Pov Hiccup

Fogo!

Estávamos em uma sala cercados por fogo!

Ele se aproximava cada vez mais, nos sufocando.

– Não imaginava que você teria coragem de voltar aqui querida. – falou a voz de uma mulher. Ela soava doce e protetora.

– O que você quer?! – Rapunzel gritou desesperada. – Como me achou?!

– Você nunca me abandonou Rapunzel. – respondeu a voz. – Eu sou parte de você.

Então em meio às chamas uma mulher bela, de aparência jovem e com cabelos negros e cacheados, apareceu. Ela estava no meio das labaredas quentes e perigosas que brincavam no ar e se aproximavam cada vez mais de nós. Mas ela não se queimava!

– Você nunca foi parte de mim! E nunca será! – a loira ao meu lado cuspiu as palavras com desgosto.

– Há... Então é assim? Você vai negar sua própria mãe? – como assim mãe? – Eu também tenho meus truques...

– Do que você...

– Merida! – gritou a voz esganiçada de uma mulher interrompendo Rapunzel.

– Mãe?! – gritou Merida dando passos desesperados até a fronteira das labaredas de fogo.

– Me ajude...

– O que está acontecendo com você?!

– Quem você pensa que é Gothel? – gritou Rapunzel a buscando em meio ao fogo.

– Seu pesadelo. Seu pior pesadelo! – ela respondeu com uma voz sombria, ainda envolta em chamas. – E se você nega sua própria mãe... Seus amigos também vão sofrer as consequências.

– Fogo inútil! – gritava Merida indignada tentando evitar chegar perto demais.

– Jack! Jack! – uma voz doce e infantil começou a ecoar em nossos ouvidos.

– Emma? – o albino falou em um sussurro. Os olhos lampejando em incredulidade.

– Ja... – a voz falhou.

– O que você está fazendo com a minha irmã?

– Tudo culpa da Rapunzel... – ecoou a voz de Gothel seguida por uma risada maligna.

– Hiccup! – uma outra voz me chamou. Era uma menina. Uma que eu conhecia muito bem... Uma que não pediria a minha ajuda a não ser que fosse muito sério...

– Astrid... – murmurei incrédulo. – O que pensa que está fazendo com ela?! – gritei indo em direção às chamas, mas...

– Você nunca ouviu que quem meche com fogo sai queimado? – respondeu a mulher sorridente aparecendo nas chamas na direção para a qual eu corria

Encostei no fogo e ele avançou em cima de mim. Senti uma dor insuportável de queimaduras por todo o meu braço, gritei e cambaleei caindo sentado enquanto algumas bolhas já surgiam pela minha pele.

– Eu avisei! – cantarolou Gothel.

– Solte minha mãe! – gritou Merida. – Você não sabe com quem tá mexendo, velha de meia tigela!

– Você precisa achar amigos melhores Rapunzel. Sem mim você realmente não sabe se virar. Mas não se preocupe... – Ela apareceu ao lado da ruiva. – Eu vou ensinar essa menina malcriada.

– Me solta! – gritou Merida enquanto Gothel puxava seu cabelo e a levava até as chamas.

– Solta ela! – Punzie avançou para a mulher, mas do nada a coluna de fogo apareceu e avançou em cima dela, a queimando.

– Que educação eu te dei? – gritou a mulher revoltada. – Vou te ensinar que ninguém desafia a mim!

Um urso gigante com uma cicatriz no olho esquerdo avançou das chamas e pulou em cima da loira, ele já estava pronto para dar o golpe final quando Jack apareceu com uma faca e atingiu o mesmo, ele urrou de dor e saiu de cima da loira, desaparecendo novamente no fogo.

– O que você tá fazendo? – gritou a loira confusa.

– Improvisando! – ele respondeu entregando uma arma para ela.

– Eu não sei mexer nisso!

– Então acho melhor você aprender rápido! – então ele correu até a ruiva. Ela se debatia e puxava o cabelo desesperada numa tentativa de fugir de Gothel e escapar do fogo que se aproximava cada vez mais. O albino num movimento rápido cortou o cabelo dela a fazendo a cair e Gothel sumiu novamente nas chamas.

– Pega isso! – gritou Jack me atirando outra arma.

– Eu tô meio ferido caso você não tenha notado! – gritei estendendo meus braços vermelhos e repletos de bolhas.

– Estamos num sonho... A dor é apenas na mente. – ele respondeu enquanto atirava na direção de Gothel, mas não conseguia acertar o alvo.

– Me passa uma arma Iceberg! Minha mira é melhor que a sua. – pediu Merida caminhando em sua direção.

Ele jogou o objeto e assim que a ruiva segurou-o se virou com a mão no gatilho e os olhos como que de águia, procurando a melhor forma de acertá-la.

– Eu vou perguntar apenas mais uma vez... – ela avisou com a voz arrastada. – Cadê a minha mãe?

– Você realmente acha que eu vou falar? – a mulher respondeu com os olhos semicerrados. – Só vou dar uma dica. Você vai estar com ela em breve!

As labaredas quentes voltaram a avançar na nossa direção. Inconscientemente puxei Merida a fazendo cair ao meu lado e impedindo que as chamas a engolissem. Em seguida, Jack e Punzie se puseram atrás de nós, formávamos um circulo.

Encarava as chamas se aproximando e consumindo todo o oxigênio no espaço, a fumaça nos sufocava e o calor crescente nos fazia suar e deixava nossa visão turva e embaçada.

– Já chega velha. – murmurou Merida levantando a arma. – Eu te avisei...

Com os olhos semicerrados ela apertou o gatilho, a bala, certeira, atingiu em cheio Gothel. Os olhos da mulher se preencheram de incredulidade enquanto ela encarava a ruiva que permanecia com um olhar frio.

– Como pode ter tanto sangue frio? – Gothel perguntou ainda de olhos arregalados e flutuando acima das chamas.

– Cadê a minha mãe? – Merida devolveu seca.

– Já que insiste... – a mulher falou já com a voz arrastada. – Aqui está, não só sua mãe... Mas todos que vocês amam!

Astrid, uma mulher de cabelos lisos e longos presos num rabo de cavalo e uma garotinha de cabelos castanhos irregulares, apareceram ao nosso redor, próximos às chamas.

Olhei para Astrid e seus olhos estavam repletos de medo. Fiz menção de ir até ela, mas mãos de uma garota que eu conhecia muito bem surgiram através das chamas, em seguida um rosto pálido, com cabelos negros e olhos verdes, se revelou entre as labaredas vermelhas e laranjas. Ela me encarou e sua mão tapou a boca de Astrid, que começou a se debater desesperada. Com a mão livre a morena fez sinal de silencio e um sorriso sombrio preencheu seus lábios finos, então ela se voltou para trás levando consigo o corpo de Astrid. Vários gritos esganiçados de dor ecoaram em nossos ouvidos e depois silêncio.

A incredulidade estava estampada nos olhos de cada um de nós.

– Agora... O Grand Finale. – anunciou a mulher com a voz arrastada e embargada.

As labaredas, que haviam se acalmado e morriam pouco a pouco, do nada se intensificaram e avançaram novamente.

Nos engolido para a escuridão...

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Acordamos todos em conjunto com um grito desesperado.

Meu coração batia desesperado em meu peito e ameaçava sair pulando pelo galpão. Não sabia o que havia acontecido, nem como aquilo havia acontecido! O fato é que aquele não foi um pesadelo normal!

– O QUE FOI AQUILO??? – gritou Merida desesperada tirando a agulha de seu pulso.

– Eu... Não sei! – respondeu Jack com a mão nos cabelos confuso e assustado.

– Como isso aconteceu? – perguntei sem entender mais nada.

– Quem estava sonhando? – o albino devolveu a minha pergunta.

– Com tudo o que aconteceu, eu arrisco que foi um sonho da loira. – falou Merida já em pé na nossa frente.

– Punzie, o que aconteceu? – perguntei me virando para a cadeira onde ela estava sentada, mas meu coração voltou a ameaçar sair pela minha boca quando eu percebi...

....que ela não estava mais lá.