De jeito nenhum que Grigor iria desistir daquela luta tão facilmente. Ele estava se culpando pela perda do convite e queria reaver aquilo de algum jeito, por isso apostou com Roggentrax um convite do torneio, mal sabia seu oponente que era um blefe. A multidão em volta estava decepcionada, já estavam cansadas de ver o pirata mais alto espancando os outros, mas eles começaram a se interessar quando viram Grigor levantar sem muita dificuldade, de algum jeito estavam com esperança de que ele fizesse algo que os animasse.

—Você é fraco para ser um dos concorrentes, estou começando a achar que só queria tentar roubar meu convite. -Roggen ri, tirando sarro do adversário. -Não será problema de qualquer maneira, eu ficaria nervoso se estivesse fazendo isso apenas se você fosse um desafio… Essa luta acabará apenas com mais um soco! -Ele prepara o soco, mas em um piscar de olhos, Grigor some de sua frente.

—Você tem razão. -Ele reaparece na sua frente, Roggen arregalou os olhos. -Hurricane Destroyer!—Uma estranha energia no braço de Grigor atrai todos os ventos para seu punho, girando em uma velocidade extrema, toda essa força é liberada no rosto de Roggentrax quando Grigor o acerta, a explosão é tamanha que o pirata mais alto é mandado para muito longe, colidindo com estruturas e edifícios a metros de distância, e o chão onde a explosão ocorreu se torna irreconhecível, com buracos, rachaduras e deformações.

A multidão ficou espantada com o poder daquele garoto, não esperavam que depois de levar aqueles golpes de Roggentrax ele levantaria, ainda mais destruir seu oponente do jeito que fez. Seu braço ficou fraco depois do golpe, ele ficou ofegante, aquele poder todo exigia demais de seu corpo e mente, não tinha forças para usar outra vez aquilo por algum tempo. Ele precisava agora ir até o seu adversário desmaiado e pegar o convite, mas de longe ele percebe seu oponente levantando.

—Merda…

—Esse soco… Nunca vi igual… -Roggentrax estava ensanguentado, com certeza seu nariz havia quebrado, suas costas e peito estavam cheios de cortes por causa das colisões com as estruturas. -Terei que usar toda a minha força! -Ele tirou sua luva, e para surpresa de Grigor, era uma luva com peso. -Com 500kg a menos no meu braço, poderei acertá-lo com um pouco mais de força.

—Uma luva com peso? -Grigor começa a se preocupar. -Não conseguirei derrotá-lo sem usar meu Hurricane Destroyer, o corpo desse homem é muito resistente. -Pensa. -Terei que aguentar alguns minutos até usar meu golpe novamente. -A situação começava a ficar tensa, sem usar seu golpe mais forte não tinha o que fazer para derrotar Roggentrax.

—Prepare-se garoto! -Ele corre na direção de Grigor. -Toma essa! -Quando ele vai acertar, o homem vórtex pula muito alto. -Belo pulo, mas não vai me impedir! -Roggentrax faz o mesmo e consegue acertar Grigor com seu punho mais forte, o homem vórtex cai no chão, ainda consciente. -Não vai usar aquele seu soco de novo? O que pretende fazer para me vencer então?

—Essa luta é um teste para mim. -Pensava Grigor, ofegante. -O Hurricane Destroyer… Nunca tinha usado ele numa batalha, era um golpe que eu nnca fui capaz de executá-lo perfeitamente como fiz há pouco… Mas ele não é o único que eu já treinei e nunca consegui. -Ele posicionou suas pernas e braços. -Tenho mais truques na manga.

—Essa sua akuma no mi é interessante, mal posso esperar para saber do que mais você é capaz! -Roggentrax enrijece seus músculos, ele fica mais forte do que já é. -Venha com tudo, garoto! -Grigor respira fundo duas vezes, e na terceira puxa uma quantidade surpreendente de ar, inflando seu peito ao máximo.

—Hell’s Vortex! —Ele solta da sua boca uma rajada de ar giratória que empurra as pessoas ali para longe, quebra o chão e faz os pedaços quebrados girarem junto. Mas para sua surpresa, Roggentrax resistia ao golpe, ele apenas protegia seu rosto, mas continuava avançando na direção de Grigor, dentro do vórtex. -Mas o que? Como ele consegue? -A rajada feria Roggen enquanto se movimentava, mas ele não parava de andar.

—Vai precisar de mais que isso para me derrubar! -Ele faz o movimento de socar Grigor.

—Não vou aguentar mais um soco desse! -Pensa Grigor. Ele para a rajada e coloca seu braço direito na frente do rosto, rapidamente cria uma camada de ar no braço, amortecendo o soco, que mesmo assim o jogou longe. Ele se segurou no chão.

—Jogada inteligente, mas não deixarei fazer de novo.

—Mais dez minutos, só isso que preciso…

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Quando o mágico e sua parceira foram embora, Kazu e Tia finalmente se soltaram daquele “transe” em que estavam, eles começaram a se acalmar, não sabiam do que aquele homem era capaz, só sabiam que ele era extremamente forte, e que eles não seriam páreo para ele com o poder que eles possuem agora. A situação deixou Kazu preocupado com o tipo de oponente que enfrentariam naquele torneio, de jeito nenhum conseguiriam lutar se todos estivessem no nível daquele mágico.

—Minha espada… -Tia começou a chorar. -Eu tinha ela há tanto tempo, não acredito nisso. -la andou até onde estavam os dois pedaços de sua arma e os pegou.

—Tia, vamos sair daqui… -Ele levou a mão ao rosto, Tia nem se virou. -Tem algo de errado, estou preocupado com meus companheiros… Não sei se vamos conseguir lutar. -A insegurança tomava conta de Kazu pela primeira vez. Sua parceira então começou a dizer.

—Kazu, ouça bem o que estou te dizendo. -Ele olhou para sua companheira. -Nós vamos participar desse torneio com ou sem o convite. -Ele estranhou. -E eu quero que aqueles dois participem, pois vou dar uma surra nos dois! -Ela apertou sua espada quebrada, sua mão começou a sangrar pouco. -Não vou perdoá-los por ter destruído minha espada e por ter nos humilhado daquele jeito! Eles podem ser fortes, mas vamos mostrar que podemos ser mais! -Ela se levantou, guardou os pedaços de sua espada na bainha. -Vamos, capitão… Precisamos encontrar nossos companheiros.

—Sim, vamos Tia. -Ele não demonstrou felicidade ou animação nenhuma, apenas concordou com Tia e foi junto com ela procurar seus amigos.

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Toda uma multidão e destroços de construções e do piso chamaram a atenção de Aki e Valla, que quando conseguiram passar aquela quantidade de pessoas, viram que seu parceiro lutava contra um homem aparentemente forte, e estava apanhando feio, levando socos e chutes a vontade, mas sempre se levantando para tentar fazer algo.

—Grigor? O que está fazendo? -Gritou Valla, preocupada.

—Não soube garota? Ele desafiou Roggentrax, eles estão apostando seus convites do torneio. -Respondeu um homem que estava ao seu lado.

—Convite? Mas ele não tem… -Valla tapou a boca de Aki rapidamente.

—Grigor… -Pensava. -Você se sentiu tão culpado assim?

—Precisamos ajudá-lo, ele não parece estar vencendo. -Disse Aki.

—Você tem razão. -Valla pegou seu arco, mas ao andar para frente da multidão para mirar melhor, Grigor a viu e a impediu de atirar.

—Não atire Valla! -Ela se surpreendeu. Nesse momento Roggentrax parou de atacar para entender o que estava acontecendo, Grigor, que estava caído, todo ensanguentado, se levantou e ficou na frente do seu oponente. -Eu perdi aquele convite, sem ele, Não conseguiremos o prêmio, será mais difícil achar sua mãe! -Aquelas palavras tocaram a arqueira. -Eu vou reaver ele, eu prometo!

—Você perdeu seu convite? -Roggentrax olhou furioso para Grigor, mas soltou um sorriso de canto de boca. -Pelo menos seu desafio foi o único que valeu a penas hoje, se ganhar, pode ficar com meu convite, mas se perder… Vou matar sua amiga enquanto você assiste. -Grigor nunca deixaria aquilo acontecer.

—Valla, Aki… Essa luta é minha. -Ele se virou para seu inimigo. -Vamos acabar logo com isso, já estou cansado. -Roggentrax acertou um soco no estômago de Grigor, que não teve como se defender ou esquivar.

—Você já está no seu limite! -Grigor caiu em pé.

—Você está enganado, eu posso ter levado incontáveis golpes, mas não gastei minhas energias com praticamente nada! -Ele cerra seu punho e se prepara. -Estava guardando para meu último golpe… -Novamente os ventos dali são atraídos para o punho de Grigor, mas dessa vez mais intensamente, deixando até mesmo as pessoas sem ar, Aki e Valla sentem dificuldade para respirar, aquela energia estava fora do comum. -Hurricane… —Ele fica a poucos centímetros de Roggentrax, que percebe que a luta vai terminar ali. -... Destroyer! —Ele grita alto, e o soco acerta o rosto do oponente, toda aquela energia liberada causa mais destruição do que no primeiro golpe, o corpo de Roggentrax é lançado a uma distância gigantesca, parando somente no edifício de ferro de Aurel.

—Mas que força é essa? -Aki não acredita no que vê. -Grigor, quando você ficou tão poderoso?

—Com essa força… -Valla também fica pasma. - Ele poderia derrotar até mesmo… -Nessa hora o homem vórtex desmaia de cansaço. Todas aquelas pessoas não parecem acreditar nos seus olhos, Roggentrax havia sido derrotado e toda a área de eventos havia sido completamente destruída. Os dois companheiros de Grigor correram na sua direção, Valla se ajoelhou e apoiou a cabeça de seu amigo desmaiado em seu colo, Aki, no desespero tirou um pouco do sangue de seu rosto com sua mão e o ergueu para levá-lo no ombro.

—O amigo de vocês é muito forte. -Roggentrax estava detonado e mesmo assim já estava lá, em pouco tempo se recuperou do golpe e foi até onde seu adversário estava. -Nem eu nem minha tripulação queria participar desse torneio… -Ele pegou seu convite. -...Por isso estava aqui desafiando toda essa gente, eu queria me livrar disso. -Aki e Valla não sabiam o que dizer, apenas ficaram olhando para Roggen. -Parece que encontrei pessoas que realmente querem participar e que merecem isso, então pode ficar com vocês. -Valla pegou o convite. -Iremos nos encontrar novamente nesse mar, e vou querer uma revanche com esse garoto. -Ele sorriu, se virou e andou em direção ao porto, a multidão não acreditava que ele ainda estava em condições de lutar, pois apesar de extremamente machucado ele não parecia sentir incômodo ou dor alguma.

—Não tenho ideia do que esperar desse torneio, não sei o que vamos enfrentar. -Aki engoliu seco.

—Mas vamos descobrir logo. -Completou Valla. Os dois andaram para sair daquela área com Grigor nos ombros de Aki.

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Já quase anoitecia, Kazu e Tia caminhavam sem saber o que fazer, pegar uma espada nova, achar um lugar pra dormir, não sabiam a que dar prioridade. Quando passaram por um restaurante simples, onde a classe C comia, uma figura já conhecida de Kazu aparece, um homem alto, careca e de bigode coloca a mão sobre o ombro de Kazu, que lentamente olha pra trás, enquanto Tia rapidamente entra em posição de combate, tirando sua espada da bainha como já é de costume, mas dessa vez só saiu uma parte da mesma.

—Quem é você? -Pergunto Tia, eufórico.

—É por causa dele que estamos aqui, Tia. -Explicou Kazu. -Ele que me deu nosso convite… E então, vai me contar tudo agora? -O capitão dos Punhos de Ferro estava claramente desanimado por completo.

—Acho melhor conversarmos lá dentro, não é mesmo? -Os três entraram e acharam uma mesa, o homem pegou uma grande caneca de saquê e só então começou a contar. -Bom, primeiramente acho que não me apresentei a vocês, meu nome é… Ah, eu adoro dizer isso. -Ele sorriu. -Monkey D. Sabre. -Ele falou baixo, Tia e Kazu ficaram estáticos e se arrepiaram ao ouvir o nome daquele homem.

—Você… Você é parente de Luffy?? -Kazu perguntou.

—Sou… Inclusive, sou seu primo, Kazu. -Mais um choque para os dois, do que ele estava falando? Kazu também era da linhagem D.? -Meu pai é irmão de seu pai, e os dois são filhos de Luffy, a diferença é que seu pai não quis te dar o ‘Monkey D.’, com medo de que você fosse perseguido desde criança, já o meu pai achava que isso era abandonar nossas raízes, e manteve o nome em mim.

—Meu pai? Quem foi meu pai? Onde ele está? -Tia estava perdida. Aki, Valla e Grigor acabam passando em frente ao restaurante e ao olhar para dentro, avistam seus amigos conversando com um homem que eles não haviam conhecido. Grigor ainda estava desmaiado.

—Kazu! Tia! -Eles entram e sentam junto a eles na mesa. -O que aconteceu com vocês? Tá tudo bem? Vocês não acreditam, olhem o estado de Grigor, ele lutou contra um cara que era um monstro para conseguir um convite para nós, e ele conseguiu! -Apesar de tudo que Aki falava, Kazu não conseguia pensar em mais a não ser no que Sabre dizia.

—Quem é esse homem? -Perguntou Valla.

—Pelo que eu estou entendendo, ele é Monkey D. Sabre, neto de Monkey D. Luffy e primo direto de Kazu. -Disse Tia, confusa.

—O que?? -Disse Aki, alto. Ele e Valla se surpreenderam.

—Kazu, eu não sei quem é seu pai… A única coisa que eu sei, é que seu pai matou o meu. -Sabre fez uma cara de desgosto e tomou um gole de seu saquê. -Não sei o motivo da luta, só sei que foi intensa o suficiente para abrir uma fenda no mar, criando uma nova ilha e alagando as outras, forte o suficiente para alterar a corrente dos oceanos… Eles não eram qualquer um…

—Meu pai… Está vivo? Ele é um assassino? -Kazu cerrou os punhos e os bateu na mesa.

—Não sei Kazu, creio que esteja vivo, mas o que ele é… Isso não faço ideia.

—E por quê nos deu o convite? -Perguntou Valla. -Por quê praticamente nos obrigou a participar desse torneio?

—Porque eu também vou participar, e eu ou Kazu precisamos ganhar aquela akuma no mi…

—Mas eu já comi uma, não posso comer outra. -Disse Kazu.

—Mas precisa guardá-la… Eu menti quando nos encontramos pela primeira vez, eu sei qual é a fruta em jogo… É a Gomu Gomu no Mi!