I Knew You Were a Trouble/Elena

O despertador tocou e logo já sabia que teria que ir para a escola, então me arrumei e desci para tomar café.

Mamãe já estava em pé coisa difícil de acontecer, só quando ela esta com insônia. -bom dia mãe- ela me olhou com seus olhos azuis acinzentados cheios de olheiras e ficou me encarando sem dar resposta, abaixei a cabeça e fui em direção a mesa e me sentei, papai lia seu jornal com a roupa do trabalho-o senhor dormiu bem?- perguntei colocando um pouco de leite no copo e seu olhar se direcionou pra mim quando ele abaixou o jornal que cobria seu rosto pálido-tome seu café quieta garota!- disse rude como sempre e assenti tomando meu leite...

–estou saindo... É pai mãe eu amo vocês... - fiquei parada ao pé da porta mais minha resposta não veio papai continuava lendo seu jornal e mamãe sentada na mesa brincando com a faca fechei a porta e sai...

...

–meu deus arghhh!- reclamei ao ouvir o despertador, odeio sonhar com o ultimo dia que vi meus pais, no começo eu até chorava muito quando isso acontecia mais agora parece que as lagrimas secaram... Levantei-me pra mais um dia de aula, me arrastei até o banheiro e acendi a luz, e a mancha roxa em volta do meu olho direito já estava sumindo mais o corte em minha boca continuava profundo... Bom eu não era a garota mais linda do mundo quer dizer longe disso eu sou uma garota bem abaixo da escala de garota lindas, e pior agora com esses machucados... Meus olhos não são azuis nem verdes são castanhos e ainda são enormes, não tenho a pele alva e nem rosada, ela branca só que bronzeada, tipo não importa ela é feia. Minhas madeixas não são loiras ou ruivas reluzentes são pretas puxadas pro castanho quase da cor de uma barra de chocolate e nada hidratados, parece uma palha que vai até minha cintura, meu corpo não é lá essas coisas também, minha cintura é tão fina que da pra ver os ossos, e de tanto que “os populares” dizem que minhas pernas são magras e feias eu já estou até acreditando, meus seios não são grandes e nem pequenos digamos na media do normal eu acho... Mais pensando bem o que eu acho não importa

...

Tomei um banho para ver se isso me faria sentir mais disposta, mais só de pensar que eu iria sofrer novamente me fez ficar mais indisposta ainda, apos o banho vesti um moletom cinza escuro e uma calça skinny preta, pus minhas botas de militar que para uma menina pode até ser estranho mais eu gosto, peguei meu celular e o fone de ouvido e minha mochila, abri a porta de casa e o vento gelado ricocheteou em meu rosto como navalhas cortando meu rosto, já estava tão acostumada com a dor que meus nervos estavam adormecidos, pus meu capuz e abaixei a cabeça, aqui em Virginia dificilmente faz sol, na verdade, sol só é possível ver por aqui no máximo duas vez ao ano... Em frente à escola não havia ninguém então significava que eu estava atrasada então entrei correndo pelos corredores vazies tomando cuidado para a inspetora não me ver, e logo dei de cara com a porta da minha sala, parei para pegar fôlego e bati e logo ela foi aberta

–senhorita Gilbert... Atrasada de novo!-

Alaric Saltzman meu professor de historia me olhava naquele instante bem zangado

–me desculpe perdi o horário-

–novamente... Senhorita Gilbert só a deixarei entrar pois você é a melhor aluna desta escola então faça um favor não se atrase novamente, agora sem mais delongas sente-se no seu lugar e abra seu livro na pagina 124- Percebi que todos na sala estavam quietos e passei por todos aqueles olhares que me acompanhavam meus passos e me sentei na minha carteira a penúltima perto de vadia da rebekah e suas amigas cretinas e dos otários dos namorados dela...

A aula estava se passando normalmente, claro que com o grupo das vadias me zoando e dando risada da minha cara, mais como sempre ignorei -hey esquisita- ouvi a voz irritante e fininha de April falar comigo e ignorei mais logo senti algo batendo em minha cabeça levemente, me virei e vi uma bolinha de papel caído na minha mochila a peguei e abri e nele havia um desenho de uma mulher de joelhos fazendo sexo oral em um homem e acima de suas cabeças estava meu nome e do Alaric e em baixo escrito "será que se eu fizer isto ele para de ser tão rabugento?" quando parei de ler senti alguém me cutucar olhei pra cima e o professor estava com a mão estendida -senhorita Gilbert, por favor, faça sua lição e não fique mandando bilhetinhos, me dê este- to ferrada por causa daquelas putas.

–professor... Por favor, não fui eu... -

–não foi você o que Gilbert? Dê-me este papel- o lhe entreguei o papel e enquanto ele lia o vi ficar pálido...

–Mais o que... GILBERT PARA A DIRETORIA AGORA!- gritou comigo e bom agora ele estava vermelho

–mais...-

–MAIS NADA SAIA DA MINHA SALA!!!- tentei me explicar mais ele me cortou então me levantei e peguei minha mochila sobe o olhar raivoso do professor e quando me levantei a sala se encheu de vaias palmas e urros - CAIA FORA ABERRAÇÃO ESQUISITA- uma voz grossa gritou e todos riram, sai correndo para a diretoria e sentia meus olhos queimarem para as lagrimas sair mais antes disto me vi em frente a ela...

Puxei ar para meus pulmões e abri a porta e logo dei de cara com Emily uma senhora com seus 50 anos a secretaria da diretora Samantha, me sentei e um banco que havia lá

–senhorita Gilbert o que deseja?- perguntou Emily me olhando seriamente, e com cautela, por que esta velha esta me olhando assim? Eu em

–ah é que o senhor Saltzman me mandou para cá... -

–por quê?- perguntou-me, meu deus que velha enxerida

–não é da sua conta, ele me mandou aqui para falar com a diretora. - respondi grossa, pois já estava irritada o bastante por causa daquelas piranhas mal comidas, mais logo me arrependi de dizer aquilo a ela mais também não me iria retratar, e a ouvi me chamar de grossa, mas a ignorei esperando o senhor “filha da puta” Saltzman chegar

–PORRA NENHUMA! EU CHEGUEI TEM UMA SEMANA, A PORRA DE UMA SEMANA, EU NEM SEI QUEM É ESTA GAROTA!- ouvi uma gritaria vinda da sala da diretora e logo me assustei

–ABAIXEI ESSE TOM DE VOZ COMIGO QUEM MANDA AQUI É EU! E SE ENCONTRARAM O MATERIAL USADO PARA FAZER AQUELE VANDALISMO NA SUA, SUA, MOCHILA ENTÃO FOI VOCE!-

A voz da diretora gritou mais alto que a anterior masculina e então tudo ficou em silêncio e só pude ouvir o estrondo da porta dela sendo fechada brutamente e um cara furioso abrindo a porta da direção

–senhor Salvatore não falamos ainda o seu castigo- Emily disse então ele se virou e pude ver que estava de óculos escuros e um moletom com touca tampando sua cabeça mais mesmo assim dava para ver sua pele pálida, suas bochechas rosadinhas e um maxilar bem marcado... Não me lembro de vê-lo alguma vez, deve ser um dos três alunos novos que chegaram semana passada mais como não pude vir à escola por causa da surra que levei então nem os conheço, mas se por debaixo daquele óculo e sua touca ele era uns dos que me humilham? Decidi virar meu rosto para frente e não o olhei mais porem ainda ouvi a conversa dele com Emily

–bom o senhor ira limpar o que você fez, e o refeitório esse final de semana... Ah e também ficara... Hoje é segunda... Até segunda que vem de suspensão... -

A ouvi dizer e fiquei pensando no que ele poderia ter feito para limpar e se por causa disto ele esta aqui, mais enquanto estava submersa em meus pensamentos ouvi ela me chamar e olhei para cima e dei de cara com o professor me olhando seriamente e apontando para a sala de Samantha. Soltei uma lufada de ar e me levantei indo na direção que ele apontava, abri a porta e a diretora estava lendo algo e olhou de relance para nos e logo apontou também para eu me sentar em uma das cadeiras que havia lá - senhorita Gilbert o que lhe fez vir para cá outra vez- perguntou-me após soltar pesadamente a respiração -ele- disse apontando com descaso para o professor-ha ha muito engraçado senhorita... Bom diretora Samantha, Elena esta aqui pelas circunstâncias deste desenho - pegou o desenho na mão e mostrou a ela e pude ver em seus olhos o espanto -mais... Senhorita Gilbert você é a responsável por fazer este desenho?-perguntou-me indignada e contive a enorme vontade de revirar os olhos-não, não fui eu me incriminarem-

–ah claro com certeza só falta dizer que fui eu que fiz... Pelo amor de Deus Elena está escrito "será que se eu" "EU, EU!" isto significa que foi você, pois foi a única a qual eu precisei dar bronca então é claro que foi você- disse ele exaltado me acusando novamente -mais não fui- continuei com meu argumento singelo mesmo querendo dizer- ah com certeza que fui eu, eu desenhei, e eu mesmo fique lendo com cara de horror... - mais a falta de coragem, o medo, e o costume de ser culpada por coisas que eu não fiz me fizeram ficar calada

–srt. Teremos que tomar providências já que tudo aponta que o responsável disto seja você então... Você terá que arcar com seu erro vindo aqui este final de semana para limpar o refeitório e esta com um dia de suspensão... Ah ira limpar junto com o senhor Salvatore... Bom já que falei dele, queria lhe informar que ele já foi castigado pelo o que fez e nada disto voltara a se repetir e se quiser o denunciar fique a vontade. -jogou aquele monte de palavras em cima de mim e fiquei confusa-como assim, Denunciar? Quem? Por quê? Do que a senhora está falando?- a bombardeei com perguntas e seu rosto se configurou em surpresa-ah... A senhorita não sabe... Senhor Salvatore pichou uma coisa horrível da srt. Mais tudo já esta resolvido ele vai apagar no dia de cumprir seu castigo- quando ela disse aquilo mesmo não sabendo o que ele pichou meu sangue ferver - COMO ASSIM ELE PIXA COISAS SOBRE MIM E EU NÃO SEI?! E AINDA POR CIMA SO IRA APAGUAR FINAL DE SEMANA DEIXANDO TODOS VEREM, E VOCÊ AINDA QER QUE EU FIQUE AQUI FINAL DE SENAMA COM ESSE DESGRAÇADO! VÃO TODOS VOCES SE FODEREM SUA CADELA VELHA E VOCE TAMBEM SEU PROFESSOR VAGABUNDO ACHA QUE EU IRIA CHUPAR ESTE SEU PAU VELHO E ENRRUGADO E AINDA POR CIMA SE EU TIVESSE FEITO ISSO VOCE IRIA GOSTAR JÁ QUE ESTA NA SECA SEU FILHO DA PUTA- a vontade de dizer aquilo estava tomando conta do meu ser mais a única coisa que fiz foi assentir com a cabeça e me levantar para me retirar daquele lugar. Ao passar pela porta de entrada o sinal do intervalo soou e adolescentes corriam para todos os lado empurrando qualquer um que estivesse em seu caminho ou não iguais animais então me encolhi o máximo possível e quando os corredores se esvaziaram e somente vi a figura de uma menina de cabeça baixa e ao seu lado um cara que lhe abraçava pelos ombros porem não pode ver o rosto deles só enxergava uma cortina de cabelos loiros reluzentes e o rosto dele estava virado para ela, me desconcentrei daquela cena a parti em direção ao refeitório onde minha pessoa se fez presente todos os barulhos insuportáveis de adolescente berrando e falando se tornaram em murmúrios e relez sussurros seguidos de risadinhas, passei de cabeça baixa para chegar a área de fora quase perto do estacionamento, assim que o ar puro atingiu meus pulmões e o vento gelido bateu contra meu rosto me permitir soltar um suspiro cansativo pus as mão em meus bolsos e me permiti pegar um folha de seda e o saquinho com o conteúdo de folhas verdes amassadas com misturadas de gentes químicos que faziam a mistura perfeita para entorpecer meus sentidos, fui andando até o estacionamento e me sentei na escadinhas que havia lá e logo comecei a colocar o conteúdo naquela fina folhinha frágil e terminei de enrolar passando a língua e logo o meu "divertimento" estava pronto para ser aceso então tirei meu lindo e preto reluzente isqueiro e o acendi vendo o queimar e soltar seu cheiro já acostumado pelo meu olfato, então dei uma longa e demorada puxada o sentindo aos poucos invadir meu sistema e me fazendo me sentir mais leve mais suave mais... Eu. A Elena sem problemas, a Elena desconhecida por todos a não ser pelo meu próprio subconsciente... Pus-me de pé e resolvi andar um pouco e em linhas desnorteadas em ziguezague fui-me a dentro do estacionamento e logo me vi em frente o grande muro da escola e o olhei já me imaginando atravessando ele diversas vezes para fugir de apanhar... Mais algo escrito naquele muro me fez o olhá-lo e o que estava escrito nele foi como se mil toneladas de pedra tivessem sido arremessada contra meu peito me impossibilitando de respirar e sobre arfadas e soluços presos na garganta li novamente a frase "Elena Gilbert a órfã repugnante... Espero que ela queime no inferno" lagrimas rolaram dos meus olhos como se fosse à água que segue até precipício onde caia a cachoeira, fiquei encarando aquela frase e no chão vi a lata do spray que usaram pra escrever então o peguei e sacudi e logo se fez somente a palavra que eu quis e nisso pude sentir como se fosse a liberdade para mim então a joguei no chão e pude concluir que era aquilo mesmo, se é aquilo que dizem que eu sou então isso eu sou. Virei-me pra sai mais afastado uns 3 metros vi aquele mesmo cara da diretoria que disseram que foi ele que fez quilo olhando para mim ainda com o óculo e o capuz-HEY SABE DIZEM QUE O VALE É A INTENÇÃO... MAIS SE SUA INTENÇÃO FOI FAZER EU ME SENTIR COMO UM LIXO, MAIS DO QUE SOU, SINTO LHE INFORMAR MAIS DESTA VEZ DEU ERRADO- gritei para que ele ouvisse e só o vi abaixando a cabeça e sai andando pelo estacionamento até o portão em passos largos ri de mim por ter feito aquilo e ri também porque já estava drogada, dei uma passo a frente para andar mais vi aquela menina e aquele menino novamente porem ela esta olhando fixamente para mim seus olhos verdes pareciam querer alguma informação de mim fiquei meia intrigada com aqui e continuei andando meia desconfiada vai que ela iria me dar uma surra ainda mais agora que eu estou chapada. Cheguei à quadra de esportes e não havia ninguém me sentei na grama que fica no final da arquibancada e pude ver o teto da quadra e lá fora ao outro lado nuvens cinza cobrindo cada milímetro do céu azul, terminei de fumar meu cigarro e me deitei na grama contemplando minha brisa...