O Meu Muro Caiu, literalmente escrita por Carol Araujo


Capítulo 19
Capítulo 19 - Um encontro quase perfeito


Notas iniciais do capítulo

è nesse ponto da história, que as coisas começam a melhorar para a nossa querida Alex. Esse é um capitúlo mais romântico, então aproveitem.



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Acordei com minha mãe me sacudindo dizendo que está na hora, e reclamando por eu ter bagunçado meu cabelo dormindo, como se eu tivesse culpa disso. Mas, mesmo assim as reclamações dela pareciam zumbidos, enquanto eu memorizava o que me aconteceu antes de cair na cama, vi de novo a montagem na minha mente e suspirei. Eu torço com toda a minha vontade que Mateus não veja isso, quer dizer, o que ele vai pensar de mim? Respirei fundo, e me levantei, com minha mãe ainda naquilo.

- Alex, coopere, já está na hora, eu não sei quantas vezes Mateus ligou para você e dizendo que era urgente, mais como eu sou muito mole...

- Mateus ligou? – Eu perguntei, sem saber muito como saiu minha voz.

- 5 vezes eu acho... – Ela bufou – Se arrume que eu também vou, a gente está perto de se atrasar! – Ela saiu batendo a porta do meu quarto, ela me ama...

Demorou uns cinco segundos para eu respirar e começar a me arrumar , fui ao banheiro tomando cuidado para não molhar o meu cabelo  preso com um prendedor, me cobri e decidi fazer minha maquiagem. Coloquei meu vestido com meu rosto maquiado já pronto, soltei meu cabelo enorme, que estava macio e cheiroso ainda.Escovei um pouco para não estragar muito  e deixei solto. Coloquei minha sapatilha e para finalizar, eu coloquei um perfume qualquer. Parecia o mesmo ritual de ontem, tomara que não dê o mesmo resultado. Peguei meu celular e comecei a discar o número quando mamãe me agarrou pelo braço e me puxou para sair de casa, bufei e coloquei o celular no bolso do vestido.

- Mãe, calma – Falei, ela estava me puxando na escada, e eu estava com medo de cair, eu sou muito nova para morrer.

Ela pareceu que não me escutou e me enfiou no carro e foi trancar a casa inteira, fui pegar meu celular de novo, como eu não ia me arriscar falando sobre aquilo com Mateus na frente da minha mãe, eu mandei uma mensagem para o celular dele dizendo que eu já estou indo. Eu ia ver se eu conseguia falar com ele a sós no restaurante, nem que seja no banheiro masculino. Minha mãe entrou rápida no carro, com um salto agulha ,o que é incrível, e saímos de casa. Eu torcia de todos os jeitos que esse encontro desse certo.

~~~~~~~~~~~~~~

Chegamos a um restaurante chique italiano e minha mãe desligou o carro, eu nem pude contar até três até que ela me puxasse de novo pelo braço para sair, já que eu estava paralisada, nervosa.

- Calma , Alexandra- Minha mãe falou e um garçom de aparência rude abriu a porta para nós duas.

Eu absorvi tudo, mesas perfeitamente arrumadas com um vaso de flores no meio, permanência de vermelho molho de tomate e branco e vários garçons com paletós servindo comidas caras e frufrus, eca. Eu preferia estar no Hard Rock agora, mas nessa vida a gente tem que pagar uns micos. Enquanto minha me guiava para uma mesa para a gente esperar o resto do povo, eu fiquei pensando em como eu devia estar de aparência ridícula.

 Me sentei impaciente, e comecei a bater meus pés freneticamente no chão, minha mãe agarrou meu braço dizendo para parar, mas eu continuei. Peguei a única rosa do vaso e a segurei nas mãos, vendo a textura macia das pétalas vermelhas. Fiquei concentrada na rosa até ouvir a porta abrir ( eu nem sei direito como) e vi os dois entrando. Primeiro, a  perua é claro, seu cabelo falsamente loiro e cheio de luzes, com um vestido apertado dourado  e deixando o mais bonito por ultimo... Mateus, sorridente. E DE TERNO! Eu nunca pensei como são charmosos, bonitos e atraentes homens de terno, em vez de careta. Eu dei um sorriso bobo para ele e ele deu uma risada abafada, é... Eu estava completamente e debilmente apaixonada por ele. Mateus sentou do meu lado sussurrando um “oi” para mim, me fazendo rir baixinho. A tia dele sentou na única cadeira restante, olhando absorta para mim. Eu  corei e olhei para minha mãe.

-Eu lamento por meu marido infelizmente não pode vir, ele parece que está com uma virose – A tia de Mateus falou quebrando o silêncio.

- Ah, que pena, realmente anda tendo uma crise grande de virose aqui. – Minha mãe falou sorridente, é claro que ela não tinha vergonha nem timidez, ela era uma jornalista.

- Hm, já pediram alguma coisa?

- Não, estávamos esperando vocês.

-Ah- Ela rolou os olhos – Podemos pedir o cardápio agora, sim?

- É claro – Minha mãe sorriu e chamou o garçom que veio, eu não estava muito interessada nisso. Olhei para Mateus e ele escrevia alguma coisa no guardanapo e assim que acabou me entregou, junto com a caneta.

“ Tá de franja, ein?”

Eu ri baixinho e comecei a escrever.

“ Minha mãe me arrastou para um salão. O que achou?”

Entreguei a ele , quando ele terminou de escrever, me entregou.

“ Bom, você sempre foi linda”

Eu corei para o guardanapo e olhei para ele me encarando, voltei meus olhos para o guardanapo, envergonhada.

- E então crianças, o que acham? – A tia de Mateus falou tirando de meus devaneios. Nós ficamos calados. – O que acha de uma macarronada com almôndegas para o jantar?

- Ah, ta ótimo – Eu falei e Mateus concordou, eu acho que eu nem ia conseguir sentir o gosto mesmo.  Eu queria sinceramente sair daqui e levar Mateus junto. Mas a vida não é justa.

Respirei fundo e encarei o pessoal, todos calados, estava meio tenso. Eu tamborilei meu dedos na mesa e sussurrei que eu ia ao banheiro e saí dali meio desajeitada.  Me guiei até onde parecia ser o banheiro feminino e entrei.  Olhei-me no espelho enorme, eu estava realmente... Sei lá, desajeitada nessa roupa, acho que desconfortável iria definir melhor. Meu celular deu sinal e o peguei, era uma mensagem, de Mateus. Ergui a sobrancelha e abri a mensagem.

“Eu te encontro na porta do banheiro, eu conheço um lugar”

Simplesmente... Não entendi. A gente ia para onde?  Nós não podíamos ficar afastados por muito tempo, senão iam desconfiar. Olhei-me no espelho novamente e ajeitei minha franja. Abri a porta do banheiro e vi o MEU lindo encostado na parede me esperando, sorri como uma boba, de novo. Ele pegou minha mãe e me guiou meio escondido atrás dos garçons. Abriu uma porta e tinha uma escada, subimos.

- Onde a gente está indo? – Perguntei curiosa

- Shhh, você vai ver, está perto – Ele riu, e até que fim essa escada interminável, acabou.

Era um terraço, pequeno, mais alto. Dava para ver as estrelas no céu e a lua cheia, uma noite linda de verão. Senti uma brisa fina e tremi levemente. Mateus, notando, me deu seu paletó e eu o vesti sentindo o cheiro dele pelo paletó, eu sorri feliz.

- Obrigada – Sussurrei, ele riu.

- Eu descobri esse lugar depois de umas vindas chatas da minha tia até aqui, tem suas vantagens, eu pedia para ir ao banheiro e eu ficava aqui.

- Fujão – Eu ri. Ele sentou no chão, eu sentei do lado dele.

- Era muito chato, você iria entender. – Ele disse.

- Eu ando entendendo, desde hoje – Falei, ele entrelaçou as nossas mãos, num aperto quente e minha mão pálida e fria que fazia um belo de um contraste com a pele levemente bronzeada dele, parecia tão... Perfeito. Ficamos calados por uns minutos e a consciência me atingiu, pondo em mente a montagem, fiz uma careta.

- O que foi? – Ele perguntou. Eu o olhei, estava com o rosto sereno.

- Nada – Falei com minha voz alterada.

- Fale – Ele sorriu

- Ah, é nada demais... – Eu bufei, não era não nada de mais. -  É que, eu entrei na internet e hoje e...

- Por favor, não fale nisso – Ele rugiu

-Hã? – Hã?

- Eu já sei disso, eu já vi á algumas semanas. Se eu pegar o cara que...

- Espera! O quê? Você já sabia?

- Eu disse, já faz umas semanas, me mandaram por e-mail.

- Quem mandou?

- O nome dele é secreto – Ele falou irônico

- Ah, mas como... Como sabia que não era eu? Por que guardou segredo?

- É que eu não queria colocar mais uma preocupação na sua cabeça, você já tem coisa demais – Ele falou, e olhou para mim, eu fiquei meio que sem lembrar como respirar.

- E eu sabia que não era você... Por que você nunca faria isso, em hipótese alguma. – Ele  suspirou – Você não é fútil. E aquela foto ainda tem um erro, ou quer dizer, montagem mal feita.  – Ele sorriu e tirou um pouco o terno do meu ombro, me provocando arrepios.Ele pegou no meu sinal de nascença, debaixo do meu pescoço e tocou levemente.

- Não tinha esse sinal no corpo – Ele riu – Eu sabia de primeira que não era você

- Nada passa por você né? – Eu ri, ele ficou calado, eu era uma sortuda.

- Sabe por que eu te adoro? – Ele sorriu levemente.

- Na verdade, eu não sei. Eu sou uma rabugenta. – Eu ri, era verdade.

- Desde primeira vez que eu ti vi com aquela camiseta que do AC/DC, eu vi que você era diferente, e não um diferente ruim, mas... Legal. E ainda mais, foi a única que eu não vi me atirando para mim. – Ele riu, se ele soubesse que eu até coloquei perfume por ele... – Você é engraçada, nada fútil, rabugenta, teimosa, preocupada, desajeitada, forte, bonita e... Canta paramore - Ele riu

- Que declaração – Eu ri disfarçando meu constrangimento.

- É o melhor que eu posso, ok? – Ele falou

- Você sabe que eu te adoro também né? Mais acho que não é novidade nenhuma uma garota como eu ficar aos seus pés.

- Hm – Ele sorriu e eu me aproximei, encostando meus lábios famintos nos dele – Acho que não – Ele sussurrou e me beijou num beijo que fez meu pequeno coração pular de alegria e de... Esperança. Ele agarrou minhas costas e me levou mais para perto e eu assenti agradecida e agarrei-o também.  Minha respiração estava ofegante e ela tirou o terno dos meus ombros, fazendo meus ombros arrepiarem com o toque quente e me aproximou mais, eu gemi agradecida. Será?

- Vamos parar por aqui né? – Mateus falou meio ofegante também, é não vai ser hoje.

- Hm – Foi só o que eu consegui murmurar. Ele riu e se levantou e me ajudou a também levantei, fiquei em pé meio desajeitada e meio tonta, me equilibrei nele, e descemos a escada, eu me sentia nas nuvens e agora descendo direto para a realidade.

- Eu nunca pensei como é legal fugir – Eu falei, ele só riu.

Chegamos na mesa e as duas já estavam comendo a macarronada, o tempo passou e eu nem vi.

- Demoraram em? – Minha mãe perguntou, só assentimos.

- Deixe as crianças para lá – A perua falou, eu me assustei com o seu bom humor, sentei na mesa.Mateus olhou estranho para a tia dele (vaca)  e se sentou e começou a comer eu tentei fazer o mesmo.

-Sim, Ângela querida, me conte mais sobre sua viagem a Paris  - A vaca falou, espera, minha mãe nunca foi para Paris, será que?... Que mãe linda para puxar a filha! Mentindo para mim se dar bem, eu ri calada enquanto minha mãe caprichava nos detalhes. Depois do jantar  terminar, a não-tão-mais-vaca-assim, ou NTMVA pagou a conta inteira depois de eu e Mateus pedirmos sorvete e eu melar meu vestido meu vestido novo de chocolate, mas quem disse que eu liguei.

- Você está com a boca toda melada de chocolate – Mateus riu.enquanto eu lavava minhas mãos numa pia

- Quer provar? – O provoquei  e ele rolou os olhos e eu limpei a boca.              

- Vamos! – A minha mãe me puxou e dei um selinho em Mateus e fui embora do restaurante, foi melhor que eu imaginei. Eu e minha mãe entramos no carro, e ela começou a dirigir.

- Mamãe eu não sabia que você sabia mentir tão bem – Eu ri

- Mentir? – Ela perguntou

- Sim, você nunca foi a Paris - Rolei os olhos

- Já fui sim. Não sabia? – Hã?

- Quando?

Minha mãe suspirou

- Na lua de mel com seu pai, mais não vamos falar nisso, ok?

 Eu bufei e fiquei olhando o trânsito passar. Bom, pelo menos um problema já foi. Agora faltam os outros. Minha vida vai ser sempre assim, não é?

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Eae? quero rewiens.