Um Epílogo Voraz escrita por Leonardo Alves


Capítulo 13
Capítulo 12 - Aliados




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Capítulo 12

Aliados
Entro em pânico. Meus olhos focam nos de Avril que está amedrontada. Tenho a iniciativa de sair do lugar, mas algo me faz parar. BUM! Ouço uma explosão. Algo não muito distante, alguém entrou em pânico e pôs os pês um milímetro fora do tubo e morreu. Uma morte ridícula na minha opinião.
Estudo a arena, vejo que nada nunca foi criado como desta vez. Parece que foi dividida em quatro partes, olho e vejo uma imensa floresta e próximo uma área com pequenas árvores e um gramado branco como neve. Olho para trás e vejo um possível milharal seco e um solo de areia como se logo adiante fosse possível encontrar uma praia. Estamos sob um chão de vidro que é transparente, pode se ver o que há em baixo. Um local amplo e enorme, algo muito peculiar. Uma mesa com um verdadeiro banquete, cadeiras almofadadas para 39 pessoas se acomodarem, comida até que eu não consigo contar com meus olhos. No canto da sala pode-se ver várias mochilas e armas encostadas a parede. Lanças, facas, tridentes, arcos e machados e uma infinidade de redes e utensílios para armadilhas rápidas. O banho de sangue.
Dez, nove, oito, sete, seis, cinco... Vou correr e salvar Avril e vamos sair daqui com Allant e Rosanne. ... três, dois, um.
Começo a correr. Não paro para olhar quem está ao meu lado, só olho para Avril. Ouço suspiros, gritos, ouço pessoas lamentando e implorando pela vida. Alcanço Avril e arranco a mordaça de sua boca.
— Lind me tire daqui! — Ela esta em pânico. — Rápido!
Movo-me em direção ao nós que a prendem em volta ao tronco, não me dou conta mas ouço disparos de um canhão. Pessoas estão morrendo e eu posso ser o próximo. Me atrapalho com o nó até que ouço o berro de Avril:
— Anda logo!
Desfaço o complicado nó e puxo Avril pelo braço e corremos, rodeamos a área e visualizo Rosanne e Alant correndo em nossa direção por acaso.
— Venham por aqui! — aceno para os dois.
Corremos com delicadeza para que não venhamos a destruir o solo de vidro. Assim que alcançamos o chão sólido de terra, corremos em direção a densa floresta com árvores baixas e tortas. Olho para trás e vejo corpos jogados no chão e uma imensa piscina de sangue, não penso em mais nada a não ser correr.

***


Estamos no interior da floresta, sem comida e água e sem nenhuma arma, apenas a mercê e esperando que ninguém indesejado apareça tão cedo.
— Como você veio parar aqui? — Allant pergunta para Avril, ambos estão ofegantes.
— Eu não sei, só me lembro que um dia eu estava no meu quarto quando ouvi alguém batendo na porta como se quisesse derrubá-la. Aí quando finalmente cheguei na sala um cara injetou algo em meu pescoço e só consegui ouvir um lamento vindo de minha mãe. Depois quando acordei eu estava em uma sala cinza com uma mesa com bastante comida e um banheiro no outro cômodo e tudo o que me deixaram foi essa roupa cinza igual a de vocês. Depois eu tomei banho comi e liberaram um gás sonífero no meu quarto para me manter desacordada, quando retomei os sentido eu acordei amarrada e amordaçada e vi o Lind.
Todos estavam estuperfatos. Coin é uma mulher imprevisível e não se sabe o que ela é capaz de fazer. Agora entraram mais 13 pessoas, ou seja, são 52 pessoas para a morte.
Poucos minutos se passam e decidimos tomar um rumo, já que não passamos pelo treinamento que existe de costume estamos um tanto perdidos. Caminhamos rumo ao leste sutis e prestando bastante atenção em tudo. Segue um frustrante silêncio até que ouvimos o disparar de um canhão e ouvimos passos vindos em nossa direção. Com muita agilidade nos escondemos próximos a uma árvore com um tronco surpreendentemente largo e enormes tiras de cipó caindo e se amontoando em um grande aglomerado próximo ao tronco. Paramos gélidos e esperamos. Consigo me enclinar sobre o ombro de Allant e vejo os dois garotos do distrito 2 (um deles é o que tem uma cara de mal) e um rapaz magro de cabelos cumpridos e liso até a altura dos ombros. Estão caminhando as pressas até que reconheço que o garoto com cara de mal é Max e o garoto que estava com seu braço sob seu ombro no dia da colheita está frustrado e para a caminhada. Todos estão bem armados com facas, lanças e um machado e isso me apavora, eles não podem nos achar. Depois de alguns segundos que o garoto parou para observar o local deu um sinal para Max e os três seguiram correndo.
Esperamos mais alguns minutos até que saimos de nosso esconderijo e caminhamos depressa na direção oposta ao trio. Caminhamos mais uns dez minutos e algo nos surpreendeu. Em certo momento a floresta chegou ao fim e começou um denso milharal, como se fossem duas fatias de pizzas de sabores diferentes. Não havia nenhum campo de força ou algo do tipo que empedisse a nossa passagem, mas seguimos inseguros mesmo assim.
— Nós precisamos ir atrás de comida e água ou vamos morrer da pior maneira possível. — Diz Allant.
— O que você quer que a gente faça? Vá para a Cornucópia? — Indaga Rosanne.
— Isso é o que devemos fazer. — Digo. Todos se surpreendem. — Já se passou um bom tempo, bem, deve haver algumas pessoas por lá mas se bolarmos uma estratégia tudo dará certo.
Todos concordam por mais que não estejam totalmente convictos.
— Vamos andando por esse milharal até chegarmos próximos a Cornucópia. Lá vamos ver a quantidade de pessoas que estão por lá, esperaremos caso não dê e ai alguém deverá ser uma "isca" para que outros dois peguem os suprimentos e outro fica de vigia. — Digo enquanto todos se entreolham.
— Eu vou ser a isca. Vamos fazer assim, nos escondemos nos arredores do milharal e caso não tenha muitas pessoas eu chamo a atenção dos poucos para a floresta enquando Lind e Allant vão atrás dos suprimentos e Rose fica na espreita. Depois que vocês pegarem as armas vocês voltem atrás de mim e cuidamos dos idioas que forem atrás de mim. Certo? — Avril põe em prática sua ótima agilidade de pensamentos.
Seguimos depressa pelo milharal até chegarmos na extremidade que dá acesso ao solo de vidro sob a Cornuncópia. Todos nós nos deitamos e eu observo pelos lados se alguém está por perto. Depois que dou o "sinal verde" Avril se levanta e caminha silenciosamente rumo ao chão de vidro para ver se encontra muitas pessoas no chão subterrâneo da Cornucópia. Para a sua surpresa além das dezenas de corpos empilhados só há dois garotos do distrito 3 e uma menina. Quando me aproximo eles nos observam com insegurança até que aceno e digo que não somos uma ameaça. Eu e Avril seguimos até a entrada, atrás dos troncos aonde havia mais um de cada destrito amarrado e amordaçado, existia um buraco minúsculo para a proporção de pessoas que estavam desde o inicio dos jogos. Olho em direção a um tronco e vejo uma criança ainda amarrada ao tronco mas porém está morta, sangue escorre de seu pescoço, observo seu rosto com sardas envolta dos olhos e seu cabelo ruivo curto, sinto um aperto no coração. Logo em seguida Avril vai até a entrada da Cornucópia e anuncia que não vamos machucar ninguém. Depois descemos cada degral da pequena e íngreme escada até alcansarmos os solo firme.
— Olá, eu sou Avril e este é meu amigo Lindow. Somos do distrito 7. — Os três aparentam estar desconfiados.
— Não somos uma ameaça, confie em nós, só queremos um pouco de suprimentos para não morrermos desidratados.
— Por que devemos confiar em vocês? — Pergunta o menino mais jovem de óculos.
— Por que estamos fracos, sedentos,famintos e desarmados. Nossos dois amigos estão escondidos na beira do milharal caso algum brutamonte apareça, mas pode confiar em nós. Não queremos machucar vocês.
A menina que está com eles se manifesta, ela aparenta ser indefesa e muito insegura de tudo, mas é a única que os outros dois garotos confiam.
— Tudo bem, vamos confiar em vocês. Eu sou Dizt do distrito 10 e esses são Vilt e Johl do distrito 3.
Após nos cumprimentar, eu e Avril nos separamos no enorme lugar. As paredes cinzas e tortas fazem o molde perfeito de dois chifres apontados rumo ao norte. O lugar é muito frio, deve ser para manter toda a comida concervada. Pego três mochilas, uma para mim, uma para Rosanne e outra para Allant. Depois subo a escada e a posiciono na entrada da Cornucópia. Pego mais uma e encho de alimetos e água, tudo com muita pressa. Avril e os outros três se encarregam de levar as armas para cima. Logo em seguida eu sou o último a deixar o lugar, pego um machado grande e uma caixa de metal pequena e escondo em meu bolso. Quando começo a subir a escada começo a sentir o calor do dia e algo me aflinge, ouço um grito vindo de perto e sei que este grito veio de Rosanne.


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