– Marian era uma mulher incrível. Bonita, inteligente e tinha os olhos castanhos mais doces que já vi na vida. Ela era mãe mesmo antes de ser realmente mãe. Não havia nela uma gota de maldade. - Robin falava encantado com a memória da falecida esposa. Aquilo doeu Regina, ela sabia que nunca chegaria aos pés de Marian, e como poderia? Aos olhos de Robin ela era uma espécie mulher maravilha, não havia jeito de competir com ela, ou melhor, com a memória dela.

Enquanto Regina pensava cabisbaixa, deixou transparecer um pouco de tristeza em sua face. Robin notou que a aparencia dela tinha sido transformada e seu deu por conta da gafe que cometeu. "Ela provavelmente está se comparando com Marian, e eu sei como as mulheres são competitivas" Pensou Robin. "Como vou arrumar isso agora?"

Regina se parecia com Marian? De jeito nenhum, em nenhum aspécto, mas era isso que ele gostava nela. Regina não era como as outras mulheres, fraca ou indefesa. Regina representava tudo que ele sempre lutou contra a vida toda, mas em um corpo sexy. Aquilo era meio excitante, pois tudo que ele lutava contra era seu maior desejo. Enquanto Robin pensava em um modo de concertar o que disse, ele olha a boca dela e sente uma incontrolável vontade de beijá-la.

– Regina... - Robin se levanta da cadeira em que estava sentado e vai até o lado dela. - Eu gosto muito de você. Realmente gosto. Exatamente do jeito que é. Você não precisa virar uma donzela indefesa para pessoas te admirarem. Ela simplesmente fazem isso por que você é forte e independente.

– Ou por sentirem medo de mim - Ela interrompe.

– E o que é o medo se não um respeito aflorado? - Robin se abaixa perto dela, para ficar na mesma altura e passa a mão no rosto dela, tirando uma mexa de cabelo que caia sobre o olho da Rainha, o colocando atrás da orelha. Seu rosto ficou completamente visível agora. Ele pode olhar fundo nos olhos dela e apesar de serem a mesma cor dos de Marian, não lembravam a falecida esposa, em nenhum modo. Enquanto Robin tirava a mecha ela pode ver novamente a tatuagem de leão e sentiu um frio na barriga. Ela não pode aguentar e se levantou, se afastando do arqueiro, indo em direção a parede.

– Regina, qual seu problema com a minha tatuagem? Toda vez que a olha parece gelar, fica pálida, como se fosse um fantasma - Ele se levanta e se vira para ela.

– Por que eu teria problema com a sua tatuagem? - A voz saiu fraca e engasgada. Robin percebeu que havia mentira ali.

– Por que não me diz você? Sempre que a olha você foge! - Robin vai em direção a ela, aproxima bem o seu corpo do dela pois dali ele tinha certeza que ela não poderia fugir.

– Isso é um assunto para um quinto encontro - A respiração da prefeita começa a acelerar devido a aproximação do homem, sua voz sai baixa e sexy, o contato visual é inquebrável.

– Oh, então haverá um quinto encontro? - Ele aproxima seu rosto ainda mais, suas testas agora coladas, narizes roçando.

– Eu espero que sim - Ela sussurra e olha para a boca dele. Um vontade cresce dentro dela. Vontade de abraçá-lo ali mesmo, de despi-lo e amá-lo naquele exato momento, mas isso implicaria em algo mais sério e o medo não a deixa estar preparada. Ela precisava quebrar essa barreira e talvez aquela fosse a hora. Ou não.

Robin a olha nos olhos e mergulha naquele profundo mar castanho e sensual que são os olhos de Regina. O atual bombeiro, então, tenta o movimento e lentamente, temerosamente, tenta aproximar o lábio dos da prefeita. Ela estava apreensiva, ele podia notar, mas ele também estava. Desde a morte da mãe de Roland, nunca mais havia sentido um desejo tão forte por uma mulher, mas não só um desejo carnal, mas sim espiritual. Ele queria levá-la pra casa e a abraçar, cuidar dela.

Seus lábios estavam a centímetros um do outro. Robin segura a mão esquerda de Regina, e com a outra mão ele acaricia a bochecha dela. Ali estava, era aquele o momento. Mas quando finalmente fecharam os olhos e decidiram se entregar, o celular no bolso da prefeita começa a tocar. Os dois se afastam, assustados pela música.

Regina desajeitadamente tira o celular do bolso. Suas mãos tremiam, estava nervosa e constrangida. Robin se afasta dela a dando liberdade e espaço para atender ao telefone. Ele baixa a cabeça e não consegue acreditar que chegou tão próximo que quebrar o escude de proteção da Rainha e algo tão banal o impediu.

– Alô? - Ela se afasta indo em direção a cadeira em sua mesa para atender o telefone. - O QUE? - A expressão e tom de voz da mulher mudam como da água para o vinho. Robin rapidamente se vira para ela a espera de entender o que estava acontecendo. - Sim, ok, estou indo até ai agora mesmo. - Robin engoliu em seco. "É, parece que nosso encontro terminou" pensou ele.

– O que aconteceu? - Perguntou ele assim que a viu desligando o telefone e juntando suas coisas.

– Temos que ir. Snow e Charming acham que Zelena pode fazer algo essa noite. - Robin rapidamente juntou suas coisas e os dois saíram da prefeitura.

– E quanto ao nosso jantar? Vamos deixar tudo bagunçado? - Os dois andavam apressadamente pela rua.

– Talvez você devesse vir amanhã e limpar tudo, afinal isso foi sua ideia. - Ela o olha com um sorriso nos lábios, enquanto eles ainda caminhavam. Ele só retribuiu o contato visual e o sorriso, não precisou falar mais nada, ela havia entendido.

Chegaram ao Granny's Dinner e todos estavam lá: Snow, Charming, Hook, Tinker Bell, Belle e outros.

– O que está acontecendo aqui?