Ficamos lá apenas cinco dias, a lua de mel relâmpago, já que Don precisava reorganizar as coisas na empresa. A desculpa foi exatamente a verdade, a empresa. O motivo de todo esse contrato.

Estávamos num táxi a mais ou menos uma hora, de volta a NY.

D.F: Bem vinda ao lar. – ele saiu de dentro do táxi, e estendeu a mão para mim. Eu ignorei.

Fiquei de pé certo, enquanto as malas eram retiradas do carro pelos empregados.

J.F: é a casa do seu pai? – era uma mansão gigantesca. Branca, com jardins. A casa dos sonhos. Não era diferente da minha antiga, a de meus pais. Mais era... De qualquer forma, estranho.

D.F: é a sua... – ele usava jeans e camisa branca, normalmente. Colocou óculos, já que o sol era intenso. – o meu presente de casamento pra você... Achei que você não iria gostar de morar com os meus pais, já que eu não me importaria.

ESPERA, MINHA? Ele tinha me dado aquele palácio de presente?

J.F: Don, você... Não precisava eu... Você não precisa me dar nada. – eu falava gaguejando. Ele abriu um sorriso de canto.

D.F: gatinha... – ele se aproximou de mim lentamente. – eu sou seu tutor... Até o próximos meses que vem quando você fizer19 , eu tenho que te dar tudo.

AI MEU DEUS...

Me dá tudodon... Que dizer, FICA LONGE DE MIM!

J.F: sendo assim... Obrigada. – minha voz tremia.

D.F: estou curioso... Deixei nas mãos da minha irmã a decoração. Particularmente Sam tem um ótimo gosto... – ele abriu a porta, e adentramos.

Ele também não tinha visto a casa, e pareceu gostar, assim como eu. Era lindo, claro, enorme, absolutamente um sonho.

J.F:Flack... – murmurei. – você não precisava ter feito isso...

D.F: Jessica, chega de frescuras. – subimos para o segundo andar. Já havíamos visto a piscina, agora queríamos ver os quartos.

Havia vários, onze na verdade. Porém apenas dois tinham a porta aberta. O primeiro era decorado em marfim.

Uma enorme cama de casal no centro, a porta do closet, espelho no teto sobre a cama (pasmei), TV gigante na parede, aparelho de som, notebook sobre uma mesa perto da cama com luminária e tudo. Era super lindo, e másculo. Era de Don. Ele adentrou, e a visão ficou mais perfeita com ele lá. Era na verdade, uma suíte. A do casal.

Ele me observou.

J.F: qual é a do espelho? – eu tentei descontrair.

D.F: Hum... Sam é meio... Doida. – ele saiu do quarto comigo. Fomos até o outro. Era lindo. Extremamente lindo... Era roxo com verde claro. HAHA! Tinha uma cama de solteiro branca, com a roupa de cama toda roxo e verde , havia TV, computador para estudante, livros, havia também um lustre de globo de luzes, uma mural com várias fotos... Minhas. Sofá roxo, closet, era PERFEITO.

J.F: ela não é tão doida assim... – ele devia estar pensando que eu era uma idiota. Mais eu tinha18 anos , e aquele quarto era um máximo. Parecia o meu antigo quarto... Na verdade era quase uma replica exata. – eu adorei. Lembre-me de agradecer... A casa está no mínimo perfeita...

D.F: que bom que gostou. – os olhos de Don eram confusos – bem, ela também já contratou todo o corpo de trabalho – criados? Isso era definitivamente bom – espero que fique... Bem. –Don me deu as costas, e eu corri até ele meio... Confusa?

J.F: aonde você vai? – questionei achando estranho.

D.F: pra empresa,Jessica... – entramos no quarto dele. Com as mãos impassíveis, ele tirou a blusa.

J.F: Ah, Ok. – eu disse baixinho. Fui pro meu quarto sem olhar pra trás. AAAH QUE TENTAÇÃO, PAAI!

Cheguei à minha imensidão roxa , e me joguei na cama. Suspirei, e comecei a ter um treco. Eu mereço, meus Deus!

E assim os dias foram se passando... Don e eu brigado, brigando muito. Odiando-nos a cada dia... O motivo eu nem sei bem o porquê, só sei que não agüentávamos ficar no mesmo cômodo por mais de meia hora.

Eu mal o via. Ele saia cedo pra ir à empresa, e voltava beirando as seis. Tomava banho, jantava muitas vezes sozinho, porque eu comia em meu quarto, e se trancava no quarto com seu computador e trabalhava mais a noite toda.

Nós estávamos nas minhas ultimas semanas de férias, e eu precisava comprar o meu material escolar.

Em certa noite, ele chegou a casa como sempre. Exatamente dois meses depois do casamento.

Enquanto subia as escadas tirando a gravata, eu o observava da porta de meu quarto escondidinha.

Eu tinha medo dele, medo de ficar perto... Medo do que podia acontecer. Eu ainda o odiava, ainda tinha repulsa... Eu não conseguia ver dentro dele toda aquela beleza que eu via por fora.

Não adianta, eu não tinha coragem... Coragem de chegar e dizer a ele que eu precisava de dinheiro pra comprar meu material. Eu não sei se ele iria me dar, mais não era isso o que me importava. Meu pai já não me dava mais nada desde o casamento, ele disse que agora eu tinha marido, ele não se responsabilizava mais por mim; eu estava zerada...

Mais na realidade eu não tinha marido. Eu vivia com alguém... Apenas isso.