Stay with me tonight (Dramione - Short Fiction) escrita por Ornitorrinca


Capítulo 1
Drinking at my house with Draco Malfoy




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Eu estava caminhando lentamente pelo jardim da praça. Meu coração estava martelando contra meu peito mais uma vez. Suspirei alto para tentar evitar a dor que não parava de vir como ondas de calor e escuridão por trás de meus olhos. Como podia alguém passar por tanto e sobreviver? Como alguém podia perder tantas pessoas e ainda conseguir erguer a cabeça e seguir em frente.

Uma lágrima involuntária escorreu por minha bochecha. Dessa vez não a limpei, era inútil. Eu sentia tanto por tanta coisa, mas definitivamente aquilo fora a gota d’água. Eu apaguei a memória deles para os salvar, e o que consegui em troca de tanto sofrimento? Suas mortes. Eu não poderia acreditar e, principalmente, não queria.

Sentei num banco qualquer, ergui minhas pernas e apoiei os pés no banco, envolvendo minhas pernas com os braços. Encostei meu queixo contra meus joelhos e olhei para o céu nublado, dando brecha somente para uma lua cheia. Sorri amargurada. Era um absurdo a lua parecer tão linda quando tudo para mim se transformara em trevas e escuridão.

Fechei meus olhos e me deixei lembrar das inúmeras cartas de meus amigos, Ron e Harry, querendo saber o porque de eu estar tão reclusa. Mas me diga, como eu poderia lhes contar o que acontecera sem os fazer se sentirem apiedados por mim? Não era isso o que eu queria.

Depois de ficar tempo o suficiente sentada ali para sentir meus ossos enregelarem pela neve escassa que começara a cair, me levantei e segui a passos lentos pela rua. Sem um destino exato caminhei por vários minutos, quando dei por mim eu estava dentro de uma cafeteria antiga, sem saber ao certo como eu chegará lá.

– Olá mocinha, o que deseja? – perguntou um senhor que beirava seus 60 anos, acredito eu.

– Qualquer chá que seja bem quente, por favor. – sussurrei, estranhando a voz rouca e indiferente que saia por meus lábios.

O senhor assentiu e então eu me dirigi a uma mesa qualquer, num canto mais afastado e esperei. Minutos depois o tal senhor me trouxe o chá, dando um sorriso cheio de dentes tortos. Tentei afastar a ideia de que ele vivera o suficiente para ver seus filhos terem netos. Eu queria dar netos aos meus pais.

Balancei minha cabeça negativamente, tentando evitar esse pensamento, com medo de chorar ali novamente. Eu deveria ser forte. E então lembrei de Ronald. Meu querido e sem noção Rony... meu coração estava tão machucado no momento que nem ele eu conseguia amar mais. Eu sabia que o havia magoado terminando daquela maneira. Mas como eu poderia cuidar de alguém quando nem a mim mesma eu ainda amava?

Meus pais levaram comigo tudo que tinham. Eu não podia acreditar que meus esforços foram em vão. O buraco que se abrira no meu peito foi algo tão poderoso que tomou todos os poros de meu ser, levando com eles qualquer rastro de felicidade. Me doía ter o abandonado daquela forma. Com certeza me doía, mas eu não poderia suportar viver ao seu lado. Não mais. Eu precisava ficar sozinha.

Eu não podia dar ainda mais dor aos meus amigos, já havia mortes o suficiente para eles lamentarem sem a Hermione chegar com algo a mais, certo?

– Granger? – uma voz fria e rouca chegou até meus ouvidos. Uma voz arrastada e familiar... e até mesmo muito inesperada. Um arrepio involuntário passou por minha espinha.

– Olá... – disse erguendo meu queixo para encarar a pessoa. – Malfoy. – sussurrei seu nome, de forma inesperada. De repente meu coração disparou.

Mesmo que eu soubesse que não era a culpa dele, ódio se instalou em mim. Meu coração doía por seu batimento frenético. Meus olhos arregalaram-se e tudo que eu podia pensar era “SUA CULPA!”.

– Eu odeio você! Você os matou! – eu disse com lágrimas nos olhos, sem conseguir controlar aquele meu lado irracional que insistia em culpar todos aqueles que estiveram o mais minimante relacionados com aquilo.

– Eu... – começou a gaguejar. Eu não deixei que ele terminasse.

– Você é a pessoa mais nojenta que eu tive o desprazer de conhecer! – cuspi as palavras, mesmo antes de raciocinar o que eu estava falando.

Naquele momento eu não me importei com isso. Eu o detestava, mas eu também detestava qualquer coisa no mundo. E acima de tudo: eu me detestava.

Sem pensar no que eu estava fazendo, levantei fazendo a cadeira fazer um barulho arrepiante ao arranhar o chão e sai marchando para fora do estabelecimento. As pessoas me encararam. Chegando a porta lembrei que não havia pago o senhor e voltei até o balcão, deixando uma nota de um dólar em cima da mesma e murmurando uma desculpa qualquer pelo mini show.

Finalmente vergonha começara a me inundar. Sai correndo do lugar e eu vagamente conseguia ouvir passos vindo atrás de mim, mas eu não me importei. Agora eu era uma bruxa maior de idade, eu poderia me defender. Eu sabia como. Aprendi da pior forma.

Lágrimas involuntárias voltaram a inundar meus olhos. Afastei-as com a mão irritada. Isso era tão frustrante. Quando parei eu estava de frente ao portão da casa da esquina próxima a minha própria, encostei-me no muro e respirei fundo, tentando recuperar a respiração. Tudo em mim doía.

– Granger! – gritou a mesma voz de antes para mim.

– O que você quer? – me virei em direção ao loiro e gritei.

– Eu... – ele parecia sem jeito. Ele apoiou uma mão perto da minha contra o muro e se abaixou para ficar com o rosto da altura do meu. – Me desculpa. – disse num folego só. – Por tudo que eu fiz, eu quero dizer. Eu sei que estava errado e eu sei que não é desculpa, mas foi a única forma de proteger Narcisa, eu tinha que proteger minha mãe.

Eu soltei um soluço que mais se pareceu com um grito a menção do nome da mãe dele. Meu coração se esfarelando. Por que até quem fez tudo errado ainda tinha sua família? Era tão injusto. Sem que eu percebesse eu me aproximei mais dele, meu rosto encontrou seu peito e meus braços estavam ao redor de sua cintura.

– E se não fosse verdade você acha que eu estaria solto hoje? – continuou ele baixinho. Sua mão foi até meus cabelos revoltos. - Eu nem sei porque estou te dizendo isso... quer dizer, eu sei. Me desculpe por todos aqueles anos que eu te chamei de sangue-ruim. Demorou, mas eu juro que aprendi que eu estava errado. – com o braço livre o garoto me puxou mais contra ele. – O que aconteceu Hermione?

Ao escutar meu nome me afastei e olhei atentamente para o garoto que estava na minha frente. Tentei memorizar os traços daquele rosto... ele mudara muito desde que o vi pela primeira vez no primeiro ano. Seu rosto havia assumido um formato mais ovular, enquanto seus cabelo normalmente curtos estava ligeiramente mais cumpridos. Seus olhos eram de um tom nebuloso de azul, chegava quase a ser similar ao cinza.

Me afastei timidamente, mas os braços do garoto formavam uma prisão ao meu redor. Eu não sabia se ele estava fingindo não perceber que eu tentei me soltar ou ele realmente não notara. Seus braços ao meu redor eram fortes...

De repente pareci me lembrar que eu estava chorando e que meus olhos deveriam estar horríveis. Sorri chorosa e envergonhada para o garoto.

– Desculpa pelo que eu disse. – por que era tão difícil fazer aquele pedido de desculpas sair? – Eu sei que não foi intencional o que fez... quer dizer, eu fui ao seu julgamento. E quanto ao sangue-ruim? Bem, não vou te perdoar. – meus braços pediam ao lado de meu corpo desde que eu havia tentado me soltar. Nesse momento uma de minhas mãos se fechou num punho e dei um soquinho nele.

Espera aí, eu acabara de dar um soquinho em Draco Malfoy? Meu coração perdeu uma batida e então acelerou freneticamente. O que diabos eu estava fazendo?

– Então eu vou ter que arrumar uma maneira de fazer com que me perdoe Granger. – Draco sorriu torto, fazendo algo dentro de meu estomago se revirar. Aquele não era o mesmo sorriso irônico que eu já vira ele dar inúmeras vezes, era um sorriso sem segundas intenções ou malicias. Era um sorriso que me pareceu genuíno.

– Boa sorte com isso... são somente seis anos para recuperar Malfoy.

Eu sorri de canto e levei uma mão até meu rosto, finalmente tentando organizar a bagunça que deveria estar ali. E então, sem mais nem menos a neve se transformou em chuva. Primeiramente fina e então começou a cair pingos grossos o suficiente para encharcar até os ossos.

– Droga... – suspirei quando começaram os primeiros pingos e quando inesperadamente se tornaram mais fortes disse ainda mais alto. – Droga!

Sem saber o porque de eu estar agindo como eu estava, segurei na mão de Malfoy e aparatei na entrada da minha casa, abrindo a porta o mais rapidamente que minha coordenação permitiu e invadindo a sala em pulos rápidos.

– Me faça companhia essa noite e me convença que está arrependido. – eu disse sem coragem de me virar para ele.

– Suponho que vá me oferecer algo para beber? – a voz arrastada estava vindo em minha direção.

– O que quer? – perguntei sem ainda me virar.

– O que você tem? – ele não deveria estar a mais do que um passo de distancia de mim, eu quase podia sentir sua respiração contra minha nuca.

– Me diga o que quer. – tentei não soar grossa, mas falhei miseravelmente.

– Um chá está de bom grado. – sussurrou ele ao lado de minha orelha, me fazendo arfar.

O que estava acontecendo ali?

Me permiti naquele instante esquecer do porque meu rosto estava todo vermelho devido a lágrimas recentes. Resolvi esquecer tudo por aqueles momentos. Eu arrumara uma grande distração, por que não utilizar dela?

O que eu poderia querer melhor para esquecer de tudo do que meu melhor inimigo de infância? Sorri amargurada e detive qualquer memoria triste ou que me irritasse.

– Se importaria em beber algo mais forte? – me direcionei até a porta da sala, onde eu deixara o garoto. Ele estava ajoelhado em frente a lareira conjurando feitiços para acende-la.

– O que você desejar Hermione. – ele olhou em minha direção e sorriu.

Aquele loiro ajoelhado em minha sala definitivamente não ser parecia com o mesmo garoto de 11 anos que me xingara tanto. Vai ver que a maldição da guerra o havia mudado também. Balancei a cabeça de forma negativa, tentando deixar para lá esses pensamentos. Eu só pensaria em coisas boas agora. Eu não queria e não ia ficar triste.

Voltei até a cozinha e separei dois copos, sal e cavei do fundo do armário uma tequila... sorri com aquilo, bem. Por que não ficar bêbada. Pegando as coisas as levei até a sala. Chegando lá, um loiro em uma camiseta justa preta se encontrava me encarando de pé de frente para mim. Evitei encará-lo, o que foi uma tarefa árdua.

Desde quando Malfoy tinha músculos? Desde quando ele era gostoso... droga.

– Hum... – disse tímida. – Só um segundo. Faltam os limões.

– Tudo bem. – respondeu suavemente o loiro, novamente sem parecer com o velho Malfoy. – Precisa de ajuda?

– Eu não preci... – engoli a resposta ácida que estava pronta para dar para o jovem Malfoy. Mudei de ideia sobre o assunto e olhei interessada para o garoto. – Eu quero.

– Diga. – ele arqueou a sobrancelha, parecendo levemente curioso com minha mudança de opinião.

– Em cima da mesa vai encontrar limões, pique-os. Sobre o armário da pia vai encontrar um prato. Logo eu desço.

Com isso virei as costas deixando um Malfoy boquiaberto. Subi as escadas e me permiti tomar um banho rápido. Eu precisava me livrar de todo gelo que permanecia infiltrado em meus ossos e nada melhor que uma chuveirada quente para isso.

Após coloquei a primeira roupa que encontrei no guarda-roupa. Uma calça jeans preta e uma blusa branca, a mesma com um decote discreto. Me olhei no espelho e dei de ombros, eu não acharia nada melhor se começasse a procurar. Sem me importar, passei meu perfume e desci descalça as escadas, me sentando no sofá ao lado do garoto.

– Oi. – disse ele virando para mim, seu ombro a milímetros do meu. Meu estomago deu uma volta completa involuntária.

– Oi. – respondi baixinho. – Hermione Granger, prazer.

– Prazer, Draco Malfoy. – ele me estendeu a mão, parecendo entender o que eu queria fazer.

A verdade? Eu queria um recomeço para tudo na minha vida. Eu esqueceria quem já fora do lado do bem ou do mal, pois afinal de contas, isso realmente importava? eu esqueceria o porque eu estava triste, eu me esforçaria a lembrar que eles me queriam felizes sempre.

Bem, eu estava me sentindo bipolar. Num momento gritando com o garoto, agora fingindo nunca ter o visto e possivelmente dali algum tempo conversando como um velho amigo. Eu não podia evitar se estava em meus genes ser assim. Meus sentimentos não eram exatamente controláveis.

– Hum, gostaria de se juntar a um drink comigo senhorita? – o garoto tentou parecer educado, mas a única coisa que conseguiu for me fazer tentar não rir. Aquilo era tão não ele.

– Claro senhor, eu adoraria. – disse já pegando o sal e o preparando para por na boca, bem como uma fatia de limão.

Esperei Draco encher o copinho de shot e então o peguei de sua mão, roçando levemente meus dedos nos dele... um arrepio nada voluntário se espalhou pelo meu braço, dei graças por estar com uma blusa de manga comprida.

Jogando o sal na boca virei o copo de tequila e logo chupei o limão, fazendo uma careta ao sentir o amargo da bebida e do limão em minha boca. Por todo esse tempo Draco ficou me encarando, o que me fez o olhar constrangida e então rir.

– O que foi? – perguntei curiosa.

– Bem, pela primeira vez verei “Hermione Granger, a bêbada”

– Você é ridículo. – revirei os olhos e juntei minha risada com a dele. Bem, finalmente parecíamos velhos amigos de escola, não velhos inimigos mortais. E toda aquela cena não era normal... não consegui evitar o pensamento de que eu poderia estar sonhando. – Sua vez.

Draco olhou para mim uma ultima vez, ainda rindo e se serviu da mesma forma que eu fiz. Ele pareceu elegante fazendo aquilo, o que me fez pensar se ele já havia bebido a bebida trouxa alguma vez antes. Não pude evitar de encara-lo em todo ato. Ele parecia completamente relaxado e conhecedor de seus movimentos. Aquilo me incomodava minimamente, me fazendo querer perguntar se ele realmente estava se sentindo tão confortável como parecia.

Sem uma só careta ele tomou seu shot e eu ainda o estava encarando, sem me dar conta do que eu estava fazendo. Ele devolveu meu olhar, no entanto sua testa se franziu levemente, o que me fez me dar por conta de minha estranha atitude. Me levantei do sofá e então passei uma perna para cima do mesmo e sentei por cima dela, virando de lado para encarar o loiro.

Draco serviu mais uma vez a bebida e me alcançou o copo. Mais uma vez comi o sal, bebi e tomei o limão em mão.

– Então, qual sua comida favorita? – perguntei aleatoriamente. Ele pareceu pensar seriamente. Enquanto isso eu mordiscava distraidamente o limão, tirando todos os gominhos do mesmo.

Draco pareceu por um momento se distrair por meu ato, mas eu nunca teria certeza pela tamanha rapidez com que ele voltou a me ignorar.

– Não sei, mas posso dizer que amo torta de abóbora.

– Sério? – perguntei surpresa. – Pensei que ia dizer alguma coisa estranha e rara. Quer dizer, você é um Malfoy e... – engoli minhas palavras, - quer dizer... – me senti tímida de repente.

– Pode falar Hermione. Eu sei que sou um Malfoy, mas não sou enjoado que nem você pensa ou como eu dava a entender. – ele inclinou ligeiramente a cabeça. – O que quero dizer é que eu sou normal, com exceção de... bem, você sabe. – ele pareceu ligeiramente encabulado.

– Tudo bem. – quis evitar o assunto. – Sua vez. – me inclinei e peguei a garrafa, servindo o garoto e o dando para beber.

Novamente nossos dedos roçaram, e dessa vez Draco me olhou nos olhos. Parecia que ele estava tentando enxergar algo além tão a intensidade de seus olhos cinzentos nos meus. Sem conseguir suportar aquilo desviei meu olhar. Me encostei no sofá, deitando minha cabeça no mesmo e esperando minha vez de tomar a bebida. Logo em seguida Draco me ofereceu a mesma.

– E a sua comida favorita? – perguntou ele.

– Sorvete conta? – disse eu e logo virei meu corpo novamente.

– Acho que não, você não mastiga sorvete, mastiga? – perguntou ele esboçando um sorriso de canto. Um sorriso que era completamente novo em seu rosto, mas que perfeitamente se encaixava.

– Mastiga sim, pense em um sorvete com calda de chocolate e morangos. Você mastiga.

– Mas não é o sorvete, é o chocolate e o morango. – apontou ele.

– Mas o chocolate e morango fazem parte do sorvete, logo sorvete é mastigável. – ele fez uma careta para mim, como se estivesse se controlando para não dizer algo. Sem evitar eu ri de sua expressão.

– O que? – perguntou ele curioso.

– Sua cara. Foi engraçada. E você não é engraçado normalmente, então né...

– Tudo bem... – disse ele levemente constrangido e arrancou o copo de minhas mãos para voltar a beber. Dessa vez ele bebeu dois shots seguidos, sem limão ou sal.

– Ei, assim eu saio no prejuízo! – fiz um beicinho idiota, logo me arrependendo depois. Draco manteve seu olhar em minha boca por um ou dois segundos, não pude evitar de notar. Acredito ter ruborizado.

– Tudo bem, aqui está moça. – disse ele em um tom baixo, encarando o copo. Aquilo me deixou levemente incomodada, eu queria que ele me olhasse. Eu gostava de seus olhos cinzentos, eram um tom único.

Tomei o copo de sua mão e tomei, ainda olhando para ele que se recusava a me olhar.

– Me olha. – eu disse antes que me contivesse. Ele ergueu se olhar, parecendo surpreso, mas não disse nada. Eu possivelmente já estava ficando corajosa pelo bebida. Eu não era acostumada a beber e aquilo era algo forte... pelo menos para mim. – Quem é você e o que fizeram com o Draco Malfoy? – olhei curiosa para ele. Este não era o mesmo garotinho que conheci...

– Eu mudei Hermione. – ele sorriu sem humor. – Eu vi coisas... eu fiz coisas – ele balançou a cabeça como se tentasse esquecer – que faria qualquer pessoa com uma alma mudar... Eu daria qualquer coisa para não ter que passar por isso de novo, no entanto se não fosse por essas coisas eu ainda seria aquele idiota que acreditava que pessoas como você não mereciam respeito, que não eram pessoas feito eu, ou sei lá, o testa rachada.

– Testa rachada? – arqueei uma sobrancelha.

– O Potter. – resmungou ele o que me fez rir, mesmo sabendo que era sobre meu amigo que estávamos conversando.

– Bem, acho que não posso te forçar a gostar dele.

– Ele era um achado sortudo e eu que tinha que ser o melhor e mais famoso. – ele olhou para mim com humor novamente. – Vamos lá, eu sou o gostoso Malfoy que todos amavam, não ele.

– Gostoso? Todos amavam? – disse jocosamente. – Estamos falando do mesmo Malfoy?

– Não fira meus sentimentos e orgulho Granger. – disse ele cutucando minha barriga. Segui sua mão com o olhar e depois voltei a encara-lo.

– Você precisa controlar o ego.

– Eu já melhorei bastante, convenhamos... Admita.

– Não sei... – sorri de canto, piscando para ele.

– Bem, eu estou na casa da sangue-ruim. Eu devo ter melhorado... – ironizou ele.

– Não pense que eu não posso te chutar daqui se eu quiser.

– Eu sei que pode. Mas não vai. Quem chutaria uma delicia feito eu? – perguntou brincando. Por mais que eu quisesse eu não consegui evitar de rir.

Afinal, ele ainda era uma criança com seus 19 anos... eu não poderia exigir tanto dele. Ainda rindo e o olhando, peguei novamente a garrafa de tequila e me servi. Eu estava bebendo mais do que o recomendado para minha sanidade, mas era o que eu precisava. Esquecer, fazer alguma loucura. Ser menos eu...

Draco e eu continuamos bebendo e conversando sobre banalidades. Quando percebi, Malfoy estava sentado como eu, uma perna em cima do sofá, cuja qual estava com o joelho encostado no meu. Nossas mãos estava perigosamente perto e a garrafa agora se encontrava apenas 3 dedos cheia acima do fundo.


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Notas finais do capítulo

Continua...



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