Durante a madrugada, Regina acordou e sua cabeça estava latejando, aproximou a mão da cabeça e sentiu o band-aid na testa. Ela então olhou ao redor e percebeu que estava em seu quarto e Robin estava dormindo na poltrona. Ela tentou se levantar da cama, mas ficou tonta e acabou batendo com a mão no abajur, o qual caiu no chão e fez um grande barulho. Robin imediatamente se acordou do cochilo e se levantou correndo até ela.
– Você está bem?
– Estou, só fiquei meio tonta, acho que levantei rápido de mais.
– Não se preocupe, eu te ajudo. Aonde quer ir?
– Ao banheiro.
– Ok, te levo lá. - Robin caminha ao lado dela até o banheiro da suíte.
– Robin, tudo bem. Eu consigo sozinha daqui para frente. - Ela para na porta, impedindo ele de entrar.
– Ah é - Robin sorri meio sem jeito e coça a nuca. Regina fecha a porta do banheiro e Robin espera do lado de fora.
Alguns minutos depois Regina volta e se senta na cama.
– Como está se sentindo? - Robin estava sentado novamente na poltrona.
– Estou bem, eu acho - Ela sorri. - E quanto a você, ficou acordado a noite inteira cuidando de mim?
– Cuidando de você. - Ele sorri. Regina estende as mãos para ele e Robin rapidamente se levanta e vai de encontro a ela. - Você está bem?
– Estou um pouco tonta. - Robin toca a testa da mulher e ela estava quente
– Espere aqui, eu vou buscar o termômetro, acho que está com febre
– Não, não vá - Regina segura a mão dele, o impedindo de ir. - Deita aqui comigo. - Robin sorri e assiste a mulher se deitar graciosamente na cama, se cobrindo com o cobertor. Robin faz a volta e deita do outro lado, a abraçando por trás e ali os dois adormecem por mais algumas horas.

O sol surgiu cedo e a manhã estava fria. Roland se acordou e saiu descalço do quarto a procura do pai que não estava lá. Olhou na sala e na cozinha e nada de o achar, Roland já estava assustado, com medo que talvez seu pai o houvesse esquecido ali naquela casa grande. Roland então correu para a ultima porta, no fim do corredor. Entrou e um alívio tomou conta de sua alma. Ali ele viu Regina e Robin deitados, dormindo e ele correu até lá gritando.
– PAAAAAAAAAAAI - O menino se aproximou da cama, ele estava tremendo não só de frio, mas de medo também. Robin e Regina se acordaram e se sentaram na cama assustados, temendo que algo pudesse ter acontecido à criança.
– Roland, o que foi? - Robin estava alarmado.
– Roland, querido, você está tremendo! Venha aqui. - Regina se levantou e pegou o menino e o colocou deitado no meio dos dois, o tapando com o cobertor e o abraçando, para esquentar a criança. Robin observou a cena e seu coração foi desacelerando. Já não estava mais assustado pois aquilo era a melhor coisa que poderia acontecer com os dois guerreiros. Ter alguém ali para cuidar e proteger o filho era algo que ele desejava do fundo do seu coração e Regina supria completamente esse desejo.
– Eu tive um pesadelo - Reclama o menino com uma voz dengosa.
– O que aconteceu? - Robin se deita de lado, olhando para o filho que estava no meio e Regina na outra ponta, virada também para a criança.
– Zelena. Ela dizia que viria me buscar e a Regina não ia poder me salvar. - Ao ouvir aquilo, Robin e Regina se olham espantados. "Seria aquilo um aviso?" Foi a frase que o olhar deixou implícito, mas eles não poderiam alarmar Roland.
– Roland, olhe para mim - Falou Regina, segurando o queixo da criança e o virando para ela - Eu SEMPRE vou te salvar - A convicção na voz de Regina era impressionante. "Como ela pode amar tanto Roland, se ele nem mesmo é seu filho" era tudo que Robin podia pensar.
– Você vai mesmo? - Roland perguntou para confirmar.
– Você acha mesmo que aquele abacate ambulante é páreo para mim? - Regina brincou e todos riram. Regina se virou para o relógio e viu que ainda eram 6:30h da manhã. - Vamos dormir mais um pouco. - Ela se arrumou e cobriu a todos novamente.
– Mas... E se eu tiver outro sonho ruim? - Roland agora olhava para Robin e ele acabou não sabendo o que dizer. Regina então tomou a iniciativa e deu um beijo na testa do pequeno.
– Agora, com esse beijo você estará protegido. Nenhum sonho ruim vai ousar chegar perto dessa sua cabecinha. - Ela alisa o cabelo de Roland e ele chega mais perto dela, a abraçando.

Robin olha para Regina e move a boca formando a palavra "obrigado". Ela faz a leitura dos lábios dele e simplesmente sorri, fechando os olhos em seguida para tentar dormir para um pouco, Robin faz o mesmo, mas não consegue. Milhões de pensamentos percorrem a mente do arqueiro que se vê fascinado e apaixonado por aquela mulher. Alguns dizem que se deve conquistar o homem pela barriga, Robin achava aquilo uma bobagem. Ali estava como uma mulher conquistaria seu coração, através de seu filho. Somente através dele uma mulher conseguiria. Talvez por isso Zelena não tivesse tido sucesso em seu plano, por que ela não gostava de Roland, mas com Regina era diferente. Desde o inicio ela foi boa para o filho, mesmo quando nem o conhecia e agora o trata como se ele tivesse saído de seu ventre. Robin não compreendia como Regina podia vivenciar um amor tão grande, o amor de mãe, por Roland. Aquilo era um mistério para Robin e também um fascínio.

Ele ficou ali pensando todas essas coisas e tentando achar respostas plausíveis, mas não pode então apenas os observou. Eles estavam lindos. Deitados, bem abraçados, adormecidos em um sono profundo. "Eu tenho que registrar esse momento, mas como?" Pensou ele "Como eles fazem aqui nesse mundo mesmo... Foto, isso, foto!".

Robin se levanta cuidadosamente e vai até seu casaco que estava estirado na poltrona e pega o seu celular. "Os rapazes lá dos bombeiros me ensinaram... Deixa eu ver aqui... Ah, ícone da câmera, achei!". Robin clica e a imagem começa a aparecer da tela de seu smartphone, ele então se posiciona aos pés da cama e captura o momento. "Lindos" pensa ele e então coloca seu sapato e seu casaco e sai do quarto.

"Devo preparar algo para Roland e Regina comerem, eles devem estar famintos". O homem desce as escadas e vai até a cozinha. Ele não estava muito familiarizado com todas aquelas coisas estranhas como microondas ou fogão automático, mas daria uma jeito. Após uma hora conseguiu fazer uma refeição aceitável. Ovos mexidos, bacon frito, suco de laranja, café com leite, maçãs picadas com granola. "Falta alguma coisa", Robin encarava aquela bandeja e sentia falta de algo. Ele então se lembra e sai correndo para o quintal, vai até um canteiro de flores e pega um rosa e volta para a cozinha. "Agora está pronto". Ele arruma a mesa e em cima do guardanapo de Regina coloca a rosa vermelha e fica esperando eles acordarem.

Nesse mesmo instante Regina chega a cozinha e vê Robin terminando de limpar as coisas.
– Nossa, esse cheiro está maravilhoso - Ela se aproxima de Robin o pressionando contra o balcão, seu corpo colado na frente do dele e seus rostos bem próximos.
– Eu sei que sou cheiroso, mas você poderia ao menos notar o café da manhã que preparei - Com seu tom debochado ele brinca com ela e os dois riem. Regina então deposita um beijo lento e carinhoso na bochecha dele.

Roland desce as escadas pulando e brincando, como qualquer criança e quando chega a cozinha vê o momento mais íntimo deles, os quais notam sua presença e rapidamente se afastam constrangidos.

– Bom dia Roland - Diz Regina meio encabulada. Roland começa a rir.
– Robin e Regina estão namorando, Robin e Regina estão namorando - O menininho cantava e dava risada. Regina e Robin se olharam e começaram a rir.

Os três se sentam e começam a comer as coisas que Robin havia feito para o café da manhã. Eles conversavam e se divertiam, apreciando a companhia um do outro. Roland termina e Robin o manda se arrumar para irem. Robin fica sentado à mesa com Regina.
– O que acha de jantarmos mais tarde? Só nós dois. - Robin pegou a mão dela e acariciou enquanto falava.
– Acho ótimo. - Ela sorri - No Granny's, às 20h?
– É um encontro então - Ele beija a mão dela e Roland chega em seguida. E os três caminham em direção a porta.
– Te vejo às 20h então. No Granny's. - Robin confirma o horário e o local com Regina que balança a cabeça positivamente. Ele então, como um perfeito cavalheiro, beija a testa dela e sai.