e a sua vó também, Bellatrix queria casar com ele, mas eu o guardei só para você.

Olhei bem para os olhos de Walburga Black, ela estava orgulhosa, pela primeira vez na vida mamãe tinha orgulho de mim e eu estragaria tudo.

—mãe, é lindo, mas...

Entreguei o vestido pra ela e me sentei na cama.

— acha que falta algo, não é?—mamãe pousou o vestido na poltrona e tirou uma caixinha menor da caixa grande, ela abriu e me mostrou um colar e um par de brincos de diamantes. - que tal isso?

—mãe. —eu chorava agora. —eu sei que não te falo isso há um tempo, mas eu te amo.

—ah, muito obrigada, Lynx. —claro, Walburga Black nunca dizia a palavra amor.

— mãe, eu não vou casar com Ed—falei de uma vez.

— claro que vai.

—não, eu não vou!— me levantei. — aquele garoto me da nojo e além do mais eu estou namorando.

Mamãe guardou a caixa com o colar na caixa grande.

—não diga bobagens, eu casei com seu pai sem nem o conhecer e fizemos um grande e rico patrimônio agora.

— dinheiro, dinheiro, dinheiro, isso é tudo mamãe? E o amor, e a felicidade? Onde fica isso em um casamento de interesses?

—está fora de si, Lynx! É claro que vai casar com o garoto

—você não pode me obrigar.

Ela guardou o vestido na caixa e virou-se pra mim, abandonando sua mascara de mãe doce e a substituindo por algo mais feroz.

—olha aqui, garota impertinente. — ela agarrou meu braço com força—seu pai e eu demos muito dinheiro nesse casamento e você não vai jogar tudo no lixo.

—tá machucando!— tentei me soltar, ela apertou mais forte. —mãe!

— presta bem atenção. — ela aproximou seu rosto do meu. — se jogar tudo no lixo eu te queimo da árvore da família e faço com você o que deveria ter feito com Sirius, eu acabo com você!

—mãe, que isso!— Regulus entrou no quarto, seguido pelo meu pai.

—Walburga!— papai a puxou para longe de mim, meu braço estava vermelho e ardia.

— me solta, Orion!

Meu pai a soltou e tenho certeza que ela avançaria em mim se Regulus não tivesse entrado na minha frente.

— o recado está dado, garota, vai passar um bom tempo aqui para absorver tudo o que eu disse!

Ela pegou a caixa e saiu do quarto, meu pai a seguiu, os dois ficaram parados na porta, esperando Regulus sair.

— saí Regulus.

Regulus saiu do quarto e mamãe fechou a porta, ouvi o barulho do trinco e tentei abrir a porta para me certificar, estava trancada.

Recomecei a chorar, escorreguei até o chão e abracei meus joelhos, meu braço doía, mas eu acho que meio que mereço essa dor.


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Notas finais do capítulo

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