Clichê escrita por desjeitos


Capítulo 4
Capítulo 4




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Eu tenho muitos primos e nós sempre fomos muito próximos talvez por termos a mesma idade ou por estarmos sempre juntos. Até quando eu e minha família fomos para os Estados Unidos eles iam sempre nos visitar junto com meus tios. Os meus favoritos eram a Gabriela que assumiu que gostava de meninas na mesma época que eu, isso nos fez ainda mais próximas já que nós entendíamos de uma maneira que ninguém mais conseguia, e Caio com quem sempre tive um conexão maior, com apenas um olhar decifrávamos um o outro, ele sempre tinha os melhores conselhos e a gente sempre sabia o que o outro precisava.

Quando eu queria ir em algum lugar gay ia com Gabriela, e para lugares heteros ia com Caio. Eles eram minhas companhias preferidas para qualquer festa. Os dois sempre foram muito mulherengos e as vezes era influenciada por algum deles.

Sexta-feira chegou, eu e Gabriela marcamos de sair. Iriamos a uma boate nova no centro. Minha prima chegou na minha casa as 18 horas. Pedimos uma pizza e ela começou a se arrumar, eu não levava muito tempo com essas coisas, odiava me maquiar e sempre acabava pegando a primeira roupa que via. Ela demorou 3 horas para ficar pronta enquanto eu levei apenas 40 minutos, sendo que mais da metade deles eu gastei no banho.

Saímos de casa por volta das dez horas e levamos mais 20 minutos para chegar na boate. Entramos e fomos direto dançar. O lugar era razoavelmente grande e eu agradeci por não estar lotado. A decoração era moderna e havia grafites com tinta neon em todas as paredes.

Depois de um tempo dançando resolvemos ir até o bar, pedimos bebidas iguais. Minha prima começou a trocar olhares com uma morena que estava do outro lada do bar a logo a arrastou para a pista me deixando sozinha. Fiquei lá distraída por alguns minutos quando senti alguém cutucando meu ombro. Virei e vi Amanda parada sorrindo para mim, acho que nunca parei para olha-la e ver o quão linda ela era, seus cabelos vermelhos cacheados e sua roupa preta colada deixavam isso ainda mais claro. Se não fossemos amigas, eu definitivamente tentaria pelo menos ficar com ela, mas eu não sentia nada por ela, apenas atração física então não valia a pena.:

– Não sabia que esse bar era tão bem frequentado, se soubesse viria aqui sempre. – qualquer elogio me fazia corar, mas a cara que ela fez me deixou ainda mais constrangida.

– Boba! – disse dando um empurrão em seu ombro. – é minha primeira vez aqui na verdade.

– Minha também. Mas eu realmente goste daqui, pretendo vir mais vezes, não por sua causa, obviamente. Você esta sozinha?

– Não, eu vim com minha prima mas ela se perdeu com alguma morena por ai.

– Então vem sentar com meus amigos e eu! – ela me puxou pra mesa em que seus amigos se encontravam.

Todos eram divertido e engraçados. Acabei ficando o resto da noite ao lado deles rindo e dançando. Depois de um bom tempo já estava querendo ir embora, fui até o bar com a Amanda para pedir mais bebidas e acabei encontrando minha prima.:

– Até que enfim te achei Giovana! Onde você estava?

– Com minha amiga ué! Gabi essa é Amanda, Amanda essa é minha prima – as duas se cumprimentaram, o olhar da ruiva se prendeu em minha prima enquanto ela continuava a falar.

– Bom, eu já me diverti, você já se divertiu, chega né? Eu estou cansada.

– Eu também, vou só me despedir do pessoal para irmos.

Dei tchau para os amigos de Amanda e pra ela. Peguei um taxi com Gabriela e logo estávamos na minha casa. Ela iria dormir lá essa noite e passaríamos o fim de semana juntas. Ela acabou nem me contando direito sobre sua noite e eu fiz o mesmo. Gastamos o sábado vendo filmes e comendo os doces que havia trazido dos estados unidos. Domingo fomos juntas ao sagrado almoço de família, esse seria o meu primeiro depois que voltei de viagem, estava morrendo de saudades de toda minha família e louca para ver eles todos.

Não é por nada não mas minha é a melhor do mundo. Meus tios não são daqueles tipos chatos que ficam fazendo piadas ridículas ou perguntando dos namoradinhos. Eles sabem da minha opção sexual e respeitam muito isso, o único que vai contra o que eu e Gabriela sentimos é meu avô paterno mas ele nunca estava presente então não fazia nenhuma diferença. Passei o domingo inteiro rindo, contando algumas historias engraçadas que vivemos nos Estados Unidos e tirando sarro dos erros de inglês da minha mãe.

Cada dia que passava eu tinha mais certeza da falta que minha casa e aquelas pessoas faziam.


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