Back home - Hayffie escrita por Iza
Notas iniciais do capítulo
Capítulo novinho! Espero que gostem e boa leitura!
POV Peeta
– Como pode alguém ser tão cabeça-dura? - pergunto para Katniss ao entrar em casa.
– É o Haymitch, Peeta. – ela responde rindo – Ele vem jantar?
Olho para ela com uma expressão irônica e respondo:
– O que você acha? É o Haymitch, Katniss - falo imitando-a. Ela joga uma almofada em minha direção e quando abre a boca para me responder ouvimos gritos. Trocamos olhares preocupados e escutamos o barulho até que falo:
– Está vindo da casa de Haymitch.
Segundos depois os ruídos desaparecem. Esperamos, mas como não ouvimos mais nada sugiro que demos uma olhada para descobrir o que aconteceu. Ela concorda e andamos lado a lado até a casa de Haymitch. Ao chegarmos o encontramos bêbado, desmaiado no chão da sala.
– Típico – diz Katniss sem emoção.
Caminho até o corpo, seguro seus braços e olho para Katniss que está fitando a cena com um olhar curioso. “Uma ajudinha, por favor?” digo a ela e aponto para os pés de Haymitch. Ela os segura e me pergunta o que pretendo fazer.
– Não se preocupe Katniss, eu quero colocá-lo no sofá e não desovar seu corpo na floresta. - respondo brincando enquanto levantamos o homem e o deitamos no sofá.
Enquanto caminhamos lentamente até minha casa pergunto:
– Será que ele nunca vai crescer?
– Enquanto ele tiver você como babá? Acho que não. - ela responde
– Eu sei, é que não consigo vê-lo jogar a vida fora e não fazer algo. Você sabe disso.
– É eu sei. - ela sorri para mim e segura minha mão.
Ao chegarmos sentamos na sala e procuramos nos distrair conversando sobre algum assunto sem importância. Tem sido assim desde que eu voltei, nós passamos horas aproveitando a companhia um do outro, nos conhecendo e lentamente retornando ao que tínhamos.
– Com quem você estava falando ontem a noite? - Katniss me pergunta
– Com a Effie. Ela estava me contando como está o Distrito 4 e que Finn é o bebê mais adorável que ela já viu na vida – respondo animado
– Eu soube que ela estava com na prisão com vocês. É verdade isso? – Katniss pergunta
– Infelizmente é. Effie não merecia nada do que fizeram com ela, ela era inocente de quaisquer acusações da Capital, ela era uma deles, mas ela não era como eles. Entende o que eu quero dizer? Ela sempre foi querida e tentou nos ajudar, parecia que ela realmente gostava de nós, que ela não queria nos ver na arena. E durante a preparação para o Massacre eu tive certeza que ela não era como o resto deles, mas infelizmente a Capital não via compaixão como uma coisa boa. – digo em um tom amargo
– Eles a machucaram? – Katniss me pergunta cuidadosamente
– Sim, pensaram que ela tinha alguma informação simplesmente por estar próxima a nós. Eu me lembro que antes de ser resgatado a minha cela era ao lado da dela e ela procurava me tranquilizar quando eu voltava das torturas. Ela sempre perguntava como eu estava e nunca me falava o que acontecia quando era levada da cela e voltava horas depois. Todas as vezes que eu perguntava se ela estava bem ela dizia que sim, mas eu conseguia ouvir os gritos dela durante as torturas. Eu admiro muito a força dela e todo o carinho que ela teve por mim. Assim que nós nos aproximamos e agora mantemos contato. – explico a ela – Effie foi como uma mãe para mim e eu nunca vou me esquecer do que ela fez. – falo com uma voz meio embargada.
Katniss se aproxima e faz algo que me surpreende, ela me beija. Seguro seu rosto e retribuo o beijo com o máximo de carinho possível. Ao nos separarmos sorrio para ela, fazendo-a sorrir e abraço-a. Ficamos minutos assim sem falar nada até que ela corta o silêncio:
– Você deveria convidá-la para passar uns dias aqui.
Dou a ela um olhar confuso
– Effie – ela fala
–Ah! Eu já convidei várias vezes, mas ela sempre me dá uma desculpa. Acho que ela tem um pouco de medo de vir para cá, com tudo o que aconteceu e tal. – explico.
– Que pena, eu gostaria de vê-la. – diz Katniss
– Eu também. – respondo em um tom triste e abraço seu corpo com mais força. Ela descansa a cabeça no meu ombro e adormecemos assim, juntos.
POV Katniss
Acordar nos braços de Peeta me faz perceber o quanto senti sua falta nos meses que ficamos afastados. Tento me levantar sem acordá-lo, mas falho terrivelmente.
– Bom dia – ele me diz
– Bom dia – respondo.
– Não vai ficar para o café? – ele pergunta a me ver levantar e caminhar em direção a porta.
– Eu vou para casa tomar banho, mas eu volto para o café. – acho que dei a resposta certa, pois vejo um sorriso se formar em seus lábios.
– Te vejo daqui a pouco então.
– Até – digo indo em direção a porta
– Katniss – ele chama
– Sim?
– Pode passar na casa do Haymitch e ver se está tudo bem? – ele pede e faço uma careta. – Por favor. Eu iria se não tivesse que preparar pães de queijo para certa senhorita.
Ao ouvi-lo mencionar pães de queijo meu estômago ronca. Droga! Ele sabe como persuadir alguém.
– Ta, eu passo – digo com uma expressão contrariada que o faz rir.
Saio da casa dele e vou para a minha. Lá tomo um banho e me arrumo e sigo para a casa de Haymitch, onde encontro o mesmo dormindo exatamente como o deixamos.
– Haymitch, acorda. – chamo-o sem receber resposta
– Haymitch! – chamo novamente e ele se vira e continua a dormir.
– Acorda seu bêbado! – grito enquanto chuto o sofá.
Haymitch finalmente acorda e levanta-se bruscamente procurando sua faca até que ele me vê e percebe que fui eu que o acordei. Observo-o enquanto ele se senta no sofá e resmunga coisas obscenas com os olhos fechados, em um estado visível de dor. É, parece que a bebedeira ontem foi grande.
– Haymitch! – dessa vez ele me olha
– O que é? – ele pergunta agressivamente
– Peeta queria saber como você está. Nós ouvimos gritos ontem e...
– Eu estou ótimo – ele me interrompe – e peço minhas mais sinceras desculpas por estragar o jantar romântico de vocês, queridinha. – ele diz com ironia
– Sem gracinhas. O que aconteceu ontem? – pergunto e recebo apenas o silêncio como resposta – Haymitch? Haymitch? – nesse momento percebo que ele voltou a dormir. Era só o que me faltava.
– HAYMITCH! – berro
– O QUE FOI MULHER? – ele pergunta irritado
– O que aconteceu ontem? – ao ouvir minha pergunta uma carranca aparece em seu rosto.
– Tudo culpa dela – ele resmunga
– Culpa de quem?
– Dela. Ou minha, nem sei mais... - ele fala em um tom baixo
– Dela quem Haymitch?
– Da princesa! Tudo culpa dela.
– Princesa? – pergunto confusa
Haymitch me dá um olhar assustado como se tivesse falado de mais e diz:
– Foi culpa de um dos gansos, ta bom? Agora dá o fora da minha casa e vai procurar o teu padeiro. – ele se levanta e anda em direção a cozinha, provavelmente para pegar bebida.
– Espera aí, eu não estou entendendo nada. Você tem um ganso chamado princesa? – vou atrás dele
Ele para de caminhar, se vira em minha direção e grita:
–FORA!
Quer saber? Eu não tenho que aguentar um bêbado mal-humorado de manhã. Dou meia volta e saio irritada, deixando Haymitch curtindo sua ressaca. Ao chegar à casa de Peeta encontro tudo silencioso. Vou até a cozinha e chamo seu nome, mas não recebo resposta. Vou até o quarto e encontro-o sentado na cama olhando para a janela.
– Peeta – chamo seu nome, capturando sua atenção.
Ele me olha e percebo que algo está errado com ele. Tremores tomam conta do corpo dele quando nossos olhares se cruzam e ele sussurra:
– Vai embora.
Não entendo o significado de suas palavras, mas segundos depois o olhar dele muda para um inexpressivo, seguido a um olhar raivoso. Agora compreendo o que ele me diz, aquilo era um aviso. Fecho a porta o mais rápido possível e ouço algo se chocar contra ela antes mesmo que eu tenha a chance de trancá-la. Ele grita enquanto giro a chave na fechadura e me sento no chão do corredor. Escuto o barulho dos móveis sendo quebrados e dos seus gritos, tenho certeza que toda a Aldeia dos Vitoriosos consegue ouvi-los.
Esse não é o primeiro ataque que ele tem desde que voltou, mas com certeza é o pior. Lembro que o mais comprido até agora demorou três dias para passar totalmente e aquele não chegava aos pés desse. Pergunto-me o que posso fazer para ajudá-lo e procuro avaliar minhas opções. Entrar no quarto não faria bem a nenhum de nós. Haymitch também não ajudaria. Não consigo pensar em mais nada, mas me recuso a desistir. Uma vez eu praticamente desisti dele e acho que me arrependerei disso para o resto da vida, não vou cometer esse erro duas vezes.
De repente uma ideia surge e desço as escadas correndo até o telefone. Procuro um número e quando o acho disco-o apressadamente.
– Alô? – escuto a voz sonolenta do outro lado da linha
– Effie? Sou eu, Katniss. Preciso da sua ajuda! – digo desesperada
– Katniss? O que aconteceu querida? Você está bem? – ela pergunta preocupada
– Preciso que você venha agora para o 12. Aconteceu algo com Peeta.
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Katniss e Peeta? Mas não é uma história sobre Haymitch e Effie?
Primeiro: história acontece antes do epílogo, então eu acho injusto não abordar nem que seja um pouquinho como estão Katniss e Peeta.
Segundo que eu preciso de um motivo para Effie voltar para o Distrito 12 e eu encontrei esse motivo no nosso querido Peeta.
Amaram? Odiaram? Deixem-me saber a opinião de vocês, ela é e sempre será bem-vinda. Obrigada por acompanharem e até a próxima! Beijão!